Capitulo 11 - Andrômeda Tonks, a voz da razão.

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O silêncio pairou sobre o quarto feminino nas masmorras, Bellatrix encontrava-se estática em sua cama enquanto sua irmã, Andrômeda, a observava minuciosamente. A mais velha a encarava de sombracelhas erguidas, as mãos estava sobre o colo enquanto massageava uma mão na outra, ela estava nervosa.

Ela não mudará nada, sempre continuará a mesma Andrômeda, só que dessa vez parecia ainda mais madura.

— Quer me contar oque aconteceu? - ela perguntou deixando as costas reicostar-se na poltrona verde musgo.

Bellatrix ficou em silêncio, ela não havia nada para contar, já tinha explicado tudo na carta e Andrômeda - que ja tinha uma filha - certamente sabia muito bem como os bebês eram feito. Mas sua irmã deu-se o trabalho de vir até ela e com certeza, estava pronta para encher-lhe de perguntas e ela não desistiria até ter uma resposta.

Andrômeda limpou a garganta a olhando com os grandes olhos avelã, esperando.

— Oque quer que eu diga? - perguntou Bellatrix rispidamente.

— Que tal começarmos do início? - Ela perguntou sem se importar com o tom da irmã.

Bellatrix encolheu os ombros, não estava afim de conversar sobre isso, a penitência que carregaria por nove meses era demais para ela lembrar-se de tudo que aconteceu. Claro que aquilo era culpa dela, mas Sirius também tinha 99% de culpa em tudo aquilo, na verdade, a culpa era toda dele.

— Você já sabe a resposta Andrômeda, não me pergunte oque já sabe.

— Você tem certeza que realmente está gravida, Bella? Pode ser apenas um pequeno erro.

— Não. - a Black negou contra gosto - Refiz o teste duas vezes, duas vezes.

Era quase doloroso para a mais nova admitir que carregava um fardo sobre os ombros, ela não estava pronta, e só Deus saberia se ela chegaria um dia a estar pronta para ter um bebê.

— Mais você o quer, não quer? Você quer o bebê, não é mesmo? - Andrômeda perguntou engolindo seco.

— E-e-eu não sei.

E claro que ela não queria um bebê, e estava precisando da ajuda da irmã para isso.

Andrômeda esfregou as mãos uma na outra sentindo as próprias pernas tremerem. Bella realmente não podia, não podia por momento algum pensar em interromper a vida de um ser humano.

— Bella você não esta pensando em…em... - a palavra se recusou a sair da garganta da Tonks, mas ela tinha certeza que Bellatrix havia compreendido.

— Não me faça perguntas difíceis. - ela murmurou baixinho e cansada.

Andrômeda assentiu olhando para os pés. A grande preciosidade dos Black havia um problema que faria Druella Black ter um infarto só de imaginar. A mancha que sua mãe sempre tentou evitar em todos os seus anos na familia Black, estava crescendo diante de seus olhos na barriga do tesouro mais novo de sua mãe.

— Arrume suas coisas, vamos sair antes do sol se por. - ela murmurou levantando-se e indo até a janela.

Bellatrix levantou as sombrancelhas confusa encarando a irmã mais velha perplexa, oque diabos ela estava pensando? Sair da escola? Não! Isso estava totalmente fora de cogitação.

— Vamos? Vamos para onde?

— Para casa.

Bellatrix levantou parecendo perturbada, ela tinha quase certeza que todo o juizo de Andrômeda havia esvaziado de sua cabeça por conta da notícia da gravidez.

— Ficou louca?

— Louca? Só estou pensando com a cabeça Bella. Logo sua barriga vai crescer e os boatos irão se espalhar e chegará aos ouvidos de Druella. E eu tenho certeza Bellatrix, que isso é tudo que você menos deseja.

Contra gosto, a mais nova assentiu mais uma vez no dia, um gosto acido prencheeu sua garganta. Sentindo-se derrotada, ela foi até o armário procurando uma muda de roupa e colocando sobre a cama, vestindo-a rapidamente.

Tentando ignorar o bolo que formava-se em sua garganta, ela sentou-se na escrivaninha e molhou a pena no tinteiro começando a escrever rapidamente. Ele merecia uma resposta, por mais arriscado que fosse, ele merecia saber.

Com um aceno da varinha, Andrômeda colocou as roupas da mais nova no malão. Ela olhou no relógio de pulso observando que o ponteiro marcava 17:40, era exatamente o horário que as aulas se encerravam e os alunos começavam a perambular por todo castelo. Elas precisavam sair rapidamente do local, tudo que ela menos queria era sua mãe na porta de sua casa furiosamente tentando arrastar Bellatrix de volta para escola, e com certeza, se alguém as visse saindo era exatamente isso que iria acontecer.

— Oque você está fazendo Bella? - Andrômeda perguntou chegando perto da irmã.

— Eu preciso deixar um recado para ele, sabemos como irá reagir quando não me encontrar. - murmurou colocando a pena de lado.

— Sirius? - sua irmã ergueu as sombrancelhas confusa.

— Não seja tola. - ela murmurou rispidamente. - Regulus.

Ela assentiu, imaginando que o mais novo ficaria preocupado com o seu sumiço, já que era demasiado apegado com a prima.

— Tudo bem, vamos. - ela murmurou puxando a mais nova.

— Como vamos sair daqui? Dumbledore...

— Ele já está de acordo com tudo Bella. - Andrômeda suspirou descendo as escadas do dormitório com a irmã atrás. - Há uma carruagem na entrada do castelo esperando por nós, vamos aparatar em Hogmeade até a fazenda.

A ideia de Dumbledore saber sobre seu estado passou pela sua cabeça e ela teve uma súbita vontade de vomitar, ela não sabia o porquê, mas nunca confiou no diretor da escola, mesmo sem motivo para desconfiar do mesmo.
Todavia, ela não poderia estar mais agradecida em saber que o mesmo falicitou sua saída da escola.

Estava pronta para atravesar o quadro quando um corpo veio de encontro ao seu, a afastando para trás bruscamente.

— Oh, Bellatrix?! Me desculpe. - a loira lhe recebeu com um sorriso. - Você está melhor?

— Uh,sim. - ela murmurou limpando a garganta.

— Então poderá voltar a frequentar as aulas? Eu matarei Arthur Weasley se ter que sentar com ele novamente Bella. Ah, olá Andrômeda. - ela sorriu para a mais velha e voltou a atenção para Bella, antes de arregelar os olhos e olha-lá novamente.

— Andrômeda? Oque você está fazendo aq... - Ela se auto Interrompeu ao ver o malão de Bella nas mãos de Andie, ambas pareciam com muita pressa.

— Margery.... - ela começou, suspirando calmamente.

— Para onde você vai? - ela perguntou não dando brecha para a Black abrir a boca - E porquê sua irmã está aqui?

— Eu não posso te explicar agora. Mas eu preciso que você me faça um favor... - ela murmurou tirando a carta do bolso da capa. - Entregue isso para Regulus, sim?

— Mas, Bella... - ela pegou a carta apertando sobre as mãos e a olhou com os olhos brilhando em confusão.

— Eu te escreverei Margery e explicarei tudo, eu prometo. Mas faça oque eu te pedi, e por favor, não avise a Regulus sobre Andrômeda.

Ainda confusa, a Nott assentiu com a cabeça vendo a Black suspirar aliviada. Ela lhe deu um sorriso de agradecimento antes de virar-lhe as costas em direção a saida, deixando a loira cheias de perguntas para trás.

Passando pelos corredores rapidamente, Bellatrix agradecia aos deuses por metade dos alunos estarem no salão principal fazendo suas refeições. Ela sabia que seria alvo de vários olhares curiosos se a vissem saindo do castelo sorrateiramente com sua irmã traidora de sangue.

Suspirou baixinho, ignorando a tontura que começava a chegar até seu corpo por não ter comido nada ela focou-se em apenas sair dali o mais rápido possível sem que ninguém as visse.

Bellatrix olhou para frente tentando ignorar a sensação de seu coração sendo esmagado contra o peito e abriu a última porta que a levaria até a entrada do castelo observando a carruagem negra as esperando. Ela deu uma ultima olhada para trás, observando o castelo por uma ultima vez antes de embargar.

A Black ponderou por alguns segundos, sentido a capa pesar em seus ombros e o vento soprar em seu rosto. A culpa estava preenchendo seu coração e a torturando lentamente, fazendo-a perceber que merecia todo aquela situação pela qual estava passando.

Ela olhava para irmã a sua frente, mais madura e com traços mais velhos no rosto, mas o sorriso iterceptivel continuará em seu rosto. Fazendo-a perceber que nada mudara. Não queria pensar em sua irmã, mesmo vendo-a em sua frente ela não conseguia superar o fato de que estava tão desesperada a ponto de pedir ajuda para Andrômeda, ela nem conseguiria pensar em como começaria uma conversa novamente com a mesma - que sabia que em algum momento, ela ia acontecer - sem manda-lá diretamente para o inferno.

Ela tinha um bebê dentro de si, uma vida crescendo em sua barriga e tudo que conseguia pensar era que estava perdida. Sentiu sua vista turva e uma onda de náusea preencher seu corpo. Respirou formente sentindo as paredes da carruagem ficar maior a cada segundo, sua testa estava suada, deveria parar de pensar muito, isso a deixava demasiada nervosa.

Recostou a cabeça no acolchoado de couro negro sentindo-se aliviada por um momento, permitindo ser vencida pelo cansaço.

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Suspirou pesadamente deixando os olhos observar todo o comodo, havia apenas uma cama de casal que apesar do local, parecia bem aconchegante. Ela deixou o malão ser carregado por Ted até a cama, ele lhe lançou um sorriso - que ela não correspondeu - antes de sair do quarto. 

Sua cabeça estava latejando, e tudo que ela conseguia pensar era em seu estomago, que rugia feito louco. Ela olhou para sua barriga sentindo-se repulsa ao notar o pequeno inchaço nela, era sinal de que realmente estava ali, que já estava ali. Crescendo saudávemente. 

Bellatrix sentou-se na cama, suspirando pesadamente e passando as mãos pelos cabelos negros.

— Você tem certeza que quer ficar aqui? - Andrômeda perguntou sentando-se ao seu lado. - Temos mais um quarto dentro da casa.

— Eu estou bem aqui. - ela murmurou encarando a parede verde pastel a sua frente, evitando olhar para a irmã.

Andrômeda suspirou derrotada, levantando-se da cama e dirigindo-se até a saída da garagem - que definitivamente deixará de ser uma garagem quando ela e Ted teve sua primeira briga, o obrigando a dormir em outro lugar.

— O jantar será servido as oito, venha conhecer Nympadora. 

A Black manteve-se em silêncio, sem tirar os olhos da parede. Andrômeda em silêncio e derrotada fechou a porta deixando-a sozinha, sabia que a Black precisava de um tempo a sos para processar tudo oque havia acontecendo, foi um dia cheio para ela, para ambas. 

Bellatrix olhou ao redor do quarto, a vontade de chorar era tanta que seus olhos arderam por conta das lagrimas que ameaçavam cair de seus olhos. Ela engoliu em seco negando-se a derramar uma gota de lágrima, ela era uma Black, dignina do sobrenome que carregava. Ela só precisava de tempo para conversar com Andrômeda e a convencer a ajuda-lá e em poucos dias sua vida voltaria ao normal.

Ao menos, era isso que ela esperava que acontecesse. 

Ela tirou as sapatilhas e deitou-se na cama, a vontade de mecher-se era nula. Por um momento, ela fechou os olhos desejando que fosse apenas um pesadelo, que logo ela iria acordar em seu quarto nas masmorras sendo questionada por uma Margery totalmente preocupada. 

Mas quando ela voltou a abrir os olhos, a decepção era tanta que ela teve vontade de estuporar-se por ser tão tola. Quem ela queria negar? Ela também era culpada por estar nessas situações, por deixar-se levar novamente pelos malditos sentimentos. Céus, ela parecia a mesma garota de quatorze anos que não conseguia se controlar quando Sirius chegava perto de si, sem conseguir controlar suas emoções ou ações.

Por causa de seu descontrole, ela teve consequências indesejadas, e coloque indesejadas nisso.

Bella acomodou-se melhor na cama, puxando o cobertor até os seus ombros e suspirando pesadamente. O cheiro de fuligem não pareceu a incomodar, ela não podia reclamar, se queria manter-se a distância da familia feliz ela deveria aguentar o cheiro dos motores de carro que já existirão naquele local. 

— Eu estou perdida, perdida e sozinha. - ela sussurrou sentindo uma dor sufocante em seu maldito coração.

Um pio de desaprovação soou pelo quarto quando a coruja de pelagem negra lhe encarou com os grandes olhos caramelados, a repreendendo com um olhar. 

Bellatrix sorriu levemente para Ivy antes de fechar os olhos. Ela sabia que ia ser as duas semanas mais longas de sua existência, mas faria o possível para convencer a irmã o mais rápido o possível a ajuda-lá a tirar aquela coisa que estava crescendo pouco a pouco dentro de si. Ela só precisava de tempo.

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