P.O.V. Beverly.

Você se acostuma com os olhos azul/violeta, mas parece que estão ficando mais claros.

—Você e o meu irmão já...

—Não.

—Você não quer?

—Eu quero. Quero muito, mas tenho medo.

—Ele vai ser gentil porque se ele não for... mato ele.

Ela sorriu.

—Essa é a menor das minhas preocupações. Estou mais preocupada em perder o controle e acordar com um cadáver na cama. Ele não seria capaz de me parar se eu o atacasse e eu não seria capaz de me parar. Isso sem contar a força.

—A força?

Melissa pegou um pé de cabra e estendeu pra mim.

—Segura.

O negócio era de metal mesmo.

—Caramba isso é pesado.

—Me dá.

Dei o negócio na mão dela.

—Você consegue segurar um pé de cabra e daí?

—Não é só o que eu consigo fazer com ele.

Do nada ela... dobrou o pé de cabra. Dobrou ele com as mãos!

—Caramba!

—E é disso que estou falando. Imagina o que eu faria com o corpo frágil e humano do seu irmão? Quando eu perco o controle, eu machuco as pessoas que eu amo. E não poderia viver comigo mesma sabendo que fui responsável pela morte dele.

Bom, ao menos descobri o que meu irmão queria.

Depois que passou a tempestade pudemos voltar para casa.

P.O.V. Jeremy.

Pedi para a Bev descobrir se a Mel queria ficar comigo.

—E?

—Sim. Sim ela quer.

—E porque ela não fica?

Minha irmã tirou um negócio de dentro da bolsa.

—Por causa disso.

—O que é isso ai?

—Isso? Isso era um pé de cabra. Vi a Melissa entortar ele com as mãos!

O que?!

—Ela fez isso com um pé de cabra de metal e estava no controle, imagine se ela não estivesse e você fosse o pé de cabra?

Ela não estava preocupada com sigo mesma, mas com o que poderia fazer comigo. No dia seguinte, na faculdade fui falar com Melissa e acidentalmente ouvi algumas garotas implicando com ela.

—Você é uma aberração. Olha só esses seus olhos, parece uma alienígena.

Elas tiraram os óculos de sol dela.

—Por favor, devolva. É doloroso.

—Nem sei como você, você conseguiu ficar com o Jeremy Howe.

Então, ela fez algo com a garota. 

—Me devolva os meus óculos, agora.

E foi o que a menina fez. Como um fantoche.

—Obrigado. E sinto muito por ter feito isso com você.

Ela colocou os óculos de volta. 

Melissa estava fazendo amigas. E estava feliz.

P.O.V. Melissa.

Samara Blackwood é uma vaca. E ela é tão cheia de si, se acha tão importante. Tão intocável e poderosa.

—Sabe, eu vou ser como sempre a estrela do Show de Talentos da Universidade de Cambrigde.

—Meus parabéns.

Vou fazer essa vadia pagar. Afinal, eu sou uma criatura predatória. Samara Blackwood se acha grande coisa e ela me feriu. Não vou deixá-la se safar dessa.

—Então, o que acham de entrar no Show de Talentos?

—O que?!

—Eu tenho um plano. Mas, vou precisar de dançarinas de fundo. Vamos fazer a Blackwood se dar mal.

—Como?

—É. Como?

—Vamos fazer a melhor e mais super incrível apresentação de todas! Ela nem vai saber o que a atingiu. Isso é claro até ter atingido.

E cara, conseguimos mobilizar um exército de garotas para dançar com a gente. Montei a coreografia e nós ensaiamos sei lá quantos dias por semana.

Vi a Samara se inscrever no show de talentos. E fui até lá com a minha melhor cara de garotinha tímida. E escrevi meu nome.

—Vai tentar demonstrar a sua falta de talento?

—É um show para todos os alunos. Todos podemos tentar.

—Eu sei, mas eu vou vencer. Boa sorte, melhor ainda. Quebre a perna.

E a loira oxigenada saiu andando. Vai me pagar vadia.

—Vai se apresentar no show de talentos?

—Vou. Acho que vale a tentativa.

—Eu já te ouvi cantar. Essas garotas não tem chance.

—Estou contando com isso.

—Uau!

—Não é pelas outras garotas é por causa da Samara.