Alan escrita por Lady Zanão


Capítulo 10
Contas que precisam serem prestadas


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novoooo!
Sim gente teve capítulo especial de natal e agora mais um de ano novo, tomara que nesse próximo ano as coisas melhorem e que eu nunca mais esqueça de postar Alan, mas isso e só um pequeno detalhe rs
Um ano muito próspero e cheio de carinho para todos vocês.



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Sai da detenção como se tivesse saído da prisão após uns bons 20 anos de condenado, olhei para o céu e respirei fundo o ar limpo e carregado de umidade. A quem eu estava querendo enganar, eu tinha que me apressar se não quisesse tomar o meu segundo banho acidental do dia, sem perceber soltei um comentário um pouco fútil mas com curiosidade sincera.

— Acho que vai chover logo – Falei levantando um braço e esticando o outro. Mas estranhei quando nenhuma resposta me foi devolvida.

Olhei para o lado e Elora não estava presente do meu lado como eu jurava que estivera à 5 segundos atrás. Eu poderia estar me xingando mentalmente nesse exato momento por estar falando sozinho, mas resolvi pegar leve comigo mesmo já que a algumas horas atrás eu tinha adotado uma fantasma de estimação é uma garota um tanto estranha, eu também merecia um pouco de piedade afinal.

Destravei minha bicicleta e olhei uma última vez para o colégio me perguntando se Brenda ainda estava dentro dele, por final conclui que a assombração devia ter ido embora antes pois, com toda certeza se estivéssemos presentes no mesmo lote ela já teria me encontrado para fazer o seu novo hobbie favorito, que era me encher as paciências.

Andei de forma rápida mas a chuva acabou me alcançando, frustrando completamente meus planos de não tomar mais um banho acidental. Abria a porta da frente e com uma última sacudida de meus pés já descalços e úmidos entrei dentro da residência, fui até a cozinha é me deparei com um bilhete na porta da geladeira informando que minha mãe havia ido ao mercado. Larguei o bilhete sobre a mesa da cozinha e subi as escadas indo atrás de roupas secas é pela primeira vez no dia um banho com água quente.

Eu poderia dizer que era um garoto corajoso, que não tinha medo de nada que sempre encarava tudo de frente, mas a realidade é que por minha trágica experiência com filmes de terror que eu acidentalmente assistia às vezes, eu sempre achava que quando eu estivesse sozinho e consequentemente indo tomar banho um psicopata iria entrar no banheiro é me matar, é eu sei, meio besta mas isso nunca me tirou o desejo de ter em minhas mãos o número de metade dos roteiristas de filmes de terror, afinal eu precisava de alguém para ligar e cobrar o pagamento das minhas futuras terapias por tantos traumas e medos. Puxei uma cadeira do meu quarto para o banheiro e liguei o chuveiro, eu poderia tomar banho no banheiro do meu quarto mas se um psicopata realmente entrasse nele, eu tinha a sensação que o banheiro no corredor iria me dar mais chance de escape. Mas notei um detalhe tarde demais me provocando outro medo que por coincidência tomou conta de mim, e se a água estivesse quente demais e eu desmaiasse sufocado pela vapor? A cadeira iria dificultar a entrada do corpo de bombeiros, mas se eu não deixasse a cadeira lá um psicopata poderia me matar, escolhas... Escolhas porque sempre pareciam serem tão difíceis? Mas bem que de ambas as formas eu iria morrer pelado, que pesadelo! Quase desisti de tomar banho, mas um barulho forte de vento bateu nas telhas me alertando que eu já estava encharcado mesmo e o banho quentinho era a minha única salvação.

Quando terminei o banho me enrolei em uma toalha e desci as escadas, não havia ninguém em casa mesmo então poderia andar livremente. Quando passei pela sala estranhei o fato da televisão estar ligada mas em um canal fora de área que apenas fazia um chiado alto é irritante, passei reto pela sala e fui direto para a cozinha, eu não tinha ideia do quanto estava com fome até lembrar que eu tinha que comer. Mas quando adentrei a cozinha uma sensação ruim me atingiu me deixando novamente alerta, olhei para todos os cantos e vi que não havia ninguém ali é resolvi ignorar todos os meus sentidos gritantes. Quando fui na parte do armário onde minha mãe guardava o cereal escutei uma porta do outro lado da cozinha se abrir com um chiado alto e incômodo e se fechar com um estalo forte. Me virei assustado mas não tinha ninguém lá é notei que uma das janelas da cozinha ainda estavam abertas, deixei o cereal sobre a mesa e fui andando até o outro lado da cozinha quando fechei a janela escutei um barulho estranho semelhante a passos leves mas quando me virei não havia ninguém novamente lá, comecei a concluir que era apenas coisa da minha cabeça e fui até a geladeira aonde estava procurando uma caixa de leite, sorridente com o pensamento de matar minha fome fechei a geladeira com força, para apenas dar um pulo para trás e um grito quando vi Brenda sentada sobre a bancada de braços cruzados e uma aparência nada amigável, por de baixo de seus olhos haviam olheiras escuras e estava completamente molhada.

No mesmo instante segurei a toalha que tinha seu nó sobre minha cintura pois senti o mesmo se desfazendo, e a segunda dose de desespero chegou até mim, será se o meu medo de morrer pelado pudesse ficar ainda pior? Morrer pelado na cozinha, ainda comendo um inofensivo cereal.

—Brenda? – Chamei um pouco confuso– Você está bem ?

— Alan, olha para mim. Eu tenho cara de quem está bem ? – Brenda falou grossa ainda sentada sobre o balcão com os braços cruzados fortes – Você sumiu e eu sumi junto, é agora eu estou chegando completamente molhada seu panaca.

— Espera mas como você está molhada se a chuva começou apenas a alguns minutos atrás? – Falei desconfiado, afinal não era por ela ser uma fantasma que eu iria acreditar em tudo que ela falasse.

— Ah – soltou um suspiro desacreditado é descendo do balcão com passos fortes andou até mim, seus olhos estavam muito concentrados nos meus me fazendo ter arrepios – As nuvens me puxaram como o redemoinho atrás da sua casa hoje de manhã, eu só pedi para você não me deixar sozinha e você fez exatamente isso.

Meu ar estava completamente preso em meus pulmões e provavelmente não iriam sair tão cedo, Brenda estava bem próxima, próxima até demais. Eu conseguia sentir a leve brisa fresca que seu corpo emanava e como um tique nervoso olhei para baixo vendo meu peito completamente exposto em sua frente, apenas tive tempo de levantar meus olhos para o rosto de Brenda uma última vez para ver o constrangimento da garota que havia acompanhando meus olhos, assim soltei o nó que havia dado na toalha na altura da minha cintura para cobrir minha pele exposta com minhas mãos no mesmo minuto que Brenda se virou de costas em um constrangimento que literalmente mortificou ambos, um mais que o outro literalmente.

— Acho melhor eu ir tomar banho cara de peixe morto – Brenda falou com um tom nervoso na voz apontando um dedo delicado para as escadas ainda de costas.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela já havia sumido, nunca tinha visto ela andar tão rapidamente, é olha que ela sempre andava rápido.

Me sentei em uma das cadeiras da bancada da cozinha e suspirei me amaldiçoando mentalmente por toda essa situação, não é como se eu realmente quisesse que mais alguém me visse de cuequinha, em minha opinião já bastava meus próprios olhos terem essa visão. Foi impossível não sorrir com a manchete que tinha vindo até minha cabeça “garoto é encontrado desmaiado apenas de cueca em sua cozinha com uma tigela de cereal em mãos, o garoto afirma ter sido ameaçado por um fantasma”. Era cômico demais para não rir da minha própria desgraça, antes que Brenda voltasse perguntando a onde eu guardava as toalhas corri até meu quarto para finalmente me vestir de forma decente.

Quando saí de meu quarto já devidamente bem vestido, escutei o barulho do chuveiro quando passei pelo corredor, Brenda havia tirado a cadeira de dentro do banheiro, aparentemente ela não tinha medo de psicopatas, que garota descuidada pensei sorrindo de forma leve. Quando desci as escadas estranhei o fato da televisão novamente estar ligada, me lembrava perfeitamente de ter desligado a mesma quando fui me vestir a alguns minutos atrás, novamente peguei o controle sem medo nenhum e desliguei a mesma. Voltei para a cozinha e continue com meus planos iniciais, peguei uma tigela e fui em direção a mesa que tinha deixado o cereal e o leite a um tempo atrás, me sentei novamente na cadeira da bancada e enchi minha boca com uma generosa colher de cereal, na terceira colherada fui pego de surpresa novamente pelo barulho que a televisão fez novamente na sala.

Com olhos assustados me levantei e fui até a sala, na tela tinha o número 112, era o mesmo canal que insistia em voltar mesmo já tendo o tirado todas as vezes é desligado o aparelho, me virei e comecei a voltar para a cozinha mas fui pego pelo barulho da televisão ligando novamente, agora o canal exibia uma grande tela azul com as palavras street escrita nela. Aquilo já era demais para mim, fui até a tomada do aparelho e a puxei sem pensar duas vezes e voltei para a cozinha, rezando o quarto pai nosso àquela altura.


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Notas finais do capítulo

Ok ok tá meio confuso? Tá sim, nem precisa responder mas em minha defesa, isso vai ter explicação futuramente, então para você entender um tiquinho a mais da vida do senhor Alan recomendo esperar os próximos capítulos heheh me deixem porque estou me sentindo muito marketeira agora
Enfim, o que achou do capítulo, gostou? Achou algum errinho? Comente!
Até a próxima bjs



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