Girl – Rose May escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 11
You believe in love?


Notas iniciais do capítulo

Olá.. ♡

Me deu uma vontade enorme de postar mais um capítulo, então...

Boa leitura ♡



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A segunda-feira chegou com o clima frio que eu adorava. – Encontrei Izzie e fomos caminhando pra escola. Ela estava nervosa porque iria ter que “terminar" o que quer que fosse que ela tinha com o Brian.

— Não é possível que ele ache que estamos namorando sério né?! – indagou. – Foi só um beijo. Que nunca deveria ter acontecido! E além do mais, Briana nunca mais vai querer olhar na minha cara.

Tentei consolar ela durante todo o caminho, mas não acho que tenha dado certo.

Assim que chegamos no colégio, ela logo foi pra sala de aula. Praticamente correndo. – Não queria arriscar encontrar o Brian antes “da hora”, segundo ela.

Abro meu armário sem pressa. – O clima já não estava tão frio quanto eu esperava que fosse ficar, tiro o casaco que usava e o coloco dentro do meu armário.

Lindsay vinha caminhando pelo corredor, um sorriso forçado apareceu em sua boca quando me viu. – Ela parou diante de mim, me olhando com desdém.

— Ficava melhor com o casaco. Disfarça as gordurinhas. – ela sorriu maldosa.

Um nó se formou na minha garganta. – Sabia que ela estava fazendo de propósito, exatamente pra me atingir.

— Rose May? – Uma voz me chamou e assim que virei vi Elliot parado logo atrás de mim.

Lindsay olhou pra ele e o regulou de cima a baixo. – Talvez fosse pelas roupas que ele usava. – Uma calça jeans preta rasgada nos joelhos, uma blusa da mesma cor e sua jaqueta de couro preta. – Ou talvez por ele ser muito bonito.

Constatei que era por ele ser bonito, porque ela abriu um sorrisinho discreto pra ele.

— É Elliot, não é?! Sou Lindsay. – se apresentou como se eu não estivesse ali.

Ele a olhou por meio segundo, mas não respondeu. – Elliot estava ignorando-a?

— Posso falar com você? – ele indaga me olhando. Fecho a porta do armário e o sigo pelo corredor.

Antes olhei pra trás vendo Lindsay com uma expressão de puro choque. – Ninguém nunca ousou ignorar a popular e linda Lindsay Devon.

— O que houve? – perguntei confusa assim que entramos na sala vazia do grêmio.

— Nada... Só queria tirar você de perto daquela garota. – diz se encostando em uma mesa.

— Como? – voltei a perguntar surpresa.

— Eu escutei o que ela disse pra você. – Elliot fala. Me sinto envergonhada, ele escutou Lindsay me humilhar.

— Você... – minha voz morreu no caminho da frase.

— Não deveria deixar ela falar daquele jeito com você! – Elliot colocou as mãos no bolso da calça. – Você tem tanta disposição e coragem pra discutir comigo, deveria fazer o mesmo com ela. – um sorrisinho provocador pairou sobre os lábios dele.

Estava demorando pra ele começar a tentar me irritar.

— Cala boca! – revirei os olhos pra ele.

— Isso é falta de educação!

— Está me chamando de mal educada?

— Estou. – seu sorriso irritante continuava ali.

— Idiota! – revirei os olhos mais uma vez.

Elliot caminhou até mim, parando bem na minha frente. – Poucos centímetros de mim.

Seus olhos azuis fitaram os meus. – Naquele momento me lembrei de quando ficamos muito próximos, do corpo dele encostando em mim. Foi rápido, mas eu não consegui esquecer. Ainda conseguia me lembrar das sensações que um mero toque me fez sentir.

— Me chama de idiota mais uma vez. – diz desafiador.

Seu olhar desceu pra minha boca. – sinto um calor repentino me invadir como se a sala estivesse abafada demais. – O rosto dele se aproxima ainda mais do meu. E tive a absoluta certeza que ele me beijaria.

— Chama! – Elliot disse baixo, sua voz saiu mais grave do que de costume.

O sinal anunciando o começo das aulas tocou e nos tirou daquele momento. – Me afastei rapidamente dele, sentindo o rubor tomar conta do meu rosto.

Meu Deus, o que ia acontecer? – Por que? – Por que alguém como ele iria pensar em me beijar? Não era possível.

— Rose May... – Ele me chamou quando eu já estava perto da porta.

— A gente se vê. – falei mal olhando na direção dele.

Caminhei pelos corredores distraída. – Meus pensamentos ainda estavam no que quase aconteceu a alguns minutos atrás.

Não conseguia acreditar. – Aquilo não fazia sentindo. Eu e ele, a gente não se suporta.

As aulas passaram rápidas. Talvez porque eu não estava prestando atenção em nada.

Simplesmente não conseguia parar de pensar em Elliot. E foi aí que as coisas que Guss me falou dele voltaram a pairar sobre minha mente.

— Ei! – Izzie jogou uma batatinha chips em mim enquanto estávamos sentadas no nosso lugar de costume, escondidas na última sessão da biblioteca. – Você não está prestando atenção em nada hoje! O que aconteceu?

— O que? Não aconteceu nada! – neguei.

Ela estreitou os olhos me analisando. – Izzie me conhecia bem.

— Diz logo!

— Eu já disse! – falei me levantando e pegando um livro na prateleira.

— Orgulho e Preconceito. Quantas vezes você já leu? – indagou rindo.

— Esse livro é uma obra de arte! – falei tomando o livro das mãos dela e colocando ele de novo no lugar.

— Que seja. – Izzie deu de ombros. – Mas agora da pra parar de fugir do assunto e me dizer o que houve?

— Se eu falar, você tem que prometer que não vai ficar me enchendo com isso. – ela afirmou que sim com a cabeça e contei o que havia acontecido comigo e Elliot mais cedo.

— Eu disse que ele tava na sua! – Izzie diz com um sorriso malicioso.

— Parando pra pensar agora, talvez eu tenha me precipitado, sabe? Talvez ele não estivesse tentando me beijar...

— Ah não, ele estava tentando te dar uma cabeçada! – Izzie debocha e eu bato no braço dela.

— Por que ele tentaria? – perguntei depois de alguns minutos. Izzie me olhou sem entender.

— Porque ele está a fim de você!

— Por que alguém como ele iria querer me beijar? – pergunto sentindo um incômodo na boca do estômago.

Izzie me olhou compreensiva.

— Por que ele não iria querer? May você é linda! – Izzie sorriu pra mim.

Não prolonguei mais o assunto, apesar de muitas dúvidas passarem pela minha mente.

Quando as aulas chegaram ao fim mandei uma mensagem avisando Izzie que teria reunião do grêmio.

Tudo bem. Eu te espero, até porque vou ter aquela conversar com o Brian. Me deseja sorte.”— Izzie.

Caminhei até a sala e abri a porta. – Fechei os olhos me recordando do que havia acontecido mais cedo bem aqui.

Isso é errado! Ele é um idiota. – falava para mim mesma mentalmente.

— Pontual. – escutei a voz dele dizer bem atrás de mim.

Me virei em sua direção e percebi que só estávamos nós dois aqui.

— Estranho mesmo é você chegar no horário. – comentei e ele me olhou com deboche.

Um alívio tomou conta de mim por notar que as coisas não ficaram estranhas entre nós.

Sam Scott chegou logo depois acompanhado das duas outras garotas do grêmio e dos dois meninos.

— Todo mundo aqui. Ok, certo. – diz ajeitando os óculos.

— Aconteceu alguma coisa? – Elliot perguntou enquanto cruzava os braços.

As duas garotas olhavam descaradamente pra ele, e cochichavam entre si.

— Sim. Mais notícias sobre a eleição do grêmio... Sexta-feira teremos que apresentar nossas propostas para a escola... Bom no caso só eu vou falar, já que sou presidente e acredito que mais ninguém vai querer dizer algo na frente da escola toda.

— Graças a Deus! – falei alto. Sam me olhou feio por interrompe-lo e Elliot segurou o riso.

— Então, já podemos começar a fazer alguns cartazes e vou começar a finalizar meu discurso...

— Você já tem um discurso pronto? – Elliot pergunta.

— É claro que ele tem! – respondo.

— Eu não perguntei pra você, Rose May. – Ele olhou na minha direção.

Sinto meu sangue subir de irritação. – Como era possível alguém ser idiota assim?

— E daí? – retruquei com raiva.

As duas garotas seguravam risinhos enquanto nós dois começavamos uma pequena discussão.

E daí? – ironizou. – Eu não estava falando com você.

— Vai me impedir de falar?! – indago.

Ele olhou pra minha boca antes de responder, um sorriso discreto e malicioso pairou sobre a dele.

— Não faço ideia de como calar sua boca. – diz olhando-me. Senti meu rosto esquentar na hora.

— Já chega os dois! – Sam nos interrompeu. – Calem a boca, para que a gente possa terminar logo essa reunião... Enfim, vai ser sexta-feira, e nesse dia também vamos saber quem são os membros da chapa que vai nos enfrentar... – Sam continuou falando por mais alguns longos minutos.

Parece que ninguém além de mim percebeu o tom leve de malícia na última frase que Elliot havia dito. Agradeci mentalmente por isso.

Quando a reunião acabou eu me despedi com um aceno rápido e sai andando pelo corredor.

Pego o celular para mandar uma mensagem para Izzie.

Onde você está? A reunião já acabou.”— Rose May.

Quando cheguei do lado de fora da escola Izzie ainda não havia me respondido. – Esperei mais cinco minutos e nada.

A conversa dela com Brian deve estar sendo longa. – pensei.

Batia o pé com impaciência enquanto esperava ela. Mandei mais duas mensagens e nada.

— Você parece irritada de um jeito muito familiar. – Elliot fala assim que me viro e o vejo encostado na porta de entrada da escola.

— Está aí a muito tempo? – indaguei ignorando suas palavras.

— Não. – Ele caminhou até mim. – Está tudo bem?

— Sim... Só a Izzie que sumiu e até agora nada. – olhei pro visor do meu celular na esperança de ver a resposta dela.

— Eu poderia ter oferecer uma carona, mas já sei que vai recusar.

— Claro que vou! – falei rindo e fazendo ele rir junto.

— Então eu te acompanho até em casa. – Elliot fez um gesto com a cabeça para que fossemos na direção da minha casa.

— Por que? Não te daria mais trabalho? – perguntei me recordando do dia em que ele havia me acompanhado.

— Sim... Mas eu já disse que não deixo uma dama andar sozinha pela rua. – Ele deixou um sorrisinho de deboche escapar ao falar “dama".

— Me diz como você consegue ser idiota e quase legal ao mesmo tempo?!

— Obrigada pelo elogio! – ironiza.

Começamos a caminhar em direção a minha casa. Era uma caminha rápida, no máximo uns dez minutos.

— Posso fazer uma pergunta? – indaguei depois de passarmos um tempo em silêncio.

— Você já está fazendo. – respondeu e eu quase revirei os olhos. – Sou obrigado a responder?

— Deixa pra lá!

— Faz. – Ele diz. – Mas vou fazer uma pra você também.

— Tudo bem. – concordo.

Me lembrei das coisas que Guss disse sobre ele. Tinha que saber se era verdade, ou só mais um boato idiota.

— Uma pessoa me disse que você foi expulso da sua antiga escola quando ainda morava aqui, é verdade? – perguntei. Ele me olhou sério por alguns segundos e quando achei que ele diria que “sim, é verdade” Elliot começou a rir.

— Eu jurava que você tinha uma pergunta mais interessante! – falou contendo o riso. – Esses boatos já chegaram aqui? A notícia se espalha rápido!

— Então é mentira?!

— Claro que é mentira! Você acha que alguma outra escola me aceitaria? Ou que o certinho do Sam Scott ia querer ser meu amigo? – Elliot fala de uma forma tão óbvia que sinto vontade de retirar a pergunta.

— Você e o Sam, então vocês são amigos? – perguntei curiosa.

— Era só uma pergunta, se lembra? – sorriu me provocando.

— Deixa de ser idiota! Me responde.

— Com você me pedindo desse jeito, será um prazer responder. – falou com ironia. – Sim nós somos amigos, Rose May. Na verdade, eu já conhecia Sam, estudamos juntos por um tempo antes dele se transferir pra cá.

— E por que você nunca disse nada? – pergunto surpresa e confusa.

— Você nunca perguntou! – diz. – Vai, pode continuar.

— Continuar?

— Sei que tem mais perguntas. Você parece ser bem curiosa.

— Certo. Mas quantas perguntas vai fazer pra mim? – olhei desconfiada pra ele que riu.

— Só uma.

— Tá bom. Então... mais um boato – digo e ele balança a cabeça rindo.

— Me deixa adivinhar... – Elliot falou parecendo pensar em qual boato o nome dele estava envolvido. – Se é verdade que eu ando com algumas “más companhias”?!

— Exatamente! – falei e ele riu.

— Claro que é verdade. Meus amigos não prestam!

— É sério, Elliot! – dei um tapa de leve no braço dele enquanto nós dois riamos.

— Olha, é claro que é mentira! Não é como se meus amigos da antiga escola nunca tivessem fumado maconha ou enchido a cara. Mas nunca fizemos nada do que dizem... – Ele explica. – Essa história começou depois que eu briguei com o capitão do time de futebol do meu antigo colégio e ele inventou um boato de que eu e meus amigos éramos barra pesada. Acho que ele queria sujar nosso nome pro diretor e fazer a gente se expulso, mas o efeito foi o contrário e as pessoas começaram a nos respeitar. – Elliot parecia se recordar de algumas coisas. – Mas acho que é mais por causa do jeito que nos vestimos e das coisas que gostamos. Quer dizer, se você não é um playboyzinho que de veste com aquelas roupas sociais ridículas, então você se torna um cara como eu.

— As pessoas tem o hábito ruim de julgar pela aparência. – falo e ele concorda.

— Não me importo com as pessoas. Gosto do meu estilo e sei que as garotas também gostam. – Ele diz me provocando.

— Me poupe vai!

— Mas não é verdade?! Vai dizer que você não gosta? – Elliot sorriu.

Meu rosto ficou quente de vergonha. – Porque era verdade. A camisa preta dele sempre caia perfeitamente em seu corpo, ou sua calça com alguns rasgos no joelho. Até sua jaqueta de couro. – Isso tudo parecia ser feito especialmente pra ele.

— Não faz diferença! – virei meu rosto para o lado oposto, para que ele não me visse vermelha.

— Por que não faz?

— Porque mesmo que você fique ótimo do jeito que se veste, continua sendo idiota, então...

Escutei a risada dele e logo depois voltei a olha-lo.

— Mas alguma pergunta, ou estou livre dos seus questionamentos?

Uma única pergunta passou pela minha mente. – Se ele iria realmente me beijar. – Mas logo afastei esse pensamento. A resposta era óbvia, e eu não precisava de mais humilhações.

— Por que não voltou pra sua antiga escola? Quer dizer, você já morou aqui. Poderia ter voltado, afinal seus amigos estariam lá. – falei.

Ele ficou em silêncio por mais tempo do que eu esperava. – Sem entender fiquei pensando se havia dito alguma coisa errada.

— Tenho meus motivos. – Ele diz um pouco grosseiro e eu resolvo não tocar mais no mesmo assunto.

O restante do caminho foi silencioso. – Parei na calçada de frente pra minha casa e ele fez o mesmo.

— É aqui...

— Eu me lembro onde é. – Ele fala provocativo.

— Idiota... – falei baixo, mas audível.

— O que disse? – seu olhar de provocação estava ali.

— Até mais, Elliot. – me despeço virando em direção a minha casa.

— Minha pergunta, Rose May. – Elliot fala e eu volto a virar para olha-lo.

— Sua pergunta. – Fiz um gesto com a cabeça para que ele seguisse em frente.

— Você acredita no amor? – indaga olhando nos meus olhos.

 


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Notas finais do capítulo

Comente, faça uma autora feliz e motivada! ♡

Ps: teve BASTANTE Melliot, espero que vocês tenham gostado, porque eu mesma amo escrever as cenas dos dois!

Até,

Beijos ♡