Mundos Colidindo escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 14
Explosão


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/XfTgCPUJwRk-Sil canta.
https://youtu.be/YyknBTm_YyM-Sil toca violino.
https://youtu.be/KjYDuuXb-nM-Sil desencanta Jeremy.



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P.O.V. Emily.

Fadas, elfos, bruxas e vampiros. O que é isso? Todos eles escondidos á plena vista. E houve um ataque na festa, agora estamos cercados de cadáveres de criaturas desconhecidas.

Depois do fim da festa nós saímos correndo, nós fugimos.

P.O.V. Beverly.

Ela é uma vampira. Uma maldita vampira! Um monstro.

No refeitório, nós não sentamos com ela. Pelo amor de Deus! E se ela decide nos matar?

P.O.V. Sil.

Preciso colocar pra fora. Toda essa dor, essa solidão. Então, levantei da mesa no refeitório e fui até o anfiteatro. Estava vazio, tanto quanto eu.

Subi no palco, respirei fundo, fiz vocalização, respirei fundo de novo e comecei a cantar. A música expressava exatamente como eu me sentia.

Senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto eu cantava. É um milagre eu não ter engasgado com elas.

Então, ouvi... palmas. Elas me assustaram.

—Menina! Que voz é essa?!

Tinha uma multidão. Meu Deus! Tinha uma multidão.

—Bravo! Eu sou a Professora Howe.

—É um prazer conhecê-la. Sou a Sil.

—Bom, Sil, onde aprendeu a cantar assim?

—Meu pai é tradicional e eu sempre gostei de arte e música. Comecei a cantar Ópera aos sete anos no coral infantil. 

—É estudante desta universidade?

—Sou sim senhora.

—E o que você cursa?

—História, mas talvez se for possível gostaria de me transferir, mudar de curso. Quero estudar música.

—Bom, sorte sua. Sou a professora coordenadora do curso de música e com um talento como o seu, aceito de primeira.

—Muito bem, então temos um acordo.

Fui na secretaria levando os papéis da transferência que a professora assinou e pronto. Eu tava fora da turma de história.

—Você vai ter que se apressar para pegar a matéria que eu já passei.

—Eu consigo.

P.O.V. Jered.

Já faz uma semana desde a festa e ela simplesmente não apareceu mais nas aulas. Logo após o sinal tocar fiquei para trás para falar com o professor.

—Professor, o que aconteceu com a Sil?

—Sil Volturi pediu transferência. Ela já não é mais minha aluna.

—Mas, ela ainda está aqui não é? Na faculdade?

—Sim. Está estudando música.

Minha mãe é a professora Coordenadora deste curso. Fui até o bloco sete que é o bloco de música e ouvi alguém tocando piano. Estava tocando Fur Elise de Bethoveen.

—Muito bem. Muito bom.

Essa era a minha mãe falando.

—Você disse que toca violino também.

Não ouvi a resposta.

—Então, toque. A música que quiser.

A música começou a tocar e pela música que tocava presumi quem era.

—Danse Macabre, Camille Saint-Saes. Escolha interessante. A primeira música que a ouvi cantar foi Think of Me da peça O Fantasma da Ópera e agora Danse Macabre. Você tem problemas em casa? 

—Não.

—Sofre de depressão?

—Se você considera solidão esmagadora e total falta de amigos depressão, então sim. Eu sofro de uma depressão muito profunda.

—Pode me contar o porque disso se quiser.

—Para encurtar, eu venho de uma longa linhagem de vilões das suas histórias. E a natureza está tentando me matar desde antes de eu nascer. Minha mãe foi caçada durante toda sua vida, teve que fugir, se esconder, se adaptar e sobreviver num ambiente completamente diferente do que ela nasceu e para fechar com chave de ouro.... ela viu toda a família dela ser massacrada. Mas, para todos os efeitos somos a coisa no escuro, o rosto atrás da máscara.

—E quanto ao seu pai?

—O mesmo. O que eles não entendem, eles temem e o que eles temem... eles tentam destruir. Meu pai e minha tia são filhos de uma saxã e um soldado franco. Meu avô morreu na guerra, mas minha vó não. Ela sobreviveu, eles eram uma família tentando sobreviver numa época onde era muito difícil fazer isso, mas então meu pai e minha tia descobriram acidentalmente que podiam fazer coisas que as outras pessoas não conseguiam. E quando aquele povo nojento, asqueroso e ignorante descobriu o quanto eles eram especiais... tentaram destruí-los. Eles eram crianças! Adolescentes, vai. Mas, eles agarraram a minha vó, seis homens com o triplo do tamanho dela e um filho da puta... um maldito aldeãozinho nojento bateu na cabeça dela com um pau! E ela morreu. Depois que eles estavam sozinhos e desamparados... tentaram destruí-los, mas pagaram com sangue. E o aldeão que matou a minha vó... basta dizer que teve o que mereceu.

—Um aldeão matou a sua vó?

—Sim. Ainda existem aldeias, chocante eu sei.

—E isso é raiva.

—Sim. É sim. Bom, se isso é tudo...

—É tudo. Por hoje. Na segunda o professor de dança vai te avaliar.

—Obrigado senhora Howe.

Ela saiu da sala e eu a agarrei pelo braço.

—Se encostar um dedo na minha mãe...

—O quão rápido você presume o pior. Sabe, o aldeão que deu a paulada na cabeça da minha vó, o desgraçado que a matou... foi mesmo desgraçado que na hora do desespero, quando estava sozinho e desamparado, quando a esposa estava morrendo ao dar á luz ao seu filho foi bater á porta dela e implorar por ajuda. E ela ajudou. Ela salvou a mulher e o filho dele e em retribuição, quando minha vó mais precisou... quando ela estava sozinha e desesperada... ele a agradeceu. Batendo na cabeça dela. Então, eu posso ser a vilã da sua história, mas se a minha vó não tivesse salvado aquele bebê... você não estaria aqui. Porque aquele bebê, aquele maldito bebê... era seu ancestral. Jonathan Howie. É, esse era o nome do pirralho.

—E isso me garante que você não vai me matar?

—Ah, Jered. Se eu te quisesse morto... não precisaria ter movido uma palha. Podia ter deixado ás súcubos te levarem no mês passado.

—Súcubos?

—Claro. A poção do esquecimento. Vem comigo, mortal.

Não tive muita escolha. Ela me arrastou. Logo estávamos num estúdio de arte no campus da faculdade. 

Sil acendeu um ramo de alguma coisa.

—Sabe, no dia em que as súcubos atacaram a faculdade eu usei lágrimas de sereia para apagar a memória de todos inclusive a sua. Mas, vou desfazer este feitiço em você. Então, talvez a sua mente frágil ignorante e humana compreenda que eu poderia ter usado você ou Bev ou todos neste campus como moeda de troca pela minha própria vida, mas não usei. Salvei vocês. Mesmo com a MINHA VIDA em jogo! Porém, devo alertá-lo que... isso que estou prestes á fazer, vai doer pra cacete.

Disse enquanto acendia várias velas ao nosso redor.

—Bom, vamos nessa.

Meu Deus como doeu. Mas, eu lembrei.

—As mulheres morcego estavam atrás de você.

—Sim, mas súcubos são facilmente corruptíveis. Voláteis como álcool.


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