Oneshots NCIS'S escrita por Any Sciuto


Capítulo 3
Infortúnio.




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A perspectiva de perder uma de suas agentes em campo assustava Gibbs. Kate Todd não deixou de ser uma delas.

O furo que saia pelo outro lado de sua cabeça o fez duvidar de sua própria capacidade. Ele olhou para Ducky e Palmer levantando o cadáver de Kate e saiu dali.

Ele havia perdido tantas pessoas nos últimos anos. Começando por sua esposa falecida e sua filha. Ele sabia que Kate o protegeria e se sentia completamente mortificado olhando a van saindo em direção a sala de autópsia.

Ele sabia quem tinha sido e não importava se eles não acreditavam nele.

Kate, Shanon e Kelly. Olhando para a vida de agente ele não mudaria nada. Ele fez uma boa gama de amigos. Abby se tornou uma filha desde o primeiro dia, a frase que ela lhe dera dentro de sua carteira por anos.

Isso foi até o momento que Ari surgiu. Egoisticamente, ele sabia que se Abby tivesse descido para a autópsia, deus o livre, seria ela no lugar de Kate. Ao menos ele não sabia sobre ela.

Ele a protegeu de todos os tipos de coisas nos últimos anos. Houve um acidente logo depois que ela começou a trabalhar com ele, um em que ela se machucou feio e ele fez atualizações em seu mundo seguro.

Então, a morte de Kate parecia ter desencadeado uma onda de raiva nele.

Ninguém mais morreria a não ser o próprio Ari. E ele levaria isso.

Buscando seu café, ele sentiu a bala passando por ele e indo direto para...

— Não! – O grito de Abby quando a bala rasgou a janela dela.

Ele largou o café no chão e correu como se a própria vida dependesse disso.

Tony pulou sobre a amiga logo que o vidro estremeceu. Ele teve o bom senso de colocar uma mão sob sua cabeça. Ele tomaria a bala.

— Você está bem? – Tony se levantou um pouco, a examinando.

— Eu estou. – Ela ofegou, não sabendo como reagir. – Você é pesado.

Ele saiu de cima dela e a puxou para o lado, todo o momento, sua arma em sua mão. Aquele filho de uma puta...

Gibbs nem usou o elevador. Ele precisava chegar até Abby e certificar-se de que ela estava bem. Ele mal registrou a queda do café. Ari matou Kate e estava querendo matar Abby também?

Não enquanto ele estivesse vivo. Entrando no laboratório, ele apagou qualquer fonte de luz, vendo Abby encolhida atrás de um muro. Exposta, ela estava exposta.

— Abby! – Ele gritou mais para si mesmo.

— Aqui chefe! – Tony gritou de volta. – Se abaixe.

Ele desligou a última fonte de luz e pegou Abby em um abraço carinhoso. Ela estava tremendo. Ele jurou ali, de novo, nunca deixaria Abby desprotegida.

— Você está bem? – Ele procurou qualquer sinal de machucados.

— Estou sim. – Abby sussurrou. – Ari não acertou a Kate por engano, não é? Ele está atrás de mim agora.

— Eu estava passando quando ele atirou. – E Gibbs esperava que ela acreditasse.

— Só está dizendo isso para me sentir segura. – Abby também podia ler as pessoas.

— Eu não vou deixar nada acontecer com você. – Ele deu um beijo em sua testa. – Eu prometo.

Depois que eles tiveram certeza que Ari havia escapado sem outros danos, até porque Gibbs mesmo queria levar ele para a autópsia, ele ajudou Abby a se levantar e a levou para ser verificada por Ducky.

Ela parecia assustada demais. A perspectiva de alguém querendo matar ela a fez quase desmaiar.

— Ari atirou no laboratório da Abby. – Gibbs entrou primeiro. – Ele devia estar no outro do rio, no parque Anacostia.

— Meu deus. – O velho médico se horrorizou. – Abigail se feriu?

— Não. Ela está bastante assustada. – Gibbs olhou pelo corpo de Kate. – Tony está com ela.

— No laboratório? – Ducky queria ir para a jovem cientista.

— Na sala de reuniões. – Gibbs respondeu, sincero. – Devia trazer outro legista.

— Não pude. – Ducky serviu duas doses de uísque, uma para Gibbs. – Não para Caitlin.

— Por que Ducky? – Gibbs entrou na onda de culpa. – Por que Kate não eu?

— Talvez ele pretendesse matar você. – Ducky tentou oferecer.

— Não. – Gibbs balançou a cabeça. – Atirar no laboratório de Abby significa que ele está atrás do meu pessoal. Mulheres primeiro.

— Então ele está torturando você. – Ducky concluiu. – Eu me pergunto por que?

— Eu não me importo. – Gibbs finalmente explodiu. – Só quero matar esse desgraçado.

Ele saiu daquele lugar. Tantos corpos de homens, mulheres, pessoas boas e más já passaram e Kate era mais uma prova.

Ele fez todo o trabalho, sempre observando seu pessoal e Jenny. Um de seus amores que estava de volta, agora no papel de diretora da agência.

Ele mantinha um olho em Abby, tentando demostrar coragem sobre toda a situação, mas sabia que haveria um inferno a pagar se alguém machucasse seus colegas. Ele estava disposto a matar qualquer um que tocasse neles e ele mataria Ari.

Ziva entrou no meio de tudo, presumidamente tentando impedir Gibbs de matar Ari e logo em seguida matando o terrorista a sangue mais frio.

Quando o funeral de Kate chegou, Gibbs não sabia o que fazer. Ele deu a mão para Jenny e Abby como se eles fossem mãe, pai e filha.

Abby ligou seu toca fitas com a música característica de New Orleans e a família de Kate abraçou a jovem, ainda em estado anestesiado de dor. Ele a viu se sentar no carro e começar a chorar.

Jenny se sentou ao lado de Abby e a abraçou. Gibbs sabia que a jovem sentiria falta de Kate, talvez até tivesse pesadelos com isso. Ele a levou para sua casa, tentando não deixar a filha emprestada sozinha nesses momentos.

Ela apenas deitou no sofá e dormiu. Gibbs sabia que ela dobrou seus próprios limites e se sentou à sua frente, colocando um cobertor rosa sob ela. Era um dia frio e cinza, bem do jeito que seria em dia fúnebre.

Ele nem percebeu que adormeceu sentado na poltrona até que um grito agudo e de dor soou pela casa em que apenas Abby e ele estavam.

Pegando a arma, ele olhou para Abby, se contorcendo no sofá, se agarrando a espuma antiga.

Ele guardou a arma e foi até ela, a pegando no colo em seu jeito paternal. Embalando, tentando acalmar ela, ele viu quando ela voltou a relaxar. Sim, ela era durona, mas mesmo ela tinha esses lados sensíveis.

— Kate... – Ela gemeu baixinho e começou a chorar dormindo. – Por favor fique comigo.

Ele mesmo começou a chorar, deixando seu coração finalmente desafogar. A marca de sangue em seu porão seria lembrada de todos os jeitos.

— Está tudo bem, Abbs. – Gibbs beijou sua testa. – Eu estarei com você.

Abby enfim se acalmou e voltou a dormir. Gibbs teve medo de deixar ela então apenas adormeceu grudado a ela.

Amanhã ele começaria uma estratégia para manter Abby a salva dos malucos que tentariam com certeza vir atrás dela. E ele prometeu que nenhum iria tocar nela antes de passarem sob seu cadáver.

O que ele mesmo achou difícil ser possível. 


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