Romance Proibido escrita por Juliana Lorena


Capítulo 9
Capítulo 9




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POV. ALLY

Fiz uma promessa mental de que nunca mais beberei desse jeito na vida. Passei ontem o dia todo sentindo como se minha cabeça pesasse toneladas e além do mal-estar, a vergonha estava me consumindo. Eu não sabia como iria aparecer na escola depois do meu show em cima da mesa. Para minha sorte, o loiro me tirou de lá, evitando que a vergonha que passei fosse ainda maior. Fiquei o dia todo no meu quarto me recuperando da ressaca e quando Mimi e Mike perguntaram o motivo de eu não estar bem, o loiro novamente me ajudou dizendo que eu devia ter comido algo que me fez mal e por isso estava tão indisposta.

Ele não era a pessoa ruim que eu pensei que era. No começo ele me tratou mal, acredito que por ciúmes e por medo do desconhecido, mas a forma como ele me ajudou ontem, mesmo eu não sendo a pessoa mais gentil com ele, me mostrou que podemos nos dar bem e sermos amigos. Hoje já era segunda-feira novamente, dia em que eu teria que enfrentar os olhares dos alunos da escola, após o mico que paguei na festa de Elliot. Eu não estava preparada. Eu nunca gostei de ser o centro das atenções, sempre buscava chamar o mínimo de atenção possível e naquela festa, sob efeito do álcool, eu fiz justamente o oposto. Atraindo todas as atenções para mim. 

Eu passo a imagem de durona e de quem não leva desaforo para casa, mas a verdade é que no fundo, eu sou tímida e não gosto de receber muita atenção. Criei essa imagem de quem não se deixa abalar por nada para me defender, era isso, ou deixar que todos pisassem em mim. Tive que aprender a me defender sozinha no orfanato, apesar de ter Mel ao meu lado.  Paro de procrastinar e resolvo me levantar logo para enfrentar esse dia, esperando que as pessoas estivessem tão bêbadas naquele dia que não seriam capazes de se lembrarem do que eu fiz. Eu estava totalmente curada da horrível ressaca de ontem e bem mais disposta. Me levanto e vejo Milk dormindo tranquilamente. O gatinho, agora bem cuidado, nem parecia o mesmo que encontrei na lata de lixo há alguns dias.
Tomo um banho rápido e me visto com uma calça Jeans, uma blusa preta simples e uma sapatilha também preta, pego minhas coisas e desço para tomar o café da manhã.  Ma mexia no fogão fazendo alguma coisa.

— Bom dia, Ma.- Cumprimento.

— Bom dia, querida. Como está hoje? Soube que não estava bem ontem. – pergunta Ma com uma preocupação maternal. Ela era mesmo um amor 

— Estou bem melhor, obrigada.-  respondo sorrindo. Era incrível como em poucos dias, eu já me sentia tão bem nessa casa. Mimi, Mike e Ma sempre me tratavam com tanto carinho, que me fazia sentir que ali realmente era o meu lar e agora que eu e o loiro havíamos nos entendido, eu me sentia ainda mais confortável. Fazia muito tempo que não me sentia em casa, eu nunca me senti assim no orfanato.

Graças a uma garota chamada Jéssica, os meus dias no orfanato foram ainda mais difíceis. Ela vivia infernizando a minha vida e a de Mel. Foi por causa dela que eu tive que aprender a me defender e a não deixar ninguém pisar em mim. Certo dia, foi a gota d’água e eu dei uma surra nela. Ela fez a minha loirinha chorar, dizendo palavras horríveis sobre a mãe dela que havia morrido de leucemia, eu já estava de saco cheio das implicâncias de Jéssica, mas quando ela mexeu com Mel, foi o fim. Mel é como minha irmã e mexer com ela é pior do que mexer comigo. Após algum tempo, a cobra venenosa da Jéssica foi adotada por uma família que já tinha uma filha. Pobre coitada! Com certeza, a vida dessa garota virou um inferno à partir do momento que Jéssica entrou em sua casa. Saio de meus pensamentos, quando o loiro chega na cozinha.

—Bom dia! – Cumprimenta dando um beijo no rosto de Ma como em todas as manhãs.

— Bom dia, meu menino!- responde ela sorrindo para ele.

— Bom dia!- Respondo sorrindo levemente.
Tomamos nosso café da manhã, pegamos nossas coisas e entramos no carro. Como de costume, ele liga o rádio.

— Austin, eu esqueci de te agradecer ontem por ter me impedido de pagar mais mico na festa e por não ter revelado para seus pais o real motivo de eu estar passando mal. – digo lembrando que não agradeci por ele ter me ajudado.

— Não precisa agradecer, nós somos amigos e é para isso que servem os amigos. – Diz ele sorrindo e me surpreendendo. Eu sei que havíamos concordado em ser amigos, mas aquilo me surpreendeu de verdade. E como era lindo o sorriso dele, eu não havia notado isso antes.

— Obrigada!- digo sorrindo sem graça.

Ele dá partida no carro e segue para a escola, quando passamos do ponto onde ele deveria me deixar e ele não para o carro, olho para ele sem entender. 

— Por que você não parou no lugar de sempre?- Questiono.

— Primeiro, porque isso que eu estava fazendo era uma infantilidade sem tamanho e segundo, agora que somos amigos, não tem mais motivos para isso.- diz tranquilamente olhando para o trânsito à nossa frente. Eu não sabia o que dizer, estava sendo surpresa atrás de surpresa.

Chegamos à escola no mesmo horário de sempre e a mesma já estava cheia. Desci do carro e me preparei mentalmente para aguentar os olhares direcionados a mim de cabeça erguida. Agora que eu estava acompanhada do loiro super popular da escola, os motivos para todas as atenções caírem sobre mim aumentavam em 100%. Minhas mãos estavam suando de nervosismo, mas eu lutava para manter a pose de inabalável. Continuei andando com confiança lado a lado com Austin, reconheci algumas seguidoras de Brooke olhando para nós de boca aberta e com certeza, elas correriam pra contar para a bruxa. É hoje! Haja paciência!

Logo encontramos nossos amigos. Dez, Trish, Cassidy e Dallas nos olham surpresos, eles não esperavam que viéssemos juntos para a escola. Todos eles sabiam que Austin me deixava um pouco longe da escola, apesar de não concordarem com isso.

— O que aconteceu? – Pergunta Trish.

— Como assim? – Pergunta Austin se fazendo de desentendido.

— Vocês dois chegando juntos na escola. – fala Cassidy.

— Ah, isso. Eu e Austin resolvemos dar uma trégua e ser amigos. Estávamos sendo ridículos. -  Eu explico.

— Estavam mesmo, principalmente o Austin. – Afirma Trish, fazendo Austin lançar um olhar irritado para ela.

— Ei, a culpa não era só minha- resmunga fazendo todos nós rir.

— Bom, vamos pra aula. – diz Dallas após ouvirmos o sinal que anunciava o início das aulas.

Hoje eu teria aula de geografia, química, matemática, inglês e biologia, eu gostava de todas elas. Hoje eu não teria aula com meus amigos, o que me deixa nervosa. Eu estaria sozinha. Entro na sala e vejo que Elliot estava lá, pelo menos um rosto conhecido. O lugar ao lado dele estava vazio, resolvo sentar ao seu lado.

— Oi, Elliot.- Cumprimento, me sentando.

— Oi, Ally. E aí, o que achou da minha festa?- perguntou sorrindo divertido. Fiquei vermelha.

— Foi bem legal.- Respondo.

— Eu também achei, a galera gostou muito do seu show, pena que o estraga prazer do Austin interrompeu.

— É... Obrigada. – respondo sem saber o que dizer e muito sem graça.

— Posso te perguntar uma coisa? – ele pergunta meio hesitante.

— Claro.

— Você quer sair comigo?- Pergunta me pegando de surpresa.- A gente pode sair pra jantar no sábado, o que acha?

— Eu não sei se é boa ideia.- digo nervosa, eu nunca havia saído com um garoto.
 

— Vamos, Ally. Vai ser legal, eu prometo. – Insiste.
 

—Tudo bem, eu aceito . Digo ainda surpresa pelo convite.

— Tudo bem, te pego às 20:00 no sábado.- Diz e me lança uma piscadela. Elliot era muito lindo e pelo que parece, é uma boa pessoa. Acho que vai ser divertido sair com ele. Não consigo evitar ficar nervosa, afinal, esse será o meu primeiro encontro. A aula de geografia foi incrível, eu amo essa matéria, na verdade, eu amo estudar. Tive praticamente todas as aulas com Elliot e na aula de química o professor nos lembrou do trabalho em que teríamos que estudar todos os elementos da tabela periódica e fazer o trabalho escrito explicando a importância de cada um desses elementos. Eu passaria bastante tempo com Elliot nós próximos dias.

Saio da sala conversando com Elliot sobre o trabalho que faríamos e encontro meus amigos me esperando para o intervalo. Quando Austin me vê conversando animadamente com Elliot, o sorriso que antes estava em seu rosto enquanto conversava com Dez se fecha e ele assume uma expressão irritada  Ele não fala nada, apenas nos observa.
 

— Então depois a gente combina onde e quando vamos começar o trabalho. Até mais, Ally. – Diz ele me dando um beijo no rosto. Me aproximo dos meus amigos e o loiro continuava com a cara fechada.

— Você e o Elliot vão fazer trabalho juntos?- Questiona Cassidy.

— Sim, vamos fazer um trabalho de química. – Respondo .

— Toma cuidado com ele, Ally. – Adverte Cassidy me olhando preocupada. Fico sem entender o que ela quer dizer, o Elliot é um cara tão legal.

— É só um trabalho, Cassy. – Respondo, sem contar que marquei um encontro com ele. 


           POV. AUSTIN

Esse dia não saiu como eu planejei. Além de ser Segunda-feira, dia que eu mais odeio e dia em que tenho as aulas que mais odeio e quando eu achava que não podia piorar, a Brooke aparece parecendo um dragão cuspindo fogo, eu já sabia o motivo de sua raiva. Brooke já estava sabendo que eu havia chegado na escola junto com Ally e ela não ficou nada feliz com isso. Eu não dava a mínima para o que Brooke achava, mas ter ela no meu pé o dia todo querendo explicações sobre eu estar andando com a novata, não foi a parte mais agradável do meu dia.  

Depois disso, ainda vi a Ally com o Elliot conversando toda animada. Por algum motivo, eu queria que Ally ficasse o mais longe possível do mau caráter do Elliot. Agora que éramos amigos eu queria protegê-la dele. Eu conhecia Elliot o suficiente para saber que o interesse dele em Ally era apenas de brincar com ela e depois descartar, como ele já fez com várias garotas. Eu tinha que alertá- lá. 

Finalmente esse dia de aula infernal havia chegado ao fim e era hora de ir pra casa. Guardo os meus livros no armário e vou esperar Ally sair da aula para irmos embora. Novamente, a garota sai da sala conversando com Elliot e rindo de alguma coisa idiota que ele havia dito. Fico incomodado ao ver a interação dos dois. Ally parecia extremamente à vontade com ele. Ela finalmente nota a minha presença e sorri para mim e se despede de Elliot. Ele dá um beijo na bochecha dela, muito perto da boca para o meu gosto e vai embora. O incômodo que eu sentia aumenta ainda mais e sinto uma raiva sem explicação crescer dentro de mim, resolvo ignorar esse sentimento sem sentido algum.

— Oi.- Cumprimenta Ally sorrindo.

— Oi. Vamos?- Pergunto tentando disfarçar e ignorar meu desconforto.

— Vamos. – Responde Ally me acompanhando até o estacionamento.

— Então... Você e Elliot tiveram todas as aulas juntos hoje? – pergunto tentando parecer desinteressado.

— Sim. Eu e ele vamos fazer um trabalho de química juntos e hoje todas as minhas aulas foram com ele.

— Ele parece estar interessado em você. -  digo a olhando de canto de olho.

— Elliot é um cara legal e ele me chamou pra sair no sábado. – disse ela como se isso não fosse nada demais. Talvez para ela não fosse mesmo, já pra mim....

— E você aceitou? – perguntei tentando manter o controle, mas a minha vontade era de gritar. O que estava acontecendo?

— Aceitei. Qual o problema?- pergunta me olhando com curiosidade.

— Ally, o Elliot não presta. Ele se faz de bom moço, mas é um verdadeiro babaca.- digo

— Você só diz isso por causa da rixa que você tem com ele.- diz ela me encarando de forma teimosa.

— Tudo bem. Quer saber? Vá em frente, mas depois não diga que eu não te avisei. – digo andando em direção ao carro e deixando Ally para trás sem palavras. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo e o motivo de me sentir tão incomodado com o Elliot investindo na Ally. O que eu sabia é que eu iria protegê-la. Afinal ,ela é minha irmã adotiva e amiga.


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