Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 38
Leah


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, e espero que gostem, pois esse têm tudo para emocioná-los.
Beijos e até segunda.



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—Leah? - Ária me chamou enquanto lavava a louça que havíamos sujado, depois que coloquei o bolo para assar.

Enquanto Elliot tomava banho, convidei Ária para me ajudar a fazer um bolo de cenoura com calda de chocolate, o preferido do meu namorado, achei que ele precisava de um mimo depois de tudo que ouviu essa tarde.

—Sim querida. - disse desviando o olhar da louça que lavava para olhar Ária que parou de limpar a mesa.

—Porque será que a minha mãe nunca quis me ver? - ela questionou triste e enxuguei minhas mãos em um pano de prato antes de me aproximar de Ária.

—Não sei meu bem, mas quero que saiba, que seu pai e eu amamos você mais do que tudo nessa vida. Seriamos capazes de mover o mundo por você. - disse olhando em seus olhos enquanto tirava alguns fios de cabelo do seu rosto.

—Você me ama tanto assim?

—Sim, posso não ter tido a sorte de ajudar o Elliot a criar uma menina tão linda e incrível quanto você, mas quero que saiba que a amo tanto como se fosse a minha filha. A filha que nunca poderei ter. -disse triste e ela me olhou surpresa por minhas palavras. -Não consigo entender como alguem pode não querer ser a sua mãe.

—Você não pode ter filhos?

—Não. - disse entre lágrimas e Ária me abraçou forte.

—Eu sinto muito Leah, você mais do que ninguém merecia ser mãe. - ela disse tentando me consolar e sorri com carinho antes de me separar dela.

—Obrigada por seu carinho Ária.

—Não precisa agradecer. Você já contou para o papai?

—Ainda não, afinal não é algo que se conta ao namorado no começo de um relacionamento. - disse nervosa e ela segurou as minhas mãos com carinho enquanto me olhava nos olhos.

—Eu te ajudo. Nós enchemos o papai de bolo de cenoura com calda de chocolate, não tem como ele ficar triste com isso. - ela segredou e sorri antes de abraça-la com carinho.

—Eu te amo querida. - disse antes de beijar seus cabelos.

—Eu também te amo Leah. - Ária sussurrou com carinho enquanto me abraçava.

Terminamos de limpar a cozinha e subimos para tomar banho, depois que terminei de me arrumar, desci para arrumar a mesa para o lanche da tarde que estava repleto de guloseimas e sucos. Sorri assim que senti Elliot se aproximar de mim, me abraçando por atrás e beijando meu pescoço com carinho.

—Vocês duas capricharam mesmo. -ele disse no meu pescoço e sorri antes de virar para vê-lo.

—Como sabe que tive ajuda?

—Vi você e Ária tendo um momento especial e não quis estragar isso. - Elliot explicou e fiquei preocupada quando percebi que ele havia chorado.

—Você andou chorando? - questionei preocupada enquanto passava meus braços pelo pescoço de Elliot.

—Eu estou bem, foi só a sua mãe que me fez chorar sendo mãe.

—Acho bom ir se acostumando, porque a dona Sue esperou muito por você. - disse olhando em seus olhos e Elliot sorriu.

—E a filha dela? Esperou muito por mim?

—A vida inteira. E você?

—Você é tudo que sempre desejei na vida, e não trocaria o que temos por nada nesse mundo. - ele disse suave e sorri amorosa antes de nos beijarmos.

—Eu te amo. - disse assim que nos separamos para respirar e Elliot beijou a ponta do meu nariz com carinho.

—Eu também te amo.

—É mesmo? E porque você não me contou que seu aniversário seria daqui há algumas semanas? Tive que saber pela minha sogra, e ela ficou surpresa por eu não saber do seu aniversário. - ele disse assim que nos separamos e suspirei. - Porque não me contou que você iria fazer aniversário na véspera da inauguração do café?

—Eu esqueci Elliot. Tem acontecido tanta coisa que acabei esquecendo.

—Esquecendo do seu próprio aniversário?

—É a vida. - disse dando de ombros e ele me olhou sério.

—Mesmo que você não queira comemorar, vou pensar em algo.

—Amor, não precisa, já ganhei o melhor presente que poderia ganhar.

—Que seria?

—Ter você e a Ária na minha vida. - disse e Elliot sorriu amoroso antes de me beijar com carinho.

—Você também é o melhor presente que ganhei, mas nós ainda vamos fazer algo especial no seu aniversário.

—Tudo bem. - disse vencida e ele sorriu vitorioso.

—O que perdi? - Ária questionou aparecendo na cozinha.

—Convenci a Leah a comemorar o aniversário dela. - Elliot disse e ela me olhou animada.

—Eu posso decorar tudo? - ela implorou me olhando nos olhos e concordei o que a fez rir, o mesmo sorriso do pai.

—Agora que vocês me convenceram a ter uma comemoração de aniversário, que tal lancharmos antes que os outros aparecem e acabem com toda a comida. - disse indicando a mesa e os dois me olharam confusos.

—Aqui tem comida para um exército Leah, é impossivel que não dê para todos. - Elliot disse se sentando enquanto Ária fazia o mesmo e comecei a servir os dois.

—E então? - eu e Ária questionamos assim que Elliot provou o bolo de cenoura depois que o servi, e o seu gemido de satisfação nos fez sorrir.

—Que a irmã Benedita não me ouça, mas esse é o melhor bolo de cenoura que já comi na vida. - ele disse satisfeito e sorri feliz antes de lhe servir mais um pouco de suco de uva.

—Deixa a irmã Benedita saber disso, pai. - Ária disse antes de comer um pedaço do seu bolo.

—Ela não vai saber, porque senão você fica sem a sua mesada.

—Não tá mais aqui quem falou. - ela disse suave antes de voltar a comer.

—Elliot? - chamei desviando os olhos do meu bolo para vê-lo nos olhos.

—Sim.

—Eu preciso te contar uma coisa. - disse e ele deixou seu bolo de lado para me ver.

—Estou começando a ficar temeroso quando você me diz isso. - ele disse preocupado e olhei para Ária em busca de apoio.

—Está tudo bem Leah. - ela disse me encorajando e respirei fundo antes de voltar a falar.

—Lembra sobre tudo o que lhe contei sobre mim, hoje à tarde?

—Sim, é impossivel esquecer o que me disse. - ele disse e percebi em seus olhos que ele se referia ao fato de saber que me transformava em uma loba.

Ainda não havia decidido contar meu segredo para Ária, afinal tinha medo de que ela não me aceita-se tão bem quanto o pai. E Elliot respeito meu desejo.

—O fato de eu ser “diferente”, me deixou com um problema. - disse e ele me olhou preocupado.

—Que tipo de problema? Você está doente? - Elliot questionou aflito segurando meu pulso e sorri doce para a sua preocupação. -Amor, se você estiver doente vou fazer tudo que puder para curá-la, e se não puder, vou trás de alguem que possa, nem que tenha que rodar o mundo para isso.

—Não precisa se preocupar amor, estou bem. - assegurei acariciando seu rosto com carinho.

—Tem certeza?

—Tenho Elliot, quase não fico doente, pode ficar sossegado.

—Então, de que problema você estava falando?

—Eu não posso ter filhos. - disse envergonhada por meu problema e ele me olhou confuso.

—Mais isso não é um problema Leah, nem é algo para que se envergonhe. Infertilidade é mais comum do que as pessoas pensam. - ele disse suave e o olhei confusa.

—Você não está decepcionado comigo?

—É porque estaria?

—Você não tem vontade de ser pai, Elliot? - questionei confusa e ele suspirou suave antes de segurar as minhas mãos com carinho.

—Eu já sou pai, Leah. Essa parte da minha vida está realizada, claro que ficaria feliz se pudesse ter um filho com você, mas se não podemos de formas naturais, podemos adotar se quiser. Só não quero que pense, que o fato de não poder gerar uma criança irá me afastar de você, ou impedi-la de ser mãe. Porque isso não vai fazer com que deixe de amá-la. - ele explicou suave e foi impossivel não abraça-lo enquanto chorava.

—Mais calma agora? - Elliot questionou carinhoso enquanto enxugava minhas lagrimas assim que me separei dele.

—Sim. - disse suave e ele sorriu amoroso antes de beijar minhas mãos com carinho.

—Eu lhe disse Leah, que o papai iria entender. - Ária disse me oferecendo um copo de água.

—Você realmente disse. - disse antes de aceitar seu copo de água e tomar um gole.

—Leah?

—Sim, querida.

—Você realmente quer ser mãe? - ela questionou enquanto me olhava.

—Sim, seria um sonho poder ter um filho do homem que amo. - disse e Elliot acariciou meu rosto com carinho.

—Sei que não sou o que você imaginava... Afinal, quando as pessoas querem ser mães, ela pensam em bebês e não em uma adolescente... Mas, adoraria que você fosse a minha mãe. - Ária disse suave e olhamos para ela confusos.

—Filha, tem certeza disso? - Elliot questionou sério enquanto olhava para a filha.

—Sim. Eu aprendi a amá-la como uma mãe, e sei que ela me ama como uma filha. E gostaria muito de ser sua filha, Leah se me aceitar. - ela disse entre lágrimas e me separei de Elliot antes de ir até Ária.

—Você é muito melhor do que desejei Ária, e prometo ser a melhor mãe do mundo para você. Você aceita ser a minha filha? - questionei entre lágrimas enquanto olhava para ela.

—Sim. - Ária disse entre lagrimas e a abracei com carinho antes de enchê-la de beijos e dizer o quanto a amava.

Sem dizer uma palavra Elliot nos abraçou com carinho, antes de beijar nossos cabelos e dizer o quanto nos amava. E foi naquela tarde que ganhei uma filha maravilhosa, porque quem seria capaz de tudo.

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—Está tudo bem? - questionei assim que sai do banheiro, já devidamente vestida e vi Elliot digitando algo no celular.

—Sim, é só a Cece me lembrando de não aprontar nada. - ele disse e sorri antes me sentar na cama.

—Você não tem cara de quem apronta. - disse e ele fingiu ficar ofendido com o meu comentário.

—Não deixe a minha cara de bom moço te enganar. - ele disse enquanto se aproximava de mim, ficamos tão próximos que nossa respiração se confundia. -Eu quase coloquei fogo no orfanato uma vez.

—Você, duvido. - disse olhando em seus olhos e Elliot revirou os olhos antes de me derrubar na cama ficando por cima de mim, e o susto me fez rir antes de ser beijada por ele.

Foi impossivel não corresponder ao seu beijo.

Beijar Elliot sempre despertava algo em mim, uma parte totalmente insana, regida apenas pelo desejo de tê-lo e tocá-lo nos mínimos detalhes, e a cada beijo ou toque que trocávamos nosso sentimento ficava ainda mais forte, como se nada no mundo pudesse nos separar.

—E foi exatamente isso que Cece disse com não aprontar. - Elliot sussurrou interrompendo nosso beijo assim que segurou a minha mão que queria tirar a sua camisa.

—Pensei que você quisesse aprontar comigo? - questionei confusa e Elliot sorriu suave antes de beijar a ponta do meu nariz.

—Eu quero muito. Você não sabe o quanto é dificiel resistir...- ele sussurrou torturado enquanto me olhava e o puxei para um beijo.

—Então, não resista. - sussurrei antes de voltar a beijá-lo até que o ar se fez necessário.

—Leah? - Elliot questionou confuso assim que me afastei dele me sentando na cama.

—Isso não está certo.

—Pensei que você quisesse fazer amor comigo. - ele disse confuso enquanto se sentava na cama.

—Eu quero muito, mas não quero que você leve um tiro. Se o Charlie quase atirou no genro que ele adora, imagina se descobrir que o namorado da enteada dele, a quem ele trata como filha, dormiu com o namorado na casa da família no dia que o apresentou a eles? Não quero ter que transformar tudo em uma guerra pra te defender. - disse pensando nas consequências que minhas ações poderiam ter.- Eu praticamente destruiria minha família.

Sem dizer nada, Elliot se sentou ao meu lado e beijou meu ombro com carinho antes de afastar meu cabelo para trás da orelha.

—Não quero que destrua a sua família para me defender, tenho certeza que o imprinting não me escolheu para isso, porque nem eu aceitaria isso. - ele disse carinhoso e virei para vê-lo.

—Você tem razão. Você veio para me completar e não me destruir. Já que a história de descendentes fortes não irá acontecer mesmo. - disse dando de ombros e Elliot sorriu suave.

—Sobre isso, andei pensando desde que me contou sobre a sua infertilidade. E percebi que é muito estranho você não poder ter filhos.

—Elliot, desde que virei uma loba não tenho mais um ciclo menstrual. Continuo a mesma, sem mudar em nada. Temos a mesma idade, mas aparento ter alguns anos a menos do que você.

—Sei disso. Mas os outros rapazes do bando, tiveram filhos com o seus imprinting? - ele questionou curioso pela minha resposta.

—Sim, só quem ainda não tem filhos sou eu, meu irmão e o Jacob.

—Viu, ai está a nossa contradição.

—Do que você está falando, amor?

—Vamos imaginar, que todo o seu bando seja uma espécie. Como espécie, seria vital a conservação dela, isso está comprovado biologicamente. Todos os lobos tiveram um imprinting, o que indicou a eles qual seria o parceiro ideal para se reproduzirem, dando origem a descendentes mais fortes que seus genitores. -Elliot explicou animado e o olhei confusa.

—Onde você quer chegar doutor Marshall?

— A sua ausência de ciclo menstrual pode ser culpa da autopreservação da espécie. - ele disse e o olhei confusa. - Quando se tornou uma loba, todo o seu ciclo fértil foi interrompido, impedido que engravidasse do cara errado. E você, mas do que qualquer um dos seus irmãos de bando pode transmitir genes muito mais fortes, afinal iria gerar uma criança dentro de si por nove meses, onde ele iria receber todos os nutrientes de você, o que não acontece com os outros. Resumindo, acredito que as lobas, só podem ter filhos com os seus imprinting.

—Então quer dizer que enquanto elas não tem o imprinting, ficam congeladas no tempo? Mas Elliot, eu tive meu imprinting há meses, só que meu ciclo menstrual não voltou. Isso não seria uma contradição ao seu raciocínio? - questionei confusa e ele suspirou resignado.

—Pode ser, mas tudo é só uma teoria.  Acho que não tem como ser comprovado, se tivesse, poderia estudar mais e perguntar para alguns amigos geneticistas, tudo que sei é apenas o básico que vemos no curso de medicina. - ele explicou envergonhando por não poder me ajudar mais e sorri eufórica ao me lembrar de algo que estava esquecido em meu guarda roupa.

 -Talvez, eu posso ajudar. - disse me levantando da cama e indo até o meu guarda roupa, voltando com o livro que Emily havia me dado, o qual nunca mais havia tocado.

—O que é isso Leah?

—Isso pode ser a resposta para as nossas dúvidas. - disse entregando o livro para Elliot que o segurou confuso. - Minha prima o achou, segundo ela, ele relata a história da primeira loba que existiu na minha tribo.

—Achei que você fosse a primeira.

—Eu também achei por muito tempo.

—O que diz aqui?

—Nunca tive coragem de lê-lo, desde que minha prima me entregou o guardei e ele ficou no guarda roupa por meses. No fundo, sempre achei que não era o momento certo de lê-lo.

—Acho que agora é o momento certo, amor. - ele disse me entregando o livro e neguei o que lhe deixou confuso.

—Eu não tenho coragem de lê-lo, por isso estou lhe entregando. Porque confio em você, não importa o que tenha ai, sei que irá me contar.

—Sempre. - Elliot jurou olhando em meus olhos. - Tem certeza disso, Leah?

—Tenho.

—Obrigado pelo voto de confiança amor, e prometo que vou descobrir a verdade.

—Conto com isso Elliot. - disse olhando em seus olhos e ele me puxou para os seus braços.

—Não importa o que esteja escrito aqui, meu amor por você não irá mudar em nada. - ele sussurrou e concordei antes de abraça-lo com carinho.


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