We Love You, Olivia! escrita por Sunny Spring


Capítulo 14
ღ CAPÍTULO 13


Notas iniciais do capítulo

Boa tardeee! Muito obrigada Carol Marques por comentar e favoritar, e Érika Winchester por favoritar ♥

Obrigada também NaruShibuya por comentar ♥

Chegamos mais ou menos no meio da história. Espero que gostem. Bjs *.*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/774934/chapter/14

"Um beijo é tudo que é preciso para se apaixonar por mim."

 

—Dua Lipa

 

Normalmente, sou uma pessoa organizada. Principalmente quando o assunto é trabalhos escolares. Gosto e prefiro fazer todas as tarefas com certa antecedência. Sei, por experiência de dezessete anos, que meu azar é um tanto grande. Se eu deixar um trabalho para ser feito na última hora, é provável que algo muito ruim aconteça, me impedindo de o fazer. Como uma tempestade de neve inesperada que acaba com toda a energia elétrica da cidade. Um tanto de paranóia, talvez. Mas, não gosto de correr riscos. E, é por isso que agora estou, na escola, à procura de Sebastian Foster. Temos um trabalho semestral para fazer e nem mesmo começamos. Um trabalho acumulado me tira completamente a paz. Por esse motivo, na maioria das vezes, eu prefiro fazer as coisas sozinha, onde eu tenho o controle de tudo. No entanto, desta vez não vai ter jeito - vou ter que aturá-lo.

Continuo procurando pelos corredores do colégio. Minha aula acabou um pouco mais cedo hoje, o que é perfeito para começarmos a nossa pesquisa. Sigo em direção à biblioteca, com alguns livros nas mãos. Estou totalmente distraída quando uma mão bate nos meus livros, derrubando-os no chão. Perdida, olho para frente e vejo Jaden, junto com alguns jogadores. Ele me encara como se eu fosse um rato e me faz realmente me sentir como um. Eu o encaro por alguns instantes e ele ri, com desgosto, seguindo em frente com seus amigos. Respiro fundo e recolho meus livros do chão, escutando os risinhos deles se afastando. Um bando de idiotas!  Ah, Como eu queria ter coragem de me defender! Mas, sou uma covarde e não há nada que eu possa fazer para mudar isso.

Inspiro e expiro, tentando ignorar o que aconteceu. "Não vai acontecer aquilo de novo, Liv. Está tudo bem." Repito mentalmente, tentando apagar lembranças da minha cabeça. Aperto os livros contra o meu corpo. Pessoas como Jaden têm o poder de fazer pessoas como eu se sentirem como um lixo. Como se fossemos algo repugnante e anormal. Respiro fundo de novo e sigo em frente, me distraindo de novo. Não posso deixar ele me abalar. O que na verdade, já aconteceu.

Entro na biblioteca em silêncio e não demoro a avistar Bash. O lugar está praticamente vazio e ele está sentado à uma das mesas mais afastadas, entre as estantes gigantescas, sozinho. Ele está lendo um livro. Me aproximo vagarosamente e coloco os meus livros em cima da mesa onde ele está. Bash levanta o olhar, arqueando uma sobrancelha.

—O que é isso? - Questiona.

—Vamos começar o nosso trabalho de literatura. - Respondo decidida e me sento numa cadeira de frente para ele.

— Por que? Temos muito tempo ainda. Não precisamos começar agora.

—Gosto de fazer as coisas com antecedência e se você quer fazer o trabalho comigo, tem que ser do meu jeito.

Ele ri com escárnio.

— Não mesmo. Não vou fazer isso agora.

—Mas eu quero começar agora. - Rebato, quase mandona demais e por pouco não me arrependo. Não costumo agir assim, mas Bash mexe com os meus nervos.

—Tá. - Ele revira os olhos. - Só que você não é a rainha da Inglaterra, então, nem tudo é na hora que você quer. Estou lendo agora. - Bash mostra o livro em suas mãos. - E vou continuar fazendo isso. - Ele volta sua atenção para o livro, me ignorando completamente.

Cruzo meus braços, impaciente. Semicerro os olhos, tendo uma ideia. Fico encarando Bash propositalmente enquanto ele lê. Sei que ele sabe que tenho os olhos sobre ele e começa a ficar um tanto incomodado, pois se ajeita na cadeira, enrijecendo o corpo. Apoio meu rosto em minhas mãos, observando seu rosto e sua roupa. Bash está vestindo um casaco cinza hoje e uma mecha de cabelo cai em seu rosto conforme ele lê. Seus lábios estão semiabertos o que me fez lembrar, involuntariamente, de nossa dança. Por um instante, penso em como Bash deve beijar e em como seria se ele me beijasse. Afasto rapidamente esses pensamentos absurdos. Por que eu estou pensando nisso agora?

Acompanho seus olhos que vão da esquerda para a direita na página do livro. Não acho que ele esteja lendo mais, já que seus globos oculares estão se movendo rápido demais. Se ele estiver lendo, não está mais prestando a atenção como deveria. Bash suspira.

— Vai continuar me secando? - Ele não tira os olhos do livro quando pergunta. Não respondo e continuo o encarando. Alguns segundos depois, ele fecha os olhos, respirando fundo. - Certo. Você venceu! Satisfeita? - Ele fecha o livro com má vontade e eu contenho um sorriso vitorioso. - Vamos começar logo isso. - Resmunga. Pego um dos livros que eu trouxe e empurro.

— Peguei alguns livros de psicologia do meu pai que acho que podem nos ajudar com a pesquisa.

Ele franze o cenho enquanto lê o sumário do livro.

— Já tem ideia de como vai ser apresentação? - Me encara.

— Achei que você fosse apresentar.

Ele esboça um sorriso provocativo.

— Relaxa, Liv. Eu vou apresentar. Só quero ter certeza do que vamos fazer. Isso é um trabalho em dupla, não?

Dou de ombros.

—Acho que uma apresentação normal está ótima.

—Tudo bem, então.

Começamos nossa pesquisa sobre o Bullying, especificamente nas escolas. Analisamos alguns casos específicos e fazemos anotações enquanto pesquisamos. Mexer nesse assunto me faz ter calafrios e uma porção de memórias ruins que insistem em me assombrar. Memórias que eu tento apagar, mas, infelizmente, estão sempre voltando. Os minutos passam, e não trocamos muitas palavras enquanto pesquisamos. Estou perdida em pensamentos quando, vejo Bash balançando uma mão em frente ao meu rosto para chamar a minha atenção.

—Você está bem? - Ele tem um vinco de preocupação na testa.

—Sim. - Dou de ombros.

— Está tão calada.

—Eu sou calada. - Respondo baixinho.

—Sim. Mas não me espraguejou até agora. - Sorri. - Isso é um milagre.

—Gosta de ser espraguejado? - Arqueio uma sobrancelha, incrédula. Ele ri.

—Gosto de ver você tentando fazer isso.

Reviro os olhos.

—Mas, sério, algum problema?

— Não é nada. - Respondo por fim.

Olho a hora em meu celular e quase dou um pulo da cadeira. São mais de cinco da tarde. Não acredito que passei esse tempo inteiro na biblioteca. Bash também percebe a hora e parece surpreso.

—Eu tenho que ir pra casa. - Comento. Ele assente.

—Eu também. Terminamos a parte da montagem em outro dia, certo?

— Certo.

Recolho as minhas coisas e Bash faz o mesmo com as dele. Partimos ao mesmo tempo em direção à saída. Não deixo de reparar no silêncio extremo que está no local. Estranho demais. Por alguma razão, não vejo a bibliotecária em lugar algum. Também não há ninguém além de nós dois aqui. Caminho até a porta, sendo seguida por Bash, e puxo a maçaneta.

—Ah, não! - Resmungo enquanto forço a porta que está visivelmente trancada. Bash solta um longo suspiro ao meu lado. - Não! - Choramingo.

— Estamos trancados. - Anuncia.

—Jura? Eu não havia notado. - Ironizo. Bash dá um sorrisinho.

—Pense positivo. Pelo menos, desta vez, não estamos presos num armário de casacos.

Lanço-lhe uma cara feia como resposta e seu sorriso se alarga ainda mais.

—Vem comigo. Eu conheço uma passagem secreta. - Fico receosa por alguns instantes, mas o sigo pela biblioteca. Bash caminha até o final das estantes e arrasta um pequeno armário, revelando uma portinhola na parede. - Dá direto na sala de artes. - Explica.

Eu o encaro e decido não perguntar como ele sabe sobre essa passagem. Existem coisas que é melhor não sabermos. Abrimos a pequena porta e eu vou primeiro. Bash vem logo em seguida e saímos em um armário de fundo falso na sala de artes, como ele havia dito. O lugar está cheios de telas vazias e pintadas e cheira a tinta fresca. Vou direto até a porta que está…

—Trancada. - Murmuro enquanto mexo na maçaneta. Bash cruza os braços, quase impaciente.

— Não é possível que nos trancaram aqui dentro. - Bufa.

—Pois é exatamente isso. - Bato na porta com força, na esperança que apareça algum zelador. - EI! TEM ALGUÉM AÍ? ESTAMOS TRANCADOS!

—Não adianta. Não deve ter mais ninguém aqui.

— EI! TEM ALGUÉM AÍ? - Insisto.

— Isso não teria acontecido se não tivesse resolvido fazer o trabalho hoje. - Provoca.

— Você fez porque quis!

— Você não parava de me encarar, Olivia! - Rebate.

— Não me chame de Olivia, Sebastian!

Respiro fundo.

—Tudo bem. Vou ligar para o Henry. Deve está aberto do lado de fora ainda, ele pode nos ajudar. - Pego meu celular e ligo diretamente para Brownie. O celular chama várias vezes antes de cair na caixa postal. Tento várias outras vezes, mas nada acontece. Onde está você, Henry?  - Droga! Não atende. E seu celular?

—Acabou de desarmar. - Ele mostra o aparelho, mal-humorado.

— Vou passar uma mensagem para ele. Com certeza ele vai ver.

Digito rapidamente "Estou presa na sala de artes. Preciso de ajuda." E envio, torcendo para que ele veja logo. Meus pais estão no trabalho e só chegam tarde. Rosie está numa festa com as líderes de torcida. Ninguém mais pode nos ajudar. Suspiro.

—Espero que ele veja. - Bash resmunga.

—Eu também. - Murmuro.

Os minutos passam e Bash parece ficar entediado. Ele deixa suas coisas numa carteira e segue até uma caixa de tintas, enquanto eu continuo em meu lugar.

—Não deveria mexer aí. - Repreendo. Ele me ingnora e tira uma lata de tinta roxa.

—Sou monitor da oficina de artes. Posso mexer aqui. - Dá de ombros.

— Você pode bagunçar ou sujar alguma coisa. Podemos nos meter em encrenca.  - Reclamo e me aproximo. Ele revira os olhos.

— Do que está com medo? - Me encara, ainda segurando a lata de tinta. - Que eu faça isso? - Não tenho tempo de me desvencilhar e Bash passa a mão suja de tinta no meu rosto. Abro a boca, pasma. - Então? - Ele ri, dando alguns passos para trás.

—Seu idiota! - Passo a mão pela minha bochecha, tentando limpar a sujeira, mas só piora. Bash ri ainda mais. Irritada, deixo minhas coisas de lado numa carteira. Dou um passo na sua direção e ele recua outro.

—O que vai fazer, Liv? - Provoca. Agarro uma lata de tinta verde e ele arqueia uma sobrancelha. - Você não quer fazer isso.

—Quero sim!

Continuo andando em passos lentos em sua direção, enquanto Bash recua. Molho minha mão com um pouco de tinta e finalmente corro na sua direção, alcançando-o. Ele segura meu braço, me impedindo de sujá-lo, mas eu não desisto. Faço força contra seu braço, mas ele é mais forte do que eu e consegue se soltar, rindo. Dou um passo para trás e acabo me desequilibrando. Caio com tudo em cima de uma caixa cheia de latas de tinta e fico coberta de tinta de todas as cores, da cabeça aos pés. Como um arco-íris ambulante. Bash leva uma mão à boca, rindo como uma hiena descontrolada. Ele deixa a lata de tinta de lado.

— Não acredito nisso. - Gargalha. Levanto-me mais impaciente ainda. Só então percebo a bagunça que fizemos. Solto um grunhido. Estamos encrencados.

—Olha essa bagunça. - Murmuro. - A culpa é sua.

—Minha? - Ele ri. - Você que é desastrada e caiu por cima das tintas.

—Mas foi você que começou!

— Eu? - Ele finge desentendimento. - Eu apenas esbarrei em você com a mão suja. - Fecho a cara numa carranca.

—Nós vamos ser expulsos! - Quase entro em pânico.

—Por isso? - Ele aponta para a bagunça. - Duvido muito. - Dá de ombros. - Além do mais, eles não expulsariam você, Olivia Carter, super certinha…

O pego desprevenido e sujo suas bochechas e seu nariz com a tinta fresca das minhas mãos. Ele vira o rosto rindo e logo em seguida segura o meu rosto com as duas mãos, sujas de tinta roxa.

—Agora estamos quites. - Sorri, ainda me segurando e sujando ainda mais o meu rosto.

Faço uma careta, mas acabo rindo também. Bash me encara por tempo demais, no fundo dos olhos, e aproxima seu rosto do meu, fazendo nossas testas se tocarem. Sinto meu coração acelerar, mas não me afasto. Como se tivéssemos um imã. Não quero me afastar, mesmo sabendo que eu devia. Nossas respirações misturam-se e os lábios de Bash estão prestes a tocar os meus, quando escutamos um barulho na porta. É Henry e um zelador. Henry arregala os olhos quando nos vê, surpreso.

—Ops! Escola errada! - Ele diz rápido, quase saindo da sala. Bash e eu nos afastamos rapidamente e sinto meu rosto em chamas.

—Henry! Finalmente você chegou. - Desconverso, desconfortável. Bash coça a cabeça e força um sorriso, também embaraçado. Henry me lança um olhar de "o que está acontecendo?", mas eu ignoro.

—Houve um acidente. - Bash diz ao zelador que encara a bagunça de tinta. - Podemos ajudar a limpar. - Sugere.

E, é o que fazemos. Nós quatro limpamos a sala em silêncio e rápido. Agradecemos ao zelador e seguimos nosso caminho. Quando entro no carro de Henry, ele dá um sorriso malicioso, encarando a minha roupa imunda de tinta. Antes que ele diga qualquer coisa, eu falo primeiro.

— Não pergunte!

Ele fecha a boca e volta a prestar a atenção no trânsito. Poucos segundos depois, Brownie sorri.

—Sabe, se não me contar eu vou imaginar coisas. - Sorri.

— Não aconteceu nada. - Respondo rápido. Henry ri.

— Você é o Bash estavam quase se beijando. - Diz animado. Como se estivesse mesmo feliz por isso.

—Claro que não! - Eu quase engasgo com a minha própria saliva. - Ele só estava… Soprando um cisco do meu olho. - Blefo.

—Uhum. - Ele assente, nem um pouco convencido. - Mudou de nome agora? Eu achava que se chamasse "dar um pegas", "umas beijocas", “trocar saliva”...

—Henry! - Meu rosto esquenta ainda mais.

—Tá bom. - Ele ri. - Não vou falar mais nada.

—Ótimo! - Respondo emburrada e encaro a janela, respirando fundo. Eu quase beijei Bash de novo. Eu não quero admitir. Mas, eu sei. Estou apaixonada por Sebastian Foster. De novo. Também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "We Love You, Olivia!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.