Uma história de Amor. escrita por Gabs


Capítulo 1
2015 - O Início




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Maio 2015

Scorpius Malfoy estava sentindo-se um completo idiota. Vestia um terno, a gravata o incomodava, com toda certeza ele arrancaria aquela roupa ridícula se não precisasse. Afinal, ele não podia ficar vivendo de testes eternamente.

Ele sabia muito bem que toda essa situação tinha algum dedo de Draco, seu pai. Porque não era possível que o artilheiro que no fim do sétimo ano de Hogwarts entrou para os dez maiores da história do castelo não consiga entrar em nenhum time de quadribol. Draco não ficou nada feliz quando Scorpius decidiu se tornar jogador de quadribol, esse, segundo ele, não era um emprego para um Malfoy digno e desde então possuíam uma relação conturbada.

Rose estava ansiosa, nervosa… Ela não acreditava que aquilo estava acontecendo. Um prêmio de melhor jogadora da liga, aquilo era demais. A ruiva encarou os cinco vestidos em cima da cama, por um momento sentiu saudade de morar na casa de seus pais, se estivesse lá sua mãe a ajudaria a escolher um. Mesmo assim Rose sabia que havia tomado uma boa decisão saindo da casa dos pais seis meses antes.

Passou-se meia hora até Rose optar pelo vestido verde que estava dentro do armário, ainda faltava fazer um penteado. Ela estaria belíssima para receber o prêmio da revista Expresso da Vitória, revista criada por Zacarias Smith, um dos grandes nomes do jornalismo esportivo do Reino Unido.

Uma vez pronta Rose foi para o teatro onde ocorreria a cerimonia, sentou-se junto com sua família, que tomou praticamente três fileiras do teatro.

...

Scorpius odiava sair com seus pais, eles eram sempre tão pontuais e, ele odiava ser pontual, porque a pessoa pontual sempre ficava esperando e, mais do que ser pontual, Scorpius odiava esperar.

Foi exatamente isso que aconteceu. Uma hora antes do combinado seus pais bateram na porta do seu apartamento apressando-o. Já conhecendo Astoria e Draco, Scorpius estava pronto.

No fim das contas foi bom chegar cedo.

Primeiro porque Ernesto Boop, treinador de um pequeno time da Liga 2 confidenciou a Scorpius que todos tinham gostado muito do teste dele e que sem sombra de dúvidas ele teria um time para competir.

Segundo porque Scorpius pôde admirar enquanto Rose Weasley desfilava lindamente com seu vestido. Ela sempre fora bonita, mas naquela noite ela estava espetacular. É claro que ele ficou admirando em silêncio, seu pai mal falava com ele desde que decidira ser jogador profissional, o que Draco seria capaz de fazer caso soubesse que seu filho estava admirando uma Weasley?

...

O melhor das cerimonias, não são as cerimonias em si, mas a festa depois. E não a festa da revista, mas a festa particular e secreta que rola entre os jogadores. Foi nessa festa que Scorpius criou coragem para chegar em Rose.

Nem o loiro, nem a ruiva brigavam pelo castelo como se supunha que fosse ocorrer entre os filhos de Draco e Ronald. Os dois nunca foram amigos, sequer colegas, mas nunca foram inimigos.

—Não sei se alguém já falou isso para você hoje, provavelmente já, mesmo assim … –Scorpius sorriu nervoso – bom você está deslumbrante.

Rose estava sentada sozinha em um canto da boate que fora reservado, suas amigas estavam dançando na pista.

Ela encarou Scorpius sem acreditar no que ele dissera. Enquanto Rose o encara Scorpius pensava “Merlim do céu por que eu falei isso?” “Eu devia ter ficado em casa” “Isso é a pior coisa que me aconteceu”.

—Isso é surpreendente. Não sabia que os Malfoy’s sabiam elogiar as pessoas.

“Porque diabos eu falei isso?” “Merlim ele diz que estou deslumbrante e eu o insulto?” “Onde eu estou com a cabeça?”.

Scorpius sorriu desanimado. Claramente a resposta dela era um corte. Ele ia saindo enquanto xingava-se mentalmente.

—Espere. Eu fui grosseira. Vamos recomeçar? Que tal. Olá, eu sou Rose e sou absolutamente terrível para responder um elogio. Você é?

Perguntou ela apontando o espaço ao seu lado. Ele riu;

—Scorpius.

Disse ele sentando-se timidamente. Scorpius sentia-se um completo idiota. Nunca fora um galinha, mas não costumava ser tão tímido perto de garotas.

—Scorpius? Seus pais são engraçados, não?

Rose falou bebericando um pouco da sua cerveja amanteigada. Merlim do céu, tudo que sai da minha boca é um insulto a ele? Perguntou-se.

—Ei! Eu gosto do meu nome. Não é como… Rose, por exemplo, aposto que posso encontrar várias Roses por aí. Meu nome me torna inesquecível.

Diz Scorpius orgulhoso.

—Têm várias Roses porque os pais costumam serem sensatos ao colocarem o nome dos filhos. Além disso, não preciso de um nome para ser inesquecível.

Replicou Rose.

—Aposto que não.

O loiro respondeu perdido nos olhos azuis da ruiva.

—Parabéns pelo prêmio. Você jogou brilhantemente nesta temporada.

Disse ele desviando o olhar para a bebida em sua mão.

—Obrigada. Isso vindo de você é especial. Não é todo dia que um dos maiores artilheiros de Hogwarts me elogia. Duas vezes, e, na mesma noite.

—Isto foi um erro, você faz o tipo que deve ser elogiada a todo o momento.

Rose corou.

—Vamos mudar de assunto você está me deixando envergonhada.

—Não era minha intenção. Quer uma bebida? Mais uma, quer dizer. Eu posso buscar para você.

—Uma cerveja cairia bem.

Assim que Scorpius se afastou Rose abanou-se. O sorriso dele era muito, mais muito mais tentador de perto. Ela estava acostumada a ver aquele sorriso de longe, sempre distante, seja quando ele ria com o amigo Zabine do outro lado do salão principal de Hogwarts, ou quando ela ia assistir ao jogo da Sonserina para secar e ficava perdida no quanto ele era bom em cima da vassoura, no fim do jogo, perdendo ou ganhando, ele sempre fazia o time se reunir e os fazia rir ainda em campo.

Scorpius enxugou o suor da sua testa com um lenço. A vontade que ele tinha de agarrar Rose ali era enorme, mas ele precisava lembra-se que embora os dois estivessem conversando não significava que ela queria algo mais. Talvez ela tivesse um namorado. Será que ela tinha um namorado?

—Você tem namorado?

Perguntou Scorpius. Rose que dava um primeiro gole em sua bebida engasgando

—Desculpe isso não é da minha conta, é só que… esquece.

—Não. Tudo bem. Eu não tenho namorado, ou alguém. E você?

—Também não tenho namorada, mas há uma possibilidade de existir alguém.

Respondeu ele a encarando. Rose deu mais um gole em sua bebida desviando o olhar.

—Então como anda a vida de jogador de quadribol?

Perguntou ela mudando de assunto.

—Mais ou menos. Talvez eu jogue em um time nessa nova temporada, mas não é nada certo.

—Isso muito bom, logo você disputará comigo o prêmio de melhor jogador.

—Ainda vai demorar. O time é na Liga 2.

Respondeu um pouco envergonhado, afinal ele estava tentando alguma coisa com ela.

—Se você conseguiu brilhar naquele time bosta que a Sonserina tinha, vai arrasar na liga 2.

—Obrigado, mas... Droga eu não consigo dizer que o time da Sonserina era bom. Nós tivemos uma péssima safra, mas as coisas melhorarão.

Rose gargalhou.

—Me diga uma coisa. Você se ilude sozinho ou alguém te ajuda? Aceite. A onda de terror da Sonserina acabou.

—Eu aceito se você aceitar sair comigo.

Scorpius falou de uma vez, antes que perdesse a coragem.

—Está me convidando para sair tipo um encontro?

—E se eu tiver?

Rose respirou fundo. Scorpius não era lindo, não era o tipo de cara que faria milhares de mulheres se jogar aos pés dele, mas ele era bonito, charmoso.

—Eu teria que dizer não, Desculpe, Não é que eu não queira. É que, eu disse que não tenho um namorado ou alguém e realmente não tenho, mas faz pouco tempo que eu não tenho alguém, entende?

Gustav Esme. Como pude esquecer ele? Scorpius perguntou-se ao lembrar de ler em alguma reportagem anunciando o fim do namoro entre Gustav e Rose. Os fãs de quadribol ficarão com o coração devastados, afinal, Rose era uma artilheira em ascensão e Gustav, jogador da Liga Francesa, fora o melhor jogador da última Copa Mundial.

Scorpius remexia seu copo nervosamente. Rose o olhava culpada, ela queria muito aceitar o convite, mas não se sentia preparada. Por mais que tenha ganhado o prêmio estava triste com o fim de seu namoro com Gustav, não era a toa que toda as suas amigas estavam dançando e ela ficara ali, sozinha.

     -Sinto muito. É muito recente,

     -Tudo bem. E se eu tivesse te convidado não para o encontro, mas para uma saída como amigos.

     -Amigos?

     -Apenas amigos.

Reiterou Scorpius mesmo não gostando da palavra ‘amigos’. Rose, porém não teve tempo de respondê-lo. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, Lily sua prima a arrancou literalmente dali, sem nem notar que a ruiva estava acompanhada.

Não demorou muito para Scorpius descobrir o porquê do comportamento da prima de Rose, ao que parecia, Gustav estava ali para homenagear Rose. O loiro não ficou na festa para ver a homenagem, foi embora rapidamente.

—Ele veio aqui só vê você, dá para acreditar?

Sua prima perguntou depois de arrastá-la para o banheiro. Rose teve vontade de dizer que dava sim para acreditar, mas que ele não estava ali por ela e sim pela carreira dele, ele queria era ganhar a mídia com a notícia que logo estaria nas reportagens de amanhã, assim como todos as coisas românticas e declarações que ele havia feito, não se tratava de Rose e sim dele. No entanto, Rose se calou, sua família assim como a impressa em geral amava os dois juntos, Rose também gostava, pena que para ela nunca fora só marketing.

     -Luna, eu estava acompanhada, não percebeu?

Rose disse um tanto irritada, ela estava gostando da companhia de Scorpius.

     -Estava? Não percebi, mas quem se importa quando o amor da sua vida está aqui.

Gustav agia como sempre, falava num tom carinhoso, era amável com todos e parecia realmente ser completamente apaixonado por Rose, mas ela sabia que toda a performance era para a imprensa e não para ela.

Depois que Gustav se juntou com os amigos e familiares de Rose, a ruiva tentou se livrar das '‘garras’' dele milhares de vezes, quando ele finalmente saiu dizendo ir ao banheiro ela pediu para Judith sua melhor amiga a tirar dali.

—Eu não quero falar sobre isso.

Disse Rose, enquanto as duas andavam pelo beco atrás do Rox. Pois a ruiva sabia que a amiga queria saber o porquê do término, no entanto ela ainda não estava preparada para falar como foi enganada.

Rose já estava preparada para aparatar quando viu um loiro sentado em pub na frente dela, sem dar atenção ao olhar curioso de Judith, foi até ele.

—Oi!

Disse ela sorrindo.

—Ei!

Espantou-se Scorpius, o que Rose fazia ali?

Os dois ficaram se encarnado por algum tempo, até que Judith resolveu falar alguma coisa.

—Oi também.

—Ah sim. Scorpius essa é minha amiga Judith ela é minha colega de time. Judith esse é Scorpius, estudou em Hogwarts, somos do mesmo ano.

—Prazer.

Disseram os dois apertando as mãos, no entanto os olhos de Scorpius não saiam de Rose.

—Bom, que tipo de cavalheiro eu sou, sentem-se.

Disse levantando-se e puxando uma cadeira para cada.

—Então Scorpius o que você faz?

Judith perguntou curiosa, Rose nunca foi de ficar conversando com garotos, ainda mais depois de um término, e Judith sabia bem o quanto Rose amava Gustav.

—Eu sou jogador de quadribol, assim como vocês, no entanto ainda não tive muita sorte com times, possivelmente jogarei na Liga 2, na próxima temporada.

—Qual sua posição.

—Artilheiro.

—Logo ele vai estar disputando comigo o título de melhor jogador.

Rose falou confiante.

—Obrigado.

—Como vocês se reencontraram?

Judith perguntou curiosa.

—Na verdade, foi agora pouco. Fui parabenizar Rose pelo prêmio.

—Agora pouco, sério? Nem parece. Vocês eram muito amigos em Hogwarts?

—Nem um pouco-Rose contou sorrindo.

—Meu nome é Scorpius Malfoy. Pelo sobrenome já dá para saber que não podíamos ser amigos.

—Até que podíamos, uma vez que deveríamos ser inimigos e a única vez que discutimos foi porque você me colocou em detenção.

Rose contou.

—Verdade. Se bem me lembro você conseguiu a proeza de tirar a moldura do quadro que levava a torre da Grifinória.

—A mulher gorda.

—Isso!

—Lembro que a diretora McGonnal te deu um prêmio por descobrir quem havia feito, você ganhou 100 pontos para sua casa e um troféu.

—Sinto muito por isso, eu era um tanto boboca na época, se lhe faz sentir bem, esse troféu deve estar jogado no canto do meu quarto ou pior no escritório do meu pai, na estante do futuro brilhante que meu filho deveria ter dito.

—Estante futuro brilhante que meu filho deveria ter dito?

Perguntou Rose curiosa.

—Sim. Em resumo meu pai tinha planos para mim, e, nenhum dele envolvia quadribol.

—Eu te entendo, meu pai também achou uma estupidez ser jogadora de quadribol.

Judith disse.

—Seu pai não teve problema com sua carreira, Rose?

—Tendo Gina Potter como tia, ele nem poderia, mas minha mãe sempre achou que eu seria mais feliz com uma carreira no ministério.

—Eu não consigo imaginar um futuro onde você esteja no ministério. Parece-me  errado, você em lugar amontoado de pessoas, quando você obviamente nasceu para brilhar.

Confessou Scorpius, Rose corou com as palavras do loiro.

—É incrível sua capacidade de me deixar envergonhada.

—Juro que não é intencional. Eu só não consigo evitar, como já disse você faz o tipo de pessoa que merece ser elogiada a todo momento.

Os dois se encararam por algum tempo, até que Judith chamou a atenção os dois.

—Enfim, eu acho que já vou para casa, vai comigo, Ro?

—Não, acho que vou ficar mais um pouco.

Rose disse sem tirar os olhos do loiro. Judith olhou a amiga curiosa, mas não disse nada, apenas se despediu e foi embora.

—Por que vocês não estavam na festa?

Perguntou Scorpius curioso.

—Eu não bebi o suficiente para falar disso.

—Não seja por isso.

Scorpius disse indo pegar mais bebida.

—Conte-me os detalhes mais sórdidos.

—Eu não gosto de ser enganada. Odeio mesmo, e, odeio mais admitir que fui enganada.

—Gustav te enganou?

Rose abriu os olhos surpresa.

—Desculpe, eu lembrei ter visto em na capa de uma das revistas da minha irmã que vocês haviam se separado. Então ele apareceu na festa e você saiu e, agora falou isso, só estou ligando os pontos.

—Ligando muito bem. Sim, eu o amava, ainda o amo… você sabe não basta se decepcionar com as pessoas para esse sentimento sair do peito… enfim, eu o amava, e, ele amava a imprensa.

—Que idiota! Não se sinta mal por isso. Você quer que eu volte naquela festa e dê um murro nele? Por que um ser humano não pode ser tão idiota assim. Merlim! Como um cara pode ter uma mulher como você e se preocupar mais com a imprensa? Esse cara tem problemas…

Rose imaginou que ficaria triste ao falar disso com Scorpius, mas sentiu-se estranhamente aliviada.

—Desculpe eu fiquei um pouco… é só que não consigo acreditar que alguém possa passar tanto tempo perto de você e não se apaixonar ou se preocupar com você. Eu, por exemplo, passei boa parte dessa noite conversando com você e já quero voltar para aquela festa encher aquele babaca de pancada.

—Sabe, essa noite, enquanto eu estava com você, foi a primeira noite, desde que terminei com ele em que eu estava realmente bem, e na qual falar sobre Gustav não me deixou triste.

—Se quer saber, minha noite também foi a única em muito tempo em que me sinto bem, na qual não me sinto um tremendo fracasso.

—Não se menospreze Scorpius. Eu gosto do fato de você lutar pelo seu espaço. Isso realmente prova seu talento. Agora, jogando, meu talento é reconhecido, mesmo assim eu não cheguei aqui por méritos próprios. Ter Gina Potter como tia contribuiu muito.

—Ser sobrinha dela só tornou as coisas mais rápidas, mas não se engane você estaria nessa posição com ou sem ela.

—Assim como você também estará.

—Uma última para a saideira?

Perguntou Rose '‘alegrinha’'.

—Com certeza.

Respondeu Scorpius também '‘alto’'.

—Sabe, talvez não devêssemos aparatar nessas condições.

Rose conclui depois de tropeçar no próprio pé.

—Vou chamar um táxi.

Disse Scorpius pegando um celular.

—Você tem um celular? E sabe andar de táxi?

Scorpius sorriu.

—Digamos que irritar meu pai tem certas vantagens.

Em algum momento enquanto o táxi se dirigia ao apartamento de Rose, os dois se beijaram, e se surpreenderam ao perceberem o quanto suas bocas pareciam se compreender, o beijo começou calmo, mas quanto mais as línguas se enroscavam mais se aprofundava, nenhum dos dois se lembravam onde estavam, só sabiam que aquilo era gostoso.

Quando o táxi parou na frente de um prédio alto, um tanto antigo, Rose estava em cima de Scorpius e este tinha suas mãos em um dos seios de Rose. O motorista teve que tossir por cinco vezes até que os dois '‘voltassem’' a realidade.

 -É aqui que eu fico.

Rose declarou. Scorpius queria perguntar se poderia entrar com ela, mas achou que não seria adequado, ele estava bêbado, ela estava bêbada, talvez fosse um erro.

—Você não quer subir?

Perguntou Rose.

—Se não for incomodo.

Scorpius estava nervoso e, não entendia o porquê, de maneira bem infantil colocou as mãos dentro do bolso e esperou Rose abrir a porta, o caminho até a porta fora totalmente em silêncio, mas assim que entraram no apartamento Rose o puxou para um beijo, os dois caíram por cima do sofá.

As mãos de Scorpius percorriam por todo o corpo de Rose, o vestido da ruiva estava enrolado, as mãos dela não demoraram a tirar a camisa dele, por um momento o loiro até pensou em parar por ali, afinal, os dois haviam bebido demais, mesmo assim quando Rose o puxou pela mão em direção ao quarto ele a acompanhou, e, quando ela o fez sentar na cama enquanto tirava totalmente o vestido ele não se fez de rogado e a puxou para si, jogando-a na cama e a beijou intensamente.

A calcinha de Rose fora rasgada com violência, a calça e cueca de Scorpius foram jogadas com rapidez no chão do quarto, e, mesmo que os dois estivem desesperados para o contato mais íntimo, o loiro ficou admirando a ruiva, completamente nua.

“Tem certeza que não está muito bêbada ou que vai se arrepender disso amanhã?”. Perguntou ele usando o resto de racionalidade que sobrara. Rose sorriu e como resposta o beijou.

—--

Ao acordar Rose demorou um pouco para se situar, e aos poucos foi relembrando da noite anterior, de conversar com Scorpius, de fugir de Gustav, de beber com Scorpius, de beijar Scorpius, de transar até adormecer por cima de Scorpius...  Imaginando que o loiro já havia ido, afinal, o chão que antes tinha roupa dos dois só tinha as dela, a ruiva foi para a cozinha ainda nua.

A garota assustou-se quando viu que o loiro estava na cozinha fazendo o café da manhã, Scorpius concentrado em mexer a mistura da panqueca não notou de imediato a presença da ruiva, no entanto quando o fez, derrubou toda a massa que havia preparado.

Scorpius estava completamente vermelho, desajeitado tentava limpara a bagunça que fizera no chão da cozinha, tentando ao máximo olhar somente para o chão e, não para Rose nua na sua frente. Ela não demorou muito na cozinha voltou ao quarto para pegar um roupão, quando retornou a cozinha o loiro já havia limpado tudo e começava a fazer outra mistura para panqueca.

—Desculpe, não queria assustar você. É que imaginei que já teria ido.

Rose disse sem jeito.

—É claro que você imaginou que eu já tinha ido. Eu provavelmente devo ir….

Scorpius, totalmente, envergonhado comentou pousando a tigela em cima da mesa.

—Eu não quis dizer que você deveria ir, só que… imaginei que… Eu nunca fiz isso antes, não sei como funciona.

—Tudo bem. Imaginei que depois de ontem você precisaria de um café reforçado.

—Temos aqui uma espécie em extinção, alguém que sabe cozinhar.

Comentou Rose sorrindo. Scorpius pegou a tigela e recomeçou pela segunda vez fazer a massa.

—Só não crie expectativas altas.

—Tarde demais.

Ele a encarou e sorriu.

Rose não gostava muito de panquecas, nem mesmo as da sua avó, Molly, mas não queria dizer a Scorpius, ele era muito fofo por estar fazendo o café da manhã. Ela percebeu que ele já tinha preparado o café, suco, bacon, ovos mexidos… uma vez que as panquecas ficaram prontas, ela molhou as suas com mel, e na primeira garfada percebeu o quão bom cozinheiro era Scorpius Malfoy.

—Sabe qual o seu problema Malfoy?

Perguntou Rose, ainda degustando sua panqueca.

—Você se menospreza demais. Essas panquecas estão maravilhosas, muito mesmo, até eu que não gosto de panquecas, gostei.

Scorpius não pôde evitar o enorme sorriso que se formou em seu rosto.

—Obrigado, mas você poderia ter me dito que não gostava de panquecas.

—Talvez, mas está realmente muito gostosa.

Scorpius estava sem jeito. Eles tiveram uma noite, um bom papo, e um sexo maravilhoso, ele não foi para Corvinal, mas era esperto o suficiente para saber que para Rose, a noite anterior, foi um erro, ela estava magoada, se sentindo enganada, no fundo, ela queria saber que alguém se interessava por ela, e não pelos holofotes como seu ex estupidamente fizera. Ele a entendia, sabia que ele era só um caso. Por um momento, se arrependeu, se ele não tivesse entrado no apartamento, se tivesse recusado o convite, talvez, os dois pudessem ser amigos, mas pela forma como Rose o olhava, entendia que não era possível.

—Bom, já que você está alimentada, acho que está na minha hora.

Disse a ela.

—Foi interessante reencontrar você, Scorpius.

Rose sentia-se estúpida, ela nunca havia feito sexo casual, não sabia como se comportar, e o Malfoy, a olhava quase como se estivesse magoado, ela não tinha ideia do que fizera para que ele tivesse aquele olhar.

—A gente se ver por aí.

Disse ela, para quebrar o silêncio que se formou entre os dois. Ele deu um sorriso tristonho.

—A gente se ver por aí. -Repetiu e se dirigiu a porta.

Rose se sentiu triste quando Scorpius saiu do apartamento, e ficou encarando a porta por vários segundos, tentando entender o porquê se sentia daquela forma. Naquele mesmo dia, à tarde, Judith foi a casa da amiga, ela estava preocupada com Rose, desde que o relacionamento com Gustav acabara, ela estava mais distante, mas na noite anterior ela não estava daquele jeito, pelo menos, não enquanto o tal Malfoy estava por perto.

—Então, o que aconteceu ontem? Quero detalhes.

Judith perguntou com um sorriso safado no rosto.

—Scorpius e eu ficamos conversando, bebemos um pouco além da conta, e transamos.

Confessou. Judith estava surpresa, Rose nunca foi de conhecer um cara e transar logo em seguida. Ou o término com Gustav tinha mexido com ela, ou o Malfoy tinha mexido com ela.

—Vocês o quê?

—Eu sei, eu sei… Nós estávamos no carro vindo para cá, e de repente nos beijamos, e uma coisa levou a outra.

—Hm… E como está se sentindo depois de ter fugido do se ex e dormido com o desconhecido.

—Ele não é desconhecido! Nós nos conhecemos e Hogwarts.

—Mas nunca haviam se falado.

—Não quer dizer que ele seja desconhecido.

—Quase isso, enfim, como está se sentindo?

—Eu não sei, Judith. Não posso dizer que esqueci o Gus, é claro que não esqueci, ainda o amo, mas ontem com Scorpius… Não me sentia daquele jeito há muito tempo, e, quando acordei ele estava aqui, fazendo o café… E desde que ele saiu estou com a sensação de que fiz algo errado, porque quando ele saiu, juro, o olhar dele estava muito magoado. Mas não sei o que eu fiz!

—Calma. Porque não conta o que conversaram para eu ver se você tá ficando louca, ou se falou alguma coisa…

— “A gente se ver por aí?”. Se despediu dele, dizendo isso?

Rose olhou a amiga assustada.

—Qual o problema?

Judith revirou os olhos.

—Nenhum, se não quiser mais ver ele. Quer sair com ele de novo?

—Não sei. Acabei de sair de um relacionamento, não sei se quero me envolver com outra pessoa, mesmo que ele mexa comigo…

—Bom, não precisar se preocupar com isso, porque no mundo do sexo casual, “a gente se ver por aí” equivale a “até nunca mais”.

—Por isso ele deve ter ficado chateado, porque não ia ter uma segunda vez, mas eu disse que tinha acabado de terminar…

—Acho que é mais pelo fato dele gostar de você.

—O que quer dizer com isso?

—Qual é, Rose. Pela forma como ele te olhava ontem, eu posso dizer que com toda certeza, ele está caidinho por você.

—Não exagera, ele não estava caidinho…

—Rose, ele não tirava os olhos de você… e a forma como ele te olhava. Acredita quando digo que ele estava muito a fim de ti.


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