Esme's sister escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 9
Capítulo 8




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Capítulo 8

PDV da autora

Dois meses se passaram e agora a barriga de Esme já está aparecendo. Ela sorri admirando seu abdome enquanto espera sentada seus alunos chegarem para a aula. A primeira deles como quase todos os dias é a pequena Carolina. Apesar dela ser a mais nova da turma que tem alunos de oito a doze anos, ela é a mais dedicada, estudiosa, e aplicada dentre os colegas. Senta na carteira logo na frente da escrivaninha da professora e é muito esperta sempre curiosa perguntando sobre qualquer assunto até entender. De certa forma a lembra uma versão dela mesma quando criança. Os pais dela devem ter orgulho da filha.

Esme estava tão imersa em seus próprios pensamentos que nem percebeu que a menina tinha chegado e estava na sua frente debruçada sobre a mesa:

— Titia Anne! Titia Anne! – ela chamava com sua voz infantil e gostosa de ouvir. – Você está bem tia?

Ela pisca como se tivesse acabado de acordar:

— Eu estou bem, querida, não se preocupe – acabava de dizer isso quando sente um esbarrão por dentro no ventre – Ah! – suspira. – Bom dia filho! – Esme sente que será um menino. Mesmo assim ela sabe que ter escapado foi o certo a fazer. Talvez Charles nem permitisse a criança nascer. E se fosse uma menina, ela temia que abusasse dela também como fazia com ela, por isso fugiu.

Carolina olha ao redor e não encontra ninguém, só elas duas:

— Você está falando com quem tia?

— Meu filho acabou de acordar, eu acho.

— Você está grávida tia?

Caroline entende, mas não parece ficar alegre com o fato, seus olhinhos se contraem.

— Estou sim sweetie.

Mal Esme terminou de falar a garotinha veio até seu colo e lhe deu um abraço com toda sua força de criança.

— O que foi, querida?

— Não quero que você morra.

— Eu não vou morrer, filha. – Antes que Esme pudesse pensar já falou, mas Carol não vai entender não há com que se preocupar. Além disso aqui as pessoas parem tratar assim todos os jovens.  - Por que você acha isso?

— Minha mãe morreu pouco depois que meu irmão mais novo nasceu.

— Quantos anos ele tem? – de repente Esme fica curiosa para saber mais sobre a vida da garota.

— Seis, professora. Durante dois anos minha vovó cuidou dele, mas depois que ela morreu em cuido dele de outro irmão, da casa e de meu pai.

— Tudo sozinha?

— Sim. Viemos de Toledo para cá e não temos nenhum parente aqui. Meu pai quis mudar depois que mamãe morreu.

Esme percebe que a menina tinha uma relação maior e mais próxima com a mãe do que com o pai. É mesmo muito triste que ela tenha morrido. Coitada da filha!

— Seu pai não ajuda?

Carolina é apenas uma menina ainda. Esse pai deve ser muito machista e pensa que cuidar da casa é coisa de mulher. Ele lembra seu ex-marido Charles. Ela conseguiu sair de casa porque é adulta, mas Carolina é só uma criança. Coitadinha! Ela precisa ajudá-la e a partir de hoje vai ser a mãe que Carolina merece.

— Não. Ele diz que serviço doméstico é coisa de mulher.

Esme fica espantada com o que vive a pobre menina. Apesar disso ela é a menina mais estudiosa e meiga da escola.

— Você gosta de estudar querida?

— Gosto sim tia. Ainda mais agora com você. Mas se eu não gostasse meu pai me batia ainda mais.

Como alguém pode agredir um ser tão doce como Carolina? Só um monstro.

Esme tenta se acalmar por causa do bebê, mas é impossível. Ela veio tão longe do ex-marido, mas é como se Charles também estivesse aqui. Sim ela sabe que seu bebê é parte do pai, mas é muito além disso. Quando os homens vão ver que as mulheres são pessoas como eles?

— Ele é muito bravo com você e com seus irmãos? – ela tenta modular a voz para não parecer irritada com a garotinha e assustá-la. Ela não tem culpa, não está brava com ela. Respira pausadamente para ficar mais tranquila pelo filho.

— Sim, mas meus irmãos apanham muito menos do que eu, porque eu sou a responsável pela casa e sou castigada por tudo que eles fazem ou não fazem.

— Oh! – Esme fica comovida com o relato da menina.

Ela é apenas uma criança não poderia cuidar de casa e demais três pessoas, seu pai e dois irmãos mais novos. Ela tem tempo para ser criança? Não. Que pai cruel, a vida foi ruim com eles, mas ele não precisava ser pior e tornar tudo mais difícil. Que falta de sorte ela tem, pobrezinha!

Tudo que Esme puder fazer para tornar a vida mais bela para Carolina ela fará. A garotinha é como se fosse sua filha que morreu há três anos. A vida está lhe dando uma nova chance e vai aproveitar. Claro que para isso teve que fazer sua parte e escapar do ex-marido violento.

— Eu vou estudar e aprender direitinho para quando crescer fugir daqui – Carolina parece adulta não criança falando assim. Ao menos ela entendeu que o conhecimento a libertará. Esme não pode repreendê-la pois sabe exatamente como é. Ela também fugiu.

— Eu não vou morrer querida, não se preocupe. Nem todas as mamães morrem quando os filhos nascem. Você e seu irmão nasceram antes de seu irmãozinho. Seu coleguinhas todos têm mãe. – mesmo que às vezes tenha que parecer adulta Caroline ainda é uma criança e precisa ser tratada como criança. Ao menos na escola Esme permitirá que ela seja livre.

— Vou rezar muito por você tia.

— Obrigada, querida. Eu prometo que não vou morrer - Esme não deveria prometer algo que sabe que não depende só dela. todo mundo vai morrer um dia, pois para morrer basta estar vivo. mas diz isso para acalmar Carolina.

Os demais alunos começam a chegar. Já estava na hora, pois são 7:55.

...XXX…

 

Depois que as aulas terminam a tarde Mary vem até a sala da colega ver como ela está:

— Oi Anne!

Esme olha na direção da porta ao ouvir a saudação e responde ao identificar quem é:

— Oi Mary!

— Como você está?

— Eu estou bem, quer dizer nós dois. Obrigada por tudo. Eu não esperava ser tão bem recebida.

Esme está muito bem, mesmo que não tivesse todo esse acolhimento ela já estaria bem por estar longe do ex-marido e segura, mas Mary não sabe disso.

— Oh Anne! Quero que você se sinta bem aqui na vila para recomeçar uma nova vida. Aliás, é sobre seu filho que eu quero falar.

— Sim, eu também sinto que será um menino.

— Minha mãe sabe o sexo dos bebês só de ver a barriga da mãe. Ela diz que quando o abdome é maior mais para frente, como o seu é um menino. As meninas deixam a barriga menos proeminente. Quer ver a minha mãe e confirmar se é mesmo um menino que você espera?

— Claro! Quero conhecer a antiga proprietária da casinha que eu aluguei.

— A Dona Grace vai ficar muito feliz em conhecer minha nova amiga. Somos amigas certo?

Esme sorri com o jeito de Mary todo atrapalhado:

— É claro que somos.

As duas saem da escola e vão até a casa de Mary que fica próxima.

...XXX...


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