The Battle Frontier escrita por Allphox


Capítulo 7
S1EP06 - Rematch! Caitlin's letter is the prize!




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— Está nervoso? – Scarlett me perguntou séria.

— Você fez essa mesma pergunta pra mim anteontem. – Encarei-a. – Olha no que deu.

— Claro. Minha pergunta sobre seu nervosismo reflete na sua derrota. – Ela me puxou pelo braço e subimos a escada do Battle Castle. – Vamos.


Não respondi. Desvencilhei-me do braço dela e começamos a andar calmamente. A carta de Caitlin encontrava-se em meu bolso direito. Eu e Scarlett passamos o dia todo treinando estratégias de ataque e contra ataque para a batalha de hoje. O estojo laranja balançava para frente e para trás nas mãos da menina e eu ajeitava meu gorro a cada 3 degraus. Assim que paramos no hall de entrada do Battle Castle, ela virou-se pra mim.


— E se você perder?

— Eu não vou perder. – Falei decidido. – Darach tem que entender que ele não pode ser um babaca com os desafiantes só porque foi babaca com a Caitlin e a deixou ir embora.

— É esse o espírito que você tem que ter, Jake. – Ela sorriu para mim, um sorriso que me acalmou rapidamente.

— Você falou mais ou menos a mesma coisa que Thorton disse pra mim quando eu perdi a Sinnoh League, não com as mesmas palavras, claro.

— Thorton falou como? – Ela fez uma expressão séria tentando imitá-lo. – "Você perdeu porque é fraco, mas pode melhorar?". É engraçado, não conheço-o pessoalmente mas sei bem como ele é. Desprezível.


Rimos e isso me deixou ainda mais tranquilo. Atravessamos o hall de entrada e nos deparamos com o mesmo tapete amarelo do dia retrasado. Andamos mais rápido dessa vez. Assim que paramos perto do campo de batalha, Darach, que estava sentado no trono lendo um livro de capa marrom levantou os olhos do livro e voltou a ler.


— Mas já? – Ele virou uma página. – Achei que você fosse treinar mais. – Disse ele calmamente.

— Eu não precisaria treinar mais se você não tivesse feito o que fez comigo. Isso é errado. – Falei firme.

— É o meu desafio. – Darach trocou o peso do corpo de lado. – Eu o faço como quiser. Não tenho culpa se você é fraco.

— Será que eu sou o fraco? – Aumentei a voz e Scarlett chegou a recuar um passo. – Não fui eu quem deixei o amor da minha vida ir embora por não saber dar espaço a ela.


Darach fechou o livro com força usando uma das mãos. Ele inclinou-se para frente e me encarou. Eu podia sentir Scarlett tremendo ao meu lado.


— Não ache que por você ser filho da Dahlia isso te dá algum direito de falar o que bem quiser aqui, garoto. – Ele juntou as mãos na frente do rosto. – Ela foi embora porque quis.

— ELA SE CHAMA CAITLIN! – Gritei. – E FOI EMBORA PORQUE VOCÊ ERA SUPERPROTETOR E NÃO A DEIXAVA TER O ESPAÇO DELA AQUI!

— Já acabou? – Ele recostou-se na cadeira. – Caitlin se foi e não há nada que eu possa fazer para consertar isso.

— Não fale como se ela estivesse morta. – Tirei o gorro da cabeça. – Ela está em Unova, indo atrás do sonho dela, enquanto você fica aqui se lamentando e humilhando os desafiantes para tentar se sentir melhor.

— Sua mãe não te deu educação? – Ele tirou o relógio do bolso para ver as horas, a expressão calma dele havia retornado.

— Deu. – Falei cerrando os punhos. – E me ensinou com quem usar.

— Garoto... – Ele riu. – Eu era sommelier, sou conhecido por treinar pessoas em cursos de etiqueta. Quer me ensinar sobre educação?

— Não só sobre isso. – Dei um passo para frente, Scarlett logo atrás de mim. – Você acha que fazendo isso de mudar as regras vai se sentir melhor por fazer os treinadores fracassarem como você fracassou com Caitlin. Isso não vai dar certo e vai tornar a Battle Frontier impossível de ser desafiada.

— Os outros 4 Frontier Brains ainda podem ser derrotados.

— PODEM, MAS DE NADA ADIANTA SE NÃO DERROTAREM OS CINCO! – Gritei de novo.

— Abaixe o tom de voz para falar comigo, garoto. – Ele ajeitou os óculos numa expressão séria.

— O GAROTO SE CHAMA JAKE. – O suor escorria do meu rosto. – VOCÊ ME CONHECE DESDE PEQUENO E FEZ COM QUE EU ME SENTISSE UM LIXO ANTEONTEM SÓ PRA SE SENTIR MELHOR E ACHA QUE ISSO VAI TRAZER CAITLIN DE VOLTA, MAS NÃO VAI!

— Eu sei que não. – Ele bufou. – Nada vai.

— Sim, nada vai trazer ela de volta. – Puxei a carta do bolso. – Entretanto... – Levantei o envelope na mão direita na direção dele.

— O que é isso? – Questionou confuso enquanto levantava-se do trono.

— Uma carta que a Caitlin escreveu para você antes de ir embora. – Baixei a mão. – Ela me pediu para eu entregar para você quando eu chegasse aqui. Eu me esqueci de entregar quando vim aqui pela primeira vez, mas isso não importa. O que importa é que isso aqui pode ser a chance que você tem para ficar com ela.

— Me dê. – Ele começou a andar na direção da escada da esquerda ao trono.

— Não. – Falei com rispidez. – Eu não vou te dar essa carta assim de graça depois do que você me fez passar.

— Quer outro desafio? – Ele riu. – Ótimo. Assim eu te derroto de novo.

— Quero outro desafio sim. – Eu ri mais alto. – Só que dessa vez, vai ser pelas regras comuns da Battle Frontier. Cara ou coroa. O perdedor lança o primeiro Pokémon e você só terá direito a seis pokémons que tiver com você, não tendo acesso a todos os outros. O primeiro que perder os dois pokémons, perde a batalha.

— Não. – Ele falou sério encarando o envelope em minha mão.

— Infernape! – Lancei a pokébola pro alto.


Infernape já havia sido instruído. Ele cresceu a chama em sua cabeça e se abaixou perto de mim. Eu aproximei o envelope. Darach tentou correr para descer as escadas.


— Você vai lutar comigo valendo a carta de Caitlin. – Falei. – Se você vencer, eu te dou a carta e vou embora do Battle Castle e só volto depois que derrotar os outros quatro. Agora, se eu vencer... – Olhei para as chamas irradiando na cabeça de Infernape. – Você nunca vai saber o que Caitlin quis te dizer aqui. Estamos combinados?

— De acordo. – Darach estava com uma fúria palpável no olhar, porém, ficou em sua pose refinada. – Ele voltou para o trono e disse para o nada. – FBC, meus 6 pokémons.


O telão que marcava o andamento das batalhas desceu e parou na frente do campo de batalha, de frente para mim e Scarlet. Seis pokébolas saltaram e Darach as agarrou com uma precisão formidável antes de guardá-las consigo. Dessa vez, ele desceu os dois lances de escada bem mais rápido do que havia feito da primeira vez. Scarlett pegou a carta das minhas mãos e sentou-se na escada atrás de mim. Infernape sentou-se do lado dela tranquilamente. Ela entregou a carta nas mãos do macaco e ele a segurou.


— Vamos começar? – Falei. – Primeiro, cara ou coroa.

— Exato. – Darach ajeitou o terno e veio caminhando em direção ao centro do campo.


Ficamos dois passos de distância um do outro. Era visível que dessa vez o desestabilizado emocionalmente era ele, não eu. Saquei o pokétch do bolso e busquei a função da moeda. Olhei para Darach.


— Cara.

— Coroa. – E apertei a tela.


A moeda saltou e rodopiou. Girou três vezes numa lentidão agonizante. Ela ficou parada em pé um instante e caiu. Coroa.


— O primeiro Pokémon é seu. – Falei sério.

— Pois bem. – Ele deu as costas para mim e foi para o seu lado do campo enquanto eu fazia o mesmo. Sacou uma pokébola e a lançou para cima. – Poliwrath – O Pokémon azul apareceu.

— O que houve com Empoleon? – Eu perguntei curioso.

— Derrotou 3 treinadores hoje. Estava cansado. – Ele me encarou. – Sua vez.

— Sceptile! – Lancei uma pokébola. E o grande Pokémon verde apareceu.


Os ícones de Poliwrath e Sceptile apareceram nos respectivos lados do telão. Scarlett já começou a sessão de fotos.


— O primeiro movimento é seu, Darach. – Falei confiante.

— Dig. – Ele falou tranquilo. Poliwrath abriu um buraco no chão e entrou.

— Droga. – Eu havia esquecido que na época em que ele era um Poliwhirl ele aprendeu esse golpe. – Sceptile, presta atenção! Ele vai subir e tentar te acertar!


Sceptile olhou para todos os lados, nervoso. Darach riu.


— Não é porque você tem um tipo com vantagem que vai me vencer, Jake. – Poliwrath emergiu do chão e acertou Sceptile.

— Vamos, Aeria Ace! – Sceptile se apoiou na pata esquerda se recompondo rapidamente e acertou o golpe em Poliwrath que caiu.

— Hydro Pump! – O Pokémon azul lançou um turbilhão de água.

— Evasiva! – Eu disse prontamente. Meu treino com Scarlett havia dado certo. – Leaf Blade!

— Brick Break! – Darach gritou, nervoso.


Os golpes colidiram e os dois pokémons foram para trás. Scarlett apesar de estar tirando fotos vez ou outra abaixa a câmera, preocupada.


— Belo ataque. – Darach elogiou. – Hydro Pump de novo!

— Leaf Storm! – Sceptile lançou milhares de folhas na direção do Hydro Pump, conseguindo atravessá-lo. Poliwrath caiu e rolou até parar na frente de Darach.

— Dig. – E o Pokémon sumiu no chão de novo. – Sceptile cerrou os punhos. 

— Calma! – Eu tentei tranquilizar meu Pokémon. – Tenta ouvir as vibrações da terra.


Sceptile olhava para a esquerda e para a direita. De repente, ele virou-se de costas. Poliwrath emergiu e o acertou de novo. O lagarto verde caiu no chão deitado. Era uma posição perfeita


— Rápido! Leaf Storm pra cima! – Sceptile conseguiu conjurar as folhas com Poliwrath ainda em cima dele e o acertou.

— Muito bem. – Darach ficou impressionado. – Mas não tão bem. Brick Break!


Poliwrath acertou a cabeça de Sceptile. O mesmo cambaleou para a esquerda, tonto.


— É um ataque que mexe com o Pokémon o Brick Break, sabe. – Darach disse, rindo. – Vou finalizar, posso?

— NÃO PODE NÃO! – Gritei. – Leaf Storm!

— Dig. – Poliwrath mergulhou na terra de novo.

— Sceptile! – O lagarto olhou para mim. – Quando ele vier... – E eu sorri maliciosamente. Sceptile fez um sinal de positivo com a pata superior esquerda e olhou pro chão.


Foram os cinco segundos mais agonizantes da minha vida. Poliwrath surgiu logo de frente para ele, que estava preparado.


— Evasisva e Thunder Punch!


Sceptile contornou Poliwrath e ficou de costas para ele. Sua pata superior direita irradiou eletricidade e ele acertou as costas de Poliwrath, que rolou até parar na frente de Darach. Derrotado.

“Poliwrath está fora de combate. O vencedor é Sceptile.” – Disse a voz metálica do FBC enquanto o ícone de Poliwrath ia se apagando.

Darach arregalou apenas os olhous, mantendo todo o resto do rosto e corpo na mesma posição. Recolheu Poliwrath e assim que o fez, olhou para mim.


— Pelo visto o treino de alguém funcionou. – Ele sacou outra pokébola e apontou para mim. – Só que, dessa vez, não irei perder. Gallade! – E lançou o objeto esférico para cima.

— Vou ficar com Sceptile. – Falei. Scarlett gritava atrás de mim, eufórica. – Você começa de novo, Darach.

— Leaf Blade! – Gallade correu com os dois braços iluminados de verde.

— Cruza com o Leaf Blade! – Falei e Sceptile correu na direção de Gallade.

— Não deixa ele te acertar! – Darach estava suando, agora parecia muito mais nervoso do que antes.


Gallade desferiu o golpe em Sceptile, que o bloqueou com as duas lâminas fazendo um X. O lagarto foi para cima de novo e Gallade conseguiu bloquear o ataque, tentando usar a lâmina da esquerda, que foi bloqueada por Sceptile mais uma vez. Meu Pokémon recuou um passo para se equilibrar, dando a deixa para Darach contra atacar.


— Close Combat! – Gallade velozmente desferiu uma sequência de golpes em Sceptile, que foi ao chão.

— Levanta! – Sceptile tentou levantar-se, cambaleante. – Leaf Storm!

— Atravesse com o Leaf Blade! – Gallade correu na direção de Sceptile.


As folhas vieram voando na direção de Gallade, que parou um instante antes de ser atingido e começou uma sequência de golpes em todas elas, até reduzi-las a pó. Em seguida saltou e parou na frente de seu treinador.


— Psycho  Cut, anda! – Agora o óculos de Darach estava caído perto do nariz, ele parecia tremer.

— Atravessa com o Aerial Ace! – Sceptile foi na direção dos discos de luz do Psycho Cut e conseguiu atravessar todo.


Ao ver que Sceptile iria acertar Gallade, Darach ordenou um movimento inusitado.


— Corre na direção dele! – Gallade prontamente obedeceu e começou em passos curtos e rápidos a correr em direção a Sceptile


Meus olhos chegaram a brilhar. Sceptile iria derrotar Gallade. Olhei para Darach e ele estava rindo. E então, com o mesmo tom de voz que ele usou para me derrotar das outras vezes ordenou o golpe.


— Fire Punch. – A mão de Gallade irradiou em chamas.


Os dois se cruzaram. Gallade parou na minha frente e Sceptile na frente de Darach. Dez segundos de silêncio total onde a única coisa que era possível ouvir era a câmera de Scarlett clicando o combate. Sceptile cambaleou e tombou na frente de Darach. Derrotado.

“Sceptile está fora de combate. Gallade é o vencedor.” – E o ícone de Sceptile se apagou.

— Vamos, Jake! – Scarlett levantou-se eufórica. – Você ainda tem mais um Pokémon!

— Eu te subestimei, garoto. – Darach disse enquanto eu recolhia Sceptile. – Você até que tem algum valor.

— O garoto se chama Jake. – Lancei uma pokébola pro alto. – Garchomp!

— O QUÊ? – Scarlett gritou atrás de mim. – POR QUÊ NÃO O TOGEKISS?

— Devo confessar que até eu me espantei com sua escolha, Jake. – Darach riu enquanto ajeitava o terno e os óculos, uma expressão de deboche no rosto.

— TOGEKISS TINHA TRÊS ATAQUES QUE PODIAM DERROTAR GALLADE EM SEGUNDOS E AÍ VOCÊ VAI E ESCOLHE O GARCHOMP? – Scarlett gritava tão alto que parecia estar perto de mim.

— Calma, ruiva. – Falei sem olhar pra ela, tentando controlar o nervosismo.


Por impulso eu havia puxado a pokébola de Garchomp. Eu havia desconsiderado o tipo Psychic de Gallade e agora eu não poderia voltar atrás na minha escolha. Garchomp teria que derrotar Gallade de qualquer jeito. O ícone de Garchomp apareceu do lado do ícone apagado de Sceptile.


— Primeiro movimento é seu, Jake.

— Stone Edge! – Ordenei. Garchomp cruzou as patas e diversas pedras foram na direção de Gallade.

— Destrua-as com o Leaf Blade. – O tom de Darach agora era sério, embora ele ainda transparecesse certo nervosismo. Gallade destruiu todas as pedras. – Psycho Cut.

— Dragon  Claw para destruir todas elas! –  Garchomp imitou os movimentos de Gallade e conseguiu destruir todas os discos de luz.

— Close Combat e Fire Punch. – Gallade correu na direção de Garchomp com os punhos em chamas.


Eu fiquei sem reação pela combinação de ataques. Gallade irrompeu um Close Combat em chamas em Garchomp que caiu na minha frente. Cerrei os punhos.


— Belo movimento, Darach. – Ri.

— Obrigado. – Gallade postou-se na frente de seu treinador. – Vou terminar a batalha logo. Psycho Cut.


Gallade disparou de novo o ataque. Dessa vez Garchomp se levantou e rugiu.


— Vai, Dragon Rush! – O grande dragão azul foi de encontro ao Psycho Cut e conseguiu acertar Gallade, que tombou no chão.

— Muito bem, Jake. – Ele riu. – Afinal de contas seu treinamento deu certo... CLOSE COMBAT!

— Dragon Claw! – Darach havia tentado me distrair, sem sucesso.


Garchomp conseguiu bloquear alguns golpes do Close Combat, mas outros acabaram acertando. Meu dragão demonstrava sinais de cansaço e eu fiquei com medo de perder a luta de novo. Eu precisava de uma ideia para terminar o combate logo.


— Fire Fang! – O dragão mordeu Gallade que irrompeu em chamas.


Gallade cambaleou para a esquerda. Darach olhou a cena preocupado.


— Recupere-se. Use as chamas para criar um Fire Punch. – Gallade sacudiu os braços e os dois punhos estavam em chamas.

— Stone Edge! – Ordenei. Era agora ou nunca para terminar o combate.

— Destrua o Stone Edge! – Darach ordenou decidido a vencer o combate.


Gallade acertou todas as pedras com o Fire Punch, levantando uma nuvem de areia que bloqueava a sua visão. Firmei os pés no chão, juntei todo o ar que eu pude e gritei com toda a força que meus pulmões podiam ter.


— EARTHQUAKE! – Garchomp saltou e Gallade levantou a cabeça.


O dragão deu uma pirueta e se jogou bem na frente de Gallade. O campo todo tremeu e eu quase caí no chão. A nuvem de poeira baixou revelando um Gallade caído e um Darach meio sujo de areia. Derrotado.

“Gallade está fora de combate. Garchomp é o vencedor. Como o Frontier Brain não tem mais pokémons o vencedor é o desafiante.” – E o ícone de Gallade se apagou. Em seguida, o telão subiu.


— EBAAA! – Scarlett gritou e correu na minha direção para me abraçar. - CONSEGUIMOS!

— Ei, ruiva. – Falei num tom de brincadeira enquanto recolhia Garchomp. – Quem conseguiu alguma coisa aqui fui eu. - Assim que eu disse isso ouvi um choro.


Olhamos para frente confusos e Darach estava ajoelhado recolhendo Gallade. Lágrimas escorriam do seu rosto e ele não olhava para nós. Infernape se levantou com o envelope na mão e me entregou. Troquei um olhar com Scarlett e ela estava apreensiva. Caminhamos até o Frontier Brain que estava caído ainda, desolado.


— Meu símbolo. – Eu disse firme. – Eu tenho direito.

— To-to-me. – Ele tirou do bolso um pequeno objeto verde. – O símbolo do Battle Castle. - Eu peguei meu símbolo da fronteira e o posicionei no espaço inferior esquerdo. – Vá embora.

— Não sem antes fazer isso. – Peguei o envelope e o lancei pra cima. – Flamethrower!


Darach levantou a cabeça confuso e  arregalou os olhos ao ver Infernape queimando o envelope. As cinzas pousaram bem na frente dele, que olhou para baixo em silêncio. Scarlett apertou meu ombro com uma expressão de culpa.


— Agora você sabe a sensação. – Falei sério. – A sensação de querer muito alguma coisa e ter ela tirada de você de uma forma cruel.


Ele não levantava a cabeça. Puxei o papel da carta de Caitlin que havia tirado do envelope antes de entrar no Battle Castle e estendi pra ele.


— Olha pra mim. – Ordenei.

— Vai embora. – Ele dizia soluçando, as mãos no cabelo. – Você já conseguiu o que queria.

— Sim. – Fiz uma pausa. – Você, no entanto, ainda não


Ele olhou para mim e viu o papel confuso. Esticou a mão e o pegou. Desdobrou e o leu. As lágrimas continuaram, mas dessa vez eram de felicidade. Assim que ele terminou de ler, olhou pra mim.


— Obrigado.

— Agradeça a Scarlett. – Eu falei apontando pra ela. – A ideia de apostar a carta foi dela, só queimar o envelope vazio que fui apenas eu.

— Ainda assim, obrigado a você. – Ele abraçou o papel com força.

— Levanta. – Estendi a mão pra ele que se apoiou e ficou em pé, ajeitando-se e limpando as lágrimas do rosto enquanto tentava ajeitar o cabelo.  – O que você vai fazer?

— Vou atrás dela. – Ele disse com uma expressão determinada. – Preciso ir.


Eu e Scarlett trocamos um olhar e rimos. No exato momento em que a ficha caiu, virei-me para ele.


— E o Battle Castle? – Perguntei curioso.

— Eu destruiria mil castelos por ela. – Ele disse ainda abraçando o envelope. – Além do mais, se você derrotar os outros quatro pode ser um Frontier Brain e orgulhar sua mãe. – Ele se endireitou no terno. – É, afinal de contas você é tão forte quanto ela. Mesmo. – E sorriu. Um sorriso que com certeza ele não dava desde que Caitlin se foi.

— Quem sabe. – Falei sem jeito enquanto ajeitava o gorro. – Vá.


Darach estendeu a mão para mim e nos cumprimentamos.  Ele fez uma reverência para Scarlett e pela primeira vez desde que o vimos, correu. Ele adentrou no portal em frente ao campo e sumiu, nos deixando sozinhos. Scarlett guardou a câmera no estojo.


— Pra uma pessoa refinada ele até que foi mal educado com essa saída abrupta. – Ela disse pensativa enquanto fechava o estojo da câmera. - Bem... Um já foi. Faltam quatro. – Ela disse enquanto andávamos em direção à saída. – Pra onde vamos agora? – Sua expressão curiosa era a de sempre.

— Battle Hall. – Falei encarando a luz que irradiava para dentro de onde estávamos.

— Quem é o Frontier Brain de lá? – Ela ajeitou o chapéu enquanto fazia a pergunta.

— Uma velha amiga que me ensinou muitas coisas. – Ri. – Argenta.


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