— Hahaha! Eu sabia! Eu sempre soube! – J. Jonah Jameson ria freneticamente na televisão enquanto dava uma entrevista para o canal de notícias local – Desde que essa Mulher-Aranha apareceu, eu sabia que ela era uma criminosa! Agora só faltam provas contra o capanga dela, o Homem-Aranha!

— Ei, somos parceiros! – Peter protestou ofendido, como se Jameson pudesse escutar pela televisão.

— Sério? Eu estou sendo acusada injustamente de ser uma criminosa e você está preocupado com isso? – questionei cruzando os braços e encarando o meu namorado.

— Desculpa Gwen, eu sei que você não cometeu esses crimes e que deve estar estressada por isso. Não fiz por mal! – suspirei e o abracei.

— Tudo bem. Só precisamos encontrar um jeito de me inocentar dessas acusações, o que vai ser difícil, porque eles têm provas bem convincentes contra mim.

— Mas não é impossível, vamos conseguir! – antes que eu agradecesse Peter pelo seu otimismo motivador, ouvimos o disparo do nosso dispositivo que captava a frequência dos canais da polícia e nos avisava onde haviam crimes em andamento. – Roubo na joalheria!

— Precisamos ir logo!

— Na verdade, acho melhor você ficar.

— Como assim? – questionei confusa.

— Você está sendo perseguida, isso faria com que a polícia não foque no criminoso da joalheria e foque em você. Além do mais, você precisa descobrir mais coisas sobre a Mulher-Aranha impostora. – ponderei por alguns segundos, mas acabei suspirando e concordando.

— Tem razão. Boa sorte. – Peter sorriu, me entregou a sua câmera e saiu correndo para vestir seu uniforme.

— A Mulher-Aranha não vai, mas a Gwen Stacy pode ir tirar uma fotinhos. – falei com um sorrisinho e tratei de correr até o local onde ocorria o assalto. O que felizmente não foi muito cansativo, graças às minhas habilidades.

Cheguei lá e Peter estava perseguindo uma gangue de criminosos. Comecei a tirar algumas fotos, caso ele precisasse vender para o Clarim.

Depois de alguns minutos, o Homem-Aranha conseguiu prender todos os bandidos. Um deles estava preso de cabeça para baixo em um poste, segurando uma bolsa cheia de joias. Antes que Peter conseguisse pegar de volta, algo puxa a sacola com força.

— Olhem, é a Mulher-Aranha! – um menino apontou para o telhado do prédio da esquina, onde estava a Mulher-Aranha impostora segurando a sacola de joias. Em seguida, ela acenou e fugiu.

— Não sou eu não! – sussurrei. Peter me enxergou no meio da multidão e eu assenti para ele, como se desse permissão para que ele fosse atrás dela. E assim ele o fez.

Coloquei a câmera dentro da minha mochila e corri pela rua pelo mesmo caminho que a Mulher-Aranha impostora corria no topo dos prédios. Pelo que eu e Peter observamos, ela não tinha lançadores de teia, e nem os mesmos movimentos que eu. Uma pessoa um pouco inteligente perceberia que claramente não era a verdadeira. Mas normalmente as pessoas costumam acreditar no pior antes de sequer analisar a situação – ainda mais se estamos falando de Jameson e algum herói que não seja o Capitão América.

— Droga! – murmurei perdendo ela de vista – Não vai ter jeito! – entrei em um beco e rapidamente comecei a me trocar.

Já trajada de Mulher-Aranha, escalei o prédio e de cima do telhado liguei para Peter que não tardou em atender.

— Aonde você está? Ainda seguindo a impostora?

— Sim. Deseja me encontrar? – disse em um tom brincalhão.

— É claro.

— Estou te mandando a localização. Até.

— Até. – desliguei e olhei no nosso comunicador de pulso os dados que Peter tinha me mandado – Mulher-Aranha impostora, dessa vez você não vai escapar!

Corri rapidamente entre os prédios, tentando não ser vista pelo pessoal que caminhava na rua, afinal, eles ainda pensavam que eu era uma criminosa.

Avistei o Homem-Aranha e em seguida vi a impostora correndo com a sacola de joias. Decidi usar a manobra do “Estilingue Aranha” para poder alcançá-la. Joguei uma teia em cada prédio, tomei distância e soltei, em seguida saí voando.

Passei por Peter e ia passar por ela, porém lancei uma teia na impostora, puxando ela contra mim e acertei um chute bem no seu queixo.

A bolsa com as joias caiu no chão e ela pareceu ficar meio atordoada.

— Quem é você e porque está manchando a minha imagem? – ela não disse nada, apenas levantou e correu na minha direção.

Desviei do seus golpes, pulei antes que ela me acertasse um chute e ainda me abaixei após outra tentativa de me dar um soco.

Segurei o seu braço e o virei, sem demora, a chutei para trás.

— Precisa de ajuda? – ouvi Peter gritar, enquanto a impostora vinha por cima de mim novamente.

— Não... Leva... As joias... Daqui. – dizia entre as pausas que desviava dos golpes.

A impostora conseguiu me acertar um soco no nariz e eu cambaleei para trás, em seguida ela me deu uma rasteira e me fez cair no chão. Enquanto eu estava caída ela correu na direção do Homem-Aranha para recuperar a sua bolsa de joias roubadas, no entanto, eu atirei uma teia nas suas costas e a puxei para mim, acertando um soco forte na sua cabeça.

— Vai logo! – Peter assentiu e saiu correndo.

Ela segurou as minhas pernas e me derrubou novamente, ficando por cima de mim. Joguei a cabeça para o lado, desviando de um soco. Quando ela foi dar o segundo soco, segurei o seu punho, o torci e consegui acertar um chute forte na sua barriga, o suficiente para que ela saísse de cima de mim.

Me levantei rapidamente, atirei duas teias da impostora, a puxei contra mim e joguei meu corpo para trás, acertando outro chute agora no seu queixo.

Parei abaixada com uma das mãos no chão e ela cambaleou até tropeçar na borda do prédio e cair. Rapidamente lembrei que ela não tinha lançadores de teia como eu e iria cair um tombo feio. Então corri e pulei do prédio. Porém, quando eu olhei para o chão, não havia nada. A impostora havia sumido.

Pousei no chão totalmente desnorteada. Como ela poderia ter sumido do nada?

— Parada aí Mulher-Aranha! – olhei para o lado e vi a viatura da polícia de Nova York ali, com dois policiais à frente apontando suas armas para mim – Você está presa!