A Valquíria Exilada escrita por Tinho Legal


Capítulo 6
Trabalho a fazer.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, como vão?

A fic tá quase no fim, olha só!
(mentira)
(ou não)

Boa leitura, povo!



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                Peter acordou com a cabeça doendo. Quando se sentou na cama logo sentiu os outros efeitos da ressaca: tontura, embrulhamento no estômago, a luz parecia muito forte, etc. O cheiro de álcool não ajudava. Ele não era um santo para nunca beber, mas nunca tinha bebido tanto whisky. Se levantou e lembrou da noite passada, se vestiu e saiu do quarto.

                A primeira coisa que o garoto viu foi Jéssica vendo alguma coisa no computador. Ela também já estava toda vestida, usava praticamente a mesma roupa da noite passada, só tinha trocado a camisa, usava uma do Ramones.

                - Oi. – Peter disse enquanto esfregava seus olhos e andava em direção da mulher.

                - Bom dia. – Jéssica falou sem tirar os olhos do computador.

                - Como é que você não está de ressaca? – Ele se senta na cadeira na frente de Jéssica. Ela abaixa a tela do notebook e pega o cantil que estava ao lado.

                - Já te falei meu segredo. – Ela dá um gole. – Só uma coisa, fica longe da tua vizinha. Entendeu? – Jéssica disparou. Peter se ajeitou na cadeira.

                - Por que? – Falou sem entender.

                - Eu quero dar uma observada nela, ver o que ela anda aprontando. – Jéssica toma mais um gole. – Daí te digo o que eu descobrir.

                - Ok. Posso só te fazer uma pergunta então?

                - Claro.

                - Tem café?

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                Peter chegou em seu apartamento confortável. Sentou-se em sua escrivaninha e teve um susto. Não fez nada no final de semana inteiro e tinha a semana cheia de aulas para dar.

                - Aí, caramba.

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                Jéssica lia artigos que descreviam valquírias. Não fazia ideia se eram corretos, mas era um caminho. Por um lado, sentia que estava gastando tempo, que tudo que lia não passava de especulações de nerds querendo ganhar a vida, mas por outro achava interessante. Como um bom livro.

                Batidas suaves ecoaram pelo apartamento. Jéssica revirou os olhos e fechou o notebook.

                - Tá aberta! – Ela gritou. A porta abriu um pouco, revelando um homem grande de jaqueta marrom que a mulher já conhecia.

                - Posso entrar? – Perguntou o Capitão América. Jéssica, boquiaberta, assentiu. Deu graças a deus que não tem mais pôsteres dele pelas paredes. – Como vai, Jéssica?

                - Eu vou bem, Capitão. – A mulher sentia que deveria ficar de pé e bater continência ao homem, mas resistiu, pois, achou que seria vergonhoso. Ele entrou e ficou perto das cadeiras, em frente à sua mesa.

                - Que ótimo. – Abriu um sorriso simpático. O sorriso do Capitão trouxe imediatamente um alívio para Jéssica. Mesmo não sabendo o porquê. – E desculpas por te interromper, parece que você estava trabalhando. – As desculpas eram verdadeiras, o que surpreendeu Jéssica.

                - Não. Não. – Jéssica embaralha um pouco as palavras, como um aluno tentando apresentar um trabalho a um professor. – Não precisa pedir desculpas. Você quer falar alguma coisa comigo?

                - Sim, Jéssica. – Ele se apoia em uma das cadeiras. – Estou ansioso pela sua resposta ao meu convite. – O sorriso dele era doce. A mulher via que ele realmente se importava com a resposta dela.

                - Ah, claro, o convite. – Jéssica se sentiu uma grande idiota. Afinal, ela esqueceu completamente disso. O motivo que fez ela ir falar com Peter para começo de conversa. – Eu queria tentar entrar, senhor.

                - Não precisa me chamar de senhor. – O tom de voz dele não era arrogante, muito pelo contrário. Trazia um sentimento de um bom professor em Jéssica. – Sou jovem ainda. Ano que vem faço 103 anos de idade. – Ele dá uma piscadinha brincalhona para ela. - E eu tô realmente feliz por querer entrar. – Embora ele disfarçasse muito bem, Jéssica podia ver que ele realmente estava feliz. Isso fez ela sorrir. Mas ela lembrou de uma coisa. O seu trabalho atual. Estava decidida a entrar para a SHIELD para fazer a diferença. Porém, se deixasse a asgardiana solta por aí, poderia trazer problemas futuros. Problemas não só para ela, mas para todos ao redor dela.

                - Mas eu tenho um problema. – Ela conseguiu formar palavras depois da chuva de receios. – Capitão. – Ainda sentia que precisava falar o nome dele, para mostrar que a conversa realmente acontecia. A alegria do rosto do homem foi levemente sendo trocada por preocupação. Quase um olhar paterno.

                - O que foi? – A voz era suave. Ele falava com ela como se em algum momento ela fosse brigar e gritar, como um cachorrinho perdido.

                - Tem ...- As palavras fugiram. Era difícil descrever sua situação sem trazer os olhos da SHIELD. Queria ela resolver. Mostrar o seu valor. – Tem uma coisa que preciso resolver antes. – Ela consegue ser o mais genérica possível. – Um problema pessoal. – A preocupação que estampara a cara do homem logo desaparece para surgir um sorriso de alívio.

                - Não vejo problema nisso. – O Capitão põe a mão no bolso, logo retirando um cartãozinho. – Aqui está. – Jéssica pega o cartão para ver o que é. O contato do Capitão América. – Assim que acabar me ligue. Estarei esperando. – Ele pisca mais uma vez. Jéssica não consegue falar. Não há palavras para descrever o que sente. Por um lado está saltitando de alegria, queria gritar para o mundo que o Capitão América lhe chamou para um emprego. Mas o outro começou a sentir o peso da responsabilidade. Não vai mais poder ser a detetive que termina um caso e fica meses sem fazer nada. Vai trabalhar para o Capitão América. E isso é assustador.

                - E pode falar para o Aranha. – O Capitão fala de ir embora. – Gostamos dele, mas ele não é do nosso estilo.     

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                Peter já tinha acabado os planos de aula até quarta-feira. Os planos do ano passado o ajudaram bastante, mas teve que fazer algumas mudanças para encaixar com o nível de suas turmas atuais. Ele estava trabalhando no plano de aula que tinha para um nono ano na quinta feira. Gostava do conteúdo.

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                Um raio multicolorido desceu e acertou em frente do prédio de Peter. Um homem de armadura vermelha e negra saiu dela. Ele era grande, maior que um humano comum. Era careca com duas tatuagens de listras em sua cabeça. Usava um cavanhaque de vilão e portava um machado com a lâmina do tamanho de um torso humano.

                - Sol! – Ele gritou. – Saia de seu esconderijo e venha me enfrentar!

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                Peter ouviu os gritos e foi para sua janela ver o que acontecia. Ele avistou o homem estranho gritando para o sol. Não quis arriscar, rapidamente vestiu o seu uniforme e saiu por trás do prédio.

                Homem-Aranha se empoleirou em seu prédio, olhando para o homem estranho. Ele continuava gritando para que alguém chamado sol viesse lhe enfrentar. Por um lado, era engraçado, mas ele podia se cansar e começar a atacar as pessoas. Então Peter preferiu agir.

                - Amigão, o Sol está lá em cima. – Ele gritou, chamando a atenção do ser estranho. – É aquela bola brilhante lá no céu.

                - Não zombe de mim, inseto. – Ele apontou o enorme machado para o Homem-Aranha, que se controlou muito para não corrigir a biologia do inseto e aranha. – Eu sou um executor real, e vim buscar uma exilada poderosa. Se é uma criatura inteligente, vai sair do meu caminho.

                - Bola de cristal, você está no meu bairro. Se quiser executar alguém por favor troque de planeta. – A respiração do homem pesou. Ele corrigiu a postura. Estava com raiva.

                - Último aviso, inseto. Saia do meu caminho.

                - Só para deixar bem claro. – O Aranha não resistiu. – Aranhas não são insetos, são aracnídeos. Nós temos oito patas, insetos tem só seis. – O estranho urrou e jogou seu machado no herói, mas Peter conseguiu desviar pulando para um poste próximo. Ia começar uma piada, mas o sentido aranha apitou e ele desceu do poste o mais rápido que pode. O machado voltou para a mão do homem e quase acertou Peter por trás.

                Aproveitando que Homem-Aranha estava no chão, o estranho começou a ataca-lo. Ele era rápido, até mesmo para os reflexos aprimorados de Peter. Foram várias machadadas, chutes e socos que ele teve de desviar sem achar nenhuma brecha. Foi só quando, por um momento, o estranho cravou o machado no chão que Peter pode atacar. Se impulsionou com a teia e acertou um chute com os dois pés no rosto do oponente, que deu uma cambalhota e voltou a ficar de pé sem dificuldades.

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                Reyna dormia como um urso hibernando. De sua boca saia um pouco de saliva, que molhava o seu travesseiro.

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                Peter desviou de mais um golpe e viu mais uma brecha. Rapidamente usou sua teia no estranho e o puxou para perto, aproveitou o momentum e começou a girar o homem. Quando pegou mais velocidade soltou a teia, atirando-o de costas em um carro que estava estacionado.

                O estranho se levantou, devagar. Homem-Aranha não abaixou a posição de guarda, mas recebeu um sorriso desafiador.

                - Você é realmente um guerreiro. Pode me dizer seu nome? – O tom de voz era alto, arrogante. Ele não estava cansado, parecia que cada vez que o Homem-Aranha o acertava ele ficava mais forte.

                - Eu sou o Homem-Aranha. Miranha para o pessoal da Internet. – Embora não abaixou a guarda, Peter tentou parecer o mais confortável possível.

                - O meu nome é Skurge, guarde na memória antes de morrer. – Skurge jogou seu machado mais uma vez, mas Homem-Aranha facilmente desviou. Com uma velocidade que surpreendeu seu oponente, o careca se aproximou e conseguiu acertar um soco nas costelas. Peter foi jogado para trás e caiu de costas. Skurge logo recuperou seu machado e pulou para tentar terminar seu adversário. Peter rolou para o lado e usou seus braços para dar impulso e acertar um golpe.

                Skurge logo voltou a atacar. Peter prendeu uma teia no chão e ao desviar do próximo ataque pulou para trás do oponente, o derrubando com a teia. Quando caiu no chão, Skurge teve sua mão direita presa pela teia, mas conseguiu evitar de ter a esquerda presa. Com uma força anormal, o careca arrancou a mão do concreto quebrando parte da rua. Seu sorriso era animal. Estava ficando cada vez mais ansioso e Peter cada vez mais cansado.

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                Reyna continuava dormindo. Não se importava com o barulho.

                Ela sonhava, mas não era seu sonho comum em que era desafiada a comer milhares de cupcakes e ganhava. Era uma mensagem de Asgard. Ela estava em um campo. Lembrava daquele lugar, costumava brincar com seus amigos ali quando fugia de seu pai.

                - Sol. – Uma voz a chamou. Ela olhou para trás e viu Fae, sua amiga mais antiga. Uma mulher enorme. Sua armadura mostrava bem seus braços definidos e suas coxas poderosas. Tinha puxado a pele negra de seu pai e usava os cabelos longos em tranças que os humanos costumam chamar de dreads.

                - Fae. – Sua amiga se aproximou. Sol pode ver a feição cansada. Nunca fora hiperativa como Sol, mas nunca tinha tido uma feição como aquela. – Me perdoa.

                - Não importa. Seu pai está perdido. O Ragnarok começará em breve. – Reyna engoliu em seco.

                - Há algo que eu possa fazer? Algum jeito de eu voltar para Asgard? – Sentia as lágrimas caírem pelas bochechas. E ao olhar para Fae. Percebera que a outra também não as escondia.

                - Só te peço uma coisa, Sol. – O tom de Fae já era o bastante para fazer com que Sol queria abraçar a amiga e nunca mais soltar. – Viva. Não os deixe ganhar.

                - O que? – A tristeza da loira logo foi transformada em confusão. Ela nunca fora citada na profecia. Por que ela, que estaria longe de Asgard estaria em perigo?

                - O sol brilhará sobre nós de novo, Sol.

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                - FAE!!! – Reyna gritou, de volta em seu quarto. Ela rapidamente se levantou. – Fae! O que quis dizer com isso? Fae! – Nada. – Heimdall, você pode me ouvir? Pode me levar a Asgard! Desejo falar com meu pai!. – Nada. – Merda. – Reyna se sentou de volta na cama. Segurou a cabeça com os braços. Era a primeira vez em seu exílio que se sentia perdida. Barulhos a tiraram de seus pensamentos. Barulhos de uma luta. Ela foi correndo para a janela e ficou feliz com a visão que teve.

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                Peter estava começando a ficar desesperado. Skurge ficava cada vez mais rápido ou ele ficava mais lento. Talvez ambos. Ele só se concentrava em desviar dos ataques do oponente, na maioria sendo fatais se atingido. Skurge estava com os olhos arregalados e ria freneticamente. O que não melhorava a situação mental do Aranha.

                - Skurge! – Uma voz feminina chamou a atenção do careca rapidamente. O simples fato do enorme adversário parar de olhar para o Aranha já fez ele conseguir voltar a respirar normalmente. Ele olhou para quem chamou o brutamontes e, por um lado, nem se surpreendeu. Reyna estava lá, com suas mãos dentro do bolso do moletom e uma cara curiosa.

                - Finalmente. – Skurge começou a correr em direção da garota. Ele urrava como um animal.

                - Escuta eu quero que você me diga umas coisinhas. – Skurge continuou correndo e urrando para cima dela. Peter começou o movimento para tentar interferir, mas mesmo com a teia não chegaria a tempo. Reyna rapidamente desviou e segurou a cara do brutamontes. O levantou e levou sua cabeça ao chão como se fosse uma bola de beisebol. – Mas parece que você vai ter que se acalmar um pouco antes. – O careca tentou tirar a mão da garota de seu rosto, mas era inútil. A força da garota era muito maior.

                Peter só assistiu o homem ficar sem se mexer.


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Notas finais do capítulo

Oie, e aí? O que acharam?

Adoraria que comentassem o que acharam e se posso modificar alguma coisa, seria demais!



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