Diário de um Heterônimo escrita por Mathew Liniker


Capítulo 1
Penso, logo existo!


Notas iniciais do capítulo

'Estranha a vida do ser humano. Se ganhamos ou perdermos demais, no fim somos punidos do mesmo jeito. Parece até um jogo mal feito.'

Sora, No Game No life.



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Uma câmera começou a gravar uma sala branca. Nada mais que um espaço quadrado e vazio, do tamanho de uma sala de estar, sem móveis, sem decoração, nada. Apenas branco.

Logo, alguém colocou a cara na frente da lente e começou a ajustar seu o ângulo de filmagem. Não dava para saber sua expressão, devido à máscara preta que o indivíduo usava, junto de um óculos escuros e uma bandana de caveira sobre a metade inferior do rosto.

A seguir, se dirigiu ao centro da sala, onde a câmera o pegava de corpo inteiro, carregando uma cadeira que posicionou de frente à filmadora e em seguida se sentou. Após tossir para limpar a garganta e arrumar o capuz de seu casaco em sua cabeça, começou.

 

— Esse é o primeiro teste da minha nova obra. Meu nome é Charlie e sou quem vai guiá-los nesta bagaça. Bem vindos ao meu diário virtual.

Primeiro de tudo, devo apresentar quem sou. Afinal essa máscara e essa bandana não são mero charme. Digamos que esse sou eu de verdade, minha forma real, pronto pro que der e vier. Meu criador é um cara que não sabe se expressar direito, portanto coube à mim a tarefa de traduzi-lo. Em poucas palavras, ele criou um personagem, que sou eu, e deu à ele uma câmera para se gravar e falar merda por ele.

 Todos sabem que para alguém ser aclamado deve primeiro criar algo inovador. Santos Drummond, por exemplo, só não foi mais aclamado porque não criou a aeromoça. Por isso, meu criador me deu vida e um local de trabalho. Vou fazer essa fanfic decolar mais que a cotação do dólar!

Bom, tenho que dar o braço a torcer. Existo na cabeça dele há mais de seis anos, e essa é a primeira que ele me dá cartão verde para me expressar sem escrúpulos. Já tive vários nomes: amigo imaginário, fluxo mental criativo, consciência, “vozes na minha cabeça” e alguns outros que me ofenderam e me recuso a dizê-los aqui. E, agora, finalmente tenho um nome decente. Charlie... Até que não é tão ruim.

Hã, como? Se  sou uma ideia, ou apenas uma ilusão da cabeça de um jovem? Eu respondo, caro gafanhoto: eu sou a personificação dos desejos reprimidos do meu criador. Eu sou algo vivo, independente e racional. Já joguei pedras no meu criador e ele também as atirou em mim, mas no final nos completamos, pois no fundo, ele sabe que só eu o entendo. Ele é um bom garoto, mas é difícil conseguir manter sua mente íntegra depois de ser chamado de lixo pelo próprio pai.

Eu e ele somos como o triângulo da combustão, saca? Nós dois, na presença de uma ignição de ideias, geramos calor. E esse calor mantêm nossa mente livre da hipotermia que esse mundo cinza à causa constantemente.

Pode tentar me calar, mas agora to livre, meu bem. O mundo vai ter que engolir meus discursos agora, ou pelo menos quem ler, o que tem uma chance razoável de uns -12%, sendo franco. Mas, fazer o que. Pelo menos o criador, que teve que digitar tudo isso, leu, o que já é uma imensa satisfação para minha pessoa.

Ele não vive sem mim, mesmo que negue isso. Tanto que me deu essa belíssima câmera aqui. É até importada. Bom, mas agora, vamos começar de fato. O criador me deu alguns minutos para falar qualquer coisa que viesse na minha cabeça. Bem, vamos começar com shipps, como um que eu...

 

                     *Alguns minutos de problemas técnicos depois*

 

Quando a câmera se ligou novamente, a máscara do rapaz estava toda amassada e seus óculos tortos. Depois de coçar o seu queixo, começou:

 

— E aí, galerinha! Adivinha o que aconteceu? Esse fantástico pedaço de inovação tecnológica parou de gravar. No meio do vídeo. Tinha que ser, tava bom demais pra ser verdade. É claro que o criador tinha que me trolar, me dando uma câmera bosta!

 

O rapaz pegou a cadeira do meio da sala e jogou contra a parede, à espatifando em vários pedaços, e depois deu um grito de raiva.

 

Fiquei falando meia hora pra uma câmera desligada. Eu devia ter desconfiado quando vi a marca. Tinha que ser, né, Canôn? E se você aí que tá lendo pegou a referência já deixa um favorito aí por que já começou ruim, mas calma que vai piorar.

 

                                        *Corte de edição*

 

Agora, sentado no chão com as pernas cruzadas, decidiu finalizar o vídeo.

 

— Bom, se leu até aqui e não faz ideia do que está acontecendo até agora, vou explicar o que essa fanfic representará daqui em diante. O criador decidiu me colocar aqui para alívio cômico, e assim poder deixar desabafos nas entrelinhas das minhas falas. Se você não percebeu isso, fique tranquilo, pois essa é exatamente a intenção.

E não é só isso. Se você for no perfil do autor dessa belezinha verá que tem outras histórias além dessa aqui, e, como eu sou um personagem da cabeça dele, posso chamar outros personagens para virem gravar comigo e me dar views! Assim, vocês ficam sabendo de curiosidades exclusivas deles!

E ainda não acabou! Como eu não tenho ideias melhores para meus próximos capítulos/episódios, poderei falar sobre qualquer assunto que quiserem, então deixem comentários e criem conteúdo legal no meu lugar.

E mais uma coisa: se acha que os próximos capítulos vão ser melhores que esse pode tirar o cavalinho da chuva. Esse capítulo foi apenas o começo da diarreia, o próximo vai ser a cagada completa!

Fico por aqui, cultos leitores. Lembre-se, se hidratem bem e usem sempre cinto de segurança. Nos vemos em breve, assim espero.

 

E, com um aceno de despedida, ele se levantou e foi até a câmera e apertou seu botão de desligar.


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Notas finais do capítulo

Sabia que você tem mais chance de acertar uma questão de múltipla escolha se você assinalar uma das respostas?

Dicas pro Enem 2019 com Charlie-sensei!!



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