A Valquíria Exilada escrita por Tinho Legal


Capítulo 7
Ele sorria


Notas iniciais do capítulo

Oeee,
Desculpa pela demora *desvia de uma pedra*
Desculpa mesmo *desvia de um tomate*
Amo vcs *tenta desviar de uma faca*



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                O sinal bateu. A aula acabara. Era a última aula da manhã e Peter estava incerto do andamento de todas elas. A luta que ocorrera com Skurge ainda ocupava a mente do professor. A imagem de sua vizinha derrubando ele com uma mão só se repetia em looping em sua cabeça. Peter já vira esse tipo de poder antes e isso o assustava.

                Decidiu almoçar sozinho no terraço da escola. Quando chegou lá tinha uns estudantes “vivendo perigosamente”. O Aranha expulsou os dois alunos de lá antes que visse algo que não devia.

                Queria pensar em outra coisa, mas não conseguia. O medo é um sentimento que vive com ele. Anda com ele. Mas nunca é desse jeito. Geralmente o medo que ele tem é de fracassar, de não chegar a tempo. Peter tem medo de que não consiga salvar quem corre perigo. Infelizmente é algo que já aconteceu. Rebecca Willians, Joseph Jones, Kevin Campbell e outros. Peter sempre descobre o nome das pessoas que ele não conseguiu salvar. Eles se tornam assombrações em sua mente. Um motivo para não fracassar na próxima vez.

                Mas o medo que a vizinha lhe causa é diferente. O Homem-Aranha é considerado um herói poderoso na internet. Outro hábito de Peter, ler as teorias que surgem dele na internet (tem uma que acredita que o Homem-Aranha é na verdade um clone do Nicolas Cage). Porém, aquela mulher poderia arrancar a espinha de Peter com uma mão. E isso o aterrorizava.

                Ainda mais com a sorte dos Parkers: não era uma questão de se ele teria de enfrentar ela, mas uma questão de quando.

                Peter ouviu o sinal novamente. Já começavam as aulas novamente e ele nem comera.

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                - Ah! Finalmente acordou! – Skurge ouviu. Não sabia onde estava, a visão ainda estava embaçada. Tentou se mexer, mas não conseguia. Há algo em Midgard que pode parar um asgardiano como ele?! Percebeu que estava pendurado. Tanto suas mãos como seus pés estavam presos com um tipo de corrente. A corrente que prendia suas mãos era a que o levava ao teto.

                Quando a sua visão começou a clarear, ele percebeu o que acontecera. Em sua frente, usando um moletom surrado e um sorriso torto, estava Sol. A herdeira de Thor.

                - Sabe, eu não lembro de nada no meu exílio sobre ter babacas como você na minha cola. – O tom não era zangado, é claro. Skurge nunca teve chance. Era uma mísera mosca como sempre fora. – Então, o que que sua careca está fazendo aqui?

                - Colocaram uma recompensa na sua cabeça. – Ele cuspiu. Queria acabar logo com essa humilhação. Se tiver sorte ela vai soltá-lo e não contará para ninguém. – Se você quiser saber, o seu exílio vai acabar em breve. – O homem dá uma risada anasalada.

                - Explique. – Sol ordena.

                - O ragnarok chegou pequena. Logo não haverá mais Asgard. Logo você será a rainha de um reino destruído. – Por um momento o coração de Sol parou. Não sabia qual era o motivo exato. Talvez seja a revelação. Talvez seja a risada histérica de Skurge que logo se transformou em um choro convulsivo.

                Ou talvez seja o seu futuro destino: Sol, a rainha exilada de nada.

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                Peter voltou para a aula ainda com a cabeça fora de ordem. Se perdia na explicação do que era para ser um conteúdo simples e acabava mais confuso que os alunos. Nada que eles fossem se queixar, afinal, Peter é o professor de matemática. Quase nenhum aluno gosta de matemática. E os que gostam, já entenderam o conteúdo.

                O professor estava na terceira tentativa de resolver uma questão que era para ser fácil, mas já tinha errado nos sinais duas vezes. A vergonha quase tirava o medo da sua cabeça, mas no final sempre voltava.

                Uma aluna levantou a mão. Peter demorou para notar, mas outra aluna chamou a atenção para que ele visse.

                - Professor, posso tentar resolver a próxima questão no quadro? – Era Daisy, uma das melhores da turma. Peter pediu para que ela só esperasse ele terminar a questão atual que a deixaria. Não custou tanto e ele conseguiu. E sem demora pediu para que a garota fosse ao quadro. Ela pegou o canetão vermelho e começou a conta.

                Foi quando Peter sentiu.

                Em um piscar de olhos, o professor segurou a aluna pelos ombros e puxou a para longe do quadro usando o corpo como escudo para ela. A parede do quadro tinha explodido. Peter levantou rapidamente cuidando a garota.

                - Você está bem? – Ele perguntou. De vista ela não tinha se machucado além de alguns arranhões. Ele analisou com cuidado quando ela acenou com a cabeça. – Está todo mundo bem?

                Os alunos haviam corrido para o fundo da sala e todos olhavam para ele.

                - Professor. – Ele ouviu Daisy. O coração de Peter estava acelerado. Ele não via nenhum aluno machucado, mas será que tinha algum? – O seu ombro. – Ele relaxou, observou o ombro e viu que era só um arranhão que estava bem feio. Nada que sua cura não desse jeito. Ele sorriu para Daisy.

                - Vai tudo ficar bem, agora se junte a seus colegas. Eu resolvo. – A garota não pestanejou e quando ela se juntou aos outros colegas, abraçando a melhor amiga, o professor finalmente olhou para a parede que havia explodido.

                Havia quatro figuras humanoides. Todo de pele cinza, como se fossem cadáveres andantes. Tinham um longo cabelo branco preso por diversos estilos. Suas orelhas eram pontudas e as íris de seus olhos eram um vermelho que quase brilhava. Uma fêmea, que possuía uma venda nos olhos apontava para ele. Os dois machos estavam prontos para brigar. Um deles segurava uma lança com duas pontas curvas, uma em cada ponta. E o outro um arco enorme com uma flecha incandescente apontada para seu peito.

                A quarta figura analisava Peter. Assim como a vendada era uma fêmea, mas essa tinha uma espada curva (que seu lado nerd chamava de cimitarra) presa na cintura. Os olhos dela também davam a impressão de brilhar e por um lado eram lindos. Mas Peter sentia como se encarasse um leão prestes a atacar.

                - Cadê ela? – A elfa com a cimitarra falou. Sua voz era áspera, como se fumasse várias vezes ao dia. Mas era forte, imponente. Peter não tinha certeza de quem ela seria, mas implorava internamente para que realmente não soubesse.

                - Eu não sei do que você está falando. – Ele começou. Queria chorar, seus alunos estavam em risco, havia elfos na escola que provavelmente queriam saber da sua vizinha asgardiana e sabia que teria de lutar. Mas e se eles forem tão fortes quanto a mulher que procuram? E se ele não conseguir proteger as crianças? – Eu sou só um profe...

                - Mentira— A elfa vendada falou e o coração de Peter parou. A voz dela não parecia ser dela, soava como se fosse uma assombração. Como se ela estivesse em todos os lugares. – Ele sabe.

                - Ataquem os menores. – A elfa da cimitarra voltou a falar. O professor não teve tempo de gritar. O arqueiro desviou a mira da flecha incandescente para os seus alunos e soltou a corda. Quando Peter percebeu, a flecha incandescente queimava a palma de sua mão. Soltou a flecha rapidamente e viu ela se desfazer. A mão ardia. Já fora queimado antes, mas a dor continuava gritante.

                Peter engoliu a dor. Segurou o choro e olhou para os alunos. Tinha que os proteger. Ele sorriu para eles e voltou a atenção para os elfos. O arqueiro parecia realmente surpreso. O lanceiro bocejava. E a de cimitarra franzia a testa. Parecia analisa-lo ainda mais.

                - Mar’Got? – Disse o arqueiro se referindo a elfa de cimitarra.

                - Posso acabar com ele? – Falou o lanceiro, apressado.

                - Não. – Disse Mar’Got. Ela desembainha a cimitarra. – Última chance, humano. - Peter suspira. Teria de lutar e, pior, sem suas teias.

                - Antes de começarmos. – Ele fala levantando a voz e percebendo a sobrancelha de Mar’Got se levantar. -  As crianças poderiam ir para um lugar seguro? – O punho da mão queimada ardia, ele a cerrava com uma esperança fútil de que a dor parasse.

                - Não. – A voz de Mar’Got atinge Peter mais fundo. As crianças podem se machucar se ele não se cuidar. Ele decide olhar para as crianças e sorrir uma última vez antes de sentir o sentido aranha. As crianças nem tem tempo de gritar quando olham o seu professor se abaixar de um corte direcionado para seu pescoço e agarrar o punho da espada. Em um movimento rápido, o Aranha consegue atirar a atacante em direção do arqueiro. Mas assim como ele, ela também demonstra uma agilidade sobre-humana e consegue pousar graciosamente ao desviar do colega. – Kar’vel, Rit’tat!

                O arqueiro puxa o arco vazio, aparecendo uma flecha incandescente. Peter consegue pegar um pedaço da parede explodida e usa para desviar a flecha. Mirando ela para o chão. Não podia segurá-la e muito menos deixar ela passar e pegar um aluno.

                O sentido aranha o ajuda a desviar de um golpe do lanceiro, mas o movimento o faz derrubar o pedaço que usou para desviar a flecha. A lança tentava estoca-lo, mas o Aranha conseguia desviar. Com o instinto fez o gesto para atirar teia, mas nada aconteceu. O elfo girou a lança sobre a própria cabeça e desceu ela em direção a Peter, que facilmente desviou e usou a oportunidade para chutar as pernas do inimigo, derrubando-o no chão.

                Peter sentiu uma flecha vindo em sua direção. Segurou a flecha e, ignorando a dor, cravou-a no joelho do lanceiro. Tomou a lança do inimigo derrubado bem a tempo de bloquear um golpe da cimitarra de Mar’Got, mas a lança se partiu em duas, permitindo que a cimitarra fizesse um corte no peito de Peter.

                O lanceiro segura a perna de Peter e a puxa tentando derrubá-lo, mas a agilidade do Aranha consegue o manter de pé. Porém, o deixando livre para um próximo ataque de Mar’Got. Ele consegue jogar os pedaços da lança para longe e segurar a lâmina da cimitarra. Ele consegue prende-la com a mão esquerda o tempo suficiente para usar a mão direita para quebra-la. Sem parar o movimento, acerta a elfa com as costas da mão a mandando para longe e, com a lâmina quebrada da cimitarra, prende a mão do lanceiro no chão.

                Peter levanta com dor. Perdia sangue numa velocidade assustadora até mesmo para ele. O arqueiro estava com uma flecha preparada e se posicionara perto dele. Se ele atirasse, nem mesmo a velocidade aumentada do Aranha conseguiria salvá-lo.

                Mas algo atinge o arqueiro. Um objeto de metal corta o ar e volta para a mão de quem o atirou. Logo atrás, Dawn estava portando um rifle de assalto e outros soldados estavam de armas postas para os outros elfos.

                Antes de Peter desmaiar ele viu quem atirara o objeto de metal. Ele usava uma roupa azul que parecia feita de escamas. Uma grande estrela branca no peito. O objeto de metal era um disco azul, vermelho e branco. Não um disco, um escudo.

E ele sorria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado,
Se puderem comentar eu agradeceria do fundo do meu coraçãozinho.
Agora posto mais um assim que tirar essa faca do meu ombro.
Amo vcs.



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