Ele ainda insiste em me enrolar. Ele ainda pensa que pode me enganar. Ah, eu sei que o deixo brincar. Mas achei que crianças não quisessem mais largar o brinquedo. Ele me larga sempre que o quero por perto. E depois volta quando cansei de brincar. Às vezes nem parece me amar.

E dizem por ai que ele só quer se aproveitar. Dizem que se continuar assim ele vai achar que sempre poderá voltar e brincar. E então vai me largar outra vez, até resolver voltar. Ele vai pensar que pode fazer o que quer. Vai pensar que está no controle.

 Mas não acredito que essas pessoas percebam que eu também me aproveito dele. Que eu gosto de tê-lo às vezes. Eu sei que ele quem  decide quando é hora de brincar. Eu queria ser capaz de mudar isso. Mas cada vez que penso em mandá-lo embora ele gruda em mim como quando se pisa no chiclete. Cada vez que tento brigar com ele, ele põe mel nas palavras e me conquista outra vez. Também me divirto com essa brincadeira.

E sou meio masoquista. Porque eu sei que ele vai me magoar outra vez. Eu sei que quando dá o intervalo do nosso jogo, ele vai ter outra. E sei que eu não consigo ter outro alguém como ele faz. Pego o meu "vale night", mas não sou capaz. E não suporto vê-lo com outra garota. E não suporto não tê-lo outra vez, mesmo que tendo a certeza de que logo-logo ele irá voltar.

Mas agora começa a ser preocupante. Ele demora cada vez mais de voltar. E quando volta, mal o tenho e ele já foi embora. E eu não sei parar de amá-lo. E por um ano tem sido assim. E essa brincadeira parece não ter fim. E sinceramente, masoquista que sou, não quero que termine. Eu gosto dessa brincadeira. Só quero comandá-la agora.

Ora, meu bem, eu sou de leão. Eu adoro liderar. Não, não vou deixá-lo controlar as cartas. Mas ainda quero brincar...

                                          By: Alice M. Schiller