Outbreak escrita por snowzzrra


Capítulo 6
Volume 2 - Ato 1


Notas iniciais do capítulo

Está de volta! Depois de uma (grande) demora, apresento a vocês o volume 2 de Outbreak.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775723/chapter/6

Arkville, 1995. 

Seis dias antes do surto viral. 

07:12 A.M. 

Elizabeth Navarro. 

  

  Acordo com o som do alarme que eu já me acostumei. 

   

  Sinto meu corpo ficar pesado e meus olhos arderem, eu não estava com motivação nenhuma para me levantar naquele dia, mas mesmo assim me levanto. 

   

  Caminho pelo meu quarto frio e escuro procurando os meus chinelos e acabo derrubando uma caneta no chão, olho para ela e vejo que ela estava em pé, apoiada pela ponta. 

   

  Encaro a caneta pelo que parecia uma eternidade, até piscar e vê-la caída no chão, já era hora de tomar o remédio. 

   

  Pego a caneta e guardo ela novamente, antes de abrir a porta do meu quarto e caminhar até a cozinha. 

   

— Ainda firme e forte? 

  

  Ouço uma voz familiar dizendo, então olho para trás e vejo a mim mesma. 

  

— Não me olha com essa cara, você sabe que não pode me impedir de aparecer. 

  

  Ignoro e sigo andando para pegar os meus remédios. 

  

— Ei! Deixa isso ai! A gente realmente precisa conversar. 

  

  Novamente não respondo e abro a caixa antes de pegar um comprimido. 

  

— Você gosta de fugir dos problemas né? Que nem fugiu do garoto assim que conseguiu. 

  

— Não fala sobre ele. 

  

— Ah! Agora você responde, interessante. 

  

— Algum dia você vai me deixa em paz? 

  

— Não é culpa minha se tudo que você tem por dentro é tristeza e amargura, você é uma pessoa horrível sabia? 

  

  Eu sabia que ela, no caso eu, estava certa sobre isso. 

  

— Ah Liz, não fica assim, você sabe que tudo pode acabar assim que você quiser. 

  

  Na hora que ela fala isso eu vejo um revólver na minha mão, e sem conseguir controlar o meu próprio corpo eu aponto ele para a minha cabeça. 

  

— Tudo se resolve tão rápido assim né? O caminho mais rápido, esperteza da sua parte. 

  

  Puxo o gatilho esperando pelo que vem depois, mas repentinamente o revólver some, e aquela versão de mim mesma também. 

  

  Rapidamente tomo o remédio antes que qualquer outra coisa aconteça, me sento no sofá da sala e ligo a televisão. 

  

  Começo a passar de canal e canal pensando no que ela me disse, fugir do garoto? Eu não fugi dele, eu cuido dele, como que eu poderia ter fugido? 

  

  Não, eu tenho que parar de pensar sobre isso antes que me afete. 

  

  Boto em qualquer canal que não seja de notícias e volto para a cozinha e abro o armário para pegar algo pra comer, mas não havia nada. 

  

  Xingo enquanto me direciono ao banheiro para escovar os dentes e levar o rosto. 

  

  Que merda, fugir do garoto? Por que eu pensaria em algo assim? 

  

  Depois de escovar os dentes, lavo o rosto e troco de roupa, desligo a televisão e pego a chave do carro antes de sair de casa. 

  

— Esquecer de comprar comida, quem esquece de comprar comida? - Praticamente grito dentro do carro antes de dar a partida. 

  

  Dirijo até o mercado ainda pensando. 

  

  Ao chegar lá começo a comprar o que eu precisava para o mês e me vejo no espelho, era a idade ou só falta de cuidado? Provavelmente os dois. 

  

  Depois de comprar tudo, pagar, guardar no carro e começar a dirigir, eu vou até uma padaria e começo a tomar um café com um pão de queijo. 

  

  O dia parecia que ia ser tão sem graça quanto já estava, até eu receber uma ligação. 

  

  Pego meu celular já imaginando quem era e atendo. 

  

— Agente Navarro, bom dia. 

  

— Bom dia, senhor. 

  

— Preciso de você aqui, temos um assunto urgente que você vai resolver. 

  

— Sim, senhor. 

  

  Suspiro e dou um último gole no café, antes de pagar e voltar para o carro. 

  

  Passo para guardar as coisas em casa e vou em direção ao trabalho. 

  

  Enquanto dirijo, vejo o departamento de polícia ao meu lado e algumas memorias voltam, quem diria que eu sentiria saudade disso? 

  

  Chego no meu destino e antes de ouvir o que ele teria para falar, já me canso. 

  

  Passo pelas imensas portas de madeira na frente daquele lugar que tinha uma certa beleza, mas por experiência pessoal eu não queria ficar muito mais do que eu precisava. 

  

  Logo ao chegar na recepção, O Diretor me cumprimenta e vamos em direção ao escritório dele. 

  

— Bem, como eu disse, é um assunto urgente. 

  

  Ele pega alguns papeis e fotos na gaveta dele e bota todos acima da mesa. 

  

— Eu sei que você já teve uma experiência com esse tipo de coisa, então não tem ninguém mais qualificado que você para cumprir essa tarefa — ele diz apontando para alguns monstros. 

  

— Qual tarefa? 

  

— Você, e outros cinco agentes, vão invadir as novas instalações da Cortex e vão recuperar uma maleta muito importante. 

  

— Preciso saber o que tem nela? 

  

— Tudo que você precisa saber é que é perigoso demais para continuar nas mãos de uma empresa, o governo vai fazer uso melhor. 

  

— Entendido. 

  

— Navarro, não vai ser fácil, você entende isso certo? 

  

— Sim, senhor. 

  

— Eu sabia que podia contar com você, pode se retirar agora. 

  

  Merda. 

  

  Merda, merda, merda, aqueles monstros de novo? Não é possível isso. 

  

  Entro no carro e começo a dirigir de volta para casa ainda questionando, como essas coisas ainda existiam? Eu podia jurar que eu e o Mason destruímos as últimas amostras. 

  

  Falando em Mason, quando eu passo na frente de um colégio eu vejo a irmã mais nova dele, e o garoto. 

  

  Ambos estavam ótimos, cresceram tanto desde a última vez que os vi, mas eu não podia ficar por lá muito tempo já que Mason também estava lá, eu não queria que ele me visse. 

  

  Chego em casa, ligo a televisão e deito no sofá pelas próximas horas. 

  

Três dias antes do surto viral. 

04:42 P.M. 

  

— A formação não é muito complicada, quatro na porta e dois nos dutos, assim que me passarem o sinal de que ele pegou o vírus a gente entra, entendido? 

  

— Sim, senhora! - os cinco agentes falam em uníssono. 

  

  Saio da sala para deixá-los revisando entre si o plano e vou até o jardim da agência, era realmente bonito como O Diretor gostava de dizer. 

  

— Gibraltar campion, bonita né? Achavam que a flor havia sido extinta até 1994, quando foi descoberta uma única amostra, usamos algumas máquinas e agora existem três delas, impressionante - O Diretor fala enquanto aponta para uma flor e senta-se ao meu lado. 

  

— É. 

  

— Ainda está com aqueles problemas com as alucinações, Navarro? 

  

— Não. 

  

— Você sabe que não consegue mentir para mim, use os remédios para o seu próprio bem. 

  

— Eu sei, senhor, estou usando. 

  

— Entendo, eu não quero que nada atrapalhe essa sua tarefa. 

  

— Não vai. 

  

— Assim espero. 

  

  Ele se retira e eu fico me perguntando, por que aquilo era tão importante para ele? Sempre foi um homem curioso, eu prefiro não tentar entender ele. 

  

Um dia antes do surto viral. 

02:00 A.M. 

  

  Em casa, começo a me arrumar para a missão. 

  

  Boto uma calça preta e coturnos militares marrons, uma jaqueta sarja verde e por baixo uma camisa branca, boto o meu colete tático também verde e um coldre na perna. 

  

  Dirijo o meu carro até o estacionamento daquele prédio enorme, mas o meu objetivo estava embaixo dele. 

  

  Passo pela recepção e mostro o meu cartão de acesso falso, e entro no elevador com mais um agente. 

  

  Descendo o elevador e vejo toda aquela instalação abaixo da cidade, não consigo deixar de me perguntar: o quão grande era aquilo? 

  

  Chegando em um jardim que mais parecia um parque de tão grande, caminho em direção ao laboratório e novamente mostro o meu cartão de acesso. 

  

  Acho a porta do laboratório e destranco ela enquanto espero pelo sinal. 

  

  Não demora muito e todos os outros três agentes me encontram na porta, agora era só esperar. 

   

— Iremos invadir assim que o sinal for dado, quando entrarmos as nossas ordens são de resgatar as amostras SEM deixar elas se espalharem ou as quebrar, entenderam? Caso alguém aqui fique infectado, eliminem assim que possível, mesmo que seja eu — digo tirando a trava de segurança da minha Taurus PT92 e me preparando.   

  

— Ele está com o vírus em mãos, estamos entrando — um agente no duto fala não muito tempo depois.  

  

  Abro a porta com um chute e aponto a minha pistola para o homem na minha frente, ao mesmo tempo em que os agentes pulam do duto e todos apontam as armas. 

   

— Joseph Warner, preciso que você me passe essa maleta em suas mãos. 

  

— Você ainda está viva? Estou realmente impressionado. 

  

— Cala a boca, passa a maleta e ninguém aqui se machuca. 

  

— Eu prefiro não acreditar em você. 

  

— Não tem escolha, Warner, passa a maleta — digo me aproximando dele lentamente, ainda apontando a pistola. 

  

— Como quiser — ele diz estendendo-a em minha direção. 

  

  Antes que eu possa agarrar a maleta, ele aperta um botão com a sua mão esquerda e ouço um barulho de máquina vindo da porta que eu havia passado. 

  

  Olho para a mesma porta e alguns dardos sendo disparados em direção a mim e a meus agentes, eu seguro um dos dardos no ar e o analiso de perto. 

  

— Que merda você fez Warner? 

  

— Atirei na ferida, executei os feridos. 

  

  Dou um tiro na direção dele, mas um tipo de barreira impede a minha bala de passar. 

  

— Até a próxima, policial. 

  

  Ele diz caminhando por uma porta, com a maleta em mãos, droga. 

  

  Olho para os agentes e eles estavam caindo no chão gritando de dor, eu pego então o dardo na minha mão e jogo no chão. 

  

  Me aproximo deles e vejo que a pele deles estava queimando, eu já havia visto isso antes, não tinha como eu os ajudar mais. 

  

  Abro a porta e antes de fechar, eu dou uma última olhada neles, em pouco tempo não seriam mais humanos. 

  

— Senhora, preciso que jogue a pistola no chão e venha comigo. 

  

  Me surpreendo quando ouço alguns seguranças do lugar falarem isso, três ao total, nada que eu não pudesse lidar. 

  

— Ok, eu estou jogando a pistola no chão, não atirem. 

  

  Digo enquanto me abaixo lentamente com a pistola na mão e a jogo na direção dos seguranças. 

  

  Um deles se abaixa para pegar a arma e eu espero pacientemente. 

  

  Os outros dois avançam e quando abaixam a guarda eu pego a arma do primeiro, puxo e bato no segundo, desvio de um soco do terceiro que estava na minha frente e pego minha pistola de volta. 

  

  O segundo levanta a arma para atirar em mim e eu a chuto, fazendo ela cair longe, agora era uma briga com os punhos. 

  

  Quando o primeiro tenta me acertar um soco, eu seguro a mão dele e dou uma cabeçada, viro de costas e já derrubo o outro usando as pernas. 

  

  O terceiro se joga em cima de mim e me empurra no chão já preparado para acertar um soco, eu então boto minha cabeça para o lado fazendo ele socar o chão e o empurro com as pernas. 

  

  O segundo puxa uma faca e avança em mim com ela, seguido do primeiro que tenta acertar um soco. 

  

  Eu me abaixo e me levanto dando uma joelhada no homem com a faca, seguro o braço do outro e acerto um soco direto no nariz dele. 

  

  Puxo a faca do homem e corto o pescoço dele, sem perder tempo me viro e jogo a faca no meio da testa de outro homem correndo em minha direção. 

  

  Acerto o homem que havia quebrado o nariz e ele tenta me acertar um chute que eu facilmente desvio e passo para trás dele, o segurando pelo pescoço. 

  

  Depois de dez segundos eu quebro o pescoço dele e paro um pouco para recuperar o fôlego, mas não dá muito tempo e a parede na minha frente quebra, e o que sai dela era um monstro com aproximadamente dois metros e braços tão grandes quanto, quando ele me vê ele não perde tempo e corre em minha direção. 

  

  Saio correndo também enquanto ele me persegue e vou em direção ao elevador, as pessoas que viam o monstro gritavam e também corriam, quando estávamos passando pela ponte ele soca o chão e faz ela desabar, eu me seguro na borda e começo a botar força para subir. 

  

— Bom amigo, esse que você encontrou aí — uma voz familiar se dirige a mim. 

  

  Olho para cima e vejo Joseph Warner com um sorriso macabro, sem demorar ele dá um chute na minha cabeça e eu caio para trás por pouco tempo antes de apagar completamente. 

  

Um dia antes do surto viral. 

04:12 A.M. 

  

  Acordo com uma dor de cabeça enorme, mas não era tanta dor quando comparada ao resto do meu corpo, olho em volta e o ambiente estava completamente destruído, e eu sentia aquele mesmo cheiro de morte que eu já havia sentido anos atrás. 

  

  Me levanto com um pouco de dificuldade e na mesma hora eu recebo uma chamada do Diretor pelo meu monitor no braço esquerdo, atendo-a e já me preparo mentalmente pelo que está vindo. 

  

— Navarro, o que foi que aconteceu? — ele pergunta irritado. 

  

— Joseph sabia que vinhamos, ele havia preparado uma armadilha e todos foram infectados, exceto eu. 

  

— Infectados? 

  

— Não sei qual é o vírus, mas eles viraram uma criatura enorme e tanta força quanto tinha de tamanho. 

  

— Merda, merda! — ele grita. 

  

— Quais são as minhas ordens, senhor? 

  

— Você VAI pegar uma amostra, TEM que ter uma nesse maldito laboratório! E não saia antes de eliminar todas essas criaturas, entendeu? — O Diretor grita com um tom de voz que eu nunca havia ouvido ele fazer. 

   

— Entendido. 

  

  Ele desliga a chamada imediatamente e eu vejo que cai nos níveis inferiores da Cortex e com certeza não havia uma amostra aqui. 

  

  Ligo novamente o monitor no meu pulso e verifico a contenção de toda a instalação, ela estava em completa quarentena, exceto os níveis acima do solo. 

  

  Fico aliviada que o vírus não havia se espalhado para a cidade, mas eu ainda tinha uma tarefa quase impossível para cumprir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse volume vai ser consideravelmente maior que o outro, e eu acho que vai ser melhor até.

Feedback é daora, valeu.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Outbreak" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.