Janela para o futuro escrita por Ella


Capítulo 7
Capítulo 6 - Reunião


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco mais, e não sei se saiu exatamente o que eu esperava... mas espero que vocês gostem!



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Duas semanas depois da cerimônia de posse de Minato, o loiro me convida para ir em sua casa. Eu ainda não conhecera o apartamento em que ele morava com Kushina, o que me deixou extremamente curiosa. Além disso, eu não via o casal há muito tempo.

Amanhã seria a reunião para discutir minhas... visões. Nas últimas semanas havia aprendido a ativar e desativar meus olhos, entretanto não tinha chakra para manter o Mangekyo.

Bem, Minato iria cuidar disso.

Shisui saíra em missão ontem, e Itachi estava ocupado com alguma coisa relacionada a seu dever como herdeiro do clã, então eu passara a maior parte do dia sozinha, lendo. Sempre que eu podia eu lia ficção: as visões vinham se tornando cada vez mais recorrentes e sempre que eu pensava nelas eu chorava.

Eu estava ficando cansada de chorar.

Histórias sempre me distraíam da realidade. Elas eram minha forma de escape. Nesse momento eu lia um livro novo: A lenda de um Ninja Determinado.

O protagonista se chamava Naruto, e era um ninja extremamente corajoso e persistente. A forma bela do shinobi de ver o mundo, suas esperanças, me trouxeram muita alegria, e a história era extremamente envolvente.

Como o livro não estava fazendo sucesso eu não sabia.

Aposto que os meninos gostariam de ler também. Yuki não se interessaria, ela não gostava muito de nada ligado ao mundo shinobi.

Talvez fosse isso? Não tinha apelo para quem não era ninja...

Bem, não importava.

Batidas soam na porta e sorrio, sabia que provavelmente o casal estava na porta. Deixo o livro na cama, e sigo boto os sapatos, pronta para sair. Abro a porta e sorrio para o loiro que me esperava, escondendo a surpresa de não ver a ruiva.

Eu vira Minato algumas vezes nas últimas semanas, mesmo que não tenha conseguido falar muito com ele, ao menos alguns comprimentos ocorreram. Agora já a ruiva... eu mal a vira. Ela parecia quase estar me evitando.

— Boa noite, Minato-sama.

— Você pode continuar usando -nii, Izumi-chan, especialmente enquanto estamos entre família e amigos.

Sinto minhas bochechas ficarem um pouco vermelhas. Desde que o homem se tornara Hokage, não conseguira decidir como deveria tratá-lo. Resolvo seguir o que ele diz.

— Então, como foi sua semana, Minato-nii?

O loiro sorri para mim e me sinto ficar um pouco mais vermelha, sorrindo junto com ele. Nós começamos a andar, seguindo em direção a casa do homem.

— Foi... difícil. Ser Hokage é trabalhoso e cansativo e essas semanas foram bem movimentadas. E você Izumi-chan?

— Eu treinei bastante. Não só com Fugaku-sama, mas também com Shisui e Itachi. Honestamente, esses meninos são aberrações! Como duas pessoas conseguem treinar tanto eu não sei — Resmungo, me lembrando da dor muscular que eu enfrentara durante toda a semana, assim como os hematomas e cortes — Eles não sabem o que é pegar leve!

Minato balança a cabeça, exasperado, e em seguida me pergunta com um brilho estranho nos olhos:

— E como tem sido? Você tem conseguido acompanhá-los?

— Como agora eu consigo ativar o Sharingan, eu melhorei bastante, especialmente em taijutsu. Eu consigo desviar deles, e até conseguir atingir alguns chutes! Meu controle de chakra ainda precisa de algum trabalho, mas agora eu consigo fazer Jutsu Bola de Fogo perfeito, apesar da esfera não ser lá muito grande...

— Oh, é mesmo? Qualquer ia desses eu gostaria de vê-lo, Izu-chan — Diz o loiro olhando para mim.

Sinto um sentimento bom se espalhar no meu peito, e de repente, não posso esperar por uma chance de mostra-lo o jutsu: que tipo de expressão ele faria se eu o impressionasse?

Finalmente chegamos no prédio de Minato. Subimos apenas um lance de escadas e o loiro apenas encosta na porta, liberando alguma espécie de selo, que a abre. Eu entro atrás dele, pedindo licença e tirando os sapatos.

Entramos na sala, e consigo ouvir Kushina murmurando alguma música na cozinha.

— Tadaima!

A voz do loiro parece tirá-la de seu estado de distração por que em poucos segundos ela aparece na sala. Entretanto, eu sinto que algo parece... errado. Sorrindo, ela diz:

— Okaeri, Izumi, Minato. O jantar já está quase pronto, esperem só uns minutinhos, sim?

Minato me conduz para a sala e nos sentamos. Observo a casa com interesse, vendo algumas fotos espalhadas.

Duas me chamam a atenção e assim que as pego vejo o sorriso nostálgico do loiro. Uma era relativamente recente. Kushina estava sorridente, usando um kimono branco e a seu lado, Minato também em roupas tradicionais sorria abertamente.

Era do casamento deles, eu percebo.

E era linda.

Eu nunca vira nenhum dos dois tão felizes quanto eles pareciam naquela foto. Minato era o sol, Kushina era o fogo.

Outra foto era dos dois, bem mais novos. Não estavam juntos: era uma foto tirada dentro de uma sala. A ruiva, entretanto, parecia estar prestes a bater em um menino, enquanto Minato sorria para a câmera no fundo.

Os dois sempre foram extremamente bonitos.

Honestamente, estava curiosa para como o filho ou filha deles seria quando crescesse.

— Kushina-nee parece muito brava — Comento por fim

— Oh, ela estava. Nada irritava Kushina como esses meninos implicando com o cabelo dela. Eu nunca entendi por que eles falavam aquelas coisas horríveis. Eu sempre o achei lindo.

— Realmente é.

Nessa hora a ruiva nos chama. Entramos na sala de jantar, onde a mesa estava posta. Ramen.

Não me sinto nem um pouco surpresa, mas um sorriso involuntário sobe a meus lábios.

Nos sentamos e desejamos ‘itadakimasu’. Começamos a comer e solto:

— Kushina-nee a comida está deliciosa! Eu não tinha ideia que você cozinhava tão bem!

A ruiva fica levemente vermelha, mas sorri.

— Bem, eu tento!

Após mais alguns minutos, onde trocamos algumas palavras e jogamos conversa fora, a comida acaba. Eu me levanto para ajudar a tirar a mesa, entretanto o loiro me impede. Ele me guia de volta para sala, e após uns poucos segundos Kushina aparece. A atmosfera de repente muda e a ruiva, com a expressão mais séria que eu vira, senta-se em minha frente.

— Izumi, Minato me falou que você está ciente as minha... situação.

Pisco algumas vezes, tentando entender sobre o que exatamente ela está falando, quando me lembro.

— Eu me esqueci completamente! Parabéns!

Me levanto e pulo na ruiva a abraçando. Ela parece completamente surpresa, e quando me viro para Minato uma expressão semelhante está em seu rosto, mas eu a ignoro e o abraço também.

— Do que você está falando? — A ruiva me pergunta ainda surpresa.

— Você está grávida, certo, Kushina-nee?

— Ah, sim — A ruiva ri — Obrigada, Izu-chan. Mas... bem, não era exatamente isso.

O que eu...

Ah.

— Você estava falando da raposa — Falo em voz alta.

A ruiva faz uma careta e tenciona. Ela parece estranhamente nervosa. Eu me sento de novo e olho dentro de seus olhos.

— Alguma coisa aconteceu?

Ela pisca me olhando.

— Bem... não exatamente. Mas... eu pensei que você poderia ter... perguntas.

— Kushina achou que você estaria com medo dela — Minato corta a ruiva — E ela queria e trazer aqui e te explicar como tudo funciona, por que ela já te vê como família e não queria que você tivesse medo dela.

— Minato! — Kushina grita, com o rosto da cor dos cabelos, e a expressão irritada.

— Nee-chan — eu a chamo, fazendo com que ela se vire para mim — Eu não tenho medo de você. Me dê um pouco de crédito! Eu sei que o fuinjutsu sela a raposa dentro de você, o que não significa que isso te transforma nela!

A ruiva me encara por longos segundos e então uma única lágrima escorre em seu rosto.

Aquilo era errado.

Kushina era alegre, corajosa, determinada.

Vê-la chorando é errado.

Sem me conter, levanto e abraço a ruiva, a apertando com força.

— Você é incrível, Nee-chan. Algo estúpido como uma raposa irritada não seria o suficiente para me afastar de você.

A ruiva sorri para mim e, dessa vez, ela que me aperta.

— E você é preciosa demais para estar nesse mundo sangrento, Izu-chan.

Eu fico vermelha, me afasto da ruiva e sorrio para o casal.

— Eu nunca fiquei tão feliz por ter trombado em alguém quanto eu estou por ter trombado em você, Minato-nii.

O loiro sorri, e coloca uma mão dos meus cabelos, os bagunçando.

—‘-

O casal me convence a dormir no quarto de hóspedes do apartamento deles. De manhã, coloco roupas antigas de Kushina, que ela separara na noite anterior e sorrio com a visão que tenho no espelho. Eu estou usando uma roupa amarela.  Prendo meu cabelo em um rabo alto e deixo o quarto, seguindo para sala, onde ambos já me esperavam.

Kushina e Minato conversam em voz baixa. A reunião que havíamos marcado era hoje, e eu estava especialmente nervosa.

— Bom dia! — Falo alegremente

— Bom dia, Izu-chan!

Me sento na cadeira vaga e começo a encher meu prato. Comemos rapidamente e percebo a tensão na sala. Bem, não podia culpá-los.

Era a vida deles em risco. E de toda a vila.

A Vila que Minato deveria proteger.

Saímos do apartamento e rapidamente seguimos para o local combinado. Pela rua, coros de ‘Hokage-sama’, pessoas se curvando e sussurros nos seguem por onde passamos. Minato-nii sorri para todos, cumprimentando de volta cada um que se dirige a ele.

Finalmente chegamos e o nervosismo volta a me afetar. Tento respirar fundo, o que não funciona, e sinto minhas mãos suarem.

— Izu-chan — Quem fala isso é Kushina — Você não precisa ficar nervosa. Eu e Minato vamos estar lá, Fugaku também. Nada vai acontecer com você.

Concordo com a cabeça, incapaz de falar nada.

Entramos e a cena diante de mim me faz travar. Além de Sandaime, os três membros do conselho, e Fugaku todos os líderes dos principais clãs estão ali: Inuzuka, Nara, Yamanaka, Akimichi, Aburame e Hyuuga.

— Hokage-sama — Todos se levantam e se curvam diante do loiro, que os cumprimenta de volta. Ele segue para seu lugar na cabeceira, dois lugares reservados a seu lado.

—‘-

A maioria das pessoas da sala não sabiam o porquê de estarem lá, e por isso, estranharam tanto a entrada da garota que todos sabiam que não podia ter mais de seis anos, mas como ela entrara com o Hokage ninguém questiona sua presença ali.

Izumi não podia estar mais grata — por alguns segundos, ao menos.

Minato respira fundo e começa:

—A reunião de hoje está oficialmente iniciada. A discussão será acerca de algo… incomum, no mínimo. Fugaku-san.

— O assunto de hoje foi… trazido a atenção do Hokage por conta de um Kinjutsu do clã Uchiha. Por ser um kinjutsu não é algo normalmente compartilhado com os outros clãs, então eu agradeço a discrição de todos.

— Qualquer assunto tratado na reunião de hoje é classificado com Rank S. Não deve ser compartilhado com ninguém fora dessa sala sob nenhuma circunstância á excessão de um comando direto meu.

— Hai, Hokage-sama — Todos dizem ao mesmo tempo.

— O Mangekyo Sharingan é um nível do doujutsu do Clã Uchiha atingido por pouquíssimos membros. Ele é classificado como Kinjutsu, como já foi dito anteriormente, e seu padrão de desenho nos olhos varia entre cada membro que o desperta. Assim como o padrão, as habilidades concedidas por esse nível também variam.

Fugaku faz uma pausa, enquanto toda a mesa parece absorver o que ele fala. Hiashi Hyuuga estava incomodado com essa nova informação: que tipo de poder esse doujutsu vinha entregando nas mãos dos instáveis Uchihas?

A maioria dos líderes entretanto, estão mais preocupados em onde essa discussão iria.

— Uchiha Izumi, que neste momento está do lado do Hokage, despertou o Mangekyo. Desde o despertar, ela vem tendo... visões repetitivas. Uma dessas visões trouxe a ela uma informação extremamente protegida que ela não teria outra forma de saber se não pelo meio que acreditamos que ela conseguiu: através de um jutsu concedido pelo Mangekyo que a permite ver o futuro.

Por um segundo nada acontece.

E então a sala se transforma em um inferno.

Todos começam a falar ao mesmo tempo. Alguns, como Tsume Inuzuka, caem na risada. Outros, como Inoichi Yamanaka, parece curiosos. As reações variam, mas algo é comum em todos: descrença.

— Eu sei como isso soa — Minato retoma a fala e assim que abre a boca todos se calam. Apesar de ter adquirido poder político a pouco tempo, o Relâmpago Amarelo de Konoha sempre despertou respeito, especialmente aqueles que lutaram junto com ele, que era o caso de todos os presentes. A voz que ele usara era o tom que ele guardava para a hora de dar ordens no campo, e faz com que todos se calassem imediatamente — Entretanto, eu não teria trazido algo como isso para uma reunião do conselho sem a devida checagem antes. A informação que Izumi trouxe foi de que Kushina é a Jinchuriki das Nove-Caudas.

Toda a mesa reflete níveis diferentes de surpresa. O fato de que a ruiva tinha a mais poderosa bijuu selada em si era um segredo muito bem guardado, em especial em momentos de guerra onde os Jinchuriki se tornavam armas não apenas de combate físico, como também de ameaça.

— Izumi — O loiro chama atenção da menor, que havia ficado em perfeito silêncio desde o início da reunião.

— Hokage-sama?

Minato sorri gentilmente para ela ao notar o nervosismo. Trazer uma garota de cinco anos para uma reunião desse calibre, em especial uma menina com uma percepção tão forte dos seus arredores...

É claro que ela estaria nervosa.

— Eu gostaria que você deixasse Yamanaka-san entrar na sua mente. Com isso, além de comprovar suas visões, ele será capaz de perceber coisas que talvez você não tenha notado ou compreendido.

Izumi morde os lábios. Quem poderia culpá-la? Ter alguém dentro de sua mente é algo extremamente invasivo e assustador.

Fugaku percebe a hesitação da garota e pensa em intervir. Minato vê o mesmo e sente sua expressão suavizar ainda mais. Ele não deveria botar esse tipo de pressão em uma criança. Estava prestes a falar que mudara de ideia quando a voz dela, mais resoluta do que ele jamais ouvira, ressoa:

— Eu faço.

Izumi estava com medo de ter sua mente invadida por um desconhecido, era verdade. Contudo, o olhar de Minato sobre si a fez mudar de ideia.

O loiro confiava nela o suficiente para trazê-la para essa reunião. Ele a levara para dentro de sua própria casa, mesmo após ela descobrir informações sensitivas sobre sua esposa. Eles a levavam para jantar, a animavam e acima de tudo, naquele momento de dor, mesmo ela sendo uma completa desconhecida, eles pararam todo os seus planos para ajudá-la.

Izumi devia muito a eles, e nada (muito menos algo supérfluo como medo ou vergonha) a impediria de auxiliá-los de qualquer forma que ela pudesse.

— Inoichi, se você puder...

O Yamanaka assente e se vira para a criança, um sorriso gentil nos lábios.

— Izumi-san, certo? Por favor, não resista. Eu não vou te machucar ou ver nada que você não queira que eu veja, certo?

A garota assente firmemente. Inoichi sente o sorriso se expandir em seus lábios.

Era uma garotinha corajosa, com toda a certeza.

Ele realiza o jutsu, e ao encontrar o que procurava não podia deixar de pensar ‘puta merda’.

Todos na mesa estão em silêncio enquanto o homem assiste as visões da garota. Quando ele finalmente volta si, a tensão é clara no ar.

Inoichi volta com os olhos extremamente arregalados. Izumi simplesmente pisca alguma vezes e acalma a própria respiração. Lágrimas escorrem pelo seu rosto, e ela as limpa apressadamente.

— Inoichi? — Questiona o Hokage, apressando o outro loiro a reportar suas visões.

— Por enquanto, o que eu posso afirmar com certeza é que as visões da garota definitivamente foram causadas por algum tipo de jutsu, já que o chakra ainda é residual nelas, e que o que ela viu deve ser impedido ao melhor de nossas habilidades.

— E o que exatamente é isso, Yamanaka? — Quem questiona é a líder dos Inuzuka, Tsume, que parece estar no fim de sua paciência.

— Um ataque das Nove-Caudas.

Todos da sala prendem a respiração. Um ataque da Kyubi, a mais poderosa besta de chakra que existe.

— Nas últimas semanas, Izumi vem aprendendo a controlar seu Mangekyo. Todas as vezes em que ela conseguiu mantê-lo ativado por mais de trinta segundos, ela desencadeia algum tipo de visão. Ela está aqui para narrar a todos suas visões enquanto mantém seus olhos ativados, em caso de mais alguma coisa de útil aconteça — Explica o Uchiha.

— Nós traçaremos o plano base hoje, e remarcaremos reuniões mensalmente para tentarmos nos precaver ao máximo contra um ataque dessa escala.

— Hai Hokage-sama.

Minato respira fundo e pega um papel em seu bolso. Colocando um pouco de chakra, o selo se desfaz, revelendo tinta e um pincel. O loiro pega ambos e se vira para Izumi, que o encara mordendo os lábios, ainda nervosa.

Sorrindo para tentar acalmá-la, o homem indica seu braço, que a morena estica sem titubear. O Hokage rapidamente desenha o selo de transferência de chakra, o ligando a ele mesmo e as reservas normais de Kushina, evitando a Nove-Caudas.

Ele se senta novamente e diz no tom mais gentil que possui:

— Quando você estiver pronta, Izu-chan.

A menina assente, inspira e concentra chakra nos olhos. Todos da sala veem o Sharingan, já com três tomoe, surgir em seus olhos. Eles giram, formando um padrão que lembrava uma estrela.

O Mangekyo.

A garota finalmente solta o ar, pisca e começa:

— Eu estou vendo através dos olhos de um homem... provavelmente um adolescente, na verdade. Entre 15 e 18? Ele usa uma máscara. Eu estou do lado de fora de uma caverna cercada por vários agentes da ANBU, mas eu não os deixo me impedir: ataco vários deles tão rápido que sequer tenho reação. Eu acho que é um tipo de Jutsu de Espaço.

Hiashi estreita os olhos com essa frase. Matar a elite nina de Konoha rápido o suficiente para nem ter reação?

— Eu escuto um grito e sei, quer dizer, ele sabe que é hora. Eu me teletransporto para a caverna e vejo... Kushina-nee, Minato-san e uma parteira. Mato a mulher em segundos e pego... pego o bebê. Minato me pergunta quem sou eu... eu deixo a caverna com o bebê e sou seguido. Depois... não sei o que acontece. Mas Kushina está presa pelos braços e o selo em sua barriga parece aberto. Eu puxo... algo de dentro dela. A raposa com um chakra cheio de ódio, rancor, malícia. Ela quer destruir e eu quero que ela destrua.

A descrição do chakra causa um calafrio no Akimichi. O Nara não para de pesar em quão problemática toda aquela situação era. Izumi continua a narrar o mais precisamente que pode todas as visões da noite, inclusive as suas fugindo com Itachi.

— A última visão... É do dia seguinte. Eu estou parada na frente de três túmulos. Entre ela, um pequeno bebê e a seu lado, Sandaime-sama está falando algo. O resto da vila está atrás de mim...

— Túmulos de quem? — Quem questiona é novamente a Inuzuka, impaciente.

— Minato-nii e Kushina-nee. — A voz da garota sai um sussurro.

De repente os olhos de Izumi se arregalam e outra visão se desenrola em sua mente.

“Ela está correndo por entre as árvores rapidamente. Algo está atrás dela (Dele?). Um menino está em sua diagonal, apenas um pouco atrás. De repente o outro ninja grita ‘Shisui’ e o menino (Izumi?) se vira e tenta alcançá-lo após um segundo de hesitação. Mas ele (ela) não consegue.

Um grito doloroso deixa seus lábios e uma queimação familiar para a garota e desconhecida para o menino atinge seus olhos.

Antes de tudo escurecer, a garota vê uma máscara laranja”

— Izumi!

A voz do Relâmpago a desperta da visão que nada tiha a ver com a raposa, mas que, não obstante, ainda era terrível.

— Shisui... onde está Shisui?

— Shisui saiu em missão, Izu-chan. Ele está junto com seu time genin.

— E-ele precisa de ajuda. Agora.

— Izumi, Shisui é um shinobi capaz....

—Um dos genin com ele morreu, Minato-nii, e quem o matou foi um homem mascarado.

— Você acha...

Izumi da de ombros mas sente seu interior se revirar. Aquela pontada nos olhos...

Ela se lembrava daquela dor.

Shisui iria despertar seu Mangekyo. Ou já o despertara.

Izumi não pode deixar de fazer um minuto de silêncio pela vida tão nova que seria perdida.

— Cão — A voz de Minato era firme. Imediatamente, um mascarado aparece ao lado do Hokage — Encontre o time de Uchiha Shisui e garanta a segurança dos membros. Aproveite para coletar qualquer informação possível sobre o mascarado, entretanto, não o engaje em batalha. Estamos entendidos?

— Hai, Hokage-sama — o mascarado responde e some da sala.

O Mangekyo da garota ainda estava ativado quando ela sente algo a puxando novamente.

“ Esta deitada (o?).Suas costas doem incrivelmente e ela (e) se pega amaldiçoando Minato. Uma máscara laranja se encontra em suas mãos.

— Zetsu! — O homem chama em uma voz grave — Traga-me aquilo”

Izumi volta para a realidade tremendo.

— Eu tenho certeza de que é a mesma pessoa agora — Fala a Uchiha interrompendo o planeamento que já começara a ocorrer a mesa. Minato reconhece a fala com um leve movimento de cabeça e a discussão continua.

Izumi está exausta demais para prestar atenção, então ela simplesmente se mantém firme e tenta manter os olhos ativados.

Mas nenhuma visão a assola.

—‘-

A reunião durara por volta de quatro horas, e eu saí exausta. Tive mais algumas visões, mas a maioria apenas da destruição de Konoha, nada concreto contra o homem mascarado.

Enquanto todos saíam, eu permaneço na sala com Minato e Kushina à pedido do loiro. Fugaku também espera todos os outros líderes saírem.

— Izumi-chan — Levanto meus olhos para ele — Você fez muito bem hoje. Amanhã não teremos treino de Sharingan, você deve deixar seus olhos descansarem por ao menos um dia. Qualquer desconforto traga para mim e eu te direcionarei a algum dos médicos do clã.

— Hai, Fugaku –sama — Respondo obedientemente.

— Mikoto gostaria que você se juntasse a nós no jantar de amanhã.

Sorrio para o homem.

— Eu ficaria honrada, Fugaku-sama.

O homem assente e com uma leve reverência ao Minato e sai da sala. O casal ao meu lado sorri levemente, entretanto, eles ainda parecem cansados e preocupados.

— Izumi. Nós temos... algo para te oferecer. — Fala a ruiva parecendo nervosa — Nós já estávamos pensando nisso antes mas devido ao risco desse futuro, gostaríamos de implementá-lo mais cedo do que o espero.

Sinto minha curiosidade aumentando.

— Você estava estudando caligrafia, certo? — Continua a ruiva — Talvez você já saiba disso, mas caligrafia é a base de Fuinjutsu. O clã Uzumaki, que era a minha família, sempre foram conhecidos por seres mestres das artes de selamento...

— E eu também estudei Fuinjutsu, sob a tutela do Jiraya-sensei — completa o Loiro.

— Bem, basicamente, nós dois temos várias técnicas baseadas em selos que gostaríamos de passar para o futuro. E tem altas chances de que não teremos como ensinar Naruto...

— Não que estejamos te substituindo por ele ou algo assim! Já queríamos te ensinar desde o dia que te buscamos em sua aula. Mas serviu de incentivo para começar a te ensinar o básico antes.

Rio de leve do desespero do loiro. Uma imensa alegria borbulha dentro de mim, e lágrimas brotam nos meus olhos. Sem hesitar me levanto e abraço o loiro, e a ruiva ri e se junta a nós, me esmagando.

— E-eu estou realmente honrada, Minato-nii, Kushina-nee. Me ensinar os seus próprios jutsus e os de sua família...

Balanço a cabeça. Os dois me soltam e Kushina põe a mão em minha cabeça, bagunçando meu cabelo.

— Você é uma garota adorável e determinada, Izumi. E bem... não queremos ver todo esse conhecimento sumindo. Você foi corajosa de trazer suas visões para Fugaku e para Minato, e eu realmente acredito que você será um incrível kunoichi.

Sorrio ainda mais. Passar jutsus assim, para alguém que não era consanguíneo, era extremamente sério no mundo shinobi, e sentir essa fé que ambos depositaram em mim não tinha preço.

— Que tal começarmos amanhã? — Sugere Minato — Eu estou muito ocupado com as funções de Hokage, então Kushina provavelmente te ensinará a maior parte, mas gostaria de estar lá para a primeira aula, e amanhã tenho algumas horas livres.

— Nada me deixaria mais feliz. E mesmo entendendo que vocês não estão me pedindo isso... — Engulo o soluço que sobe a minha garganta, ainda que as lágrimas ainda caiam — Eu ficarei extremamente feliz de passar isso para Naruto-kun caso... c-caso algo aconteça com vocês.

A ruiva bagunça novamente meus cabelos, sus olhos com um brilho suspeito. Minato sorri tristemente para mim.

— Você realmente é muito preciosa para esse mundo, Izu-chan — diz a ruiva.

—‘-

Chego em casa alguns minutos depois — Minato e Kushina claramente precisavam de um tempo sozinhos. Lidar com a sua morte iminente não deve ser fácil

Lidar com a morte iminente de quem você ama com certeza não é — posso falar por experiência própria.

Respiro fundo e dou meia volta. Não ficara sabendo o que acontecera com Shisui e estava com um sentimento ruim. Bato na porta do genin, rezando para minha visão não ter se concretizado.

Por vários segundos nada acontece até que a porta é aberta. Quando eu vejo o garoto meu coração se aperta. Seus cabelos estavam mais bagunçados que o normal, sua roupa estava amassada e seus olhos... seus olhos estão vermelhos, e não por causa do Sharingan.

— Izumi. O ANBU-san me disse que você havia o alertado do que estava acontecendo conosco. Eu não tenho ideia de como você sabia que algo estava acontecendo mas obr-

O interrompo passando meus braços ao redor dele.

— Sinto muito. E-eu queria impedir você de passar por isso.

— Impedir exatamente o que, Izumi?

Ele parece levemente desconfiado e eu confirmo suas suspeitas injetando chakra nos meus olhos.

— Eu não passei exatamente pela mesma coisa, mas... eu te entendo, Shisui.

Lágrimas escorrem pelos olhos do outro, e seus olhos mudam, refletindo um padrão diferente do meu, ainda que claramente fosse um Mangekyo. Ele me abraça novamente, e um soluço deixa seus lábios.

— Eu o matei, Izumi. Ele está morto e a culpa é minha.

— Shhhh. Eu poderia dizer que a culpa não foi sua. Você tentou alcançá-lo... e ninguém é onipotente. O inimigo era muito mais poderoso. Não... não tinha nada a se fazer.

Ele me agarra ainda mais.

— Mas eu sei que nada disso vai fazer a culpa diminuir. Então vou te falar o que de fato me ajudou — Junto todas as minhas forças e sorrio — Shisui, eu estou aqui para você, e eu sempre vou estar... por que nós somos amigos. Família.

O menino soluça novamente.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? O ritmo de postagem será mais esporádico, mas eu vou terminar essa fic! Por favor, comentem suas opiniões, ideais sugestões, perguntas... enfim, qualquer coisa!
See you soon~



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