Acordei com alguém me chamando... Sabia que reconhecia aquela voz, mas não me lembrava de quem era até que me obriguei a abrir os olhos.

- Bells... Vou te levar pra casa, ok?

- São que horas exatamente? – Disse sonolenta.

- 09h30min da manhã... Já perdemos quase todas as aulas de hoje, então acho melhor irmos para casa.

- Eu dormi tanto assim? OMG!

- Calma, você estava nervosa... Achei melhor deixar se recuperar depois de tudo o que me contou... Mas, vamos para casa agora.

Ele me guiou até o seu ostentoso Volvo e seguimos para a sua casa em silêncio. Percebi que ele estava pensando em algo, e resolvi perguntar:

- Um dólar por seu pensamento, certinho!

- Hum... Eu estava me perguntando se você quer mesmo ir para casa...

- Desembucha Cullen!

- Ah, é que inaugurou um parque de diversões aqui perto e eu estava a fim de ir lá... Você topa?

Pensei por um momento que ele estava brincando, mas vi tardiamente que ele realmente falava sério e esperava uma resposta.

- Ok. Mas, por favor, não dê uma de criançinha porque eu definitivamente não sou a sua mãe!

Depois desse meu pequeno aviso, ele dirigiu até chegarmos ao parque.

Bem, aquilo era realmente um parque. Você só ouvia crianças gritando por todos os lados e adultos sendo arrastados pelos seus filhos. Para mim aquilo deveria se chamar inferno!

- Vem Bella! Vamos para a montanha russa! – Disse Edward, e saiu me puxando.

Depois de comprarmos os tickets e esperarmos muito tempo na fila, finalmente conseguimos entrar. A montanha russa era gigante, e seu nome era familiar para mim...

- Edward, o nome dessa montanha russa é “A garganta do diabo”... Esse não é o nome da montanha russa do “Premonição 3”?

- É mesmo... Agora fiquei com medo! – Disse Edward bobão Cullen.

Sentamos nos primeiros assentos da montanha russa e logo veio o segurança para ajeitar a parafernália e dar algumas instruções.

Quando estávamos todos prontos, ela foi ligada. Subíamos lentamente pelos trilhos e quando eu consegui ver que estávamos no topo, descemos rapidamente. Meu estômago dava voltas, mas eu estava me divertindo muito. Levantei minhas mãos e comecei a gritar enquanto a alegria e a emoção oferecidas por aquele brinquedo atingiam- me.

Edward, por incrível que pareça, estava se divertindo também. Seu sorriso era encantador, e sua risada totalmente contagiante.

E a montanha russa deu mais uma volta. E mais outra. E mais outra... Enfim,  quando eu já estava prestes a perguntar para o Edward quando ela parava, ela parou.

- Ufa! Pensei que iríamos ficar aqui o resto da manhã! – Disse, meio tonta.

- Nem me fale... Já estava começando a ficar enjoado!

E a manhã se passou rapidamente. Em um momento, Edward e eu resolvemos parar para tomar um sorvete e conversarmos um pouco. Sentamos-nos em uma lanchonete e ele começou a fazer perguntas.

Edward cada vez mais se interessava em minha vida, e fazia muitas perguntas sobre o meu passado, desde micos até relacionamentos. Ficou impressionado quando disse que nunca namorei:

- É serio? Impossível! Você deve estar brincando comigo!

- Não. Nunca achei ninguém que me interessasse. Por isso, não acredito no amor. Acho que é só uma coisa que o ser humano criou para justificar o matrimônio. E por que você não acredita que nunca tive namorados?

- É que você é tão bonita, tão... Especial! Seus olhos castanhos parecem ser feitos do mais puro chocolate existente no planeta, e sua personalidade é tão forte... Você sabe o que quer e quando quer... Você não desiste fácil, nunca aceita um “não” como resposta, é teimosa, briguenta... E mesmo assim me encanta!

- Eu... Não sei o que dizer! Edward, você pode ser o certinho mais certo e mais chato da face da Terra, pode ser bobão e querer mandar em todo mundo... Mas, sinto uma sensação estranha quando te vejo. Não sei se isso é amor, pois não o conheço...

- Então deixa eu tentar te mostrar...

Depois disso, ele foi se aproximando de meus lábios. Eu sabia o que iria acontecer agora, mas simplesmente não conseguia me mexer. Minhas mãos suavam, e meu coração parecia que pularia para fora do meu corpo a qualquer momento.

Ele se aproximava lentamente, provavelmente deixando espaço para recusar se eu quisesse. E eu queria, mas o meu corpo não respondia aos comandos da minha mente ou do meu coração.

Eu já podia sentir seu hálito em meu rosto quando...

- Bella! Não esperava te encontrar por aqui! – Ops, eu conhecia aquela voz...

- Oh, Alec! Que surpresa te ver por aqui! Já conhece o Edward? – Disse, morrendo de vergonha.

- Hum... Sim, nossos pais são amigos. Mas, e aí? Tava esperando você me ligar...

- Bem, depois conversamos sobre isso. Agora estou passeando com o Edward... Divertindo-me um pouco sabe? Outro dia nós conversamos. Agora, se me der licença, tem uma roda gigante me esperando. – Eu disse, puxando Edward.

Eu não sabia o motivo, mas pude ver que o Edward estava bem irritado. Tá bom, eu sabia o motivo e também estava irritada. Afinal, ninguém merece uma pessoa empatar um clima super romântico como aquele! Mas, eu superaria isso. E já sabia bem o que fazer.

Pelo o que Alice me contou, Edward tem medo de altura. Mas, como ele ainda não teve coragem de admitir isso para mim, vou o fazer entrar na roda gigante e, digamos que depois do que eu fizer lá em cima, ele perderá totalmente esse medo!

- Edward, vamos para a roda gigante... – Eu implorei.

- Bella... Temos que ir para casa, pequena.

- Só uma vez... Por favor...

- Ok... Mas só uma vez!

Em seguida, saímos para comprar os tickets. Percebi que Edward já estava ficando nervoso e suava um pouco.  Mas, pelo o que conheço dele, sabia que ele não iria desistir, não depois de aceitar.

Depois de duas filas enfrentadas e um plano formado, finalmente entramos na roda gigante. Ela foi subindo vagarosamente, e eu já me preparava para colocar meu plano em prática.

Assim que a roda gigante parou, me aconcheguei mais em seus braços. Coloquei minha cabeça na curvatura de seus ombros e me deliciei de seu doce perfume.

http://www.youtube.com/watch?v=S88Wit5bNdY : When You Kiss Me – Shania Twain

- Bella... Eu não tive coragem de admitir, mas eu morro de medo de altura.

- Eu sei. Alice já me falou sobre isso. – Disse, travessa.

- Então por que me trouxe aqui? Quer que eu morra é? – Disse ele, meio irritado.

- Não... Te trouxe aqui porque acho que ninguém nunca iria nos interromper aqui em cima. – Disse isso e o beijei.

Primeiramente, Edward não reagiu. Mas, quando percebeu o que estávamos fazendo, logo aproveitou a brecha e aprofundou o beijo.

Eu podia sentir meu coração quase saltando para fora de meu corpo. Minhas mãos agarravam seus lindos cabelos cor de bronze, querendo diminuir ainda mais a distância.

Só paramos quando estávamos prestes a morrer sufocados. Ofegantes, colamos nossas testas e esperamos nossa respiração se normalizar. Percebi um lindo sorriso estampado no rosto de Edward, e me senti feliz por ser a responsável por isso.

- Edward... Eu acho que te amo. – Disse, tímida.

- Bella, eu não acho que te amo. Eu tenho absoluta certeza de que o meu coração pertence a você.