Depois daquele amor escrita por ChattBug


Capítulo 10
Final


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o último capítulo dessa "saga" iniciada com Depois daquela dança. Muito obrigada por todos os comentários e favoritos ao longo das três partes dessa fanfic, vocês me incentivaram a continuar a história :)
Espero que gostem e até as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775760/chapter/10

Adrien observava a azulada de longe, receoso. Quer dizer, eles podiam até ter conversado um pouco ultimamente, mas nunca haviam falado sobre o dia em que se beijaram em um telhado e muito menos comentado sobre os poemas, e era sobre isso que desejava falar. Além disso, ele estava achando muito estranho o fato de a garota estar com trajes de Ladybug se não havia nenhum akuma e ninguém para salvar, pois ela mesma tinha dito que não gostava de abusar dos poderes. Então o que será que estava fazendo ali?

Ainda com medo da reação dela para sua aparição repentina, ele se aproximou. Mas, para a felicidade do loiro, Marinette continuou ali depois de notar sua presença. A garota mostrou-se surpresa ao vê-lo, mas não perguntou como ele a encontrou ou se finalmente Gabriel tinha deixado o filho voltar à sua vida normal, permanecendo o olhar nos objetos que segurava. Quando Adrien notou a rosa e o cartão nas mãos da azulada, que ele imaginou ser uma carta, ficou surpreso. "Parece que ela teve a mesma ideia que eu", pensou, encarando o papel que segurava, resultado da ideia que teve há alguns dias.

O loiro sentou-se ao lado dela hesitante, mas Ladybug permaneceu o olhar na paisagem parisiense, lembrando de como havia chegado ali.

Desde que ouvira o conselho de Alya, Marinette não conseguia parar de pensar no que poderia fazer para voltar a conversar normalmente com Adrien. E, embora tenham trocado algumas mensagens e até mesmo algumas palavras durante as últimas batalhas, ela sabia que aquilo não era suficiente. Nunca tinham falado sobre seus sentimentos e a menina tinha certeza de que aquele silêncio que os envolvia só seria resolvido se conversassem sobre o que o causou: os poemas.

Depois de relembrar, mais uma vez, o dia em que colocou as cartas no armário dele e notar que tudo mudou depois disso, ela percebeu que seu pensamento durante aqueles dois meses estava errado. Não foi apenas por causa daquelas cartas que tudo ficou diferente, foi por ela mesma. Poderia ter dito algo depois de entregar os poemas para o loiro, poderia ter conversado sobre seus sentimentos sem medo de rejeição, poderia ter libertado aquelas palavras guardadas no dia em que se beijaram em um telhado, mas não o fez, preferindo guardar tudo para si. Foi então que percebeu que o que a atormentou naquelas semanas distante de seu amado não foi apenas a ausência dele, mas tudo aquilo que estava guardado durante todo aquele tempo: palavras, lágrimas e sentimentos. Coisas fortes demais para serem contidas.

E então, naquela tarde em seu seu quarto, olhando para os rascunhos dos poemas que entregou para o modelo, ela finalmente descobriu o que poderia fazer para acabar com aquela distância entre eles. "Preciso resolver essa situação enfrentando o meu medo de conversar com ele, o que gerou tudo isso", pensou, notando que, se simplesmente tivesse falado sobre o que sentia, o loiro não teria pensado que ela descobriu sua identidade secreta e, certamente, as coisas teriam sido diferentes.

Porém, ao encarar um cartão em branco sobre a mesa e todos aqueles rascunhos dos versos que enviou para seu amado, ela não resistiu e acabou quebrando a promessa que tinha feito para si mesma há semanas de não escrever mais poemas. Dessa vez, a garota nem precisou de uma folha de caderno para lhe servir de rascunho. Escreveu diretamente no cartão tudo o que gostaria de dizer para o modelo. E era como se aquelas palavras estivessem postas em ordem em sua mente há meses, como se tudo aquilo que guardou durante tanto tempo finalmente se libertasse. E, facilmente, a caneta deslizava sobre o papel, transformando todos aqueles sentimentos contidos em um poema.

Ao encarar a janela do quarto, não hesitou em dizer as palavras que a transformavam em Ladybug. E, saltando pelos telhados, sentiu o frio envolver seu corpo, porém percebeu que este não vinha da noite parisiense, mas de dentro de si. Quando finalmente conseguiu enxergar a mansão dos Agrestes, a garota parou subitamente, deixando aquele frio congelar seu corpo. A indecisão a atingiu de forma repentina, paralisando seus sentidos. Toda aquela certeza que tinha quando saiu de casa desapareceu, deixando-a novamente perdida em seus devaneios. A azulada permitiu que a vontade de permanecer naquele local a dominasse e olhou para a rosa encontrada no caminho e que a fez pensar em Adrien. Perdendo-se em suas recordações e incertezas, só voltou à realidade quando sentiu o toque do loiro em sua mão.

A aproximação repentina de Adrien a fez sentir um arrepio e, notando o coração acelerar, ela percebeu que sentia muita falta dessas emoções.

A azulada finalmente deixou seus olhos se encontrarem e, ao perceber o receio no semblante do garoto, ela sorriu e apertou levemente a mão dele, mostrando que não precisava sentir medo. Foi quando notou que a outra mão do loiro segurava um cartão que parecia conter um poema. "Sincronizados", pensou, lembrando-se das palavras de Alya.

Adrien segurou o queixo da menina, fazendo-a olhar para ele novamente, pois desejava que aquela sensação que tinha quando seus olhos se encontravam nunca o abandonasse. Com seu olhar fixo no dela, ele finalmente decidiu libertar o que tinha guardado por tanto tempo.

Durante todas aquelas semanas que ficou preso em casa, pensou bastante em seus sentimentos pela menina, chegando à conclusão que tinha se apaixonado por ela antes mesmo de saber que era Ladybug e foi por essa razão que seu coração acelerava quando suas mãos se tocavam sem querer, por essa razão que um sorriso involuntário formava-se em seus lábios quando a encontrava, por essa razão que demorou tanto para dizer que gostava de outra pessoa, por essa razão que teve tanto medo de perder a amizade dela, por essa razão que não queria magoá-la, por essa razão que sentia-se tão bem quando a encontrava e por essa razão que a beijou na cafeteria. Adrien a amava, e não apenas por que era Ladybug, mas por que era Marinette, a heroína do dia a dia, como ele mesmo tinha dito uma vez. E, ainda com os olhos fixos nos dela, ele sentiu que não dava mais para esperar. Aquele era momento.

Quebrando a ligação da troca de olhares, Marinette olhou novamente para o papel nas mãos de Adrien e depois encarou o seu. Sabia que estava na hora. E, talvez pelo desvio do olhar da menina, o modelo tomou coragem e começou a recitar seu poema.

Depois daquele dia
Em que acabou o nosso segredo
Não paro de me perguntar:
Por que teve que ser tão cedo?

Depois daquelas lágrimas
Por seus lindos olhos derramadas
Não consegui resistir às minhas
E logo elas caíram, desesperadas

Depois daquelas lutas
Em que o silêncio prevaleceu
Me senti tão incompleto
Nossa sincronia se perdeu

O "depois daquele amor"
Nunca vai acontecer
O tempo pode passar
Mas eu nunca irei te esquecer

Assim que terminou a leitura em voz alta, o modelo percebeu que os olhos da azulada estavam marejados e, antes que dissesse ou fizesse algo, ela começou a ler o que tinha no próprio cartão

Antes daquele dia
Éramos uma dupla imbatível
O fim das máscaras parecia distante
Eu até achava que era impossível

Mas então o dia chegou
O segredo teve o seu fim
Foi tão rápido e ainda me pergunto:
Por que teve que ser assim?

Depois daquele dia
Tudo pareceu perder a cor
Até as batalhas ficaram sem graça
Em minhas manhãs faltavam amor

E hoje estou aqui
Relembrando o que aconteceu
Lendo os poemas e pensando:
Será que realmente tudo se perdeu?

Espero que isso se resolva logo
Pois eu não aguento mais esperar
Preciso muito que você volte
Quando essa distância vai acabar?

E agora observo as belas luzes
Nessa noite da capital da França
E então começo a lembrar
Que tudo começou com uma dança

Quando a menina terminou, deixou o choro dentro de si se libertar e logo foi envolvida pelos braços de seu amado, percebendo que ele também derramava algumas lágrimas. Os dois ficaram abraçados em silêncio durante alguns minutos e, aos poucos, sentiram as lágrimas cessarem.

— Mari. — O loiro a chamou pelo apelido, fazendo-a sair do abraço e encará-lo. — Sinto muito. Por tudo. Eu… sei que errei. Me distanciei de você sem razão e… quebrei aquela promessa. — A garota concordou com a cabeça, mostrando que estava tudo bem.

— Não foi culpa sua. — Suspirou — Não foi culpa de ninguém. — Ela lembrou-se dos momentos em que havia se culpado pela distância dele. — Às vezes, coisas assim precisam acontecer, pois é somente através delas que nós aprendemos ou enxergamos o que não perceberíamos em momentos bons. — Ele ficou alguns segundos pensando no que ela disse.

— Mas… — Suspirou — Era para eu ter dito alguma coisa naquele dia, eu precisava… — A menina colocou o indicador nos lábios dele e apertou sua mão levemente na tentativa de acalmá-lo. Os dois ficaram em silêncio por um tempo. A azulada suspirou antes de voltar a falar.

— Sabe, tudo isso aconteceu muito cedo com a gente. Ganhar poderes, lutar contra vilões, identidade secreta… é coisa demais! Mas mesmo assim conseguimos lidar com isso, bom, pelo menos até o dia em que descobrimos nossas identidades. Tikki, minha kwami, me disse que tentou evitar a revelação, porque sabia que algo assim aconteceria. E ela estava certa, realmente foi muito cedo.

— Mas nunca é tarde para consertar tudo. — Chat Noir falou, a surpreendendo.

— Verdade. Durante todo esse tempo, fiquei achando que a culpa por termos nos afastado era minha e sabe o que eu percebi? Que tudo isso aconteceu por causa do meu medo de falar com você. — Ele a encarou, confuso — Comecei a gostar de você desde o dia que me emprestou o guarda-chuva na escola, lembra? — Ele assentiu — E, bom, desde aquele dia, ocorreram incontáveis tentativas de declaração de amor, mas eu sempre desistia quando te encontrava. Eu tinha medo de revelar meu amor por você. Não era a rejeição que me atormentava, mas o simples fato de falar o que eu sentia. De chegar na hora e não conseguir expressar meus sentimentos, de gaguejar, de não falar o que eu realmente precisava dizer. E essa foi a causa da entrega dos poemas, do silêncio daquele dia no telhado e durante esses dois meses. — Ela suspirou, percebendo que uma lágrima insistente queria molhar seu rosto.

— Eu também tive medo. — Adrien disse de repente — Mas o meu medo era de perder você. — Marinette se surpreendeu com o que ele disse e o encarou fixamente — Depois que recebi aqueles poemas, fiquei dias e dias pensando em como iria te dizer que não era recíproco, mas essa indecisão se transformou em pavor à medida em que eu passava mais tempo com você. Gostava tanto das suas conversas, do seu sorriso e daqueles momentos de euforia em que nossas mãos se tocavam que não percebi que a razão para eu estar enrolando tanto para te contar a verdade era o desejo de que tudo aquilo não acabasse nunca. Estava tão cego pela garota mascarada que não pude enxergar a pessoa maravilhosa que existia por trás dela. Eu sinto muito, queria ter percebido isso antes. — Ela deu um leve sorriso, mostrando que estava tudo bem e o garoto olhou para a rosa que ela segurava.

— Eu a encontrei no caminho e lembrei de você. — Afirmou a menina antes que o loiro perguntasse.

— Caminho?

— É, eu estava indo para sua casa tentar resolver isso, mas acabei desistindo. — Disse, lembrando-se de que não havia lhe contado isso.

— Olha como as coisas são… se você tivesse ido até minha casa, não me encontraria lá e talvez não estivéssemos tendo essa conversa.

— Finalmente! Uma conversa! Esperei dois meses por isso! — Ela gritou e os dois riram levemente.

— Tenho uma notícia incrível: eu vou voltar para a escola! — A azulada abriu um enorme sorriso.

— Não acredito! Finalmente conseguiu convencer seu pai?

— Na verdade, eu pedi para Nathalie tentar convencê-lo a me deixar receber visitas e, algum tempo depois, ele foi ao meu quarto e falou o que decidiu. Enfim, isso não importa, o importante é que vou te ver todos os dias sem me preocupar em voltar para casa antes que alguém descubra que fugi. — Ela sorriu e o abraçou, não conseguindo acreditar que tudo finalmente tinha se resolvido. Na verdade, nem tudo. Ainda não sabia como as coisas ficariam dali para a frente. Como conseguiriam conciliar um possível relacionamento com as identidades secretas e a escola. Muito menos como os pais de ambos reagiriam. Mas ela resolveu deixar as incertezas de lado e aproveitar o momento. Afinal, foi justamente por conta das dúvidas e do medo em relação ao futuro que tudo aquilo tinha acontecido. Aquelas suposições e o medo de dar errado atormentaram sua mente por tanto tempo, tinham causado muitas lágrimas e ela não queria permitir que isso acontecesse de novo. Pelo menos não naquela noite, na qual finalmente poderia se reaproximar de Adrien.

Os dois ficaram conversando no telhado por horas. Marinette contou-lhe sobre a escola, dizendo que com certeza o ajudaria a recuperar a matéria perdida. O garoto finalmente resolveu explicar melhor o que tinha acontecido em sua casa, falou sobre a discussão que teve com o pai e desabafou sobre como se sentiu solitário durante aqueles dois meses. Teriam permanecido ali a noite inteira se não tivessem aula no dia seguinte.

— Te vejo amanhã. — Ladybug se despediu, já se preparando para sair com o ioiô.

— Ah, como eu esperei para ouvir isso vindo de você. — O garoto falou e a azulada riu.

***

A volta de Adrien ao colégio não poderia ter sido melhor. Marinette combinou com os amigos de fazerem uma surpresa ao loiro quando chegasse na escola e, mesmo achando difícil ter que acordar um pouco mais cedo para chegar no horário, ela percebeu que o esforço valeu a pena ao encarar a felicidade no olhar do modelo quando encontrou a sala de aula toda decorada com fotos suas e diversos macarons da padaria dos pais da azulada. Tinha sido um pouco difícil convencer a professora de literatura a ceder um pequeno tempo de sua aula para a comemoração, mas quando ela soube que era para a volta de Adrien, não hesitou em permitir a pequena confraternização entre os amigos.

Neste dia, Marinette trocou poucas palavras com o modelo. Sabia que seus colegas de classe tinham esperado muito pela volta dele e queriam conversar. Além disso, eles poderiam se encontrar mais tarde, o que de fato aconteceu.

Ela estava deitada em sua cama olhando as redes sociais quando Chat Noir apareceu em sua janela.

— Eu não te falei que não podemos abusar dos poderes? — A garota falou, o repreendendo.

— O Gorila levou meu pai para uma reunião e eu estava com preguiça de vir até aqui andando. — Ela fez sinal negativo com a cabeça, mas não conseguiu resistir a um sorriso.

***

No dia seguinte, logo após as aulas, Adrien chamou a azulada para conversar na porta do colégio.

— Está com a tarde livre? — O loiro perguntou.

— Mas você que é o "super modelo famoso". Eu que deveria perguntar isso a você — Os dois riram.

— Mas você tem minha agenda inteira no quarto, deveria saber que hoje estou livre, minha fã número um. — A garota corou, mas logo riu com ele. Minutos depois, os dois foram até o parque e sentaram-se em um dos bancos. Após alguns minutos conversando sobre a escola, o loiro a surpreendeu com uma pergunta. — E então, o que você falou para o seu pai? — Disse, referindo-se à tarde anterior, em que Tom havia encontrado a filha e Chat Noir abraçados na varanda conversando sobre a volta de Adrien ao colégio.

— Não falei nada.

— Também, depois daquele discurso dele… — Ele falou e a azulada riu ao lembrar do pai dizendo que o herói poderia continuar lá, mas pediu para que os jovens tivessem juízo. Porém os dois voltaram à seriedade quando o loiro finalmente perguntou o que o atormentava desde a noite em que se reconciliaram.

— O que vamos fazer? — Marinette entendeu sobre o que o loiro queria falar.

— Temos que evitar os encontros dos nossos alter-egos. Afinal, minha família vai achar estranho eu estar namorando o Adrien e o Chat Noir ao mesmo tempo, não é? — Ela falou, nem percebendo que a palavra "namorando" causou um certo impacto no loiro, afinal ainda não tinham conversado sobre isso, nem oficializado nada. Mas a palavra saiu tão naturalmente de seus lábios que nem percebeu que ainda era cedo para falar em namoro.

— Vai ser difícil manter o nosso segredo.

— Eu sei… — A garota falou e ele acariciou sua mão.

***

Semanas depois, logo após uma batalha, Marinette e Adrien se encontraram em um telhado enquanto esperavam os kwamis se alimentarem para que pudessem se transformar de volta.

— O que seu pai falou quando você contou que estamos juntos? — Ela perguntou, sentindo um pouco de medo da resposta dele.

— Você não vai acreditar! Ele ficou todo feliz! Disse que você é incrível e tudo mais. Até te chamou para jantar lá.

— Jantar? — Disse a menina, incrédula. Já tinha ido até a casa de Adrien para lhe explicar a matéria que tinha perdido na escola, mas Gabriel nunca estava.

— É sério! Se bem que vai ser meio complicado marcar para se encontrar com ele, já que vive sempre ocupado… Mas, de qualquer forma, isso não te impede de ir na minha casa. Já disse, a janela do meu quarto sempre está aberta para você, my lady. — O garoto sussurou a última parte em seu ouvido e ela ficou corada.

— Adrien! — A garota bateu no braço do loiro e ele riu com o nervosismo dela.

— Você fica tão fofa nervosa. — Ladybug ficou ainda mais envergonhada e ele continuou rindo, mas logo a puxou para um beijo apaixonado. Assim que se separaram, a garota, ainda ofegante, começou a rir. — O que foi? — Ele perguntou.

— Agora entendi o verdadeiro significado de "o gato comeu sua língua" — Dessa vez, foi o garoto quem ficou corado, mas logo gargalhou com sua amada.

— Ei! Sou eu que faço as piadas de gato! — Riram novamente e se beijaram, nem percebendo que estavam sendo observados por alguém na rua.

Alya sorriu ao ver os amigos finalmente juntos e não estranhou o fato de os dois estarem em um telhado. Pois estava claro para a morena que o fato de Ladybug e Chat Noir terem voltado a se falar não podia ser apenas uma coincidência. Ficou muito feliz por saber que seu conselho tinha dado certo e mais ainda por finalmente ter descoberto quem eram os heróis por trás da máscara, mas prometeu para si mesma que não contaria a ninguém. A garota percebeu que os dois queriam manter o segredo do relacionamento e entendia as razões deles. Ainda com um sorriso no rosto, Alya se afastou dali, deixando o casal sozinho no telhado.

Depois que se transformaram,  eles deveriam descer do prédio e voltar para casa, mas os dois jovens permaneceram no local observando a cidade.

— Isso está me fazendo lembrar de uma coisa. — O loiro falou.

— O quê?

— O seu poema. — Ela o encarou — Agora observo as belas luzes nessa noite da capital da França.

— E então começo a lembrar que tudo começou com uma dança. — Marinette completou e deitou a cabeça sobre o ombro dele, recordando mais uma vez a noite que iniciou tudo aquilo. Nunca imaginaria que uma simples dança lenta em uma festa poderia inspirá-la a escrever poemas para Adrien e muito menos que a entrega deles causaria tanta confusão.

Os dois jovens relembraram o que viveram durante aqueles dois meses, percebendo que poderiam ter evitado muita dor se não tivessem guardado tantas coisas para si. Foram as palavras, pensamentos e emoções contidas que evitaram que aquele problema se resolvesse logo, que fizeram com que aquele silêncio e distância entre eles permanecessem por tanto tempo.

As palavras não ditas podem causar tanto arrependimento quanto as que já foram libertadas. E guardar para si um sentimento tão forte quanto o amor pode ser muito difícil de suportar.

Pensando em tudo isso, Adrien e Marinette permaneciam da mesma forma, observando o início daquela noite e pensando em uma certa dança que já tinham prometido repetir algum dia. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Mais uma vez agradeço pelo feedback da fanfic, vocês são incríveis, sério!
E, bom, sobre as próximas… ainda não tenho previsão, estou um pouco enrolada esse ano por causa dos estudos, mas já tenho algumas ideias para novas histórias.
Obrigada por ler e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Depois daquele amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.