Alan escrita por Lady Zanão


Capítulo 12
Paz, Pelúcias e Fantasmas


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Tudo bem com vocês?
Eu sei que estou um tiquinho sumida daqui
Mas acho que vocês já devem ter notado que dias 7 são importantes para mim, então mais um capítulo para vocês!
E também um beijo na testa da Lady Romanoff, feliz mêsversário madrinha oficial de Alan!
Boa leitura e até a próxima!



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Se me perguntassem á dois dias atrás o que eu achava de fantasmas. Com certeza, iria dar uma longa e deliciosa risada e falar que ela devia estar ficando louca. Mas agora se me fizessem essa mesma pergunta eu iria abraçar a pessoa e começar a chorar.

Mal fechei meus olhos para reabrir eles novamente, mas dessa vez não estava entre meus cobertores quentinhos em meu quarto, mas sim em um corredor escuro, desconhecido e pessoalmente assustador.

Como estava em um corredor não tive escolha a não ser continuar a andar por ele. Estava de noite e a única luz que eu conseguia ver literalmente estava no final do túnel, movi meus pés sobre o carpete do chão até chegar em uma sala de jantar, a luz que eu tinha visto vinha de uma fresta na cortina, provavelmente era da iluminação da rua. Escutei uma risada infantil e me virei no mesmo segundo para o corredor onde vi uma sombra passar tremulando para o próximo corredor.  

— Meu Deus do céu. Acho que a minha pressão caiu – falei sem pensar, sentindo uma moleza estranha nas pernas.

Respirei fundo me encostando em um cômodo perto da parede encarando o corredor escuro, até que com um click o outro cômodo se iluminou sendo acompanhado de um chiado conhecido de uma televisão.

Minha nossa senhora dos eletro domésticos que me abençoasse, estava quase decidido a tentar arrombar as janelas e dar o fora dali, mas estranhamente com o bater de um sino uma percepção estranha tomou conta de mim, de repente eu não tinha mais medo. Caminhei decidido até a sala, lá não encontrei muita coisa além de um controle, nesse momento aquela percepção foi embora me deixando confuso novamente, apertei vários botões até que um funcionasse e a tela da televisão foi tomada por imagens de uma loja, era um lugar que eu conhecia, já tinha ido lá uma vez quando criança. Escutei passos correndo em minha direção e aquela sensação de não ter medo foi embora que uma beleza.

Com um pulo acordei, e levei outro pulo quando me deparei com Brenda assustada a beira da minha cama me olhando com os olhos arregalados.

— O que você está fazendo aqui? – falei me sentando.

— Eu que devia estar te perguntando isso – Brenda falou se aproximando com uma ruga de preocupação em sua testa – Você estava falando e se mexendo muito – e de repente aproximou sua mão fantasmagórica de minha testa mas mudou de ideia quando me afastei por seu gesto – sua testa está um pouco soada.

— Á, a sim. Eu... – falei ainda um pouco perdido, respirei fundo e olhando diretamente para Brenda me senti encorajado novamente – Sei o que tenho que fazer.

— Sabe? Você sabe do que?

— Eu tive um sonho.

— Que bom – Brenda respondeu irônica já que era um comentário óbvio – Mas eu não sei se você já se deu conta, mas isso não esclarece nada.

— É meio difícil explicar agora. Mas você vai comigo?

— Não sei se você notou genialidade ambulante, mas eu não tenho muita escolha.

E assim me esgueirei por minha casa até chegar na porta dos fundos e sai. Expliquei tudo que tinha acontecido para Brenda no caminho, quando chegamos onde ficava a velha loja de discos Street, por coincidência ou não na rua 112. Equilibrei a bicicleta em uma das pernas enquanto Brenda e eu olhávamos para a vidraça que tinha se tornado um daqueles cafés chiques com plantinhas.

— Não tinha uma loja de disco antigamente aqui? – perguntei confuso para Brenda que estava sentada atrás de mim sobre o bagageiro.

— Ela não tinha pegado fogo á alguns anos atrás?

Após seu comentário a história veio a minha mente. A antiga loja de disco acabou pegando fogo após um curto na tomada da televisão da casa, aparentemente apenas alguns membros da família conseguiram escapar a tempo, a família acabou se mudando após o incidente e alugando o estabelecimento para essa adorável cafeteria.

Brenda e eu nós olhemos novamente, não fazia muita lógica estarmos parados no meio da rua em plena madrugada encarando as adoráveis plantas do lugar, mas antes que eu sugerisse voltar para minhas cobertas quentinhas Brenda se levantou do bagageiro de repente.

— Você ouviu isso?

— Não? – falei meio confuso.

Tive apenas tempo de deixar a bicicleta em uma parte não tão visível da rua até alcançar Brenda antes que sumisse entre o jardim da casa.

Bastou alguns passos para entender o que Brenda falava, fui tomado pela mesma sensação que Brenda havia falado, e de repente sabíamos o que tínhamos que fazer.

Andemos até uma velha árvore que tocava a janela lateral do segundo andar. Era o lugar que eu tinha estado antes, consegui identificar pelo sonho ressente que já estivera perto daquela janela. Mas novamente paremos sem saber o que fazer até eu ter a brilhante ideia de subir na árvore, era estranho mas eu sabia que tinha que entrar na casa novamente e a árvore dava um acesso a janela terrivelmente fácil.

— O que você está fazendo? – Brenda perguntou beirando ao horror.

— Vou entrar na casa, não e óbvio?

Escutei ela sussurrar um “estúpido” em minha direção mas ignorei. Após quase 2 tombos de uma altura boa o bastante para quebrar um braço e vários minutos cheguei no galho que dava acesso a janela, talvez eu tivesse um sorriso maldoso nós lábios imaginando o que Brenda faria para subir na árvore, mas quando olhei para a janela encontrei minha assombração tranquilamente sentada sobre o batente da janela com as pernas cruzadas me observando com um sorriso um pouco bem humorado de mais.

— Você demorou – falou chacoalhando seus ombros e iluminando o seu rosto com um sorriso travesso.

Antes que conseguisse falar qualquer coisa a janela abriu com um solavanco que me fez quase cair da árvore de susto, e consegui visualizar um pequeno quarto entre as cintilantes cortinas brancas.

Brenda e eu trocamos olhares mas não tínhamos muita escolha depois de já estar ali mesmo, entrei logo após ela dentro da casa, mas a única diferença de mim para Brenda, era que eu tinha o número da polícia discado em meu celular em um lugar bem estratégico se eu precisasse.  

Quanto entremos no cômodo notei como meu senso de direção era completamente péssimo, eu nunca havia entrado em um quarto de bagunça no meu sonho. Aquilo realmente foi um sonho ou eu estive aqui a algum tempo atrás? Perguntas que eu passei muito tempo sem conseguir dar uma resposta correta.

Vasculhamos o quarto até encontrarmos um jornal, na página inicial havia uma foto do Disco Street completamente destruído e a notícia dos acontecimentos, quanto terminei de ler a notícia sobre o ombro de Brenda, levantei meus olhos me dando conta que o cômodo que estávamos agora deveria ter sido o quarto do pequeno garotinho que não tinha resistido a tragédia. Olhei para as páginas novamente, mas agora olhando para a foto mais embaixo da notícia onde havia um garotinho segurando um ursinho de pelúcia.

Eu só não esperava levantar os olhos e me dar de cara com o mesmo ursinho me encarando sobre uma estante de livros, ele esteve realmente lá todo esse momento e eu nem havia me dado conta?

Brenda largou o jornal no mesmo lugar enquanto me aproximei da estante, que bichinho de pelúcia mais interessante, pensei ainda analisando a pelúcia quando escutei um sopro de ar assustado de Brenda. Que absurdo, quem havia se atrevido a assustar minha assombração sem minha permissão?

Quando olhei em sua direção pude entender o motivo, a nosso frente um pequeno garoto fantasmagórico nós olhava, ele não falou nenhuma palavra mas apontou para mim. E jesus, juro que quase desonrei minha maravilhosa cuequinha naquele momento, mas após um instante notei que na verdade ele apontava para o bendito ursinho de pelúcia.  

Enquanto arriscava minha vida subindo em um banquinho para alcançar a pelúcia Brenda estranhamente se identificou com o pestinha, não virei para olhar para os dois mas escutei um pouco de sua conversa animada e da risada estranha da criança que fazia todos os pelos de meu braço se arrepiarem. Malditos fantasmas.

Quando terminei o processo desci da cadeira e me deparei com Brenda abraçando a pequena criaturinha fantasmagórica, ela falava palavras de conforto e ânimo, bem no fim ambos sabíamos que a pobre criança finalmente iria descansar tranquilamente após seja lá o que ela fosse fazer com o ursinho.  

Após um olhar de confirmação de Brenda para saber se ela já havia terminado sua conversa me aproximei e tentei entregar a pelúcia para o garoto mas ele apenas olhou para o objeto e se afastou um passo. Olhei confuso para Brenda, mas ela aparentemente não tinha respostas também mas observamos a criança andando em direção a janela é indo embora, sem muita escolha seguimos o mesmo, em parte sai aliviado do lugar já que a alguns quartos de distância provavelmente os donos do café dormindo seu sono tranquilo.

Novamente do lado de fora acompanhamos o garoto em uma caminhada, se Brenda não estivesse comigo provavelmente já teria dado um jeito de fugir para minha casa, mas com ela segurando e puxando meu pulso toda vez que diminuía o ritmo da caminhada me fez continuar, até que cheguemos no portão dos fundos de uma mansão, eu conhecia aquele lugar também, era a casa da avó do garoto até hoje a senhorinha havia se negado a ir embora da cidade igual aos outros, lá seguimos o garoto até um daqueles cemitérios sinistros de fundo de quintal de filmes chiques, aquele negócio que você realmente só acredita vendo nos filmes, porque fala sério, quem e o biruta que faz um cemitério no fundo do quintal de uma mansão é espera que não seja assombrado?

Continuemos seguindo o garoto até chegarmos em seu túmulo. O lugar por incrível que pareça não me trazia sentimentos ruins, bem longe disso, era um lugar de paz, era quase possível imaginar os outros vizinhos de túmulo cumprimentando o pequeno garoto, ele abraçou Brenda pela cintura e logo depois me abraçou na altura das pernas já que eu era um pouco mais alto que a loira, e com um carinho em seu cabelo escuro me despedi do garotinho que finalmente estava pronto para ir em paz.

Coloquei o ursinho embaixo de um pequeno telhadinho com sua foto e algumas flores de plástico, e fiquemos lá por mais um momento rezando para o garotinho finalmente poder descansar depois de tanto tempo, com um aceno dele se despedindo fomos embora sabendo que agora o garoto finalmente estava tranquilo.


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Notas finais do capítulo

Oooolá, vocês por aqui, rs vem sempre aqui? Brincadeira gente!
O que acharam do capítulo? Gostaram? Acharam um erro ou não entenderam alguma coisa? Comente! A sua opinião é extremamente importante para mim então não deixe de falar ela hehe
Obrigada por lerem é até a próxima ❤️



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