We Love You, Olivia! escrita por Sunny Spring


Capítulo 13
ღ CAPÍTULO 12


Notas iniciais do capítulo

Boa tardee! Muito obrigada Dreamy Nerd por favoritar ♥
Obrigada também NaruShibuya, Shalashaska e Carol Marques pelos comentários ♥

Espero que gostem. Bjs *.*



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“Às vezes a gente se fere para não ferir os outros.”

 

—William Shakespeare

 

A hora do almoço na escola pode ser de duas formas diferentes. Para os populares da minha escola, é perfeita. O momento em que eles demonstram toda a popularidade que eles têm e fazem questão de esfregar na cara daqueles que, como eu, não são tão queridos assim. Ou, a hora do almoço pode ser simplesmente como um ataque zumbi, para aqueles como eu. Nós apenas tentamos nos proteger dos zumbis comedores de cérebro e sobreviver até o sinal tocar novamente, anunciando o fim do pesadelo. Para a minha sorte (na qual é bastante limitada), eu tenho o Henry e a Rosie para dividir o momento do intervalo.

Quando o sinal toca anunciando o horário do almoço, eu pego as minhas coisas e sigo direto para o campo da escola. Nós costumamos ficar lá neste período. Chegando lá, me sento na arquibancada, observando as líderes de torcida ensaiarem uma nova coreografia. Elas dançam perfeitamente bem e dou um suspiro fraco. Devo confessar que queria ser como elas. Quando eu era mais nova, sonhava em ser uma líder de torcida e até mesmo fiz um teste quando era criança. Infelizmente, a treinadora me disse que, naquele momento, ela estava com time completo e não poderia me encaixar no grupo pelo meu estilo exótico de me movimentar. No entanto, eu sei que a treinadora estava sendo gentil. Eu parecia muito mais um guaxinim eletrocutado do que uma animadora de torcida. De certa forma, eu fico um tanto aliviada por não fazer parte de um grupo desses. Não consigo me imaginar diante de uma multidão fazendo coreografias. Seria uma catástrofe. Sinto meu estômago se agitar só de pensar na remota possibilidade.

Rosie acena para mim de longe e eu aceno de volta. Pego meu sanduíche, partido no meio, e dou uma mordida, quase desanimada. Não demora muito tempo e Henry aparece com uma lata de refrigerante na mão, tomando um lugar ao meu lado. Ele sorri e me rouba o outro pedaço do meu sanduíche, dando uma mordida.

—O que está fazendo aqui? - Pergunta após engolir o pedaço. Mostro o meu sanduíche para ele como resposta. Brownie revira os olhos, como um sinal de que isso é óbvio. - Bem, já que estamos sozinhos agora, me conta. - Ele beberica o refrigerante. - Como foi seu encontro com o Noah?

— Eu já disse. - Desconverso, evitando o encarar. Posso vê-lo de relance arqueando uma sobrancelha.

—Liv, eu te conheço. O que aconteceu de verdade?

Eu o encaro, forçando um sorriso. Henry me conhece e sabe quando eu estou mentindo.

—Tudo bem. - Suspiro. - O Noah tentou me beijar. - Conto. Henry arregala os olhos, surpreso.

—E o que você fez?

— Eu me afastei. - Hesito.

—E? - Insiste, dando mais um gole em seu refrigerante.

—E ele caiu dentro de um chafariz. - Completo baixinho. Brownie se engasga com o refrigerante e solta uma gargalhada com vontade. - Henry!

—Desculpa. - Diz entre risos. - Isso foi demais para mim. - Ele ri ainda mais.

— Não vou contar mais nada. - Cruzo os braços, emburrada.

—Tá bom. Desculpa, desculpa. - Ele se força a parar de rir. - E o que ele fez?

— Acho que ele nem percebeu que eu desviei.

—Que lerdo!

—Fiquei com pena. A água devia estar gelada. - Confesso. Henry dá um longo suspiro.

—Foi só isso?

Eu encaro meu amigo por um momento, lembrando-me de como a minha noite terminou - com Bash. A nossa dança, o nosso quase beijo. No entanto, eu decido não mencionar essa parte para Brownie. Não foi nada demais. Foi apenas uma dança.

—Sim.

—Liv - Ele me encara, sério. - Você gosta mesmo do Noah? - Eu quase engasgo com o sanduíche.

— Eu não sei. - Suspiro. - Quero dizer, eu gosto. Mas, toda vez que ele está perto de mim, sinto vontade de me enfiar num buraco na terra à cem metros de profundidade. - Brownie franze o cenho.

— Sabe, você se lembra de quando nós éramos crianças e tínhamos aquela vizinha, a Mellanie?

Assinto, não entendendo aonde Henry quer chegar.

—Sim. Ela era oito anos mais velha que a gente. - Dou de ombros. - E você era caidinho por ela. - Sorrio.

—Sim. Mas, eu não conhecia ela direito. Até ela virar nossa babá e eu descobrir que ela era uma bruxa malvada. - Ele faz uma careta, perdido em pensamentos. Solto uma risada.

— Ela não era uma bruxa malvada.

— Ela me deixou dormir sem janta. - Rebate indignado. - Bem, tanto faz. Eu não gostava dela de verdade. Eu gostava de quem eu achava que ela era.

—O que quer dizer?

— Você já pensou que você pode não estar apaixonada pelo Noah de verdade? Você pode estar apaixonada pela imagem que você criou dele. - Ele hesita. - O Noah da sua imaginação que você não queria que tivesse saído de lá. - Fico em silêncio.

Eu sempre gostei do Noah. Ele é uma mistura de tudo bom que eu poderia sonhar. Mas eu nunca tinha nem mesmo falado com ele até então. Talvez Henry tenha razão. Talvez ele me entenda mais do que eu mesma. Talvez isso tudo seja apenas coisa da minha cabeça. Mas, mesmo assim, eu não estaria apaixonada pelo Noah do mesmo jeito? Um Noah que não existe, mas ainda sim, um Noah. Eu não sei mais o que sinto. Eu só sei que Rosie o ama e me envolver no meio dos dois seria uma traição. E, eu jamais faria tal coisa.

—Para ser honesta, Brownie, eu não sei o que sinto de verdade. - Confesso. - Mas, gostando do Noah ou não, vou ter que continuar a conhecê-lo. Preciso fazer o ponteiro desta coisa em meu pescoço girar. - Henry dá de ombros.

— Você quem sabe.

—Sabe, você deveria virar psicólogo. - Comento. Henry faz uma expressão séria.

—Ah, eu não poderia.

—Por que não?

—Porque os meus pacientes ficariam tão hipnotizados pelo meu charme que perderiam a fala. - Responde brincalhão. Solto uma risada. - Estou falando sério. Eu seria uma perdição. - Sorri.

— Brownie!

— Está bem. Estou brincando.

Olho para frente e vejo que o treino de Rosie já acabou. Ela se despede das outras meninas e sobe a arquibancada, vindo na nossa direção. Rosie esboça um sorriso quando nos alcança.

—Oi, Liv. - Ela diz animada, dando um beliscão de leve em uma de minhas bochechas. - Oi, Henry. - Seu tom de voz muda imediatamente para áspero ao encarar Brownie.  

— Oi, Rosie. - Ele remeda, fazendo uma careta.

—Não comecem vocês dois! - Repreendo. Rosie se senta do meu outro lado.

—Liv, o que acha de irmos ao shopping hoje? - Sugere. - Podemos experimentar roupas e tirar fotos. - Sorri.

—Pode ser. - Dou de ombros. Ela comemora e Henry faz uma careta.

 

ஐﻬﻬஐ

Quando a aula acaba, eu e Rosie vamos direto para o shopping. Passamos o resto do tempo lá, visitando lojas e experimentando roupas. Rosie experimenta a maior parte das roupas. É impressionante como tudo fica bem nela. Diferentemente de mim, que em algumas roupas, pareço mais um saco de batatas.

Nós duas terminamos nossa tarde tomando sorvete. É bom sair com minha amiga sem ter preocupações. Chego em casa antes de meus pais e os espero chegar para o jantar, torcendo para que eles não cheguem muito tarde. Tomo um banho quente relaxante e desço no momento em que minha mãe chega do trabalho. Meu pai já está em casa e está preparando algo na cozinha.

—Boa noite, meu amor. - Ela dá um beijo carinhoso em minha testa e passa direto para o seu quarto antes que eu possa responder. Sento-me à mesa, observando meu pai. No instante seguinte, minha mãe já está de volta e toma um lugar ao meu lado. Meu pai se aproxima da mesa, colocando uma travessa de lasanha sobre ela.

—Boa noite, querida. - Ele dá um selinho em minha mãe. - Como foi o trabalho? - Ele se senta na cadeira vazia.

—Cansativo como sempre. Minha cabeça está estourando. - Responde baixo. - E como foi o dia de vocês?

—Muitos pacientes. - Meu pai responde bem-humorado. - E você, Liv?

Eu deveria contar aos meus pais sobre o que está acontecendo. Mas, sei, que como psicanalista, meu pai vai achar a história do colar um completo absurdo. É provável que ele ache que eu estou com algum problema psiquiátrico. Também não quero encher a cabeça deles com bobagens. Então, decido não falar nada.

—Nada demais. - Dou de ombros. - O mesmo de sempre. - Minha mãe franze o cenho, encarando meu pescoço.

—Esse colar é novo?

—Ah! - Eu quase gaguejo e seguro a roda do amor com meus dedos. - Comprei numa loja de antiguidades. - Forço um sorriso. Os dois parecem acreditar.

Terminamos de jantar e eu ajudo minha mãe a lavar os pratos. Quando acabamos o serviço, subo para o meu quarto e me jogo na cama. Sinto meu celular vibrando e vejo que é uma vídeo chamada em grupo de Henry e Rosie. Eu atendo e logo avisto os dois pela tela de meu celular.

É bom que seja algo importante.— Henry resmunga para Rosie. - Eu estava ocupado.

O que houve, Rosie?— Pergunto.

Eu tive uma ideia.— Exclama, visivelmente animada. - Se em um encontro com o Noah você fez a roda do amor girar um ponto, e a roda é como um relógio, significa que para voltar ao normal normal você precisa de mais vinte e nove encontros. - Franzo o cenho.

Isso faz sentido.

Eu sei.— Responde com um sorriso. Brownie revira os olhos.

É sério que você me ligou para isso?— Murmura.

Isso significa que mais vinte e nove encontros e tudo voltará a ser como antes.— Conclui, ignorando o comentário de Henry.

Eu não vou fazer parte disso.— Brownie resmunga.

—Mas a Lucinda disse que não sabia quanto tempo isso poderia durar. Porque não dava para ter certeza.  - Respondo por fim.

Porque talvez ela não saiba como funciona exatamente.

Henry faz uma expressão de puro tédio.

Vamos fazer um teste.— Rosie sugere. - Tenho um bom pressentimento sobre isso.— Suspira, muito otimista. Eu assinto. Sim. Isso pode mesmo funcionar.


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