Adrien encarou Marinette constrangido, porém ela não estava muito diferente. Era estranho fazer isso com os olhares e altas expectativas dos seus amigos ao redor de si.

O loiro então se ajoelhou calmamente, com o olhar fixo nos olhos de sua amada e estendeu a mão com o anel de compromisso – que seria sua aliança simbólica, até que encontrasse uma aliança de noivado de verdade – e segurou a mão esquerda de Marinette.

— Marinette Dupain-Cheng, você aceita casar comigo? – a azulada estava paralisada. Obviamente aceitaria, mas ver o namorado a pedindo em casamento era uma das melhores cenas que já tinha visto na vida.

Se pudesse, congelaria o momento e guardaria dentro de um pote. Pois era algo único, que com certeza seria lembrado por ela muito depois.

— Sim, eu aceito me casar com você, Adrien Agreste. – disse quebrando o silêncio, então o loiro sorriu e colocou o anel no dedo de Marinette, logo ficando de pé e a beijando com vontade.

— É disso que o povo gosta! – a comemoração de Alya se destacou no meio dos demais, e é claro que ela não pode deixar de tirar inúmeras fotos para registrar o momento.

***

— Mestre, o senhor parece um tanto pensativo o dia todo. – o kwami da tartaruga observou. A verdade é que Fu sempre foi assim, mas hoje em especial parecia muito mais reflexivo do que o normal – Aconteceu alguma coisa?

— Até o momento não. Mas essa guerra que está por vir, isso me preocupa. – admitiu. E de fato, quem não ficaria preocupado com um conflito milenar de não tão grandes proporções, mas que poderia trazer consequências gigantes?

— O senhor acha que os guerreiros não têm chances de vencer?

— Eu acho que teríamos mais chances se a equipe de Marinette e Adrien entrassem na batalha utilizando seus respectivos Miraculous.

— Então por que não os permite lutar?

— Não é apenas escolha minha, Wayzz. – desviou o olhar da paisagem e encarou o kwami com uma expressão melancólica – Além do mais, é quase que inevitável que hajam baixas em qualquer guerra. Não me perdoaria se deixasse que algo de ruim aconteça com aqueles garotos, eles têm uma vida inteira pela frente e já fizeram muito pela população.

— E se o senhor os treinasse mais?

— Nenhum treinamento é suficiente na guerra. Você aprende a lutar uma, estando nela. Porém para algumas pessoas, já é tarde demais. – Wayzz baixou a cabeça.

— Entendi. – Fu voltou a encarar a vista da janela – Se me permite saber, quem usará o Miraculous da borboleta e do pavão na batalha?

— Esses dois Miraculous não serão utilizados na batalha, já que são o principal motivo dela. É muito perigoso alguém usa-los, pois os guerreiros de Zi Hudie não hesitarão em consegui-los à todo custo.

— E ficarão guardados na caixa dos Miraculous?

— Sim. Mas a caixa ficará em um lugar onde somente eu saberei, assim ninguém correrá perigo. E se alguém precisar morrer para que eles não os consigam, esse alguém serei apenas eu.

***

— O que entendemos é que os Miraculous mais importantes são os de vocês e se combinados, podem trazer um poder inimaginável, inclusive sobre a vida e a morte. – Lila mostrou as figuras no livro.

— Sim, por isso que eu pai queria as duas joias. E eu só imagino o que o pessoal de Zi Hudie faria com todo esse poder, é perigoso demais.

— O ideal seria que eles nem fossem usados na guerra. Por mais que sejam poderosos, é arriscado demais. – Marinette refletiu – Mas eu duvido muito que a Haylin deixaria de usar o meu Miraculous... Digo, o da Ladybug. – se corrigiu.

— O Quon parece mais acessível, podemos falar com ele. – a Bourgeois sugeriu.

— Não, não podemos falar com ninguém sobre isso. Quanto mais nos metermos nisso, mais eles vão nos querer longe. – a azulada encarou a equipe – Precisamos ao máximo esconder nosso objetivo principal. Qualquer suspeita que eles tenham em relação à nós, não vão hesitar em nos mandar para casa.

— Entendi. – disse Alya – Agora se nos dão licença, eu e Nino vamos fazer uma chamada de vídeo com os nossos pais, para saberem que estamos vivos. – a morena puxou o namorado para fora da biblioteca.

— E eu vou falar com os meus assessores. – Ali disse e saiu também.

— Amanhã faremos um treinamento de luta, baseado nas técnicas antigas de batalha. – Marinette avisou as duas que restaram – Então já podemos aprender mais ou menos o que precisamos saber para a guerra.

— É tão estranho pensar que já estamos nos envolvendo em outra. – foi a vez do Agreste refletir sobre a situação – Pelo menos essa não é entre nós.

— E eu espero que não haja mais guerras entre nós. – sua amada o encarou com um olhar sugestivo.

— Claro que não vão haver mais, a não ser que você queira ficar com o último pedaço de pizza. Aí eu não prometo! – Marinette de um soco de leve no ombro dele.

— Por que você é assim?

— Porque você me ama do jeitinho que eu sou. – fez uma pose convencida – E agora vai ter muito mais tempo pra amar, tipo a sua vida inteira. Afinal, até que a morte nos separe, minha querida noiva. – Marinette sentiu suas bochechas esquentarem. Mesmo depois de tanto conviver com Adrien e estar acostumada com seu jeito de ser, o loiro ainda lhe causava esse efeito.

— É Lila, acho que deveríamos dar privacidade aos noivos. Vem comigo pegar uns livros ali. – a loira puxou a italiana pelo braço e saiu na direção que tinha apontado, deixando o casal ali sozinho entre os livros e sofás.

— Viu, você fez elas irem embora!

— Eu? Eu sou um amor de pessoa. – puxou Marinette para si, a envolvendo em seus braços – E você sabe disso, my lady.

— Também sei que é muito convencido. – brincou.

— E tem como não ser? Eu sou incrível! – Adrien riu e distribuiu vários beijos pelo rosto de Marinette. – Sinceramente, você tem muita sorte de poder casar com a perfeição em formato de ser humano.

— Outch! – riu da fala do noivo – Essa doeu tanto que vou fingir que nem escutei.