Amor Imortal escrita por Mary Kate


Capítulo 15
Dr. Willyanson?!


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas queridas!!!
Devido tantos pedidos nos comentários e ainda mais uns
números de crescimento da fic cá estou!
Mais um capítulo quentinho para alegria geral da nação! hahaha
Então excelente leitura ;*



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POV Charlote/Anastácia

 

 

Vazio, escuridão, silêncio, escuridão...

Christiaaaaaan!!!

É um grito no vácuo, me debato e me sinto despertando. É como se começasse a cair aos poucos, e ao mesmo tempo parece que estou emergindo de um mar profundo, chegando a superfície do meu corpo, começo a sentir tudo, estou deitada, mexo as pálpebras e as abro devagar, estão pesadas, a sensação é parecida de quando acordei do coma. Agora de olhos abertos observo meu entorno, estou em uma cama de hospital, mas é um lugar extremamente chique. Parece quase um hotel, há paredes de vidro a minha frente e enormes janelas ao meu lado esquerdo. Onde também está sentado em uma poltrona Christian Grey dormindo, vejo que está tudo escuro lá fora. Não compreendo nada, aonde estou?! Como vim parar aqui?! Posso ver pela iluminação lá fora que uns pontinhos brancos caem do céu, acho que isso é neve! Neve?! Então eu não estou nas Bahamas! Fico agitada e me sento na cama, vou levantar mas estou ligada a vários fios, começo a tira-los com rapidez, quase grito quando arranco o do meu braço, pois era uma agulha de medicação intravenosa. As maquinas começam a apitar, vejo Christian acordar e olhar para mim então se levanta rápido e eu corro para a porta, sinto-me muito zonza, mas a abro e saio correndo. Sangue escorre pelo meu braço, sinto dor e frio. Vejo uma equipe vir correndo, então viro para correr para o outro lado, mas o Grey me segura.

— Me solta!!! Me solta!!! O que está acontecendo?! Aonde eu estou?! Me solta!!! – Grito me debatendo com força, ele me segura e me pega no colo mesmo contra toda o meu esforço, me coloca sobre o ombro pela dificuldade em me segurar de outro jeito. De repente sinto que recebo uma agulhada em minha nádega, olho para o lado e uma mulher, creio que seja uma enfermeira retira uma agulha com seringa do meu bumbum. – Não, não... o que está acontecendo?! – Tento ainda ser firme, mas começa tudo a sumir, caio no sono tombando o pescoço para frente.

...***...

Gemo baixinho, tento me mexer, vou tentando abrir os olhos de novo, ouço uma voz e sinto carinho em minha mão.

— Calma, por favor! Está tudo bem. Você está no hospital. – É Christian Grey, agora que estou de olhos abertos olho para seu rosto, ele parece cansado, está com olheiras e com os cabelos ainda mais bagunçados do que o de costume.

— Qual cidade? – Pergunto ainda sonolenta, ele alisa meu rosto, mas eu me mexo desconfortável, então ele para. Está tudo claro a nossa volta, pelo visto já amanheceu.

— Estamos em Seattle, no melhor hospital. Foi para o seu bem. Durante aquela situação da discussão você se virou abruptamente e deu de cara em um poste de metal, foi uma pancada muito forte. Você desmaiou e eu fiquei apavorado, já tinha chamado um neurocirurgião de confiança para que fosse nos encontrar na ilha, então foi ele que prestou os primeiros socorros pois já estava ali para responder suas perguntas após a nossa conversa, que eu queria que tivesse sido completamente diferente daquele desfecho infernal. O médico então sugeriu que você fosse colocada em coma induzido até chegarmos aqui para que você recebesse o melhor tratamento, o voo no jato foi muito rápido, você veio com toda a assistência. Chegando aqui passou por todos os exames, constataram um aneurisma no lobo temporal que precisa ser operado logo, mas eu achei melhor que você acordasse primeiro para escolher uma data, não achei que seria justo decidir tudo por você, acho que já lhe fizeram isso demais não?! – Ele me conta tudo, eu ainda não compreendo, parece que estou em um pesadelo ou sonho muito louco, não sei. Eu esperava recuperar as minhas lembranças, não descobrir que sou outra pessoa.

— E os meus pais? – Pergunto sem saber ao certo se quero saber.

— Eles estão sob custódia, lá nas Bahamas, infelizmente eu tenho que te dizer mais uma vez que você não é quem pensava ser e eles não são seus pais! – Fala compassadamente, com receio inclusive, começo a chorar, algumas lágrimas rolam por minha face. Ele estende a mão e toca minha bochecha, mas eu a retiro e seco meu rosto sozinha. – Eu sinto muito... – Ele diz, parece querer falar mais, porém não consegue.

— Eu só quero ser dona da minha vida, me lembrar de quem eu sou, sem precisar que as pessoas me digam o tempo inteiro. – Expresso um pouco do que estou sentindo.

— Eu compreendo. Não quero que sofra, esse momento foi tudo o que mais desejei nesses três anos! E eu nunca imaginei que seria desse jeito... Não esperava que fosse assim, não queria que lhe causasse dor nenhuma, achei que seria só felicidade se descobrisse que você está viva! – Ele diz arrasado, respiro fundo e engulo em seco.

— Eu... – Tento dizer algo, mas não encontro palavras, uma lagrima escorre por sua face, ele a seca rapidamente e fala, já que eu não consigo.

— Tem mais uma coisa, tinha umas medicações com você na sua bolsa, elas foram analisadas em laboratório e são remédios que apagam memórias antigas. – Diz sério me olhando nos olhos.

— O que?! – Pergunto chocada.

— Sim, são medicações que tem como função inibir a dor, conter a pressão intracraniana e também reter ou até apagar memórias antigas. Nós ainda não sabemos a que ponto eles afetaram o seu cérebro. – Ele diz com total seriedade, me sinto ainda mais perplexa, nunca vai parar de acontecer coisas loucas?!

— Isso não é possível! Eu só posso estar em um pesadelo! Há quanto tempo estou aqui? – Não posso acreditar no que está havendo, pergunto preocupada.

— Estamos em Seattle há cinco dias completando hoje. – Fico ainda mais atordoada, eu dormi dias, estou ouvindo um monte de coisas terríveis, é tanta coisa ao mesmo tempo.

— Eu quero ver o José! – Digo o olhando séria.

— Por que? – Ele fala se levantando, parece claramente chateado.

— Ele é a única pessoa em quem confio completamente, preciso ter alguém que conheça comigo. – Christian Grey passa a mão no rosto e fala completamente aborrecido enquanto caminha perto da cama.

— Eu sou seu marido! Você me conhece mais do que ninguém, nós nos amamos há mais de seis anos! Prometemos passar a vida inteira assim... e agora você quer ver outro homem?! – Ele fica aturdido e fala com exasperação, mágoa e raiva.

— Eu sinto muito, mas eu estou muito confusa, eu não lembro nem do que gosto no café da manhã! Preciso de alguém que me dê apoio emocional aqui. – Sou sincera, não quero magoa-lo, mas preciso de um pouco de direção, me sentir um pouco mais centrada de alguma forma.

— Panquecas de blueberry e chá preto... – Ele fala baixinho, quase um sussurro, me olhando com tristeza.

— O que?! – Quero compreender o que ele falou.

— Ninguém vai te apoiar mais do que eu! Ana! – O homem lindo e triste diz, ainda mais abatido e desolado. Sinto meu coração apertado por vê-lo assim, mas me dá raiva ouvi-lo me chamar por esse nome, que não reconheço.

— Não me chame assim! Eu nem sei quem sou eu, muito menos ela. – Digo chateada, não quero ser rude, mas estou cansada demais de tudo isso. Olho para as minhas mãos e vejo que estou sem meu anel de noivado, é um diamante pequeno, brilhante, simples em um anel de ouro branco de poucos quilates, apesar de não ser um anel muito caro, mas sei que José juntou muito para compra-lo e me deu com todo seu amor, sinto falta dele e da aliança em meu dedo. – Cadê a aliança do meu noivado com José? – Pergunto um pouco temerosa, ele me olha semicerrando os olhos, respira fundo, esfrega as mãos no rosto e vai até ao lado da minha maca, pega em cima do criado mudo uma caixinha de papel, tira de dentro a aliança e a estende para mim, ergo minha mão e ele a deposita.

— Tudo bem, acho que estou exigindo demais de você. – Fala com a voz grave e rouca, então dá as costas para mim saindo do quarto. Aperto o anel em minha mão e choro capciosamente, com todos os sentimentos a flor da pele.

...***....

Me olho no espelho do banheiro do quarto e não sei quem é essa pessoa a quem encaro. Charlote? Anastácia? Por que tudo isso aconteceu comigo? Por que fiquei assim? Toco no meu rosto, estou com um grande roxo que vai de parte da testa, passando pela lateral do olho direito indo até minha bochecha. Dou um gemidinho de dor porque está bem dolorido, aliso meus cabelos tão compridos, será que sempre gostei deles assim?! O que será que eu gosto ou não gosto?! Quem eu sou de verdade?! Respiro fundo... será que algum dia vou conseguir saber quem eu sou realmente?! Isso tudo é tão apavorante! Como pode você se olhar no espelho e não saber nada sobre si mesmo?! Reparo em meus braços, tenho alguns roxos neles também. Em um pulso, nos antebraços, braços... deve ter sido de tanto que me puxaram de um lado para o outro, fora um enorme no local da veia aonde arranquei a medicação ontem a noite. Agora não estou ligada a nenhuma medicação, mas quando estou na cama ainda há vários fios de monitoração, inclusive aquele que fica no polegar medindo a pulsação. Vou caminhando para sair do banheiro quando vejo um homem entrando, corro para a cama para acionar o alarme da enfermeira. Mas assim que ele retira o boné e os óculos, o reconheço. O homem bem alto, louro de cabelos lisos cortados de forma que algum fio sempre cai em sua face, olhos verdes penetrantes e sorriso inquieto.

— Dr. Willyanson o que faz aqui?! – Pergunto me sentando na cama e me cobrindo com o lençol.

— Vim te levar embora! Mas tem que ser escondido, esse lugar não é de confiança, nem ninguém aqui! – Fala apressadamente e de forma séria, me encarando com um certo receio.

— Como assim?! – Pergunto aturdida.

— Estão enganando você, não acredite em nada que te falam! Esse homem é um louco obcecado pela mulher falecida, está querendo colocar você no lugar dela! Vamos depressa, levante! Temos que sair pelas saídas de emergência. – Abro e fecho minha boca várias vezes, franzindo as sobrancelhas, não aguento mais tanta informação! Não sei mais o que fazer, em quem acreditar. – Vamos Charlote, vista isso aqui depressa! – Ele me apressa e joga um conjunto de moletom bem largo sobre a cama. Olho para aquelas peças e decido vestir, não sei o que estou fazendo, mas talvez seja bom sair daqui para ouvir outras pessoas. Me visto rápido sobre a própria camisola do hospital, enquanto ele observa a porta entreaberta. Coloco o boné e os óculos que ele também me dá e saímos rapidamente do quarto. Logo estamos indo pelos corredores, ele me guia até uma saída de emergência, empurramos a barra e passamos por ela rapidamente. Logo estamos descendo as escadas. – Temos que correr! – Dr. Willyanson diz descendo os degraus muito rápido, mas depois de alguns lances de escada me sinto fraca, fico ofegante e paro segurando na parede.

— Eu não aguento correr... – Puxo o ar com força, nesse momento ouço passos correndo um pouco distantes e alguém espia lá do alto das escadas acima de nós.

— Ela está aqui! Rápido! – Diz um segurança. Então meu antigo médico me pega no colo e desce correndo as escadas.

— Como sabia aonde eu estava?! – Pergunto a ele quando chegamos a garagem e ele me coloca no chão, agora ele é quem está um pouco ofegante, me puxa pela mão para irmos para um carro correndo.

— É... Venha, vamos! – Diz me puxando mais forte.

— Por que não me responde?! Como sabia onde eu estava? – Pergunto mais uma vez, estamos já em frente a um carro pequeno prata, puxo minha mão da sua.

— Não importa, vamos Anastácia! – Ele diz e imediatamente me olha com os olhos arregalados, fico paralisada e dou alguns passos para trás. Ele parece ficar furioso. – Porra! Olha o que me fez falar, esqueça isso! Entra na porra desse carro de uma vez! – Vem andando em minha direção e gesticula para todo lado.

— Não!!! – Grito andando para trás, ele vai me pegar, mas ouvimos os seguranças chegando correndo. Então rapidamente ele corre entra no carro e sai cantando pneus.

— Ele saiu em um gol prata, vamos rápido! – Os seguranças falam entre si, entram em dois carros e correm a toda velocidade. Começo a sentir meu corpo todo tremendo, tiro o boné e os óculos os jogando no chão, então mãos fortes me aparam, me viro e é o senhor Grey, o abraço, ele me segura com força.

— Quem você acha que era aquele homem? – Me pergunta sério enquanto ainda estamos abraçados, ele me abraça forte como se tivesse medo que eu pudesse sumir entre seus braços.

— Dr. Willyanson, ele vinha cuidando do meu caso como meu médico desde que acordei do coma em Exumas. – Explico nervosamente. Ele me encara com seriedade, me olha com atenção, segura meu rosto com as duas mãos e beija minha testa.

— Venha, você precisa descansar. – Fala me pegando no colo, depois caminha comigo até o elevador da garagem. Ao entrarmos na caixa de metal, ele fala cauteloso. – Aquele homem não é médico, ele é meu antigo sócio e ex melhor amigo Jack Hyde. – Sinto a tensão no seu corpo e na sua voz ao falar essas palavras, seus músculos se retesam por todo o corpo, vejo seu maxilar ficar travado, seu olhar sério, compenetrado, quase perfurando as portas do elevador a sua frente. O ambiente se torna tão tenso que é como se uma nevoa densa pairasse no ar, engulo em seco, pensando que uma faca agora cortaria o ar ao meio.


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Notas finais do capítulo

E aí esperavam por essa?! Haha ;D
O que vocês estão achando?!
Não fiquem com raiva da Charlote/Ana tá?!
Tentem se colocar no lugar dela e pensar, como seria
não saber nada sobre si mesma em três anos e não lembrar de
nada de antes disso... tanta informação jogada sobre ela de repente,
enfim é muita coisa!
Comentem, favoritem, acompanhem no modo visível!
A interação de vocês é fundamental!!!
Final de semana chegando que seja maraaaaa!!!
Bjinhuuuusss ;*