Revival escrita por sabrinavilanova


Capítulo 5
Capítulo Cinco - Borboleta Azul




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Ninguém sabe ao certo o que desencadeou determinados eventos em toda a história do planeta. Existiram coisas que o homem nunca conseguiria explicar, outras são tão simples que nem valeriam a pena. Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade? Qual é? Ir à Lua foi realmente um grande salto? Quer dizer, era entendido que era um real início para a exploração do universo, pelo menos, para o humanos. Mas, observe, por que esse desenvolvimento fora tão tardio? Muitos planetas com menor tempo de habitação de seres vivos haviam crescido muito rapidamente. Sociedades inteiras sendo construídas ali perto, na própria Via Láctea, eram passos de distância.

Porém, aquele não era o assunto em pauta no momento. Ninguém estava pensando de verdade no porquê da raça humana ser tão lenta e, bem, estúpida? Era aquela a palavra? Bom, não é importante. O que seria discutido naquele momento da história eram as possíveis formas de como sobreviver ao Apocalipse. Aquilo sim era importante para eles. Pelo menos, para as três pessoas que haviam caído ali, naquela manhã.  

A bala acertou de raspão o ombro direito do adolescente de face empalidecida que segurava o outro garoto com força. O olhar assustado, surpreso pela presença violenta que aquela mulher emanava, entrou em foco quando Five abriu totalmente os olhos. Não conseguia escutar muita coisa além dos gemidos doloridos de Klaus, que estava deitado ao seu lado, além de Ben, que segurava com força o pano sobre o machucado do irmão feito pela bala.  Espera, Ben? Estava alucinado?

Os tiros faziam uma barulheira irritante e a mulher sorria como se estivesse contente demais em concluir seu trabalho. As mãos foram aos ouvidos, tentando aliviar aquela dor intensa na cabeça, causada pelo barulho dos tiros. Arrastou-se até a parte de trás do balcão, grunhindo de dor pela perna machucada. Onde diabos estava?

Tentou falar com Ben, não querendo chamar a atenção da atiradora. Era de suma importância que tirassem seu irmão daquele lugar, Klaus estava ferido, aquilo não daria certo se o menino morresse daquela forma. Estavam ali para impedir o fim do mundo, afinal. E ninguém sabia o que a morte do Hargreeves poderia desencadear naquela ramificação temporal. Talvez mudasse coisas que nunca, nunca mesmo, deveriam ser modificadas.

Viu o gelo chegar ao teto, perguntando-se de onde vinha aquilo tudo. No entanto, mesmo que tivesse tempo para pensar ― o que ele não tinha ―, a grande chama irrompeu seus pensamentos, fazendo com que seus olhos fechassem pelo calor. Quem diabos eram aquelas pessoas? Engoliu em seco, pegando um dos talheres que haviam caído no chão quando aquela confusão começou.

Atirar coisas não era sua especialidade, o mais indicado para fazer aquilo era Diego, mas, infelizmente, seu irmão não estava ali para ajudá-los. Segurou-se no balcão, apoiando todo o peso do corpo na perna direita. E engoliu em seco, tentando mirar no alvo embaçado pelo calor que ali fazia. Não pensou muito mais antes de atirar o objeto, que acertou em cheio o pescoço da mulher.

Caiu sentado, respirando fundo e mandando um sorriso cansado para Ben. Klaus estava deitado ao seu lado, já desacordado, ele precisava de um hospital. Porém, antes que pensassem em como sair dali, tinham que saber onde estavam, ou melhor, quando estavam.

Olhou mais uma vez para os dois garotos ali presentes, um deles vomitava no chão, enquanto o outro segurava o celular sobre a orelha. Sangue saía do seu braço direito, mas ele não parecia se importar muito com aquele pequeno detalhe.

― Temos que falar com eles ― sussurrou Ben, ainda segurando o ferimento do irmão. ― Klaus precisa de ajuda, ele não vai aguentar muito tempo assim.

― Precisamos sair daqui, isso sim. ― Observou mais uma vez onde estavam. Era um restaurante, então, a cozinha devia ficar em algum lugar ali perto. Eles poderiam sair pela porta dos fundos. No entanto, uma pergunta ainda rondava sua mente, como levariam Klaus até lá sem que eles fossem notados?

Fechou os olhos, tinha que pensar em uma saída mais prática. Talvez um distração para que saíssem dali, falar com eles enquanto Ben sairia com o Número Quatro pelos fundos podia ser uma boa opção de fuga. Pensar demais não ajudaria em nada ali. Os outros dois jovens ainda se moviam pelo salão, tentando entender o que havia acabado de acontecer.

Five sabia que eles tinham alguma especificidade, assim como ele e seus irmãos, ele viu com os próprios olhos, era difícil de não acreditar. Só não sabia qual deles usava gelo e qual usava fogo e, para falar a verdade, ele não ligava, apenas esperava que nenhum dos dois fossem perigosos demais. Não queria mais um problema para lidar, já tinha muitos.

― Ben ― chamou em um murmúrio. ― Eu quero que você leve Klaus até a cozinha, enquanto falo com aqueles caras.

― O que? Você pirou? ― sussurrou indignado. ― Não sabemos quem eles são, quem garante que eles não são daquela agência? Não podemos arriscar.

Five revirou os olhos com a preocupação do outro. Ele não via que não tinham outra saída? Não esperou muito para convencer Ben, não haviam tempo para discussões. Era hora de lutar e ter fadiga mental não os ajudaria em nada naquela situação.

― Olhe aqui, eu sei que você está preocupado e tudo mais, mas eu não quero que eles percebam a presença de vocês dois, entendeu? Além disso, temos que achar os outros e eu não tenho vontade alguma de cuidar de dois imbecis que não sabem escutar. Já basta ele.

― Five! ― exclamou quando o garoto desapareceu. Às vezes esquecia quem ele era, o garoto parecia gostar de brincar com a sorte. Só desejava que as coisas não dessem errado.

 

X.X.X

 

Do outro lado da cidade, os ventos fortes chegavam ao corpo do rapazote de forma que fazia-o ter um arrepio na espinha. A sensação leve do afagar dos cabelos pelo outro adolescente ali presente fazia com que Katsuki suspirasse, o ruivo parecia apreciar os fios loiros, tocando-os com cuidado como se tivesse a coisa mais preciosa do mundo em suas mãos.  E, na humilde opinião de Kirishima, realmente eram.

Tê-lo ali consigo era sempre um grande prazer. A sensação de leveza que sempre o tocava era sempre bem-vinda.

Pena que o tocar do telefone atrapalhou aquele momento, o momento deles. Tentou não ficar decepcionado quando Bakugou disse que teria que ir embora. E tentou não sentir falta do corpo do outro grudado ao seu, mas não era algo a ser escolhido, afinal.

Por isso, apenas sorriu compreensivo, aceitando, sem impedimentos, o abraço de despedida que recebeu.

 


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