Vossa majestade escrita por Hamona Wayne


Capítulo 18
Minha irmã não, sua vadia!




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Na manhã seguinte, era dia de jogo. Sei como o time se esforçou, era contra Grifinória. Quase todas as meninas piravam legal – menos Flora porque ela se acha a fodona. Draco subiu no banco para fazer seu grande discurso.

— Hoje é nosso último jogo do ano, para alguns, o último da vida... – Falou, falou, não me lembro de tudo, ok? – Quero que joguem na vida como jogaremos hoje!

  Todo mundo bateu palma, inclusive eu. Parsy se jogou nos braços do namorado. Segurei na mão de Draco quando estava para sair, sorriu para mim.

— Espero que ganhe, quero dizer... Claro que vão ganhar, são os melhores em jogar, em voar, em tudo, tudo mes-

  Segurou meu rosto e me beijou.

— Obrigado por estar aqui. – Encostava nossas testas e deslizou os polegares para meus lábios – É importante pra mim, rainha.

— Eu sempre vou estar com você, pitelzinho.

  Nos beijamos mais uma vez e ele se juntou aos amigos, me reuni com as meninas.

— Escutem aqui, Bellas vadias! – Mandou Parsy – Vamos acabar com essa porra!

  A verdade é que não era o último jogo do ano, de fato. Só o nosso último jogo da Sonserina, então tínhamos que mitar bonito.

— Acho que vou tentar entrar no time, próximo ano – Falou Daph – Aposto que sou uma boa apanhadora.

— Com certeza. – Confirmei

  Entramos em campo, dançamos, cantamos. Susan quem me deu pezinho para dar mortal e Ge quem ficou no topo da pirâmide.  Acho que não preciso explicar passo a passo.

  Foi uma jogada emocionante, todos prestavam bem atenção. o adversário era muito veloz, ainda mais com a nova vassoura dela. Os dois estavam quase dividindo a vassoura de tão próximos para pegar o pomo. Quase. Quase. Quase. QUASE!

— UOOOOOOOOOOOOOOO!

— Sonserina vence! — Decretou Luna, como nova narradora

  Talvez porque o braço dele é maior, ou por causa da vassoura ou porque ele é melhor mesmo – sem querer ofender, já ofendendo -, Draco agarrou o pomo de ouro e nossa casa e somente nossa casa foi à loucura, tudo tão rápido e agitado.

  Não ganhamos a Taça das Casas, mas nada nos impediu de festejar. Comemorávamos no salão comunal, muito agitados. Bebemos cervejas amanteigadas, alguns tomavam álcool escondidos. Só sei que foi muito divertido, até o professor Slughorn entrou na nossa.

— Atenção! Atenção! – Chamou Draco, em cima de uma caixa, e todos se calaram – Esse não foi qualquer jogo, foi O jogo! – Gritamos – E eu, como capitão, devo agradecer a todos que se esforçaram, que aguentaram as humilhações dos idiotas e que teve a ambição de esfregar na cara deles quem manda!

  Por um instante, lembrei do velho Draco e de seus longos discursos sobre como era incrível e melhor que os outros.

— Mas, pelo menos eu, nunca conseguiria sozinho. Não só meu time me ajudou como a garota mais bonita e inteligente de Hogwarts.

— IIIIIIIIIIHHHHHHH!

  Não evitei sorrir envergonhada. Não sabia se escondia meu rosto ou tirava meus olhos dele. Fiz a segunda opção.

— Quem sempre me deu apoio quando precisei, a garota por quem estou completamente apaixonado. – Andou até mim e segurou minhas mãos – Aceita namorar comigo, rainha?

— ACEITA! ACEITA! ACEITA!    

— Como posso dizer não?

  Com a boca. Draco aumentou o sorriso, me puxou pela cintura e atacou meus lábios. Todo mundo gritou. Uma das melhores lembranças que tenho. Passei meus braços em volta de seu pescoço, me levantou do chão. Foi incrível.

  Namorar com Draco Malfoy tem muitas coisas boas. Por exemplo, ter amigos.

— Aí, Greengrass! – Me cumprimentaram, ao entrarem no Três vassouras

  Não só o time, como quase todo mundo ficou falando comigo.

— Oi, Astória! – Cumprimentou Parsy, me abraçando com força

  Parsy não exatamente foi uma pessoa ruim, só uma Maria vai com as outras. Tudo bem que ela já fez bastante besteira, quem liga?

— Oi, Parsy. Vai pedir alguma coisa?

— Que faça compras comigo, preciso de novas roupas urgentemente.

— Tudo bem, de que horas?

— Pode ser agora?

— ‘tô trabalhando.

— De novo?

— Você sabe que quando trabalha, deve vir todos os dias, não é?

— Não, nunca trabalhei. De que horas você acaba?

— Ah, não sei. Relaxa, que eu vou com você.

— É bom mesmo.

  Não fui naquele dia. Uma coisa legal de ter amigos é que eles te protegem, meus novos amigos faziam questão de fazer isso comigo. O que significa que se eu falasse com qualquer outra pessoa que não fosse da Sonserina, seria motivo suficiente de dá um ataque porque fariam algo comigo. E eu achando que Draco é superprotetor.

  Bastava eu entrar no Três vassouras, que meus amigos batiam palmas e todo mundo olhava sem entender.

— Aí, sra. Malfoy! – Brincavam

  Não sei se eu gostava ou ficava envergonhada.

— Oi, madame – Disse Zabine – Como vai com o capitão?

— Muito bem, obrigada por perguntar. O que vão pedir?

— Que sente aí, oras! – Respondeu Francis

  O grupo era formado por mim, Zabine, Parsy, Daphne, Susan, Draco, Francis, Yalex, Davis, os irmãos Winchester, as gêmeas Carrow e de vez em quando, Genésia e o primo dela.

— Ast, por que você prendia tanto seu cabelo? – Quis saber Flora

— Meu cabelo é muito fora do controle.

— Se solta, gata. – Sugeriu Tracey Davis

— Ah, não sei. Acho que... Tenho um pouco de vergonha.

— Uma sonserina tímida? Nunca pensei que estaria vivo para ver isso. – Comentou Yalex e alguns riram

— Não acredito! – Espantou-se madame Rosmeta – Esses são seus amigos, Ast?

— Eu sou a melhor amiga! – Exclamou Parsy

— Se a senhora quiser, volto a trabalhar agora mesmo.

— Nada disso! Fique aqui e aproveite com seus amigos.

— Tem certeza?

— Absoluta.

  Madame Rosmeta ficou sendo mais valorizada desde que servia comida de graça para meus amigos. Mesmo que alguns ainda continuassem preconceituosos, era divertido conversar com eles.

— Aposto que viro auror – Afirmou Dean Winchester – Imagina como vou ficar famoso.

— Só quer isso pra pegar a mulherada. – Revelou Sam, que era da Corvinal

— Pra fazer isso, só preciso do meu charme. O que vai fazer, Blásio?

— ‘tava pensando em trabalhar em Gringotes.

— Não precisa de um cérebro pra isso?

  Brincando, Zabine jogou batatas fritas em Francis.

— Olha o desperdício! – Reclamou Susan – Será que ainda dá pra comer?

— Aposto que Weasley comeria. – Murmurou Flora

  Nos viramos e vimos ele comendo um pratão de comida.

— Era tão pobre que não tinha o que comer, agora que pode gastar, deve ‘tá aproveitando. – Zombou a irmã dela

  Metade da mesa riu, permaneci calada. Não tinha gostado da brincadeira.

— Então, sra. Malfoy – Brincou Zabine – Draco é bom de cama?

  Quase me engasguei com o suco, fiquei tão envergonhada que levei minutos para me recompor. Estava social, mas nem tanto.

— N-Não sou s-sra. Malfoy.

— Por enquanto – Draco sentou do meu lado e me deu um beijo na cabeça – Esperem, logo teremos várias criancinhas correndo pela mansão.

— Do jeito que usam o armário de vassouras, me surpreendo por não terem dez filhos. – Disse Daphne e todos riram

— Vai se ferrar! – Mandei

— Ainda não respondeu minha pergunta. – Insistiu Zabine

— É... Bom... Nós... A gente... Ótimo... Isso aí.

  Abaixei a cabeça e fiquei mexendo na cerveja amanteigada com o canudo.

— Em outras palavras, é bom demais da conta. – Traduziu Francis e as risadas aumentaram

— Com certeza. – Sussurrei PARA MIM e riram mais uma vez

— Aí, Malfoy! – Parabenizou Yalex – Bom demais da conta!

— Lindo, forte e inteligente como eu, como podia não ser?

  O assunto foi mudando e ficávamos sempre muito animados. A mão dele desceu para minha coxa, sem malícia, e ficou me alisando. Claro que me arrepiei.

— Astória, querida – Madame Rosmeta apareceu toda arrumada – É que eu fui chamada para um encontro e têm poucas pessoas aqui, então-

— Pode deixar que eu fecho.

— Tem certeza? Não vai se incomodar?

— De jeito nenhum.

— Obrigada. Tchau para vocês.

  Madame Rosmeta se olhou no espelho mais uma vez e foi embora.

— Ela gosta muito de você. – Percebeu Parsy

— Uma grande amiga.

  Passou uma ou duas horas e o lugar estava praticamente vazio. Deixei as cadeiras em cima da mesa e fui cuidar da louça. Fui abraçada por trás e beijada no pescoço.

— Uma rainha não devia fazer isso. Por que não usa magia?

— É ilegal usar fora da escola, mesmo já sendo de maior, não me parece certo. – Colocou a mão dentro da minha blusa e apalpou minha barriga, subindo aos poucos – Já que está tão ativo, devia me ajudar com a louça.

— Feito.

  Me arrependi, Draco nunca tinha lavado um prato, imagine uma pilha deles. Ele lavava e eu secava e guardava. Tinha uma colher com um pouco de sujeira, então a molhei.

  Detalhe: colheres são muito ruins de lavar. Acabou molhando Draco e a mim também. Só de ruim, jogou um pouco em mim.

— Ei! Foi sem querer!

— Isso não.

  Me molhou de novo.

— Seu!

  Não demorou muito para que molhássemos um ao outro, travamos uma longa batalha. Resultando em nós dois encharcados. Como era sábado, não me importei de voltar a Hogwarts, poderia ir pela Casa dos gritos. Fui para o quarto – onde construí as bombas – e coloquei uma camisa grande de Draco, uma calça xadrez vermelhas, meias rosinhas e pantufas confortáveis.

— Penso se vai se vestir assim, quando morarmos juntos. – Falou Draco, ao descer

— Você não gosta?

— Não é isso, te acho maravilhosa. Só queria que saísse um pouco da sua bolha. – Segurou minha mão – Sabe que não precisa mais se esconder.

— Não ‘tô me escondendo, só me guardando. E acredite, não vai querer ver quando a bomba Greengrass explodir.

  Me levantou pela cintura e me sentou no balcão.

— Muito pelo contrário – desceu a mão para minha intimidade – vou amar.

  Mordi meu lábio inferior e alisei o peitoral dele por cima da camisa. Não tardou para que me beijasse com ferocidade e me deitasse por completo, ficando por cima de mim. Por de baixo da camisa, a mão dele tateava para apertar algo com força. Dei um gritinho. Baixou um pouco da minha calça, passando pela minha calcinha molhada.

  Enfiou o dedo em mim e não evitei gemer. Não tiramos totalmente as roupas, ele já estava querendo entrar em mim. Beijava meus lábios, arranhei o peito dele. Tirou seu dedo e colocou na minha boca, que lambi de prazer.

— Por trás. – Pediu – Por trás, Ast.

  Desci do balcão e me inclinei um pouco, empinando minha linda bunda. Senti uma dor com a grande mão de Draco batendo em mim.

— Ai!

— É disso que você gosta, não é, sua cachorra? Gosta de safadeza! – Me deu outro tapa – Diz que gosta, vai!

— Me pega de jeito, Draco! Me arregaça!

— Ah, eu vou!

  Ouvi o cinto sendo aberto, o zíper descendo e a calça caindo. Passou o dedo no meu anus – cu é uma palavra feia – e me deu outro tapa. Senti o pau ereto dele e gemi baixinho. Colocou metade e gememos alto. Continuou, continuou, continuou e continuou de novo.

  Fechei os olhos, mordi o lábio inferior. Ele apertou meu seio e se divertiu com meus gritos. Brincou de me deixar mais excitada mexendo na minha vagina.

— Vai, gostosa! Isso! Toma, porra! Pega! Pega! Caralho!

  Levantei minha perna e ele a segurou, apertando com força. Saiu de dentro de mim, me virou e me beijou como se não houvesse amanhã. Prendi minhas pernas em volta dele e me carregou até meu quarto.   

  Sorte que madame Rosmeta voltou apenas no outro dia, passamos horas ali. Acordei na cama do quarto das bombas, com o braço dele em cima de mim. Com o tempo, o trabalho foi ficando um pouco de lado, madame Rosmeta sempre me liberava para ficar com meus amigos e com meu namorado.

— O que vão pedir? – Perguntei a vocês

  Nem prestei atenção, vi Draco na outra rua, acenando para mim. Não segurei meu sorriso.

— Ouviu? – Perguntou Potter

— Quê?

— Quero um milk-shake de chocolate.

— Certo. – Tentava manter a concentração, mas ele estava bem ali, me esperando – Milk-shake de que mesmo?

— Querida, por que não sai um pouco? – Propôs madame Rosmeta

— Ah, não precisa.

— Eu insisto, vá aproveitar com seu namorado.

— Tem certeza?

— Claro, vá lá.

— Obrigada, madame Rosmeta.

  Fui quase que correndo. Tirei o avental e retoquei o batom. Ao sair, me atirei nos braços de Draco, literalmente, quase que caímos.

— Desculpa. – Pedi

— Tudo bem, não esperava por isso – Tirou um buquê lindo de rosas negras – O que acha?

— São linda! – Cheirei – São pra mim?

  Claro, né, animal.

— Pra quem mais seria?

  A tarde foi ótima, ficar com Draco é ótimo, não há companhia melhor. Só não pensei que traria tantas consequências.   

 - Demitida?! – Questionei – O que eu fiz, madame Rosmeta? É por causa que ando passando tempo demais com meus amigos? Porque se for-

— Claro que não é isso, querida – Respondeu – É que eu consegui uma garçonete de graça.

— De graça? Melhor do que eu?

— Melhor, aí já não posso dizer.

— Que avental feio – Reclamou Daphne – Fala, mana!

— Quê?! Você?!

— Peguei essa mocinha se agarrando com a namorada no banheiro, acredita?

— Ah, vão dizer que nunca fizeram isso?

— Já ao trabalho!

  Com uma cara azeda, Daphne foi atender as mesas.

— E o que eu vou fazer?

— Que tal pegar seu namorado, sra. Sem Atitude? – Sugeriu Daphne, não muito longe

— Eu tenho atitude!

— É mesmo, é? Boboca!

  Sem emprego, sem ter muito o que fazer em Hogsmeade. Será que era uma boa hora de fazer compras?

— Sempre é um bom momento para compras. – Avisou Pansy, andando na rua comigo, com o braço enrolado no meu – Mamãe sempre diz que uma menina bela é uma menina que entenda de beleza. Vai ver mandaram minha irmã para fora por causa que é feia.

— Não gosta da sua irmã?

— Ela é pior do que eu era.

— Tão ruim assim?

— Ei! – Rimos – Chegamos!

  A loja era cheia de roupas estilosas, com bastante brilho, couro, ou seja, o paraíso de Pansy.

— Por que não tira essa calça e coloca um shortinho? – Sugeriu, segurando um

— Isso é um short? Achei que fosse uma calcinha.

— Credo! – O sorriso dela sumiu – Olha quem ‘tá ali. – Você, Luna e Gina viam algumas roupas – Granger bem que podia ajeitar esse cabelinho fuaca dela, parece o ninho de uma coruja.

— Quanta maldade, Pan.

— E não é verdade? Ela não tem nenhum senso pra moda. Até a Weasley com as roupinhas de macho dela consegue ser melhor. A mais bonitinha é a Di-Lua, tem... O seu charme.

  Vimos várias roupas até chegarmos na sessão de sutiãs e calcinhas.

— Acha que Blásio vai gostar? – Perguntou, mostrando um conjunto preto muito sexy

— Acho que vai preferir o que tem por dentro.

— Você acha? Às vezes penso que não sou tão bonita. Quer dizer, com todas essas vagabundas quase esfregando a xereca nele, não sei se sou párea.

— Para tudo! Pansy Parkinson está insegura?

— Ha-ha, também tenho medo, ok? Você não?

— Ah, sei lá. Sei que Draco gosta de mim e é o que importa. E tenho certeza que Blásio é louco por você.

— Tomara, gosto dele de verdade. Até respeitou quando não quis, disse que vai ser mágico.

— Ah, isso é nor... – Arregalei os olhos – VOCÊ AINDA É VIRGEM?!

  Quase todo mundo olhou, não sei como ela me matou.

— Cala boca! E sim, eu sou. Qual o problema?

— Nossa! Eu... Nossa! – Havia entendido a reação de Francis, receber uma notícia bombástica de uma pessoa que você menos esperava – Eu... Como? Achei que tinha perdido com Draco.

— Quê? Não. Quer dizer, sou meio virgem. – Tenho trinta anos e bolinha e ainda não sei o que é ser meio virgem – Até quis dá pra ele, mas amarelei legal.

  Claro que tinha que ser insensível e me importar mais com meu namorado.

— E com que ele perdeu?

— Quem? Draco? Se não me engano, Emília Bulstrode. Lamento por ele, ela é feia de doer. Enfim, é nosso último ano e queria fazer uma surpresinha a Blásio. O que acha?

— Bom... Se se sentir pronta, vai nessa.

— E o que os homens gostam? Quer dizer, você quase transa todo dia, deve saber alguma coisa.

  Ignorei o fato dela ter me chamado de puta na minha cara e fui uma boa amiga, não estava podendo escolher.

— Olha, os caras gostam quando rebolamos.

— Você rebola?

— Toda garota que quer ver seu homem delirar faz isso.

— Nossa!

— Pois é. E morda o lábio inferior, deixa eles malucos.

  Dá conselhos sobre sexo à Pansy Parkinson estava na lista de coisas que nunca imaginei que faria, logo abaixo de nunca ter filhos – não deu muito certo, não é mesmo?

  Compramos várias roupas, a vendedora passou a ser mais gentil com a gente.

— Não vai comprar nada? – Indagou

— Não.

— Ah, vamos, Astória! Você é tão linda.

— Obrigada, mas gosto das minhas roupas e não preciso de mais nenhuma.

— É sério, devia se soltar um pouco.

— Quem sabe um dia. – Entramos no Três Vassouras e sentamos em uma mesa – Então, o que vai fazer da vida?

— Não sei, talvez... Esquece.

— Vai, fala.

— Algo relacionado a moda. Não, modelo, não. Como...

— Jornalista de moda?

— Ah, sei lá. Talvez. Não tenho nenhuma experiência profissional. – Ainda assim, virou editora-chefe – Gosto de roupas e de vestir elas e de produzir minhas amigas. Só... Não sei se daria muito certo.

— Tenho certeza que vai ser ótima no que quiser, inclusive isso.

  Pansy abriu um sorriso para mim, já disse que amo ter amigas?

— Como vai, meninas? – Cumprimentou madame Rosmeta – Algum lanchinho?

— Ainda estou decidindo, mas tenho certeza que quero um sorvete de morango. – Respondeu Pansy

— Já a caminho. – Falou madame Rosmeta – E você, Ast?

— Cadê Daph? Ainda não vi ela.

— Está no banheiro faz tempo, disse-

  Levamos um susto com um grande barulho vindo da PORRA DO BANHEIRO FEMININO. Esse não era meu único susto, era porque tinha o mesmo barulho das minhas bombas. Fui a primeira a entrar lá, havia um gás branco.

— Daphne! Daphne!

  Ninguém respondeu. O gás passou e as paredes estavam machadas de xingamentos como sapatona Maria macho. Fiquei bastante puta.

— Daphne!  

 Subi em cima da privada ao lado.

— Daphne?!

  Minha irmã estava com a bunda colada na tampa da privada. Sua cara tinha sido rabiscada com o desenho de um pênis e ela chorava silenciosamente, cabisbaixa. Sem esquecer daquilo, um vibrador na sua boca, foi a gota d’água. Saí de onde estava e arrombei a porta a chutando. Tirei a de lá à força, Daphne começou a chorar mais ainda.

  Tirei o vibrador que estava preso nela e abracei com força, algumas pessoas já estavam se aproximando.

— F-Falaram q-que e-eu era errada, d-desiq-quilibrada.

— Quem fez isso com você? Nott não foi. – Daphne abaixou a cabeça – Daphne!

— E-Eu n-não fiz nada, d-disse que p-podia ficar com ele.

— Daphne!

  Abaixou a cabeça, constrangida.

— F-Foi... D-Dove.

— Como é?

  Meu sangue fervia sem parar, fiquei mais irritada do que com Nott. Iria quebra-la por inteira. E lá estava ela, rindo com suas amigas. Peguei o suco de Neville, sem me importar com as reclamações, fui até ela e sujei seu lindo cabelinho. As amigas dela ficaram espantadas.

— Sua vadia!

  Antes que tentasse algo, dei um soco na cara dela, ela caiu. Fiquei em cima dela e voltei a bater nela. Tentavam me tirar de lá, mas eu batia nela com mais força e raiva. Só saí quando madame Rosmeta me puxou. O sangue dela estava coberto de sangue, seus olhos roxos e ainda quebrei uns dois ou três dentes dela.

— Você pode bater em mim! Pode me humilhar! Me xingar! Mas NUNCA MEXA COM A MINHA IRMÃ!

  Me livrei da madame Rosmeta e fiquei andando por aí, estava tão irritada. Se pudesse, bateria mais. Tanta raiva, tanta.  

— Ei, Ast!

  Ele estava lá por mim, não queria que estivesse agora, poderia machuca-lo outra vez.

— Agora não, Draco! – Ele parou – Estou muito irritada! Quero brigar, mas não quero que seja com você! – Se aproximou lentamente – Eu mandei ir embora! Vai embora! Sai daqui! – Me abraçou com força – Sai... Daqui...

— Não pode me mandar embora, sempre estarei aqui.

  Incrível como Draco consegue mudar meu humor em tão poucos segundos. Fiquei sentada entre as pernas dele, acariciava minha mão dolorida.

— Belos socos. – Elogiou

— Queria ter dado mais, nunca detestei tanto alguém assim. Me sentia culpada pelos irmãos dela irem pra Casa de cura, mas-

— Mas não foi você que criou aquele lugar. Você não fez nada, Ast. Nada de ruim – Beijou meu pescoço – Você é linda, sabia? Às vezes, penso se é verdade, se você está aqui e se gosta de mim.

  Me virei para ele e lhe dei um selinho.

— Sabe que penso a mesma coisa de você.

  Ficamos juntos até eu dizer que precisava ver minha irmã. Era mentira, estava envergonhada de voltar para lá. As fofocas de eu ter quebrado a cara de Dove eram fortes. Por causa disso, poucas pessoas mexiam comigo. E as que mexiam, nunca era diretamente.

  Bater em Dove me fez ser uma pessoa que eu não conhecia, uma pessoa violenta. McGonagall até tentava falar comigo, mas eu sempre escapulia. Não queria ter aquela conversa chata. Todo mundo me olhava como se eu fosse perigosa, já estava ficando chato.

  Em Hogwarts, fizeram uma brincadeira irritante. Atrás de mim, todos falavam e murmuravam algo. Quando me virava, corriam. Tinha algo no meu cabelo?

— Que merda é essa, Astória?

  Francis tirou um pedaço de pergaminho grudado em minhas costas. Se não fosse por ele, não teria percebido.

“Bonequinha de comensal ataca outra vez”

  Não era Dove, sempre fugia quando me via. Olhei para as pessoas, viraram a cara na hora.

— E-Eu...

  Do que adiantava ter me livrado de Dove se toda escola estava em cima de mim?

— Vem comigo.

  Francis me acompanhou até o salão comunal. Nada saía da minha boca, estava tão... Tão...

— Ast – Francis pegou no meu cabelo – sabe que isso não é porque você bateu em Dove, não é?

— E por que seria?

— Malfoy, é claro! Ele te deu essa fama!

— Quer que eu faça o quê? Me afaste dele? Pois saiba que passo por isso até o fim dos meus dias, mas não largo dele! Estou apaixonada, Francis, e não é um bando de idiotas que vão me separar dele!

  Não quis ouvir o que tinha a dizer, subi para meu quarto. Deitei na cama e abracei meu travesseiro.

— Adorei a declaração.

  Draco se apoiava no batente da porta.

— Draco?! Como-

— Monitores-chefes podem entrar onde bem entendem, baby – Sentou na minha frente – Como você acha que te vejo dormir?

— Você... – cheguei perto – me vê dormir?

— B-Bem... D-De vez em quando.

— Ai – sentei no colo dele – que romântico. O que mais você faz quando eu durmo?

— Eu... Toco no seu cabelo, acaricio ele, brinco com seus dedos, cheiro seu pescoço, te dou um beijo na bochecha e na boca e, antes de ir embora, dou boa noite com um leve abraço.

— Faz tudo isso?

— Tudo isso e muito mais. E ELE NÃO ME ESTRUPOU!!! 

  Fechamos as cortinas da cama e me deitou. Desabotoou minha calça e a arrancou de uma vez. Tirou minha calcinha e alisou minha vagina bem gostoso. Beijou minhas pernas só para provocar, me arrepiei toda.

— Ah, baby. Está toda molhadinha.

— Estou, é? Me seca, dr. Malfoy?

  Atacou minha intimidade com a língua e dois dedos, alisava seus cabelos, apertava o lençol. Ainda me masturbando, tirou minha blusa. Beijou meu pescoço, alisou meu corpo, apertando cada pedacinho. Me beijou, tocou meu seio e chupou com vontade, os avermelhando.

— Draco, você tomou-

— Já, já.

 Temos que nos proteger, como sempre fazemos. Ele que sempre cuidava dessa parte. Nossa posição favorita é quando fico por cima, diz que pareço um anjo. Segurava na minha cintura, nos meus seios, tapeava minha bunda. Rebolava e ele ama isso. Chegamos ao ápice e ele ficou em cima de mim, com o pescoço enterrado no meu ombro – como de costume.

— Não se vai dá certo, Ast.

— O quê?

— Eu te adoro – beijou minha bochecha – mas você quer mesmo ser a bonequinha do comensal? Não vale a pena.

— Tem razão – Draco tentou sair de cima, mas o puxei para mim – Quero ser a bonequinha do doutor, dr. Malfoy.

— Ast-

— Não vou desistir de você, Draco. Não vou.

  Entedia o que Pansy queria dizer sobre insegurança. Meu medo – principal – não era que me trocasse por outra, e sim, que me deixasse pelo jeito que me tratavam. Já tinha outra coisa para carregar nas costas, o peso de ser a bonequinha de comensal. Sem esquecer que dia 30 estava para chegar.

— Como assim não quero aniversário? – Bronqueou madame Rosmeta, em sua propriedade – Vai ter sim! Ora essa! Onde já se viu? Uma menina linda dessa fazer dezoito anos não querer festa?! Nem pensar!

— Madame Rosmeta, dia 30 é o Dia de Dumbledore. Como é que vamos fazer uma festa?

  Se meu aniversário já era esquecido, ficou de vez sendo no dia de feriado em homenagem ao maior bruxo de todos os tempos.

— E daí? Onde já se viu, feriado no dia de morte? Gente doida! Era pra fazer no aniversário de nascimento!

— Cai quando? – Perguntou Francis

— Não sei, não é feriado.

— Ela ‘tá certa – Apoiou Pansy – Quero tirar altas fotos com minha melhor amiga, querida!

— Faz, Astória, por favor – Implorou Yalex – ‘tô louco pra pegar a Carrow.

— Ninguém tem culpa se não tem atitude.

— OOOOOOOOOO!

— Deixa de ser chata, Ast – Pediu Daphne, ao meu lado – O que uma festa de aniversário pode trazer de ruim?

— Festa! Festa! Festa! – Cantou o povo

— Tudo bem – Cedi e eles comemoraram – Mas nada exagerado, só a gente aqui, comendo bolo e bebendo um pouco.

  Um pouco? Até parece. Faltava uma semana e as meninas não paravam de me incomodar com isso. Decidimos que o tema seria anos 60 trouxa e todos correram para as lojas para comprar roupas e meus presentes.

— Não acha que está exagerando? – Quis saber, quando Parsy me maquiava

— Claro que não, está um chuchu. É assim que eles falam, né?

— Arrã. Acha que se incomodaram o tema?

— Se ficaram ou não, pouco importa. O dia é seu.

— Obrigada, Pan. Você é a amiga que sempre desejei.

— Vem cá, fofucha.

  Me abraçou forte.

— Já vou indo, preciso me arrumar. – Relatou – Te vejo lá, ok?

  Confiando na supervisão de madame Rosmeta, McGonagall liberou que eu e meus amigos passássemos a noite lá. É, eu sei, ela me ama. A festa foi marcada para sete e eu já estava superanciosa.

  Caminhava pelos corredores de Hogwarts com meus tamanquinhos barulhentos, um lindo vestido verde de bolinhas brancas, uma faixa enrolada no cabelo e o colar que ganhei de Draco – só descobri aquilo nessa noite.

— Está bonita, Astória. – Elogiou Hagrid, me acompanhando até a saída

— Obrigada, o senhor não vem mesmo?

— Senhor é meu pai e não, não vou poder ir. Tenho que cuidar de alguns amiguinhos.

  Às vezes penso que Hagrid recusa meus convites porque se acha inferior, acho isso uma bobagem, adoro ele – até mando cartões postais. Estava combinado que eu seria a última a chegar, a decoração era

— Surpresa!

  Tudo lindo! Discos presos a cordinhas no teto, cheio brilho e

— Parabéns! – Daphne me abraçou – Dezoito aninhos!

— Já ‘tá ficando velha! – Brincou Dean

— Vá cagar. – Mandei – Estão tão lindos!

— Se você diz. – Soltaram as Carrow

  Sei que nem todos deixaram o preconceito de lado, mas foi muito legal terem que aguentar tudo isso por mim. Não foi apenas nosso grupo, Slughorn, madame Pince e, em uma pequena ida, a própria McGonagall. A música tocava animadamente, eu mexia meus pezinhos no ar pois sentava em uma cadeira alta.

— Por que ainda está parada, menina? – Indagou madame Rosmeta

— Queria ver Draco, ele ainda não chegou?

— Por que ter ele, se pode ter a mim? – Ofereceu-se Francis

— Porque ela tem dono. – Respondeu Blásio, protegendo o amigo

— É, e olha ele ali! – Apontou Pansy

  Ficou tudo em câmera lenta para mim, lá estava ele, meu Draco. Usando uma calça jeans, uma camisa preta, uma jaqueta de couro e óculos escuros, o meu homem descia as escadas. Algo dentro de mim despertou.

— Pansy – ela se aproximou para que eu sussurrasse – estou chovendo e não digo por onde.

— Menina!

  Como um filme, alisou o cabelo para trás e olhou para mim. Um leve vento fez meu cabelo voar, mordi o lábio inferior, ele sorriu. A cada passo, meu coração batia mais rápido.

— Senhores, senhoras – Todos se afastaram – Como vai, broto?

— Cheia de tesão. Já te disseram que é um pão?

— Sou, é? – Ficou entre minhas pernas e eu assenti com uma cara de inocência – E o que a rainha acha?

— Que não passa de um tremendão, pitelzinho.

  Apertando minha coxa e segurando minha cintura, atacou meus sedentos lábios. Segurei em seu rosto, tocava minhas costas. Já tirava sua jaqueta quando nos chamaram.

— Ei, parem de se comer e venham dançar! – Chamou Daphne

  Foi a primeira vez que dancei com tanta gente animada – tirando o Baile de Inverno. Draco se juntou aos rapazes que não queriam dançar tanto. Foi incrível, Sam Winchester tentava pegar Emília Bulstrode, dando muitos motivos de zoações até hoje.

— Ast – Chamou Pansy – Acho que vamos fazer hoje.

— Não brinca?!

— Nunca faria isso, ‘tô uma pilha.

— Relaxa, gata. Vai na fé, que dá tudo certo.

  Bastou tocar Biquíni de bolinha que eu endoidei. Percebi que Draco conversava e ainda não tirava os olhos de mim. Comecei a dançar para ele, rebolei um pouco, mordia o lábio, mexia no cabelo. Sentei no banquinho do balcão enquanto tomava um milk-shake de morango.

— Não devia fazer esse showzinho pra mim aqui. – Sussurrou Draco, no meu ouvido

— Não gostou?

— Ah, baby, como posso não gostar? – Beijou meu pescoço – Adoro tudo em você.

  Me virei para ele e tomei um gole da bebida. Draco abriu um sorriso malicioso e segurou minha mão.

— Gostaria de dançar comigo?

— Amaria.

  Dançamos várias vezes, mas essa foi épica, tocou Mar de rosas. Me levou para o centro da pista, pôs a mão na minha cintura e eu, em seu ombro. Dançamos alegremente. E não dançava por obrigação, e sim, por mim, porque estava apaixonado por mim. Ok, falando desse jeito, parece ser por obrigação. Enfim, dois passinhos para lá e para cá. A parte mais emocionante foi quando enrolei minhas pernas em seu tronco e me girou.

— Hora do parabéns! – Anunciou madame Rosmeta

  Normalmente, o aniversariante não sabe o que fazer nessas horas. Já eu não tinha esses problemas. Todos ficaram em volta do bolo, um lindo e gostoso bolo de chocolate branco e uma cobertura verdinha. A vela era uma linda bonequinha de Lady cobra.

  Todos meus amigos cantando e batendo palma para mim, fiquei tão emocionada que deixei uma lágrima cair. E claro, tinha aquela parte.

Com quem será

Com quem será

Com quem será

Que Astória vai casar

Vai depender

Vai depender

Vai depender

Se Draco vai querer

Ele aceitou

Ele aceitou

Ele aceitou

E depois se separou

Passou um mês

Passou um mês

Passou um mês

E casaram outra vez

Passou um século

Passou um século

Passou um século

E fizeram muito sexo

OOOOOOOOOOOOOO

  Não me aguentei, o puxei pela camisa e o beijei – minha perna até levantou. Para mim, a parte mais complicada é escolher quem vai comer o primeiro pedaço e ter

— Discurso! Discurso! Discurso!

— Tudo bem – Cedi – Essa pessoa me ajudou muito, quando eu mais precisei. É importante pra mim, me acolheu e os que amo – Achava que era Draco, não é? – O primeiro pedaço vai pra minha mãezinha, não de sangue, de coração, madame Rosmeta!

  Lágrimas corriam pelos meus olhos, ela me abraçou com força.

— Discurso! Discurso! Discurso!

— Bem, o que dizer, não é? Quando conheci Ast, ela estava sentada sozinha numa mesa, era bem pequenininha. Ter ela aqui, não só me ajudou com o restaurante, mas deixando uma velha muito feliz. – ( - Uma velha bem conservada. – Brincou Dean). – Pode não ter vindo de mim, mas é e sempre será minha menina.

  A abracei mais uma vez, todos bateram palmas. O bolo estava delicioso, todo mundo comia, dançava ou se beijava.

— Toma, querida – Madame Rosmeta entregou um copo com uísque de fogo – Devia ter de dado ano passado, mas tinha gente demais.

  Slughorn já estava bêbado junto com madame Pince, então nada me impedia de beber um pouquinho. Senti como se minha garganta estivesse sido queimada. Todos olharam para mim, ansiosos.

— É bom. – Informei e todos comemoraram

  Dei mais um gole e tive a mesma sensação, já na última, não senti mais nada. Nunca pensei que gostaria tanto de uma coisa, a bebida se tornou o terceiro amor da minha vida – ok, quarto, os meus filhos são mais importantes. Não demorou para que eu enchesse a cara com força e todos, eu disse, TODOS estivessem embriagados.

  Eu e Draco dançávamos que nem dois animais loucos, todo mundo, na verdade.

— Dracoo! – Chamei

— Oiii!

— Eu te amooo!

— O quê?

— Eu disse que te amooo!

— Não, ‘tô ouvidooo! Vamos saiiir?

— Okkkk.

— Já vão? – Perguntou madame Rosmeta – Seus safadinhos!

— Obrigada, mainhaaa!

— De nada, querida!

  Saímos cantando e caindo nos cantos. Talvez tenha sido a bebida, juro que vi você e o resto dos seus amigos, quando saímos de lá.

— Oi, Gininhainha! – Cumprimente girando – Oi, oi!

— Isso rima com arroz. – Avisou Draco, ao meu lado

— Não rima não.

— Isso rima com limão.

— Caraca, rima sim.

  Ficamos rindo. Tentando manter o equilíbrio, chegamos na Casa dos gritos.

— OLÁ! – Gritei e ri com o eco – ECO!

— ECO! ECO! – Repetiu Draco rindo – ECO! MELECO!

— O que é meleco?

— É o esposo da meleca, dã! Sabe qual a esposa da Me como?

— Me coma?

— Beleza.

  Segurando na minha cintura, me guiou para que me deitasse em uma mesa. Como somos nós, ela quebrou.

— Você ‘tá bem, Astória ória?

  Comecei a rir e ele também.

— ‘tô, Draco aco. – Ria mais – Aco.

— Ótimo – Ficou sobre mim – Não me sinto mal se fizer isso. – Me deu um selinho, apoiando seus braços no resto da mesa. – É a coisa mais linda que já vi. Mas não é não, porque é um leão.

— Eu sou um leão? – Ele assentiu – Por que sou um leão, pitelzinho?

— Porque tem coragem de ficar comigo.

  Alisei sua bochecha.

— Prefiro ser uma cobra, sabe por quê? – Negou – Os leões assumem, enfrentam, mas por quanto tempo? As cobras sabem o que querem e não descansam até conseguirem – Fiquei bem próxima – E você, Draco, é o quero e é o que vou ter. Eu posso, eu quero, eu consigo.

  Atacou meus lábios ferozmente, sua mão apertava minha coxa, e minhas unhas o arranhava por cima da camisa. Fui sentando até ficar em seu colo, Draco me segurou e me carregou para o andar de cima. Me jogou na cama e tirou a camisa depressa. Voltou a me beijar, mas parou.

— Que foi? – Perguntei

— O que você disse quando dançávamos?

  Segurei o rostinho dele e encostei nossos narizes.

— Que eu te amo e não vivo sem você.

  Normalmente, as pessoas ficam felizes com isso, saber que é amado é gracioso. Draco não agiu assim de primeira. Ficou um pouco longe de mim, ainda sentado na cama e olhando para os sapatos. Meu coração apertou, o abracei por trás.

— Que foi, amor? Você não me ama?

— ‘tá brincando? Te amo mais do que tudo, Ast.

— E qual o problema?

— Você me ama mesmo?

— Mais do que tudo tudinho.

— Você sabe o que eu passei e passo, como sou. Sabe – mostrou a marca negra – disso.

— Draco-

— Como pode amar alguém assim? Alguém com isso? Sei que sofre por minha causa, que as pessoas fogem de você.

— E que corram! – Fiquei de joelhos na sua frente, segurando suas mãos – Que vão pro raio que os parta!  Só não quero perder você, amor.

— E não vai – segurou meu rosto com as duas mãos – sempre fui teu, Ast. Só não sei se... Não merece isso, merece um cara legal que te ame e te proteja. E não posso te defender de todos, não posso-

  Coloquei meu dedo indicador em seus lábios.

— Não diga mais nada, diga que ama e que faria qualquer coisa para manter esse relacionamento. Que não vai deixar seus machucados interferir na sua felicidade e que vai-

  Me puxou para um beijo de tirar o fôlego.

— Eu te amo, Ast.

  Segurei na marca negra.

— Isso não é nada comparado ao nosso amor, ok?

  Ri com uma ideia doida que tive.

— Que foi?

— Tive... Uma ideia doida.

— Qual?

— Não vou dizeeer.

— Por favooor.

— E se... Você tatuasse meu nome?

— Quê?

— Pensa, pensa. Lá está você, triste com essa coisa horrorosa, vira o braço e pá! – apontei para seu pulso – Tem meu nomezinho aí e você sorrir – Não disse nada – É muito ruim?

— Ruim? É ótimo! Quero muito, muito seu lindo nome aqui. Você pode escrever? Diz que siiim!

— Siiim!

— Ast, meu amor mais lindo, posso assinar em você também? Deixa, vai! Por favorzinho.

— Tudo bem! Como a gente vai fazer isso?

— Com a varinha.

  Parecíamos duas crianças sentadas na cama, ansiosas para abrir presentes de natal. Ele segurava meu pulso e sua varinha.

— Vai doer? – Perguntei manhosa

— Não mais do que vou fazer na sua linda vagina.

— Ei! – Dei um empurrãozinho nele – ‘tô com medo.

— Pode confiar em mim.

  Ficou em silêncio por um minuto.

— Que foi, pitelzinho?

— Não sei o que escrever, colocar nossos nomes fica meio sem graça, né?

— Total. Uh! Já sei! Já sei!

— O quê? O quê?

— Por que não assina Gostosão? Você é tão Gostosão, pitelzinho?

— Não, fica meio... É claro! Vou assinar Pitelzinho!

— E eu vou assinar Rainha! Eu te amo tanto!

— Eu te amo mais!

  Segurou meu queixo e me beijou. Encostou a varinha na metade do meu braço e fez a primeira letra.

— AI, DRACO! Isso dói demais!

— Desculpa, desculpa – Beijou meu braço, que doía como se tivesse queimado – Desculpa, Ast. Mas ainda têm umas... Quatro letras pra acabar.

— Pitelzinho não têm cinco letras.

— Não? Caraca, minha vida é uma mentira. Pronta?

— Não, mas quero que acabe logo.

— Tudo bem. Se doer muito, pode apertar minha mão.

— Não vai te machucar?

— Nada em você me machuca.

— Queria dizer o mesmo de você.

  Rimos de novo. Não sei como é a dor fazer uma tatuagem como os trouxas, mas o jeito bruxo deve ser bem pior. Como se queimassem seu corpo sem dó. A gramática ficou certa, só umas letras que ficaram maiores e mais retas do que as outras. Encostou seus lábios nos meus mais uma vez.

— Como se sente?

— Com sede de vingança.

  Peguei minha varinha e alisei seu pálido braço. Ele parecia sentir mais dor, mesmo tendo menos letras que as minhas. Beijei sua tatuagem e depois o abracei.

— Eu te amo.

  Não sei se transamos, só sei que dormimos com os pulsos tatuados colados e os dedos entrelaçados. Usava seus óculos escuros e ele estava cheio de batom. Minha cabeça parecia que ia explodir.

— Ast?

  Tirei os óculos, seus olhos estavam fechados e tinha um forte hálito podre de álcool.

— Fecha a boquinha, meu amor. Seu hálito ‘tá podre.

  Abriu os olhos e tirei os óculos, nos encaramos por alguns segundos. Cheguei destruída no salão comunal.

— Olha ela! – Exclamou Daphne, saindo como se fosse um grito nos meus ouvidos

— Cala boca que eu ‘tô cansada.

  Me joguei no sofá.

— Vou indo lá pra cima, tchau.

  Me deu um selinho demorado e subiu para o quarto.

— Espera aí! – Daphne e Susan seguraram meu braço – É uma tatuagem?!

  Olhei surpresa para as palavras marcadas no meu braço – para pulso – e sorri boba. Amava ficar com Draco e com os amigos que me restaram, me deixavam tão feliz.

— Astória, sua louca! – Exclamou Pansy, quando andávamos no corredor – Não creio que você fez isso! Não creio!

— Sabe que nem eu acredito. – Admiti

— E seu aniversário rendeu e muito – diminuiu o volume – nós fizemos.

— O quê? Onde?

— No Três vassouras mesmo, ele foi delicado comigo, me acalmou, me ajudou.

— Te relaxou.

—  Merlin! – Rimos – Mas é, ele... Foi incrível. Mesmo bêbados, ainda lembro de tudo, cada detalhizinho íntimo. Das suas fortes mãos me agarrando pela cintura e... Nossa! Nunca fiquei tão apaixonada, agora sei como se sente.

— E como. Não consegue parar de sorrir e quer ficar do lado dele o tempo todo. O tempo fica mais lento quando está longe e quase voa quando está perto. É um-

— Sonho? Sem dúvidas. Deixa eu ver sua tatuagem de novo? Acho linda! – Dei meu braço a ela – Acho que nunca teria coragem de fazer isso.

— Sabe que nem pensei nisso. Mas não por causa do álcool, não. Foi porque gosto dele e queria sua marca permanente.

— É mesmo, é? – Fui abraçada por trás e beijada várias vezes no pescoço até ficar envergonhada – Me diz, Pansy. Existe garota mais fofa que minha Ast?

— Fofa, eu não sei, mas a gata, só minha Pan. – Falou Blásio, abraçando minha amiga por trás também – Uma gata dessas não encontra em qualquer lugar, não.

  Um grupo idiota de corvinos nos avistaram e andaram às pressas, fofocando como sempre. Óbvio que ficamos constrangidos.

— Então – falei – o que querem fazer quando saírem daqui?


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