O Fantasma da Ópera escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 34
Problemas


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/RrnwKFAFGTg-Melissa's powers.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775688/chapter/34

P.O.V. Jeremy.

Quando ela voltou estava transtornada.

—O que foi?

—Ele levou minha pedra Jeremy!

—Você pode comprar outra.

—Me deixe colocar isso em perspectiva, caro, tolo e ingênuo mortal. Aquela pedra não é apenas uma gema. Embebi nela parte da minha magia transformando-a numa chave. A chave que faz o portal funcionar, ou seja...

—Sem ela estamos presos aqui.

—Bingo! Parabéns Beverly. 

—Temos que recuperar a pedra.

—Você acha?

—Tem algo que possamos fazer?

Melissa parecia pensar.

—Posso fazer um feitiço para rastreá-la. Mas, vou precisar de velas, uma mapa da região e uma faca. Felizmente, temos tudo o que eu preciso.

Havíamos nos hospedado numa pensão/bordel.

—Eu vou precisar de sálvia. Isso vamos ter que arrumar, melhor eu vou ter que arrumar. Vou sair para encontrar a sálvia e vocês... fiquem aqui e tentem não chamar a atenção.

Ela vestiu sua capa vermelha estilo chapeuzinho vermelho e saiu. Já era dia.

P.O.V. Rei Edward.

Cavalgava de volta ao meu Castelo quando eu vi uma camponesa colhendo flores. Mas, antes que eu pudesse fazer ou dizer alguma coisa... ela disse:

—Eu posso senti-la. Ela está aqui. Eu posso sentir a minha pedra.

Ela levantou-se, colocou a cesta no chão e se virou para nós.

—Nobres. Que surpresa. Então, qual dois idiotas está com a minha pedra?

Quando me viu teve um sobressalto, assim como eu. Os olhos dela eram... frios como gelo e ainda assim luminescentes.

—Jeremy? Não. Você não é o Jeremy. Tá, podemos fazer isso do jeito fácil ou do difícil. Um de vocês está com a minha pedra. É uma gema azul, mais ou menos deste tamanho.

Ela fez um pequeno círculo com a mão.

—É oval e está amarrada á um cordão. Você! Foi você que pegou. Agora devolva.

—Não aceitarei ordens de um demônio.

—Se eu fosse um demônio, já teria matado todos vocês, seus cavalos e tudo o que tá vivo nesta cidade, digo vilarejo de uma forma lenta, dolorosa e terrível ai eu dançaria sob o que sobrou. Mas, eu não sou. Sou uma coisa bem mais exótica. Agora devolve a minha pedra.

O soldado sacou a espada. E ela respirou fundo como se aquilo á endediasse.

—Porque eles nunca escolhem o jeito fácil? Os mundanos são tão burros, parece que gostam de morrer.

O guarda desmontou, sacou a espada. Mas, ele não deu dos passos. Ela acenou com a mão e o guarda caiu no chão.

A mulher tirou o cordão do pescoço do guarda e o amarrou no seu próprio.

—Ah, eu sou tão piedosa. Ele não tá morto só inconsciente. Adeuzinho.

—Bruxa!

Ela nem se dignou a virar-se, simplesmente pegou a cesta e saiu. Os guardas a cercaram.

—A gente tenta. A gente tenta ser gentil e piedosa e em troca... é isso o que ganha. Bom, sendo assim...

Um dos guardas atravessou a espada no peito dela. Mas, ela não caiu. Os olhos dela só ficaram mais azuis.

—Seu filho da puta!

A mulher tirou a espada do próprio peito e o ferimento cicatrizou instantaneamente. 

—Meu Santo Deus! O que é isso?

Então ela chacinou os soldados, alimentou-se do sangue deles. Ela só matou os que a atacaram.

—Por favor, misericórdia.

Ela apontou para o guarda.

—Veritas. Agora, responda-me, se eu estivesse no seu lugar neste momento e você no meu, se eu estivesse me prostrando de joelhos diante de ti e implorando por misericórdia... me pouparia?

O guarda respondeu:

—Não.

—Então... ainda bem que eu sou tudo o que você não é. Imbecil.

Ela meteu-lhe um soco na cara e largou-o lá. E foi embora, entrando na floresta.

P.O.V. Melissa.

Corri á toda velocidade dentro da floresta, tentando pensar em alguma coisa, qualquer coisa para que eu não voltasse lá e arrancasse a cabeça daquele merda.

Quando cheguei, tive que compelir todo mundo á não surtar por eu estar cheia de sangue.

—O que aconteceu?

—Eu recuperei a minha pedra. E ainda arrumei uma grana. Vou precisar dum vestido novo.

P.O.V.  Jeremy.

Ela fez o tal feitiço de privacidade e depois fez um feitiço para limpar o vestido. 

—Bom, acabo de desenvolver uma teoria.

—Que teoria? 

—Mas, tenho que testar. Você bebeu verbena, hoje?

—Não, eu esqueci. Eu vou...

—Espera. Quero tentar uma coisa. 

Melissa olhou nos meus olhos e disse:

—Conte-me uma mentira.

—O que?

—Como eu pensei. Quem diria? E eu me apaixonei por cara maravilhoso, super inteligente que por acaso é um ser sobrenatural. Clássico eu.

—O que?! 

—Você realmente não sabia não é?

—Não! O que eu sou? Híbrido? Lobisomem?

—Nenhum dos dois. Você é humano, mas o seu rosto não é seu.

—O que? Do que está falando?

—Você é uma eu-sombra mortal, duplicata, doppelgganger.

—Como sua vó Ness?

—Sim.

—Mas... como?

—Eu não sei.

—E como sabe que eu sou um doppelgganger?

—Porque acabo de ver o seu rosto... em alguém que não é você.  Isso pode nos trazer problemas. Será que causa algum dano existirem duas duplicatas humanas numa mesma época? Talvez não. Stefan e Silas e Tom existem simultaneamente assim como minha vó e... Não. O Tom morreu, dai o Stefan tomou a cura. E o Silas é imortal.

—E dai?

—Tanto você quanto o nobre encima daquele cavalo são humanos. Isso pode causar algum problema, talvez.

—Ei, não vamos sofrer por antecipação. Se esse cara e eu temos a mesma cara e dai?

—Você não entende. As doppelggangers são a maneira que a natureza encontrou de restabelecer o equilíbrio. Uma por geração é assim que é. Mas, agora trouxe você aqui para esta época.

—Mas, o Jeremy e o outro cara não são da mesma geração.

—Você está certa Bev. Jeremy e quem quer que seja aquele nobre nasceram com duzentos e tantos anos de diferença.

—Então, somos nobres? Tipo, realeza?

—Aparentemente sim. As duplicatas tem obrigatoriamente que ser parentes, são um fenômeno que ocorre sempre dentro duma linhagem em específico. Elas são místicas, poderosas e ocorrem naturalmente.

P.O.V. Rei Edward.

Jeremy. Quem seria Jeremy? E que tipo de criatura era aquela que tinha uma espada atravessada no peito e continuava lutando? E porque diabos ela deixaria o soldado viver?

—Sábio, o que sabe sobre uma criatura que parece uma mulher, mas pode correr mais que o vento, mata um contingente inteiro de soldados e bebe o sangue deles?

—É. Bom, na Romênia há relatos de uma criatura parecida com esta, embora não se saiba se é homem ou mulher. Dizem que as criaturas não podem sair ao sol ou queimam. Mas, para todos os efeitos elas são imortais, não podem ser mortas á menos que se atravesse uma estaca em seu peito. Chamam de Vampier.

—Não. A mulher estava no sol e não estava queimando.

—Bom, então Vossa Majestade, eu realmente não sei. Talvez algum tipo de demônio.

Não consegui dormir. Não pude dormir, a mulher da floresta e seus olhos azuis e brilhantes assombravam meus sonhos. Então, decidi ir até a floresta atrás dela. Mas, não a encontrei. Porém, encontrei algo realmente extraordinário.

—Melissa? Melissa, é você?

De repente uma tocha iluminou o meu rosto e quando vi o rosto daquele que a carregava...

—Cacete!

—Por Deus! Mas, que tipo de magia profana é essa?

—Um elixir da imortalidade. Caramba! Nós somos exatamente iguais, mais parecidos que gêmeos.

—Elixir da imortalidade?

—Nem queira saber. A bruxa que o invetou era doida. E tem efeitos colaterais do caramba... como nós. Por exemplo. Isso é muito assustador. Existiu uma outra versão de mim á duzentos anos atrás, que por acaso é... a época atual. Meu Deus!

—Espere, o que?

—Ela disse que você era nobre. Que tipo de nobre é você? Um Duque, Lorde ou o que?

—Como é possível? Como somos tão... iguais?

—Somos o efeito colateral do elixir. O nosso rosto, não é nosso. Imagine quantas versões de nós já devem ter existido? Consegue imaginar?

—Espere, um momento. Versões de nós? E o que quer dizer com efeito colateral do elixir?

—Eu conheço a história de como esse elixir veio a existir, mas como quem quer seja o nosso Original o conseguiu... ai é um mistério.

—Pois diga.

—Á três mil anos atrás, bom três mil anos á contar de dois mil e dezenove.

—Dois mil e dezenove?!

—É. Bom, haviam essas pessoas. Bruxos, dois dos três mais poderosos membros de um povo chamado viajantes. É uma facção do mundo bruxo. Eles ficaram noivos, Silas e Qetsyiah e Silas prometeu o mundo á ela, disse que a amava e queria encontrar uma maneira de seu amor durar para sempre. Um feitiço da imortalidade. E ela encontrou. Ela criou o elixir que eles deveriam beber como parte de sua cerimônia de casamento, Qetsyiah criou um jardim inteiro para seu casamento, mas de repente tudo ao seu redor começou a morrer. As treliças de seu lindo jardim, sua flor de casamento, as colheitas e então... ela percebeu o porque. Silas já estava tomando o elixir em outro lugar.

—Mas, porque as plantas morreram?

O meu outro eu abriu a boca, mas não foi ele quem respondeu, foi outrem.

—Quando Silas e Amara beberam o elixir da imortalidade eles violaram a lei natural de que todas as coisas vivas, morrem por isso as plantas morreram. E por isso a natureza encontrou um equilíbrio. Criando versões deles que podiam. Eu-sombras mortais, Doppelggangers, duplicatas. Como você. E o Jeremy, e a Katherine e o Stefan e a Elena e a minha vó. Tudo causa do efeito cascata do pecado de Silas e Amara e obviamente mais alguém.

—Mais alguém?

—É. Nós não somos cópias do Silas, somos cópias de outro cara.

—Cara?

—Homem. Pessoa.

—E como pode saber?

—Porque conheci Silas e suas eu-sombras.

—Você alega que veio do futuro e conheceu um imortal?

—Pois é. Ele é parente dela. Vocês são parentes não são?

—Não sei. Sou parente da Amara e é só disso que tenho certeza. Então, qual é o seu nome, eu-sombra?

—Sou o Rei Edward IV.

—Caramba, sou descendente de um Rei.

—Tá. Porque não levamos essa interessante discussão familiar lá pra dentro? Aqui não é... Flecha!

Ela pegou a flecha com a mão e a arremessou de volta. Não podia ver, mas ouvi algo cair.

—Ele morreu.

Aquela criatura começou a apertar a cabeça.

—Para. Para. 

—Mel? Mel o que...

Mel. Um nome interessante.

Jeremy pareceu ter visto algo que eu não vi.

—Seu braço. Á quanto tempo você não...

—Desde que chegamos.

—E o que acontece se fica tanto tempo sem colocar pra fora?

—Não sei. Nunca tinha ficado antes, mas está doendo. Jeremy está doendo demais.

—Colocar o que pra fora?

—No momento, temos que nos colocar pra dentro.

Ele teve que carregá-la.

—Jeremy o que... Meu Deus! Dois Jeremys! Oh, Melissa. O que aconteceu?

—É o que não aconteceu Beverly. Ela não coloca pra fora á três dias.

—Coloca o que pra fora?

—Lembra que eu falei sobre a magia ser equilibrada?

P.O.V. Beverly.

Meu irmão arregaçou a manga do vestido da Melissa e...

—Valha-me Deus!

—Meu Deus! O que é isso?

—É a magia negra da Melissa. Como a magia branca dela é estonteantemente poderosa, a negra também é.

—Porque ela não tá curando, Jer?

—Porque ela tem que colocar isso pra fora.

—Como?

—Matando. Eu a vi fazer uma vez e... não foi bonito. Conheço a Melissa, ela não vai descontar num inocente, vai morrer antes de fazer isso.

—Então, precisamos encontrar alguém em quem ela descarregar. Isso não pode matá-la, pode?

—Não sei Bev. Mas, eu realmente não quero descobrir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Fantasma da Ópera" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.