Ebriedade sóbria, abismo e fragmentos escrita por João Antônio G S
CAOS #1
Sei que a força minha nada és
Meu coração está disperso
Como não andasse com os próprios pés
Somos apenas vultos na corrente multidão
Eu e você somos. Não somos. Pouco importa
É solidão quem me bate agora
Esse sentimento de vazão
Essa desimportância de tudo
Tudo... Pairando na frivolidade absurda
De ideias sem fundação
Esse Caos...
Esse mal...
Engano, mal não há
Nego também a benevolência; todo esse binômio aqui acabará
E a pena consente
Com meu encéfalo que sente:
Enquanto de sentido carece a vida
Amiga bela ela se revela.
IDEAL MASSIFICADOR ESTATAL-BURGUÊS-MERCANTIL-MITOLÓGICO
Somos matéria sem alma
Unhas, dentes
CARNE
Fibras, vísceras, encéfalo, carne
Gado
Somos gado
— já, desde, cedo marcados a ferro e fogo.
Fogo forja ferro forja força forja ferro forja fogo* forja-me a labuta
Forja-me a desmaterializada utopia
Forja que não morro
Forja-me o vivente sentido
Forja o padrão comestível, consumível,
Beleza, mão-de-obra, caduco ensino, protocolo,
Matrícula, inscrição, conduta, medo, ódio
Me forja o sorriso de missa, novela e gibi
Cinema sem graça porco desgraça
Cachaça em meu torpor sentado em sofá
Esperando a morte chegar
Me come, me consome
Que morro logo
Logo depressa e nem percebe
Pois é o nascimento já um funeral.
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