Ela sorriu lindamente para ele e o beijou mais umas quantas vezes e eles foram para a cidade. O caminho foi cheio de risadas e um bom papo e quando chegou na cidade, ele parou de frente a sorveteria, o sol estava forte e eles entraram pedindo o maior dos sorvetes para que dividissem, Victória aproveito que estava somente os dois e perguntou.

— Você sabe de alguma coisa que eu não sei? - o olhava nos olhos.

— Sobre minha mãe procurar o meu pai e eles quase se beijarem? - soltou sem nem perceber que naquele momento causava um grande problema para o pai.

Victória no mesmo momento parou de comer o sorvete e o encarou, o coração acelerou e ela sentiu vontade de levantar dali no mesmo momento e ir embora. Ela tinha feito aquela pergunta para saber se descobria algo sobre Maria, mas Emiliano a tinha pegado completamente desprevenida e ele percebeu.

— Você não sabia? Olha Victória, eu não estou aqui pra fazer fofoca! - segurou a mão dela com medo.

Victória engoliu em seco e deu um meio sorriso.

— Não se preocupe que eu e seu pai já conversamos sobre isso, mas você me lembrar me fez sentir raiva novamente. - mentiu.

— Papai te ama e minha mãe parece que enlouqueceu depois que você apareceu em nossas vidas. - falava naturalmente.

— Como era a vida deles quando estavam casados? - quis saber mais pra depois matar Victoriano.

— Meu pai sempre foi louco apaixonado mesmo por ela, ele sempre fazia tudo pra gente e pra minha mãe, mas um dia ela mudou e tudo se complicou. - comeu do sorvete. - Meu pai nunca aceitou a separação até que você chegou nas nossas vidas! - sorriu.

— E agora a safa... A sua mãe quer voltar é isso? - comeu do sorvete ou iria falar demais.

— Eu não sei, mas eu a vi falando com ele e depois eles quase se beijaram! - falou achando que ela já sabia. - Mas meu pai deixou claro que não a quer na fazenda e que te ama!

Ouvir aquelas palavras eram músicas para o ouvido dela se não fosse o momento, Victória sentiu uma raiva tão grande que começou a comer pra não falar mais nada. Inês estava atrás do seu homem, do pai de seu filho e ela não iria deixar barato. "Vaca" era somente isso que ecoava em sua cabeça.

Emiliano falou de tudo um pouco, mas nada concentrou tanto Victória como imaginar os dois quase se beijando... "quase" ou Emiliano mentia pra ela e eles tinham mesmo se beijando pra valer? O ciúme tomou conta de todo seu ser e ela pediu mais sorvete só que como já estava cheia correu para o banheiro e vomitou tudo.

Ela reclamou e xingou porque não queria vomitar, mas estava nervosa e a fome tinha vindo com tudo e o sorvete tinha sido demais. Emiliano entrou no banheiro e a ajudou, ela choramingou por ter vomitado todo seu sorvete e ele riu dizendo que iria comprar mais e foi o que fez quando ela melhorou e eles saíram para voltar pra casa.

Emiliano comprou um pode enorme de sorvete e deu a ela que mesmo sentindo enjoo ainda passava o dedo no sorvete e o lambia fazendo Emiliano rir do jeito dela. Eles foram conversando até em casa e quando chegou ela deu um beijo nele e agradeceu o passei, ele pediu o pote para guardar mais ela se recusou e subiu para o quarto, arrancou toda sua roupa deixando apenas a lingerie e deitou na cama se arrumando no meio e continuo a comer o sorvete enquanto via um filme na televisão.

Victoriano chegou um tempo depois e buscou por ela no andar debaixo e Emiliano avisou que ela estava no quarto, ele correu para o andar de cima sem deixar que ele falasse mais nada e ele entrou no quarto se deparando com aquela linda imagem dela ali no meio da cama e apenas de lingerie. Victória o olhou com uma cara bem feia e logo voltou seus olhos para a televisão e ele fechou a porta começando atirar toda sua roupa achando que ela estava ali o convidando para fazer amor.

Ele se aproximou da cama e beijou os pés dela e foi subindo por sua perna e ela se afastou não querendo graça e ele a olhou parando e sentando na cama.

— O que foi? - ela o ignorou. - Victória, por que está com essa cara?

— É a única que eu tenho! - fez birra e ele sorriu.

— Está brava? - beijou a perna dela novamente. - Quer um carinho?

— Não, eu não quero nada de você! - deixou o pote de sorvete do lado e puxou o lençol pra se cobrir.

Victoriano estranhou o jeito dela e se afastou com ela se arrumando e deitando agarrada no travesseiro.

— Se puder sair, eu quero dormir! - fechou os olhos pra ver se ele saia logo do quarto ou ela iria acabar gritando com ele o que tinha ouvido.

Victoriano suspirou e apenas foi até as cortinas e as fechou para que ficasse mais escuro para ela e foi para o banheiro e ficou ali por uns vinte minutos. Victória tentou dormir mais não conseguiu e ficou ali esperando que ele saísse e quando ele saiu, ela fechou novamente os olhos e ele se vestiu e logo voltou a cama, beijou os cabelo dela e ficou ali por um tempo acariciando sua barriguinha e logo saiu do quarto.

Ela suspirou e somente se ajeitou mais na cama e por fim deixou que o sono a guiasse, Victoriano desceu com uma cara que foi impossível de ser notada pelos filhos e ele foi direto ao bar, se serviu e negou com a cabeça como se conversasse com ele mesmo. Alejandro ficou de pé e foi até ele e o tocou no ombro para saber se estava tudo bem e ele suspirou.

— O que eu fiz? - perguntou pro filho. - Eu saio, ela estava bem e quando eu volto, ela me expulsa?

Alejandro riu.

— Ela é uma Sandoval! - foi impossível não se lembrar de Maria e suspirar.

Victoriano o olhou e sentiu que algo estava errado e o segurou pelo ombro e o levou para o escritório.

— Agora você me conta a verdade?! - o olhou bem sério.

Alejandro sentou e passou a mão no rosto e Emiliano veio até a porta e disse:

— Pai, Vick está brava porque estávamos conversando sobre o quase beijo de você e mamãe! - e Victoriano ficou branco no mesmo momento...