10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Oie!!!
Para quem achou que essa fic estava perdida...
Cá estamos nós de novo.
Como vc estão?
Espero que todos estejam seguros e se cuidado.
Tomem todas as medidas de precaução, nunca essas atitudes são de mais.
É tudo para nos manter seguros.
Espero que este capítulo faça vocês um pouco mais felizes.
Beijos!



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— Eles poderiam ser discretos. – Fechou a cortina depois de verificar que um carro preto ainda estava parado diante do seu prédio com dois policiais à paisana. Ambos mantinham óculos escuros e pareciam mal encarados.

— Nas circunstâncias atuais chamar a atenção é bom, afastará o Alec. – Bella suspirou e desviou dele quando voltou para a cama. Desapontado pela esquiva pouco disfarçada, continuou: – Você está zangada e eu entendo. – Edward olhou para a namorada estendida na cama de casal totalmente revirada, mas não porque tinham tido uma ardente noite de paixão, mas porque estavam tão tensos que rolaram de um lado para o outro.

— Você deixou de me escutar novamente.

— Não, só não estou concordando. – Suspirou.

— Parece que não há saída então.  – Bella levantou-se novamente e iniciou um trabalho lento na arrumação da cama. Edward a ajudou em silêncio, observando-a sem parar. – O que quer para o café?

— Que tal eu fazer algo? O que temos na geladeira? - Queria agradá-la, mesmo que fosse em algo mínimo como preparar o café da manhã para ela, pois sabia que além de preocupada, sentia-se ameaçada.

— Vamos ver. – O pequeno sorriso tinha sido a sua vitória inicial. Ele ainda a faria sorrir largamente durante o dia. Era a sua missão, uma das suas missões.

Bella foi impedida de ajudar, então permaneceu sentada enquanto ele preparava o café que logo estaria exalando um cheiro convidativo. Depois de tomarem café, Edward notou a namorada trocar de roupa e reunir em um cesto roupas sujas.

— Vai a lavanderia?

— Sim. – Bella estava inquieta, seu semblante transparecia ainda a preocupação.

— Eu vou com você. – Prontificou-se já indo vestir uma camisa.   

— Não precisa, Ed. Não sairei do prédio.

— Nem pensar. – A voz soou um tanto autoritária. – Sabe mais do que eu do que estamos tratando aqui. – Voltou com a camiseta para que a namorada o ajudasse.

— Você mesmo disse que os policias afastariam o Alec. – Bella falou ajudando-o a se vestir. – Estamos exagerando.

— Eu sei que só diz isso para me tranquilizar. Entre nós dois não sei qual está mais preocupado. A diferença é que eu estou mais preocupado com você do que você mesma.

— Porque você foi o único ferido. – Bella ganhou um ar teimoso.

— Bella. – Edward falou como se repreendesse uma criança. – Se alguma coisa acontecer, não quero ver aquele olhar determinado que vi em seu rosto quando o Alec estava nos ameaçando.

— Olhar determinado?

— Eu sabia que faria qualquer coisa por mim, sabia que se poria em perigo para que não me acontecesse nada.

— Isso não é natural? Não fez o mesmo por mim? – Edward suspirou sem resposta. – Caso encerrado. – Bella anunciou e voltou a caminhar para longe dele.

— Como pode ser tão teimosa e agir de forma que só me faz me deixar preocupado? – Emparelhou com ela e tomou a cesta de roupas sujas de suas mãos. Abriu a porta ainda encarando-a descrente.

— Talvez deva rever a sua decisão de morar comigo se eu te chateio tanto. – Disse emburrada.

— Isso não tem nada a ver, Bella.

— Lavando roupa suja? – Emmett os interrompeu, soltando um risinho debochado ao lado de Jasper. – Pensei que haviam deixado de brigar quando começaram a ficar juntos. Deveriam estar mais amáveis, considerando o recente noivado.  

— Não somos noivos. – Bella soltou ainda emburrada e Edward franziu o cenho desgostoso com o tom usado por sua namorada.

— Pelo amor de Deus, me deem boas notícias. – Pediu Edward.

— Conseguiram rastrear um dos cartões do Alec e ele está fora da cidade. – Jasper que antes estava calado, se pronunciou.

— Isso é bom, ele está longe daqui então. Exageramos como eu disse. – Bella soltou o ar com um sorriso aliviado.

— Ainda temos que confirmar isso, mas ao que parece, sim, ele está longe daqui, Bella.

— É a melhor notícia de todas! – Avançando, enlaçou-o em um abraço apertado e o beijou no rosto já vermelho. Bella fez o mesmo com Emmett que quase a esmaga ao retribuir. – Não é melhor do que saber que ele está preso pagando pelos crimes que cometeu, mas isso tira um peso sobre nossos ombros. Eu estava quase sufocando.

— É, eu sei. – Edward concordou, lembrando da tensão entre eles.

— Ora, me desculpe, Sr. Controlado, mas você também estava um porre!

— Um porre?

— E isso porque estão apenas a um dia morando juntos. – Emmett os interrompeu.

Ambos se olharam percebendo seu próprio estado de espírito.

— Me desculpe, amor. – Falaram ao mesmo tempo e então riram menos tensos.

— Tudo bem. Isso foi bem compreensível. – Edward a encheu de beijos no rosto, afastando-se apenas depois que Emmett pigarreou sorridente.

— É assim que eu gosto de ver.

— Para com isso, Emm. – Bella afastou-se um pouco constrangida com a sua plateia, mas parou de sorrir timidamente ao ver o semblante sério do Jasper. – Jasper, você não está seguro com essa informação?

O irmão do Edward soltou o ar surpreso com a precisão de Bella sobre o seu estado de espirito. Foi a sua vez de ficar um tanto incerto sobre o que dizer.

— Isso é só porque você é muito desconfiado, não é, Jas? – Edward perguntou notando a surpresa do irmão com a observação feita sobre os seus pensamentos.

— Continuem evitando muita exposição. Saiam juntos por enquanto e fiquem atentos. Esperem mais algumas horas até voltarem ao normal. Manterei contato. – Suas palavras soaram novamente impessoais, mas agora era claro o esforço que fazia.

— Jas? – Bella insistiu usando o apelido.

— Vamos deixá-los agora. – Disse virando para o Emmett e depois saindo sem se despedir.

— Isso não deixou vocês com a pulga atrás da orelha? Mesmo com essa notícia ele não relaxou. Está assim pensativo desde que recebeu a ligação.

— Tudo bem, Emmett. Ficaremos atentos.

— Até mais, noivinhos. – Ele se despediu e mesmo usando o termo “noivinhos”, desta vez não foi em tom de zombaria.

— Nós não... ah, deixa pra lá. – Bella deu de ombros.

— Vamos? – Bella assentiu para um Edward pensativo. Não iria sugerir que fosse sozinha novamente, depois da expressão e saída nada natural do Jasper.

Ainda pensativa sobre a reação do Jasper, Bella era ajudada por um Edward distraído que movia-se automaticamente. Era uma situação delicada, não queria parecer assustada e também já não queria pressioná-lo a ir embora da cidade naquele momento.

— Estava pensando... – Disse baixo fechando a tampa da máquina de lavar roupas e acionando os comandos com agilidade.

— O que? – Respondeu ainda distante.

— Podemos ir ver seus pais e depois os meus. Aposto que a Esme quer vê-lo de novo e eu quero dar uma olhada nos meus pais só por garantia.

— É isso o que quer? Eu acho bom. É uma boa ideia. – Ele queria ver a família também, talvez falar um pouco mais com o irmão. Bella sabia as suas intenções e por isso sugeriu aquilo. – Vamos fazer isso.

Assim que guardaram as roupas, se apressaram para visitarem o prédio vizinho. Bella sentiu o alívio quando a Esme abraçou o filho. Da mesma forma que a última vez, Esme pareceu mais aberta para Bella também, a abraçou também aliviada.

— É a melhor notícia que tivemos nas últimas horas. – Rosie falou sobre a possível aparição do Alec longe dali. Fez sinal para que Bella a seguisse.

— Jasper não está? – Ouviu Edward perguntar atrás de si. Também havia notado a ausência dele e do Emmett.

— Ele e o Emmett acabaram de sair. – Carlisle informou.

— Para onde foram? – A ansiedade estava óbvia em sua voz.

— Entre, Bella. – Rosie abriu a porta de seu quarto e esperou que entrassem primeiro.

Um pouco incerta se deveria deixar o namorado, olhou para trás para confirmar a suspeita crescente em sua fisionomia. Ela também compartilhava dessa mesma sensação, ainda mais agora com o Jasper e o Emmett fora de casa e seus pais tentando acalmá-lo com o tom de voz tranquilo, no ponto certo para evitar pânico.

— Eles só foram verificar algo e voltam logo. – Carlisle continuou.

— Não há nada para se preocupar. – Esme completou.

Bella entrou no quarto que antes só havia estado quando mostrava o lugar para Edward alugar. Naquele momento, a presença dele a irritava pelo fato das suas constantes alfinetadas. Era diferente agora, sentia apenas amor e por isso a preocupação apertava o seu coração. Deu uma olhada em volta e notou a semelhança dos quartos dos irmãos. Eram poucas as diferenças, claro que naquele quarto, diferente do quarto do seu namorado, havia um toque mais feminino.

— Vocês são mesmo muito parecidos. – Girou sob os calcanhares vendo toda a arrumação. Rosie soltou um riso agradecido, pois para ela era um elogio.

— Sabe, eu nunca imaginaria que vocês dois pudessem ao menos manter uma relação cordial. É impressionante como a vida nos surpreende. Agora, vocês tem uma relação incrível. Ele confia em você e eu também, Bella. – Foi inesperada aquelas palavras e o abraço que recebeu da cunhada. Bella retribuiu emocionada.

— Me chamou aqui para me fazer chorar?

— Não, não. – Rosie a levou até a cama e sentaram juntinhas. – Quero agradecer por estar cuidando do meu irmãozinho. E pedir que não se culpe pelo traste do Alec. Ele é sem dúvida uma pessoas que não deve estar solta por aí, mas antes longe da cidade, de nós, do que perto.

— É o que eu acho. Só que, Jasper não parece bem com tudo isso. E isso está me deixando ansiosa. Sinto que o Ed também está assim.

— E está. Consigo sentir. Bella, por favor, não o deixe sozinho. Isso serve para os dois. Andem sempre juntos ou com mais uma terceira pessoas se possível. Estarei disposta sempre.

— Rosie, o que o Jasper está fazendo por aí? – Bella perguntou com o tom de quem suspeita. Rosie considerou se era seguro dividir as informações com ela.

— Jasper acha que o Alec pode não estar longe, que isso é apenas um plano dele para que a gente relaxe e consiga realizar o verdadeiro objetivo dele.

— Isso é possível... – Bella balbuciou. – Eu... não posso negar que algo assim tentou surgir na minha mente. Seria melhor se soubéssemos qual o verdadeiro objetivo dele. Não se preocupe, Rosie, estarei sempre ao lado do Ed.

— Eu sei.

— Bella, vamos! – Diante de uma Rosie boquiaberta por causa da rapidez da visita, Bella fez uma careta culpada.

— Vamos juntos ver meus pais, mas pensei que ele fosse querer ficar mais tempo por aqui.

— Nossos pais estão tentando mantê-lo calmo e isso acaba irritando o cabeça dura do meu irmãozinho.

— Vamos? – Edward surgiu na soleira da porta. Estava decidido a não se deixar distrair também pela irmã, então não pretendia entrar.

— Porque não pergunta a ela?

— Não começa, Rosie.

— Do que se trata? – Aquilo era algo sobre a conexão que eles possuíam. Bella se arrepiou um pouco.

— Vamos, quanto mais cedo chegarmos lá, mais tempo terá com o Charlie. – Sem dúvidas estava de mau-humor. Era de se esperar, Bella também lutava com seus lados mais sombrios naquele momento.

— Posso muito bem esperar mais alguns minutos para saber do que se trata? Pode me perguntar.

— Foi um pensamento rápido que me veio agora. Às vezes isso é irritante, Rosie. – Tentou acusar a irmã.

— Eu sei. – Deu de ombros.

— Bella. – Edward tomou atitude. Entrou no quarto olhando diretamente para a namorada. Era como se quisesse lançar um feitiço sobre ela. – Vamos embora daqui o mais rápido possível. Seus pais podem vir também, claro. Não os deixaríamos para trás. Podemos cuidar do Charlie e transferi-lo, iriamos assim que isso fosse liberado. Todos nós.

Bella ganhou um ar surpreso e depois, influenciada pelas palavras seguras, começou a imaginar que seria uma boa saída. No entanto, seus pais nunca antes haviam falado em sair daquela cidade. Os dois possuíam seus empregos de uma vida inteira. Com seus parentes e amigos na cidade...

— Eu sei, é um grande passo e nada simples de realizar. Podemos apenas sugerir para os dois. – Edward pareceu ler seus pensamentos. – Pelo menos que eles tenham umas férias longe dessa cidade.

— Eu gostaria muito que eles aceitassem isso, não quero me frustrar.  

— Você não desgostou da ideia, então, deixe comigo. Eu mesmo falo com seus pais. Vamos?

— Vão lá! – Rosie incentivou.

— Até mais, Rosie!

Na sala, Bella se despediu dos sogros que pediram para que transmitisse seus cumprimentos aos seus pais.

— Esperem! – Rosie gritou correndo quando já estavam no corredor.

— O que foi agora?

— Ed, irmãozinho. – Rosie parecia confusa.

— Diga, Rosie.

— Eu não sei.

— Porque está tão angustiada?

— Eu não sei. Não é você?

— Não! – Aquilo não trazia bons sentimentos para nenhum dos dois.

— Vão apenas para o hospital?

— Sem dúvidas. – Algo estava estranho. – Falamos depois.

— O que foi isso? – Bella perguntou ao lado do namorado tenso.

— Nada. – Ela não entenderia.

Entraram no carro, Bella dirigiria, pois o seu braço não estava ainda em condições. Foi de repente que sentiram a pancada do lado em que Bella estava, fazendo o carro tender para a esquerda. Bella soltou um grito com o susto.  

— Que droga é essa? – Edward ralhou e olhou através da janela de Bella. Um carro preto com as janelas impossíveis de identificar qualquer pessoa. Ele entendeu imediatamente a sensação que Rosie sentiu e que ele sentiu como espelho.

— Ah, meu Deus! – De novo o baque e o carro ao lado aproveitando o transito livre sentia-se a vontade para investir contra eles.

— Bella, tente manter a direção! – Edward segurou fortemente com a mão boa o volante, tentando ajuda-la. – Estão nos empurrando!

Edward também notou que quem quer que fosse os estava conduzido. As buzinas soaram em volta dos dois carros grudados. Eles foram empurrados ainda mais e acabaram pegando uma outra via ainda mais vazia à esquerda. A estrada era rodeada por árvores enormes dos dois lados da pista.

Muitas coisas se passaram na cabeça de ambos. Toda a história deles em uma fração de segundos. Talvez aqueles fossem os últimos momentos dos dois, porque era óbvio que aquilo era uma tentativa de homicídio, vinda do Alec ou de algum dos Volturi.

— Edward. – Bella o chamou e teve a sua atenção. Os olhos verdes, estavam escuros e arredondados pela iminência da morte. “Eu não quero que se machuque, eu te amo.” Foi o que pensou, mas não conseguiu dizer nada. Como poderia diante daquele terror? Todo o seu corpo já tremia e mal conseguia manter as mãos no volante, elas suavam também.

— Vamos conseguir. Meu amor, pisa fundo, agora!

O carro escuro tinha se afastado por um momento e Bella mesmo trêmula afundou o pé no acelerador. Aquilo lhes deu uma breve vantagem, mas eles estava preparados para uma fuga e a pequena distância que haviam conseguido foi superada. Com toda a força agora eles foram arremessados para fora da pista. Bella perdeu totalmente o controle e o carro virou duas vezes para depois parar.

— Tudo bem? – Mesmo zonzo e sentindo um líquido, que deveria ser sangue descer pelo seu rosto, perguntou a Bella que estava totalmente atordoada e hiperventilando ao seu lado. – Bella, me responda. – Ele puxou a sua blusa, talvez ela estivesse em choque.

— Edward... – Os lábios estavam roxos e trêmulos. Tentou verificar o estado da namorada, mesmo vendo tudo rondando. Seu rosto estava bem, porém parecia que tinha machucado a cabeça.  – Edward! – Bella viu alguém se aproximar no lado da janela de Edward com uma arma.

Edward se virou e sem tempo de reagir, a pessoa abriu a sua porta e lhe deu uma coronhada. Imediatamente ele ficou desacordado.

— Afaste-se dele! Afaste-se dele, seu maldito! – Bella gritava e tentava se livrar do seu cinto para proteger o namorado.

Sem esperar, teve que cobrir seus ouvidos com o estampido ao lado. A pessoa que havia batido em Edward caia ao chão depois de levar um tiro. Mais do que nunca tentou protege-lo com o seu próprio corpo. Então tentou fechar a porta de novo para tentar sair dali, mas a sua porta também foi aberta.

Tentou girar a chave que foi tomada de suas mãos. Ela então olhou para o seu agressor. Alec estava ali, com os cabelos raspados, com a barba por fazer e grandes olheiras. Ele estava sério e assustador. Sem dizer nada, enfiou uma agulha e dispensou o líquido da seringa em sua cocha que a fez perder os sentidos na hora.


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