Epilogo

Um grito agudo de profundo inrrompeu a garganta de Bellatrix Black, as gotas e suor formavam-se em sua testa enquanto ela amaldiçoava Sirius a todo instante.

Margery andava pelo quarto sem parar, sem saber exatamente o que fazer para ajudar a melhor amiga na situação que ela estava, era como se nada que ela fosse fazer ajudaria ema alguma coisa.

Narcissa entrou novamente dentro do quarto empurrando a porta com força, ela agora se encontrava sem seu casaco de pele e tinha Andrômeda e Ted ao seu lado, provavelmente ela tinha mandando um patrono até eles para que eles vinhesse o mais rápido o possível.

— Andrômeda...- Bellatrix gemeu, fechando os olhos com força quando mais uma onda de dor lhe atingiu fortemente.

— Se acalme Bella, eu estou aqui. - sua irmã murmurou, levantando a sua camisola.

Ela gritou novamente, tão alto que suas cordas feriram, fazendo ela agarrar o donsel da cama com tanta força que seus dedos ficaram brancos.

— Respire Bella, respire. - Ted chegou até a si, puxando a sua mão e a segurando.

Ela não queria respirar, ela queria tirar aquela coisa que estava lhe rasgando de dentro para fora. Ela observou Margery ficar pálida e sua irmã do meio a puxar para fora do quarto, enquanto Andrômeda com um aceno da varinha fez aparecer uma bacia com água fumegante e panos brancos.

Ela soltou outro grito quando uma pontada forte lhe atingiu com mais intensidade. Ela não conseguia nem ao menos pensar direito ou formular palavras decentes.

Bellatrix uma vez teve a maldição cruciatus realizada nela, mas que não se comparava em nada com a dor que ela estava experimentando agora. Ela não podia acreditar que, com tudo o que a magia poderia alcançar, nenhum bruxo ou bruxa ainda tivesse uma alternativa à forma bruta de nascimento trouxa. 

— Já estou vendo. - gritou a Irmã mais velha para si.

Ela gritou novamente, sua vontade era de esfolar Sirius vivo. Ela poderia jurar que estava sendo rasgada.

— Respire, Bella, respire. - Ted disse treinando a garota enquanto ela segurava sua mão.

— Eu. Quero. Essa. Coisa. Fora de mim! - ela gritou alto, seus cachos pretos selvagens cairam em seu rosto.

Ted, que segurava a mão de Bellatrix sentia que a qualquer momento poderia desmaiar com o quanto que a Black apertava seus dedos, poderiam ouvir os crack a cada grito que ela dava.

— Tire essa coisa de dentro de mim, por favor. - ela pediu agora sofregamente, não aguentando mais a dor.

— Calma Bella, shh.. - Andrômeda murmurou - O bebê já está vindo, e vai ser forte e saudável.

— Eu não quero saber dessa droga, apenas tire isso de mim! - foi tudo o que Bellatrix pôde gritar enquanto se debatia e se contorcia na cama.

Andrômeda se encolheu diante as palavras da irmã mas tentou manter a sua voz firme.

— Vai sair em breve, Bella, apenas empurre com força.

O corpo de Bellatrix arqueou-se da cama e ela soltou um grito, empurrando com todas as suas forças.

— Empurre com mais força! - Andrômeda insistiu - Já está vindo querida, aguente mais um pouco.

Bellatrix gemeu e seu corpo arqueou quando ela empurrou o mais forte que pôde, e um pouco mais do bebê apareceu. Andrômeda soltou um suspiro de alívio e segurou gentilmente os dois lados da cabeça do bebê, ajudando a aliviá-lo do corpo de sua irmã.

No meio da noite, Bellatrix já estava esgotada, seus olhos estavam pesados e sua garganta doia. Os gritos de dor de Bella fora ficando mais fracos, não tinha mais consciência do que realmente estava acontecendo. A dor que sentirá fora tão forte que desmairá e a última coisa que ouviu foi o grito de Andrômeda chamando-lhe de volta.

Meia-noite da madrugada agitada de 30 de dezembro, Bellatrix deu a luz a um filho de Sirius Black.

☪

Dois dias havia se passado desde que Bellatrix deu a luz a uma bela menininha de olhos azuis, que por ironia era a cara esculpida daquele que ela mais odiará na vida.

Ela estava voltando de uma consulta, sua garganta estava irritada e ela precisava fazer um creck-up para ver se estava realmente bem depois do parto. Não fora surpresa quando o doutor lhe receitou apenas um xarope para sua garganta, alegando que ela estava saudável como um cavalo.

— Eu te ajudo. - murmurou Ted estendendo a mão para ajuda-lá a descer da carruagem.

Pela bateu nas mãos do Tonks, torcendo o nariz.

— Eu ainda sei andar, Ted. - ela resmungou com seu típico ar de superioridade, puxando a capa sobre os ombros e foi em direção a sacada da fazenda.

Estava cansada, na verdade, ela estava exausta. Parecia que o cansaço que se alastrou pelo seu corpo nunca tinha fim, desde o nascimento de sua filha.

Filha, ela sentiu um arrepio e uma leve repulsa para a palavra desconhecida que nos últimos dias ela vinha pensando. Margery não deixava ela esquecer desse pequeno detalhe, já que ficava vinte quatro horas por dia lhe chamando de mamãe do mês nas cartas que mandava perguntando sobre a afilhada.

Foi irônico o modo que Margery conseguiu o que tanto almejava.

Ela afastou os pensamentos de sua cabeça e empurrou a porta de madeira para o lado, ouvido o assoalho velho ranger quando ela adentrou a sala dos Tonks.

Andrômeda levantou-se do sofá assim que viu a irmã mais nova chegar. Ela apertava uma xícara de café sobre as mãos enquanto tentava controlar as próprias emoções.

— Merlin, parece que você viu um fantasma! - A Black fez uma careta, olhando para o rosto pálido da irmã.

— Bellatrix. – Andrômeda deu uma longa pausa e a olhou duramente.

A Black fraziu as sombrancelhas, ela não precisava ser uma boa observadora para saber que algo estava errado.

— Andrômeda. - Ela engoliu em seco e a sensação ruim cresceu nela. - O que aconteceu?

Ela perguntou sabendo que algo estava errado, algo estava muito errado.

— Há alguém te esperando. – A Black enrugou a testa.

— É Narcissa? - ela perguntou esperançosa.

A Malfoy demorou um pouco para processar toda a historia da irmã mais nova gravida, negando e esbravejando até umas horas por sua irresponsabilidade.

Mas a concha fria que ela se tornará pareceu amolecer no momento que ela pousou os olhos na nova integrante da fazenda dos Tonks.

Andrômeda negou com a cabeça, fazendo um arrepio subir por sua espinha.

— Quem está ai? - Ela não esperou resposta e subiu as escadas rapidamente.

Seu coração batia rapidamente como tambores sobre seu peito. mil pensamentos ruins rodeavam sua cabeça. Seria sua mãe? Ela havia descoberto onde ela estava? Não, não seria possível.

Atravessou o corredor rapidamente e se reteve em frente à porta fechada do quarto onde ela estava instalada agora, olhando por um instante para olhar para trás, porém Andrômeda não estava ali como achou que estaria.

Dando pouca importância a isso, abriu a porta tão bruscamente quanto podia e se arrependeu disso no mesmo instante, o bebê - que ela ainda não tinha escolhido o nome - estava dormindo e a última coisa que queria erá acorda-lá.

Mas de certa forma abri-lá tão intensamente fez com que a pessoa que antes estava debruçada sobre o berço de sua filha se assustasse e virasse para ela tão rapidamente quanto um ser humano poderia.

Ela não sabia um jeito de dizer ou processar isso facilmente, mas ver Sirius Black em pé a encarando à fez travar de ansiedade, angustia e medo e raiva.

Todos os seus sentimentos estavam confusos.

Ele tinha um aspecto diferente da última fez que o vira, a pose ereta, as mãos no bolso da calça do uniforme da escola, e a face impassível e dura, e os olhos estavam muito diferentes, quase como cheios de dor e rancor, Bellatrix ficou o encarando pelo que pareceram horas.

Não soube o que ele sentia.. Raiva, tristeza, curiosidade?

Por que ele estava ali? Como ele havia descoberto?

Ela voltou a encara-lo fixamente, seu interior dera uma reviravolta enorme e tinha vontade fazer com que em um passe de mágica ele desaparecesse e simplesmente não tivesse que lidar com nada disso.

Seu coração batia formetemen dentro do peito, fazendo-a ouvi-lo perfeitamente. Ela temia que Sirius também tivesse escutando.

Antes que pudesse dizer alguma coisa o homem a encarou profundamente antes de sibilar:

— Nós precisamos conversar!

FIM