Vossa majestade escrita por Hamona Wayne
Fazia uma semana e eu estava enlouquecendo mais ainda por não ter goles. Mordia o lábio, apertava o rabo de cavalo, ruía as unhas e nada daquele sede passar. Tentei tomar outros tipos de líquidos, nenhum me agradou. Nenhum me deixaria perfeita. Perfeita para ser amada por minha mãe. E qual é a lógica de uma viciada? Se tinha gosto de álcool, ovo cru e peixe, comer isso dever fazer o mesmo efeito, né?
Os professores estavam em uma reunião, o que significa que a sala de Snape estaria prontinha para ser arrombada. Usei um clipe para abrir – bem clichê – e fui correndo para seu estoque. Lá estava um peixe cru, álcool puro e ovo venenoso. Fórmula de como morrer.
Luna me disse que meu subconsciente queria fugir, quem sabe ela havia acertado. Mastiguei o peixe e o ovo com força, usei álcool como se fosse bebida.
— Um brinde a mim – Bebi de novo – A pessoas mais ridícula do mundo. Obrigada, mamãe.
— Que viagem é essa?
Só esqueci que integrantes da Ordem da Fênix vigiavam com os corredores de Hogwarts. Antes que pudesse entender o que Ninfadora Tonks disse, caí no chão e desmaiei. Acordei na Ala hospitalar, com uma discussão de sussurros.
— Quietos, ela está acordando!
Achou que era a galera da Sonserina? Não. Era quase todos os professores.
— Ca... Dê... Minha... Mã?
— Ast! Licença – Daphne ficou na frente dos professores – Ast, você está bem? Sente alguma coisa? Alguma dor? Alguém te machucou?
— Eu... Quero um gole, Daph. Só um gole.
— Gole de quê, Ast?
— Srta. Greengrass, se importaria de deixar sua irmã, junto com todos presentes por um instante? – Pediu Dumbledore gentilmente
— É preciso?
— Pode ir.
Tossi um pouco. Daphne ficou com um olhar de quem visse um dementador. Se recordou de papai. Como se tivesse visto ele ali.
— Greengrass? – Chamou McGonagall
Daph e os professores foram embora. Me sentei e senti um seco na minha boca. Seco dos meus goles. Fiquei envergonhada de ser pega naquela situação. Ouvir o papo de tudo vai dá certo era o que eu menos precisava. Já estava cheia daquilo. Esvaziei minha mente, embora não foi preciso para ter acesso a informações.
— Gostaria de saber como vai sua missão?
— Minha missão?
— Sim.
— Ah, sim. Professor, lamento te informar, mas eu falhei.
— Falhou?
— Eu nem consigo falar com as pessoas da minha turma direito, como vou convencer elas?
— Boa pergunta. E sua irmã?
— O que tem?
— Uma menina cheia de amigos, certo?
— Sim. Mas os amigos dela não são preconceituosos já faz tempo, não tivemos nada a ver com isso.
— Tem certeza? Sabe porque não aceitei quando Snape propôs você como monitora?
— Snape propôs isso? Caramba!
— Sim, ele diz que precisa se esforçar em seus pontos fracos. Lamento muito pelo incidente do seu trabalho.
— Tudo bem, já ‘tô esquecendo isso.
— A senhorita não é de mandar, é de convencer. Já conheci alguém assim, não teve um final muito promissor. Entretanto, vejo que vem progredindo. Ajude outras pessoas.
— Como quem?
Como o cara que tentava matar ele, só isso. Ele apontou para a pessoa ao lado. Draco – cheio de cortes graves – dormia profundamente. Não me importei se Dumbledore permanecia lá, meu pitelzinho estava ferido. Toquei levemente em seu rosto. Ele se mexeu.
— Shii! Calma, calma. Ninguém vai machucar você.
Passei um bom tempo alisando seu cabelo e cantando baixinho. Só que as visitas para ele chegavam e tive que me conter. Daphne, Susan e Francis iam me ver, com uma bela bronca. Só não esperava ela.
— Oi? – Cumprimentou Ninfadora Tonks – Não sei se se lembra, te peguei tomando álcool e veneno – Assenti – É, foi bem estranho. Achei que seria um invasor ou sei lá. Sabia que ele é meu primo? – Neguei – É, nunca chegamos a nos falar. Ouvi falar que não é muito legal.
— Só de vez em quando. Às vezes, ele consegue ser bem agradável.
— Maneiro. É a namorada dele? Foi mal me intrometer. É que vi ele te olhando algumas vezes.
— N-Não. Não somos nem amigos direito. Só conversámos as vezes.
— Ah, entendi. Bem, eu acho que ele gosta de você. Por que não investe e torna ele uma pessoa um pouco melhor?
— Ele é uma pessoa boa, só está confuso.
— Saquei. Eu... Não vi sua mãe.
— Ela não sai da mansão.
— Nem pra ver a filha dela que tentou se matar? M-Me de-desculpe!
— Tudo bem. E não, ela não vem e nunca virá. Não é uma pessoa que se preocupa comigo.
— Entendi. Nem todo desperta esse sentimento materno, né?
— Não, mas isso não significa que precisa tratar os outros como se fossem nada.
— Eu não te conheço muito bem, mas... Se precisar de ajuda, é só chamar.
E ela me ajudou, não diretamente. Seu filho Ted me fez e faz muito bem. Um doce de menino.
- Obrigada, Nin-
— Tonks, por favor!
— Está bem. Obrigada, Tonks.
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