Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 11
Elliot


Notas iniciais do capítulo

O capitulo de hoje é um verdadeiro divisor de águas gente, e ele é dedicado a minha querida leitora Isa, que esteve comigo desde o primeiro momento em que divulgue a ideia dessa fic.
Obrigada pelo seu carinho e apoio incondicional Isa.
Esse capitulo é para você.
Beijos e boa leitura gente.



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Odiava admitir, mas Leah estava mexendo comigo de uma forma inexplicável desde que a vi no velório de Elba, e vê-la hoje de manhã naquele vestido floral, que destacava sua pele em tom de cobre e seu cabelo preto como a noite não ajudou em nada o meu auto controle. Me sentia traindo a minha esposa, por estar atraído por alguém, algo que não acontecia a muito tempo, e essa atração me fez aceitar ser amigo de Leah apenas para estar ao seu lado, afinal uma mulher como aquela já devia estar comprometida e esse pensamento me deixou desconfortável. O que é estava acontecendo comigo, Deus? Eu não tinha o direito de sentir ciúme por talvez Leah estar comprometida.

—Elliot, você está bem?- Cece questionou e pisquei confuso tentando me lembrar sobre o que estávamos conversando no jantar.

—Não liga dinda, o papai está aéreo desde que saiu do café da Leah.- Ária disse antes de voltar a comer.- Particularmente acho, que ela está interessada nele e ele nela, mas o papai fica se fazendo de dificiel.

—Ária Carolina. - disse sério e ela revirou os olhos. - Não revire os olhos pra mim mocinha, e pare de ficar dizendo uma coisa dessas. Você não pensa nas consequências das suas palavras?

—Eu só disse a verdade pai. - ela se defendeu sem graça. -Eu vejo o jeito que vocês se olham desde a primeira vez que se conheceram.

—O que você acha que é verdade, muitas vezes pode não ser. Agora vá para o seu quarto, você está de castigo. - disse e ela me olhou chocada antes de subir furiosa.

—Você pegou pesado com ela. - Cece disse suave assim que Ária havia subido.

—Ela precisa pensar antes de sair falando um absurdo desses. - disse enquanto me levantava e recolhia a louça suja do jantar para leva-la até a pia.

—Elliot, eu te conheço. Quando você fica todo na defensiva é porque está assustado com alguma coisa. Por acaso você senti algo pela Leah? - ela questionou e comecei a esfregar a espoja de lavar louças em um prato com força, como se pudesse apagar meus sentimentos.

—É claro que não. - disse na defensiva e ela suspirou antes de ficar ao meu lado e segurar minha mão, impedindo que continuasse a esfregar o prato.

—Elli, jamais vou te julgar por estar atraído por alguém. Na realidade ninguém vai, meu Deus você é viúvo há tanto tempo. Desde que a Clara morreu, não se permitiu amar mais ninguém, parecia que havia morrido junto com ela, e agora que alguém está conseguindo atravessar o seu muro de proteção, você está recuando para se esconder como um menininho assustado, ao em vez de derrubar suas defesas e se entregar. Porque está recuando?

—Eu simplesmente não posso Cecilia. - disse entre lágrimas enquanto olhava para a minha melhor amiga de uma vida inteira. - Só de me sentir atraído por Leah, já sinto que estou traído a Clara. Nunca estive com outra mulher além dela, e não consigo me imaginar com outra que não seja ela. Mas tem uma parte de mim que senti atração pela Leah, e a outra fica me culpando por trair os votos que fiz a minha esposa. E não sei o que fazer, estou tão confuso.

—Elli, querido. - Cece disse suave enquanto segurava meus braços e me sacudia de leve, como se tentasse me acordar. - Sua esposa morreu Elliot, você não a trairá por gostar de outra pessoa. Não desista da sua felicidade porque está com medo do desconhecido.

—Eu não me sinto pronto pra isso.- confessei assustado e Cece concordou antes de me abraçar forte, como se pudesse me proteger de tudo no mundo.- E tenho medo de esquecer a Clara.

—Ninguém nasce pronto para amar, Elli. E todo mundo fica assustado quando isso acontece, mas temos que ter coragem para arriscar, e você não vai esquecer a Clara se ficar com outra pessoa, ela foi o seu primeiro amor, que lhe deu momentos incríveis e uma filha maravilhosa, mas isso não quer dizer que ela será o seu último. A vida está cheia de pessoas incríveis que podem nos surpreender. - ela sussurrou suave enquanto acariciava minhas costas de leve. -Mas se você ficar escondido dentro de si, com medo do que pode acontecer nunca irá descobrir se o que está sentindo pode valer a pena.

—E se não valer? E se isso me magoar? - questionei em seu pescoço.

—Eu vou estar aqui para te ajudar a catar todos os pedaços do seu coração e a colá-lo, até está pronto para outra. Por que o amor é feito disso Elli, de tentativas e erros. Alguns sortudos acertam de primeira, outros tem que passar por inúmeros erros antes de encontrar a pessoa certa.

—Obrigado por me ouvir Cece, por ser a melhor amiga que alguém poderia ter.- disse me separando dela enquanto enxugava minhas lágrimas.

—Não precisa agradecer seu bobo.

—Olhe só para isso. Eu vim para cá para te consolar e é você que está fazendo isso, sou um péssimo amigo. - brinquei e sorrimos.

—Nada disso, você é o melhor. E me preocupar com suas crises sentimentais me ajuda a esquecer por um instante a falta da minha mãe.

—Então, como sou um bom amigo, vou ter várias crises sentimentais. - segredei e sorrimos.

—Eu agradeceria, agora vai pedir desculpas para a sua filha. Porque ela não tem culpa do pai não entender dos próprios sentimentos.

—Odeio quando você tem razão.- disse e ela sorriu vitoriosa enquanto lavava as mãos e as enxugava em um pano de prato.

—Eu sempre tenho razão caro amigo. E vou deixar as louças para você, porque estou esgotada.- ela disse e concordei antes de lhe desejar boa noite e subir ao seu lado.

—Será que eu poderia entrar? - questionei assim que abri a porta do quarto de Ária após ter batido na porta.

—Não sei se quero falar com você hoje pai.- ela sussurrou magoada enquanto estava sentada na cama.

—Carol, amor, sei que fui um idiota. Só deixa o papai se explicar.- implorei apelando para o apelido carinhoso que a chamava quando era pequena.

—Tudo bem.- ela disse e sorri antes de entrar no seu quarto e sentar na sua cama. -Mas fique sabendo que isso foi golpe baixo doutor Marshall.

—Um pai é capaz de tudo para que sua garotinha o perdoe.- disse e ela me olhou esperando que começasse o meu pedido de desculpas.

—Não podia ter descontado minha frustação em você, filha, isso foi errado. Não devia nem ter gritado com você, mas é que seu pai está meio confuso ultimamente. - disse sem saber ao certo como explicar o que estava me sentindo para a minha filha, se nem eu mesmo sabia como me sentia.

—Você está perdido não é?- ela questionou suave e suspirei antes de me encostar na cabeceira da sua cama e ela fazer o mesmo.

—Não sei o que estou sentindo no momento.- disse sincero e minha filha sorriu.

—Então, você realmente tem sentimentos pela Leah?- ela questionou curiosa enquanto me olhava.

—E se eu tiver? Você vai achar ruim?- questionei preocupado e Ária sorriu.

—Claro que não pai, eu gosto dela. E você formam um belo casal.- ela disse sorrindo e revirei os olhos.

—Não revire os olhos para mim doutor Marshall, você sempre faz isso quando não quer dizer a verdade.- Ária acusou tentando imitar meu tom de voz e sorri surpreso.

—Garota, você está muito audaciosa sabia? - questionei e ela sorriu.

—Eu sei, e você ama esse meu jeito.- ela disse simples e a puxei para um abraço apertado antes de beijar o topo da sua cabeça.

—Sim, eu amo. E você sabe que te amo mais do que tudo no mundo.

—Eu sei pai, mas você mais do que qualquer um nesse mundo, merece ter outro amor além de mim. E para isso, precisamos ficar aqui além de alguns dias.- ela disse e fiquei confuso.

Estava ponderando em ficar em Forks por pelo menos um ano, para ajudar Cece, pois sabia o quanto era ruim não ter com quem falar sobre a sua perda. Mas ainda estava avaliando os prós e contras, tínhamos um vida em Nova York e nos mudar para cá deveria ser algo a se pensar com calma, antes de conversar com Ária. Afinal, sua opinião sempre contaria para mim.

—Filha, ainda estava pensando nessa hipótese, mas não decide nada antes de conversar com você. Então, o que acha? - perguntei e ela se afastou de mim para que pudesse olhar em meus olhos.

—Porque você quer ficar aqui pai? Além de ser pela dinda, seja sincero comigo. - ela pediu e suspirei cansado, havia prometido a minha filha quando sua mãe morreu que sempre seria sincero com ela, não importasse o assunto.

—Quero ficar pela Cece, mas não sei explicar...- disse tentando achar as palavras certas para descrever o que sentia. - É como se esse lugar me prendesse. Como se pensar na menor possibilidade de sair daqui me apavorasse. E tem... a Leah.

—Sua vida tá uma bagunça pai. - ela disse e ri sem humor.

—Eu sei.- concordei e ela sorriu.

—Eu quero ficar aqui, gosto desse lugar. E além do mais, não vamos perder nada se ficarmos um ano por aqui. Não acha?

—Acho que não.- disse e olhei para o relogio que ficava no criado mudo e já passava das dez da noite.- Agora, está na hora da senhorita ir dormir.

—Ainda tá cedo pai. Sabia que tem gente na minha idade que está por ai a uma hora dessas se divertindo?

—Sei disso, mas nenhuma delas é minha filha.- disse suave e ela revirou os olhos antes de se acomodar na sua cama e lhe dei um beijo de boa noite antes de me levantar.

—Bons sonhos meu bem.- sussurrei suave enquanto acariciava seu rosto.

—Pra você também papai. E eu te perdoo. -ela sussurrou e agradeci antes de lhe dá um último beijo na testa de boa noite e sair do seu quarto.

Assim que sai do quarto da minha filha fui em direção a cozinha lavar as louças, depois que tudo estava limpo e guardado peguei meu notebook e abri uma garrafa de vinho tinto, sempre tomava uma taça de vinho antes de dormir, era praticamente o meu ritual de relaxamento após um dia exaustivo de trabalho.

Liguei meu notebook e fui para o meu email, o qual estava com a caixa de entrada lotada de mensagens, algumas sobre congressos de medicina, outras contendo minhas contas mensais, uma do meu antigo diretor implorando que reconsiderasse e voltasse para o meu trabalho, prometendo-me um outro cargo e até um aumento.

—Como se qualquer dinheiro do mundo fosse pagar uma amizade.- sussurrei para mim mesmo antes de clicar em apagar a mensagem enquanto tomava um gole do meu vinho.

Continuei vendo a minha caixa de entrada, e percebi que havia um email do hospital de Forks e fiquei surpreso por sua rapidez, em me enviar os documentos necessários para a minha admissão. Agora tudo que precisava fazer era reunir a papelada necessária e enviá-los, depois precisaria ir até Nova York resolver alguns assuntos, como a transferência de Ária e a nossa casa. Enviei um email para a escola da minha filha, pedindo que providenciassem a documentação necessária para a transferência, paguei todas as minhas contas por debito automático e decide mandar uma resposta para o meu ex-chefe, afinal seria falta de educação ignorar seu email.

Depois que todas as minhas pendências estavam resolvidas, lavei e guardei a taça, tranquei a casa e subi com o meu notebook para o quarto, afinal estava exausto.

Tomei um bom banho, coloquei uma roupa quente, pois estava muito frio essa noite e desabei na cama.

 


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