Easy escrita por Queen Jeller


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Seu que estou devendo algumas atualizações, mas uma música que leva o nome dessa one shot me inspirou a escrever isso. Espero que gostem!



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No trabalho tínhamos uma ótima relação, mas nunca havia passado disso. Éramos uma dupla ágil, determinada e focada. Chegávamos a um acordo silencioso apenas com um olhar ou uma maneira de balançar a cabeça. Ninguém sabia como isso havia acontecido, já que inicialmente quando fomos colocados juntos, nós dois nos opomos a isso. Fora de campo trocávamos poucas palavras. Geralmente elas eram relacionadas à alguma missão, alguma notícia interna do FBI ou os saudosos cumprimentos de bom dia ou boa noite, que não passavam disso.

Algum dia, porém, no meio disso tudo, fomos parar em um bar com nossos amigos em comum. Tínhamos todos juntos terminado uma grande missão e após muitas insistências da maioria, lá estava eu a conhecer outra versão dela.

Ela parecia mais animada, acesa. Não sabia se era culpa do álcool no organismo dela, felicidade pelo trabalho feito ou se era álcool no meu organismo também. De qualquer modo, era legal ser um espectador daquela nova Natasha.

Foi apenas uma caminhada após toda essa bebedeira. Nós dois estávamos alterados, mas sóbrios o suficiente para sabermos o que estávamos fazendo. Após um “Boa noite” na porta da sua casa, fui interrompido por seus lábios no meu. Um choque térmico tomou meu corpo, pela surpresa e pela sensação que seus lábios deu aos meus. Ao nos separarmos, enxerguei na íris do seu olho; ela fez aquilo porque quis.

Confuso pela maneira como aconteceu, mas sedento para sentir mais e mais da sensação que tocou meu corpo quando ela me tocou, aceitei seu convite para entrar.

Escusado era dizer onde fomos parar no final daquela noite, ou seria no começo daquele dia?

As horas se passaram como minutos, ou talvez a descoberta do seu corpo, de seus outros tom de voz, de uma Zapata que eu ainda não conhecia, tenham feito parecer que o tempo passou rápido. Foi um tempo maravilhoso, apesar disso. Nunca havia tido qualquer problema com outras parceiras na cama, mas nunca havia sentido o mesmo que senti ao tomar aquele corpo, ao sentir aquelas mãos de maneira tão peculiar me tocar.

Quando nossos corpos amanheceram, o clarão do sol nos trouxe uma enorme dor de cabeça. Pela ressaca física e também pelo pensamento que me tomava. Eu deveria estar ali? Onde isso ia parar?

Fui interrompido de meus pensamentos quando ela voltou para o quarto e me jogou uma toalha e um comprimido.

— Vai ajudar na sua dor de cabeça.

Realmente ajudou. O comprimido na dor de cabeça e o banho gelado nos meus pensamentos.

Não havia qualquer arrependimento em ter ficado, em ter provado dessa nova sensação e eu esperava que não houvesse arrependimento na cabeça dela também. Eu só precisaria aprender a dançar aquela dança conforme ela conduzisse. Sabia que Tasha era confiante o suficiente para não se deixar conduzir por qualquer pessoa que pisasse em seu pé.

E assim isso foi levado adiante.

Continuávamos em silêncio no trabalho e fora dele também não falávamos muito, mas agíamos bastante.

Meu pensamento foi interrompido quando a campainha tocou.

Pela maneira que tocara, eu já sabia que era ela.

Era normal reconhecer a chegada de alguém pelo apertar da campainha?

Talvez não, mas era bom reconhecer quando a felicidade chegava.

Havia muita coisa presa dentro de mim, que o silêncio daquele relacionamento não me deixava externar. A felicidade era uma delas.

Eu estava feliz em estar com Tasha. Sempre demonstrava isso com atitudes, e sentia que ela também, porém de forma mais sutil. Como quando eu fiquei doente e ela ficou a noite cuidando de mim, utilizando-se da desculpa de que ela não estava ocupada e poderia cuidar de mim quando eu pensei estar incomodando-a. Ela sempre voltava pra cá, me chamava para sua casa, e eu já havia escutado que ela não ficava em nada se não estava se sentindo feliz, então, ela estava feliz.

Eu tentava de modo sutil fazê-la ainda mais feliz, mas o que isso significava?

Significava que eu gostava. Já a admirava como parceira, mas essa admiração estava passando a se tornar um desejo de cuidar, de fazer bem e feliz.

Eu estava aprendendo a amar sem dizer, apenas cuidando. Também sem escutar.

Consegui conduzir isso da melhor maneira até um certo momento, mas quando não dava mais? Estava sendo cada vez mais difícil.

Quando ela entrava pela porta, como se chegasse na sua própria casa e se jogava no sofá se tivesse um dia cansativo. Ou pegava o controle e me chamava para sentar e assistir jogo com ela como se eu tivesse chegado na casa dela e não o contrário. Eu me sentia sempre como um adolescente prestes a dar o primeiro beijo, mas eu guardava tudo isso para mim. Preferia abraçá-la enquanto eu ainda poderia fazer isso ao tentar entendê-la e talvez perder aquilo que tínhamos.

Naquele dia, porém, ela estava diferente.

Com semblante mais sério e sem qualquer cerimônia me beijou, me arrastando da cozinha, onde eu estava, para o quarto.

Seu corpo me arrastou ainda mais para dentro dela, ela parecia mais sedenta do que sempre, o que fazia ela entrar ainda mais dentro do meu coração.

Geralmente, quando o sexo acabava, tomávamos uma pequena distância e ficávamos conversando amenidades.

Dessa vez, ficamos em silêncio e ela não afastou seu corpo do meu.

— Precisamos conversar. — Ela começou, e embora tenha levantado a cabeça para olhar nos meus olhos, não tirou seu corpo do meu.

— Ok. — Disse de uma maneira atenta.

Eu não sabia se estava preparado para escutar o que ela teria a dizer. O prazo de validade disso que tínhamos acabou agora? Isso foi uma despedida? Ela arrumou alguém melhor e irá me deixar? O medo me tomava mas eu tinha que escutar de qualquer modo. Só não esperava escutar o que escutei.

— Eu gosto de você. — Seu tom de voz foi firme, acompanhado de um sorriso envergonhado. — Eu sei disso já faz uns dias, mas não sabia como te dizer. Aliás, eu ainda não sei se disse da maneira certa. Essa coisa de gostar é muito nova pra mim. Espero que te dizendo fica mais fácil de lidar com isso, independente da sua reação.

Não tive como não rir.

O que ela achava que seria minha reação? Será que nós vivemos todos esses meses com as mesmas dúvidas? Ela tinha as mesmas inseguranças ao falar que eu tenho? Como ela poderia achar que eu poderia recusá-la?

— Sabe… — Comecei de modo lento. — Quando nos beijamos a primeira vez e você me chamou para sua casa? O que eu senti naquele dia,não senti com mais ninguém. Qual você acha que seria minha reação?

Ela titubeou, mas respondeu.

— Eu não sei, Roman. Eu não sabia que aquele dia tinha sido tão bom pra você como foi pra mim. Não sei como você se sente, embora você demonstre. Eu sequer sabia como eu me sentia até eu consegui falar.

— Durante todos esses meses, eu decidi ficar com você e te fazer feliz. Mesmo não sabendo o que você sentia. Eu também gosto de você. Muito.

Ela sorriu com satisfação, mordendo o lábio inferior com um brilho no olhar.

— Seu sorriso é lindo. — Afirmei e roubei um beijo dos seus lábios. — E que bom que é porque eu gosto de você e porque você gosta de mim.

— E se não fosse por causa disso? — Ela questionou em tom de brincadeira.

— Eu estou feliz porque você está feliz, Tasha. Independente do motivo da sua felicidade.

— Que bom que o motivo é você então. — Ela finalizou e me beijou de maneira agressiva, o que acabou prolongando nosso momento na cama.

Ficamos ainda mais felizes ao saber da felicidade dos nossos amigos ao saberem da nossa felicidade. Felizes pela facilidade com o qual o amor se instalou entre nós. De uma maneira simples, sem dor, sem problema. Foi apenas fácil amar Tasha Zapata e mais fácil ainda fazê-la feliz ao descobrir que também era fácil para ela me amar assim.




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Notas finais do capítulo

Deixe-me saber o que você achou dessa história desses dois cabeça oca.



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