Cruzamento escrita por Anny Taisho


Capítulo 4
Sábado




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Cap. IV – Sábado

O sol despontou no horizonte com a mesma pontualidade de sempre, mas o homem de cabelos alaranjados não acordou com a mesma pontualidade. Acordou atrasado. O que pensando bem, não era nenhuma novidade.

Como primeiro ato, olhou para o lado, mas não achou Inoue. E pelo silêncio que se achava o apartamento, a moça já deveria ter ido. Ah, claro! Ela tinha comentado algo sobre ir jogar tênis com algumas velhas amigas pela manhã.

O morango suspirou fundo e ergueu os braços, espreguiçou-se e deu um longo bocejo. Tinha que ir a lavanderia, ao supermercado, ao banco e a alguma loja de quinquilharias... Não podia chegar sem algum presente para as irmãs.

Com um salto, saiu da cama e ainda nu, caminhou para o banheiro para um banho rápido. O lugar de coloração escura era amplo o suficiente para oferecer conforto a uma pessoa solteira.

Deixou que a água fria caísse sobre seu corpo terminando de despertá-lo e limpando os resquícios da noite anterior, diga-se que Inoue parecia mais animada que o normal, talvez fosse porque passariam alguns dias sem se ver, já que ela viajaria na segunda, a trabalho.

Desligou o chuveiro e pegou a toalha que estava pendurada ao lado do Box, enrolou-a a cintura e foi para o quarto, onde agora avistou um pequeno bilhete sobre uma de suas mesinhas de cabeceira.

Como o esperado, era de Inoue. Desejou-lhe um bom dia e disse algumas outras coisinhas que não vem ao caso. Ichigo esboçou um leve sorriso e jogou o papelzinho em uma de suas gavetas.

Não tinha tempo para devaneios, caso contrário, não sairia cedo o suficiente para ir a Karakura na manhã seguinte.

 

Rukia abriu os olhos e notou que estava em um quarto que não era o seu. Coberta por cobertas que não eram suas. E sentindo um cheiro que não era o de seu quarto.

Ergueu o tronco e notou que a arquitetura era moderna, lembrava um loft, nada era separado por paredes. Grandes janelas antigas permitiam a entrada de luz em grandes quantidades. A cama era um futon negro. E as suas costas, uma obra de arte abstrata.

Era o apartamento de Renji. Esse que não estava presente na ali, junto de si. Suspirou, será que tinha dormido demais? Apequena morena pegou uma camisa que estava jogada perto de si e vestiu-a.

Ainda descalça, começou a andar a procura do dono do lugar. Mas não o achou, apesar de ver uma mesa de café montada. Hum... Ele devia ter descido para comprar pão ou correr um pouquinho.

Renji era do tipo que gostava de praticar esportes e por isso, possuía um físico invejável. Era adepto de esportes radicais, o que parecia não combinar com a profissão que exercia: Advocacia. Cuidava de tudo relativo as empresas, no tribunal, ninguém podia com sua postura e determinação.

O “namorado” possuía cabelos ruivos e compridos, mas esses permaneciam presos em um firme rabo-de-cavalo. Mas não seria anormal vê-lo com os fios soltos quando entrasse pela porta.

Rukia sentou-se a mesa e serviu para si um pouco de café preto enquanto lia a primeira página do sofá que estava sobre a mesa. Nada demais, apenas mais manchetes sobre violência urbana.

- Já acordou? – Renji entrava trazendo uma sacola de papel – Pensei que dormiria até o meio-dia.

- Acho que foi o sol e bom dia para você também.

- Desculpe.

O rapaz que vestia um jeans e uma camiseta branca qualquer, exibindo o físico invejável, aproximou-se da mulher e lhe deu um beijo. Para logo depois sentar-se a mesa.

- Então, vendo as notícias? – ele pegava um pão dentro da sacola de papel – O que tem de novo? Mais uma crise financeira?

- Violência. – disse a morena seca –

- É incrível, mas às vezes parece que estamos fora desse mundo. No entanto, a quantidade de contratos que estamos fechados nos diz o contrário, afinal, se não fosse tanta violência, não teríamos tanto trabalho.

Renji terminava de se servir com suco de laranja quando notou que Rukia mantinha o olhar distante.

- Rukia?

- Hã? – ela sorriu – Desculpe, acho que fui longe agora.

A morena pegou algumas frutas jogando mel por cima e passou a comer. Parecia tão injusta a sorte que tivera na vida. Apesar de os pais terem sido assassinados num assalto dentro de um trem, teve a irmã que cuidou de si.

Sabia que Hisana havia deixado-a num orfanato por algum tempo, mas que logo que pôde, a pegou de volta. Passaram maus bocados juntas, não que tivesse lembranças de tal período, mas sabia que vida não era muito fácil antes de Hisana casar.

- E aonde foi?

- No passado que não me recordo. – Rukia olhou para Renji – É tão estranho saber que apesar de viver nessa realidade, parece que vivo em outra completamente paralela. Tudo por causa da sorte...

- Sai dessa, Rukia! Você não tem culpa da violência e apesar de parecer injusto, quem pode decidir isso? Você teve sorte e só isso!

A morena olhou nos olhos do rapaz e depois de alguns segundos de silêncio, abriu um singelo sorriso, Renji tinha razão. Ela não tinha culpa da sorte que tivera e não deveria se sentir culpada por conta disso.

- Então, o que vamos fazer hoje? – ela sorriu –

Renji ficou alguns segundos em silêncio e fez uma cara de pensativo e depois abriu um largo sorriso. Rukia teve a impressão de que tinha bomba vindo.

- Estava pensando na gente treinar para eu chutar o seu traseiro e fazer “paft”!

- ¬¬’ – Isso é realmente muito romântico.

- Você sabe que eu te amo, mas eu adoro ganhar de você. E ai, vai amarelar, chibi??

- Vai nessa, baka!!! Quem vai chutar o seu traseiro até fazer “paft” sou EU!!

- DÚVIDO, SUA NANICA!!

 

 

Ichigo estava caminhando por uma rua do centro quando avistou uma figura conhecida tomando chá com seu chapeuzinho branco e verde, um kimono e sandálias de madeira.

Só uma pessoa se vestiria de tal maneira no centro de Tokio: Urahara Kisuke. Aquele maluco adorava tirá-lo do sério. Era um velho amigo de seu pai. Pensando por esse ângulo, tinha que ser maluco mesmo, afinal Ishiin não era a pessoa mais normal do mundo.

Viu que ele estava acompanhado de uma menininha, provavelmente, uma das crianças que tinha adotado recentemente. O que fazer?? Passar reto, ou aturar um encheção de saco em pleno sábado?

Aquela voz que aparecia na sua mente às vezes o mandou correr, mas não teve tempo.

- Ichigo-san!!!

Ele abriu um sorriso que Ichigo quase se viu obrigado a retribuir, isso mesmo QUASE. Já que o morango não escondeu a carranca.

- Urahara.

- O que faz por aqui? Pensei que estaria em Karakura no piquenique de família com seu pai.

- Eu vou amanhã. Mas e ai? Cadê o outro pirralho?

- Está jogando baseball, então eu aproveitei para passar um tempinho com a minha Ururu. Não vai cumprimentar o Ichigo?

- Olá. – disse a garotinha com uma voz tímida – Não vai sentar com a gente, Ichigo-san?

- Hum... Eu meio apressado.

- Larga de chatice e senta logo! Eu ajudei a te criar, lembra?

- Arghh...!! Não me lembra desse passado que eu quero esquecer! Como se não bastasse o maluco do meu pai!!

Urahara olhou para Ichigo, riu e voltou a tomar seu chá calmamente. Ele era assim desde que a mãe morrera, mas sabia que ele não era mal.

- Então, quando vai apresentar aquela garota ao seu pai? Ele estava me falando que quer alguns netinhos!

- Garota? Que garota?? Bebeu, foi?

O ruivo fazia diversos gestos com as mãos . Se o pai ficasse sabendo de Orihime estava ferrado.

- Você está falando com o dono de uma das maiores redes de lojas de artigos variados do Japão!! Eu sei de tudo!!

- A maior rede de lojas de quinquilharias, só se for! Mas a Inoue é só uma amiga!

- As amizades de hoje não são mais com as de antigamente... Nem pense em fazer algo assim Ururu!!

- Hai.

Ichigo olhava para aquele cara e tinha vontade de descer um tapa no pé de sua orelha. Mas isso não era muito recomendado, Kisuke era um excelente praticante de artes marciais.

Quem olhava para aquele homem não sabia da missa a metade. Ele era traiçoeiro, e adorava uma confusão. Não era muito bom mexer com ele, tinha pena daquelas pobres crianças.

Bom, na verdade, só de Ururu. O outro era um maluco de marca melhor.

- Fui!! A gente se vê!

Quando o morango começa a caminhar vê que Kisuke mexe o pé com intenção de colocá-lo a sua frente para derrubá-lo, então pula, mas o que não esperava era que a bengala dele fosse batesse  na parte frontal de seu tornozelo puxando e fazendo-o cair de cara na calçada.

- Um dia você ainda chega lá, Ichiguinho!!

O loiro riu e voltou a colocar a bengala apoiada na cadeira. Essa que era um disfarce que escondia a espada de Urahara, a quem ele carinhosamente chamou de Benihime.

Agora vejam, alguém que anda de Kimono, chapeuzinho, chinelas de madeira e que carrega uma bengala escondendo uma espada, ESSA QUE AINDA POR CIMA TEM UM NOME, não poderia ser um cara muito normal.

- SEU VELHO MALDITO! FICOU MALUCO FOI??

- Hahahahaha... Não fique nervoso, eu só queria ver como estavam seus reflexos e quer saber... Estão quase bons.

- SEU IDIO... Ah, esquece!

Ichigo saiu limpando a poeira da roupa e ouvindo a risada de Kisuke. Por que só gente maluca aparecia em sua vida?? Um dia ainda pegar aquela espadinha e fundi-la numa coleira para controlar aquele sem noção.

Já estava passando da hora é de ir para casa. Ainda não tinha feito as malas. Domingo seria um dia e tanto... Ele nem imaginava o quanto.

 

Estava deitado no chão da sala com Rukia sobre si e segurando seus braços. Ela sorria vencedora. Nenhum dos dois dizia nada, apenas ouviam-se ofegos de duas pessoas que tinham acabado de terminar um combate.

Ela usava uma calça preta Leg e uma regata branca. Os cabelos pretos estavam presos em um par de Maria-chiquinhas, o que lhe dava um ar quase infantil.

Já ele usava apenas uma calça preta mais larga. As tatuagens ficavam destacadas na pele morena. E ele também sorria, por mais incrível que pareça.

- Quem chutou o traseiro de quem até fazer “paft” em Renji-san?

- Você acha mesmo que se eu quisesse, não saia daqui? – ele ergueu uma das sobrancelhas –

- Acho!! – disse ela com aquele tom de quem findava a conversa –

- Ahhhhhhhh!! Teimosa! Não vou discutir com você!

Ela viu que sem muita força ele libertou os próprios braços e foi até sua regatinha branca tirando-a. Rukia não disse nada, apenas corou um pouco com o jeito dele olhar.

A Kuchiki não era nenhum mulherão, na verdade, parecia mais uma boneca. No entanto, se soubesse como olhar, via-se os contornos bem definidos.

A cintura fina, os seios pequenos – mas que combinavam perfeitamente com ela – as coxas firmes, a pele clara...

Sem falar que a baixinha tinha um pique invejável. Como dizem, os pequeninos são os mais invocados. E ela seguia a risca esse ditado.

- Eu tenho que ir para casa, ainda não arrumei minhas coisas!

- Você tem o dia todo para isso!!

Ele sorriu e a puxou dando um tom definitivo, apesar de ela ainda protestar, como não podia deixar de ser.

O que ela não sabia era que no domingo uma volta de 360° aconteceria em sua vida...

Continua...

 

 


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Notas finais do capítulo

Mil desculpas se tiver algum erro!! Não tive tempo de revisar!! Espero que gostem!! Estou amanado os reviws!!! E claro que logo eles vão se cruzar!!!
hahahhahah
kiss kissd
Ate a proxima



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