Can't help falling in love escrita por Beca


Capítulo 3
Some things are meant to be




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Agosto de 1969

 

O jovem sentado na cadeira de plástico lia O Lobo da Estepe, presente que ganhara de Kushina no dia de seu aniversário, enquanto sua mãe assistia na tv uma entrevista com o primeiro ser humano que pisara na lua, Neil Armstrong. Enquanto o mundo inteiro ainda permanecia em polvorosa por um acontecimento tão significativo na história da humanidade, Sasuke divagava pelo livro que, apesar de confuso, era bastante interessante. Estava no fim de um dos capítulos quando ouviu um carro buzinar 3 vezes. Já sabia quem era.

Levantou da cadeira deixando o livro em uma mesinha perto e foi até a porta. Abriu-a e viu Naruto sair do carro e caminhar em sua direção, tirando um óculos escuros que lhe caía muito bem. Pelo visual, parecia um beatnik, se não fosse pela camisa de várias cores.

“Adivinha o que tenho aqui?”

Sasuke revirou os olhos. Adivinhações o irritavam e Naruto sabia disso. Fazia de propósito.

“Não sei, Naruto. A solução para o fim da disputa entre Estados Unidos e União Soviética?”

O loiro negou com a cabeça rindo. Colocou a mão no bolso da calça tirando de lá dois pedaços de papel, mostrando-os. Sasuke olhou para os quadradinhos coloridos na mão direita de Naruto.

“E o que seria isso?”

“Entradas para o Festival Woodstock! Três dias de paz, amor e música!” disse animado.

Sasuke franziu o cenho pensativo. “Aquele festival hippie numa fazenda em New York? Ouvi dizer que os ingressos já estão esgotados. Como conseguiu?”

“Temari discutiu com Shikamaru, porque ele danificou a pintura da Lambretta dela. Disse que não ia mais e Shikamaru disse que se ela não fosse, também não iria. Então me vendeu as duas entradas por 38 dólares.” explicou, satisfeito com a pechincha.

“É em New York, Naruto. E numa cidade que a gente nem sabe onde fica direito.” pontuou o óbvio.

“Tsc, esqueceu que agora eu tenho um carro?” levantou uma sombrancelha apontando o automóvel atrás de si. “A gente encontra essa cidade, não deve ser tão difícil!”

Naruto havia ganhado, de seu padrinho Jiraya, um DKW – Vemag Fissore branco ano 64. Um presente antecipado para seu 17° aniversário.

Sasuke encostou o ombro no batente da porta, pensando o quanto o amigo era impulsivo. E se Naruto é o impulso, ele é o freio. Não achava uma boa ideia ir num festival em outro estado tão em cima da hora. 

“Eu acho que você tá esquecendo que nós trabalhamos. Não podemos faltar 2 dias.” 

“Nossa como você bota dificuldade, hein!! Eu falo com o Iruka e peço a folga e você fala com o Kakashi. Tenho certeza de que os livros não vão se perder nesses 2 dias sem você lá pra organiza-los nas prateleiras.” argumentou emburrado.

“Não sei não, Naruto... O dia desse negócio tá muito perto...”

O loiro fez uma expressão fofa de quem implora algo.

“Poxa, Sasuke. Eu quero ir, e só vou se você for, impossível eu te deixar, não teria graça...”

Sasuke se derreteu por dentro. Sabia que Naruto o estava chantageando, mas ele era fraco quando se tratava do amigo irritante.

“Tsc, que chato você. Tá bom, vou falar com o Kakashi.”

E, mais uma vez, o amigo revelou aquele maldito sorriso, cheio de dentes e empolgação que desarmava qualquer um. Abraçou Sasuke, e ele também passou os braços em volta de Naruto, aproveitando para sentir o contato corpo a corpo de 5 segundos que, para Sasuke, era uma das melhores sensações existentes.

Desfizeram o abraço e Naruto, passando por Sasuke e entrando na casa, desatou a falar.

“Sakura e Ino também vão. Sabe que elas, além de curtir as bandas, como nós, fazem parte do movimento hippie. Elas pediram que eu desse carona porque não arranjaram uma. Eu disse que ainda não sabia se ia mesmo...” interrompeu o monólogo ao ver a mãe de Sasuke sentada costurando enquanto ouvia o programa na televisão. “Olá, Dona Mikoto! Hoje está mais linda que o normal.” disse galante pegando sua mão e depositando um beijo enquanto Mikoto sorria, sempre achara graça do modo espontâneo do amigo de seu filho.

Naruto continuou o que dizia.

“Boatos de que os Beatles e Led Zeppelin irão aparecer por lá, mesmo não estando no anúncio.”

Sasuke riu incrédulo.

“Acha mesmo que os Beatles vão fazer um show pra um festival pequeno numa fazenda em Bethel? Isso é muita ilusão até pra você, babaca. Além do mais, a banda tá se desfazendo.”

“Não ouse dizer uma coisa dessas! A banda do século está apenas passando por uma crise!” retrucou. “E babaca é você!!” completou com uma expressão zangada.

Sasuke, curvando os lábios, só conseguia refletir o quanto o olhar furioso de Naruto era muito sexy para sua sanidade mental.

 

 

 

Cinco dias depois

 

 

 

Festival Woodstock: 1° dia

 

 

Chegaram à fazenda 3 horas após o planejado e agora, vendo a quantidade de pessoas naquele local, claramente bem mais do que o esperado, entendiam a fila quilométrica de carros na via expressa que os obrigou a deixarem o Vemag Fissore de Naruto parado no acostamento e cobrirem o restante do caminho à pé, depois de mais de 2 horas no engarrafamento.

“Uau, quanta gente!” Sakura externou aquilo que todos pensavam.

“Se eu soubesse que podia entrar sem pagar eu não teria gastado meu dinheiro com entradas.” comentou Naruto enquanto via todos passando pela cerca de proteção sem nenhum receio.

Uma jovem de cabelos castanhos amarrados em dois coques para o alto, oferecia flores para quem passava perto de si. Ino pegou uma flor vermelha e agradeceu enfiando-a nos cabelos, Naruto pegou uma com pétalas brancas e amarelas e pôs atrás da orelha.

“Pronto, agora tô mais lindo.” Disse mostrando os dentes.

Sasuke concordava.

Para onde olhavam, se deparavam com variados tipos de pessoas, até de outras nacionalidades, todos reunidos ali com o mesmo propósito.

A primeira apresentação do dia ainda não havia começado mas já estava impossível se aproximar do palco, então começaram a andar a procura de um local no mínino decente para ouvirem o som.

Ao encontrarem uma tenda que vendia cerveja, compraram algumas e começaram a beber observando o movimento que os cercava. No gramado onde estavam havia tendas e barracas tanto de vendas quanto de moradia, comportando mulheres, homens, crianças, famílias inteiras.

Resolveram ficar por ali aguardando o início do show.

 

 

(...)

 

 

Sasuke bebericava sua cerveja enquanto ouvia o som e notava as pessoas mais travadas começarem a se soltar por influência da bebida e outros entorpecentes. Naruto, ao seu lado, dava goles na garrafa e batia um pé no chão no ritmo da música. Ino e Sakura conversavam animadas sobre algo enquanto se balançavam.

O tempo ficou nublado durante todo o dia, e eram mais ou menos 10 da noite quando a chuva deu as caras. Grossas gotas caiam sobre o público alheio à elas, extasiados e agitados ouvindo Ravi Shankar e sua performance. Sasuke não conhecia o cantor, muito menos suas músicas, mas já estava suficientemente alto para bater palmas e assoviar junto com a galera.

Naruto, mais bêbado que ele, com uma garrafa na mão cantarolava olhando para o palco. A chuva forte caindo em seu rosto e molhando seu corpo inteiro. Estava escuro e não era possível visualizar direito o estado em que Naruto se encontrava, mas dava pra ver o bastante para a mente bêbada de Sasuke imaginar-se fazendo mil coisas com aquele rapaz molhado.

Madrugada adentro, quando os shows daquele primeiro dia findaram, Sasuke e Naruto tontos, sorrindo como idiotas, ainda debaixo de uma fina chuva se arrastaram para o meio das árvores. Haviam perdido as garotas de vista em algum momento e não tinham esperança de encontrá-las àquela hora. Vomitaram.

O estômago de Sasuke reclamou, mas o cansaço era maior que a fome, o amigo parecia pensar o mesmo pois deitou-se ao pé de um árvore, pôs um braço por cima dos olhos e assim ficou. Sasuke deitou ao lado fechando os olhos com a esperança de fazer o mundo parar de rodar tão rápido. Naruto colocou uma mão sobre o braço de Sasuke e apertou de leve, como se ele fosse sua âncora e dissesse para não sair dali. E ele não saiu, nem pensava em fazer isso, estava destruído demais.

Continuaram ali até adormecerem. Era a primeira vez que bebiam tanto.

 

 

 

 

2° dia

 

 

Quando o céu começou a mostrar as primeiras luzes pálidas do alvorecer, Sasuke acordou. O vento frio batia em seu corpo ainda úmido da chuva que não mais caia. Não tinha dormido nem 5 horas direito e estava dolorido pelo desconforto do chão.

Olhou para o lado e viu Naruto mais a frente meio palido encostado a um tronco. Levantou-se, sentindo um pouco de dor de cabeça, e foi até o amigo.

“Ei, tudo bem?”

“Tô sim, só vomitei um pouco. A noite foi louca hein, não lembro de muita coisa mas sei que foi ótima.” Ia falando com um sorriso grogue enquanto ficava em pé.

Sasuke confirmou com a cabeça.

“Tem um riacho ali.” o loiro informou “As pessoas estão tomando banho lá, se revigorando para mais um dia. Vamos?”

“É, a gente precisa mesmo, olha nossa situação: sujos de lama e fedendo a cerveja, tô quase não aguentando mais ficar perto de mim.” disse acompanhando a risada de Naruto.

 

 

(...)

 

 

Naruto tirou toda a roupa, como a maioria dos banhistas ali, e entrou no riacho. Sasuke decidiu não ficar pelado para não entregar os sinais de animação do seu pênis ao ver o amigo nu. Tirou a camisa e o cinto e entrou na água morna. Ajudaria na ressaca pelo menos.

Depois de se limparem da melhor maneira possível, Sasuke assistiu Naruto sair da água. E que visão. Balançava a cabeça sacudindo o cabelo molhado, a bunda linda, o corpo maravilhoso... e o baixo ventre do jovem de cabelos negros começou a formigar.

O loiro vestiu a calça e Sasuke esperou uns minutos até decidir que era seguro sair também.

“Por que entrou de calça? Agora vai ficar aí todo molhado.”

“E você, por que tirou se a sua roupa já está molhada e imunda da chuva de ontem?” rebateu enxugando o cabelo com a camisa suja.

“Porque eu quis ficar pelado, algum problema?” respondeu, com um sorriso de canto que Sasuke teve a certeza de definir como um sorriso safado.

Nesse último ano, Sasuke notou que Naruto andara jogando muitas insinuações de duplo sentido para si, sem contar que ele estava o tocando e abraçando mais vezes que o habitual. Claro que nunca reclamaria disso.

“Problema nenhum em exibir isso que você tem entre as pernas.” rebateu, lambendo os lábios.

Naruto levantou as sombrancelhas e continou a sorrir passando a caminhar para longe do riacho.

“Vem, vamos procurar algo pra comer, eu to definhando...”

Sasuke, ainda atordoado com o clima de flerte, acompanhou-o.

Sem se incomodarem de vestir suas camisas, iniciaram a árdua caçada por uma barraca que ainda tivesse comida para vender. A quantidade de alimentos não era nada proporcional à quantidade de indivíduos presentes no festival.

Trombaram com um homem de cabelos castanhos rebeldes e estranhos dentes pontiagudos que lhes ofereceu umas tragadas de maconha, para ajudar na dor de cabeça. Aceitaram. Não era a primeira vez deles, a escola é um lugar cheio de possibilidades.

 

 

(...)

 

 

Acompanhavam o show do Country Joe McDonald sentados na grama, junto com uma multidão, fumando erva. Sasuke constatou que nunca experimentara antes tal sensação de liberdade: fumar uma com seu melhor amigo enquanto tomavam uns goles de vodka e curtiam uma boa música.

Perdido em seu universo particular, não percebeu que Naruto conversava com um ruivo hippie que lhe passava algo. Fez esforço para ver o que Naruto tinha na mão enquanto o mesmo dizia ‘valeu’ ao homem ruivo. Era LSD.

Naruto voltou-se para ele com um sorriso de menino sapeca.

“Ele disse que vou precisar para uma melhor experiência durante o show do Santana. Vai querer um? Se quiser eu vou atrás dele e compro...” falou se levantando na intenção de fazer o que dizia. Sasuke segurou seu pulso.

“Não. Um de nós tem que ficar um pouco mais normal, não acha?” disse, rindo da empolgação do amigo.

“Se você acha...” deu de ombros e pôs o fino papel na língua. “Agora só esperar.”

 

 

(...)

 

 

Santana performava Soul Sacrifice no palco. Os integrantes da banda tocando e cantando para uma multidão totalmente imersa numa vibe alucinógena.

E Naruto não estava diferente.

Sasuke ainda sentado e comendo granola pela vigésima vez - maconha dá muita fome - observava o amigo em pé batendo em um tamborzinho na mão, que ele não sabia onde arranjara, acompanhando o solo de guitarra. Suado, o cabelo loiro grudando na testa e nuca, os olhos fechados com força e a boca entreaberta. Sasuke, chapado, estava imaginando como devia estar a cabeça de Naruto no momento. O amigo parecia estar vendo música e ouvindo cores, completamente mergulhado na onda psicodélica.

Durante todo aquele dia do festival o clima foi esse, as músicas de influências psicodélicas invadia à todos deixando a multidão mais leve. Sasuke se perguntava, quando a mente clareava, onde estaria Sakura e Ino. Provavelmente tão loucas e fora do ar quanto os dois amigos.

Para todo lado que olhava, homens, mulheres e até crianças se divertiam sem nenhuma briga ou confusão. Em certo momento, parou para observar dois homens se beijando com naturalidade. Viu o quanto estavam confortáveis, o quanto ninguém se importava com o que ocorria entre eles. Livres.

Olhou para Naruto, que ainda não estava normal, e desejou muito puxa-lo para fazerem a mesma coisa. Mas se conteve, estava drogado, sim, mas não tinha atingido o auge da loucura.

 

 

 

 

3° dia

 

 

“Cara, foi a melhor experiência da minha vida! Você tinha que ter vivenciado também, Sasuke. Eu via as cores de cada nota musical!” Naruto dizia com empolgação e olhos brilhando.

Quando raiou o dia, Naruto não se encontrava mais sob o efeito do LSD. Sasuke ainda estava meio chapado mas consciente. Resolveram ir tomar banho. Dessa vez, Sasuke mandou o embaraço para o inferno e ficou nú. A nudez naquele ambiente de liberdade era perfeitamente normal, as pessoas ali andavam peladas sem preocupações, até transavam ao ar livre e ninguém dava a mínima para isso.

“Acho que fiquei meio receoso. Mas aproveitei muito também com a verdinha e um pouco de vodka.” Riu sacana indo para fora do riacho.

Sasuke não tinha certeza mas teve impressão de que, conforme saía, Naruto o acompanhava com os olhos. Da mesma forma que ele fez com o loiro no dia anterior. Ficou satisfeito com a constatação e vestiu apenas a calça, há muito perdera a camisa. Virou-se para o amigo.

“Sai logo daí, Naruto. Estamos com fome lembra?”

Naruto pareceu acordar de um transe e corou. Saiu do riacho e começou a se vestir sendo embalado pelo linda manhã.

 

 

(...)

 

 

Algumas bandas, por motivos de engarrafamento, ou recusas em tocar durante a chuva, ou por problemas no equipamento de som, atrasaram o festival. O evento que a princípio seria pequeno quase insignificante, tomara proporções gigantescas e, o que estava marcado para acabar na noite de domingo, adentrava na madrugada de segunda-feira.

Sasuke e Naruto não beberam muito além de algumas doses de cerveja na última madrugada, apenas desfrutaram de uns cigarros de erva e seguiam aproveitando os últimos shows com o dia clareando. Ainda não haviam esbarrado com Ino e Sakura e começavam a ficar apreensivos com receio de não as acharem até o encerramento do festival.

 

 

(...)

 

 

O número de pessoas havia diminuido consideravelmente. Muitos tinham pego o rumo de casa na noite anterior por causa do emprego ou outros afazeres de início de semana. Era isso o que os dois amigos deviam ter feito, mas chegaram à óbvia conclusão de que não podiam ir sem as garotas.

Sentado na grama pisoteada e com um cigarro de maconha queimando na mão, Sasuke obeservava um Naruto, sem camisa em pé de costas para si tomando uma água, virado para o palco e curtindo Jimi Hendrix tocar Lover Man.

Aproveitou para admirar o oásis que era seu melhor amigo. Olhou de seus cabelos cor da alvorada, passando por sua nuca e ombros mordíveis, suas costas firmes e atraentes sendo beijadas pelo astro luminoso, até parar o olhar em sua bunda extremamente apalpáveis.

Deu mais uma tragada e soltou a fumaça, relaxando sem parar de fixar as íris negras no rapaz à sua frente.

Naruto pareceu ter percebido que estava sendo ardentemente analisado, pois girou o tronco para o lado e virou a cabeça para olhar o amigo. Sasuke continou o mirando à medida que Naruto foi de encontro a ele e sentou-se ao seu lado. Pôs a garrafa de água no chão e, lentamente, e inesperadamente, levou uma das mãos ao rosto corado do rapaz de cabelos cor da noite.

Sasuke se sentiu como se tivesse sido lançado em águas profundas e a pressão o impedisse de respirar direito. A cabeça ficou vazia como uma folha de papel em branco.

Naruto foi chegando mais e mais perto, sempre acariciando o rosto de Sasuke com um mudo pedido de permissão para fazer o que estava em sua mente. Sasuke não se atrevia a desviar o olhar. A expectativa devorando suas entranhas.

Baixou os olhos para a boca de Sasuke e acabou com a pouca distância que existia entre suas bocas, encostando os lábios nos do outro. Afastou o rosto por uns segundos que pareceram horas para depois dar um selinho mais demorado, ambos cerrando as pálpebras e abrindo a boca para dar início a um beijo de verdade.

Naruto estava beijando Sasuke.

Sasuke estava com o coração a ponto de explodir.

Não houve explosões de fogos de artifício, nem um relâmpago seguido pelo trovão, como nos clichês.

O maior acontecimento ocorreu no interior de Sasuke. Um sentimento de plenitude e de que, finalmente, tudo estava em seu devido lugar.

Era um beijo intenso, tinha gosto de cerveja, maconha e de 'quero mais'. Levou uma mão ao pescoço de Naruto, acariciando e puxando de leve seu cabelo, massageando sua língua macia. Iria se permitir explorar cada canto daquela cavidade afrodisíaca.

Estava bom. Muito bom. Na verdade a boca de Naruto era a melhor coisa que Sasuke já havia provado em todos os seus 17 anos de vida. E duvidava que algum gosto iria superar aquele.

Até se lembrarem de que ar era necessário para os pulmões e afastaram-se minimamente. Ainda de olhos fechados, sorriram, com as testas juntas, sentindo a respiração descompassada um do outro.

Abriram os olhos.

E Sasuke viu refletido naquele azul intenso, o mundo de Naruto.

“O que tá fazendo?” susurrou um Sasuke aéreo.

“Aproveitando o clima de paz, amor, música, chuva e lama pra te beijar.” riu o loiro, abobalhado.

“Assim? Do nada?”

“A coragem veio agora, do nada, mas a vontade já faz um tempo...” respondeu colocando uma mecha da franja de Sasuke atrás da orelha.

“Ah é?” indagou, pondo a mão que tinha o cigarro entre os dedos na coxa de Naruto. “Bom saber.” e puxou o loiro para mais um beijo.

E outro. E mais outro. Infindáveis.

Permaneceram se embriagando com o gosto e carícias um do outro até o fim daquele que era o último show.

 

 

(...)

 

 

No final de tudo, como se fosse um milagre ou o cosmo agindo de maneiras desconhecidas, encontraram Sakura e Ino quando estavam na longa caminhada ao ponto onde deixaram o carro.

Os quatro amigos caminhando lado a lado, sujos, fedendo a álcool e drogas, e com sorrisos largos estampados no rosto, felizes por terem feito parte de algo tão poderoso e mágico. Sabiam que se lembrariam daquele festival pelo resto da vida.

“Olá, Era de Aquário! Seja bem-vinda, meu amor!!” gritou Sakura para o céu limpo de Bethel.


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Notas finais do capítulo

Para quem não sabe, o festival woodstock aconteceu de verdade, então eu quis pôr os dois para darem os primeiros beijos nesse ambiente mais livre de preconceitos. ^^



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