Adão e Eva, na guerra dos iguanas. Parte II escrita por Paloma Her


Capítulo 9
Capítulo VII. Os exilados


Notas iniciais do capítulo

Os documentários que realizaram durante a viagem eram tão longos, que foram transformados em 6 filmes, onde se mostrava a vida de essa outra civilização. De um planeta que uma vez, na Pré-História, fora como eles, infestado de assassinos, ladrões, viciados, mas que com passar dos milênios se transformaram em gente sábia e santa. O que mais chamava atenção era que os homens eram velhos na idade, mas com aparência de gente jovem. Homem enrugava só após os 500 anos, e seus cabelos brancos apareciam aos 600 anos. O resto da humanidade eram pessoas com 300 anos, ou 200 anos, cheias de juventude.



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O templo das cobras ficava nas montanhas, e para chegar até ele os noivos deviam subir uma escada de mãos dadas, enquanto o resto ficava na parte baixa os esperando. Bernardinho e Evita subiram quase correndo, e entraram no santuário, onde não havia nada além de escuridão. Pouco a pouco, uma figura gigante apareceu do nada, rindo, abraçado de uma mulher belíssima. Perguntou-lhes se estavam realmente seguros desse amor, pois pela eternidade eles seriam um só. E como acenaram com a cabeça que sim, uma corda branca saiu desse espelho e os rodeou firme. A seguir o grande espírito casamenteiro desapareceu enquanto a mulher luminosa acenava aos recém-casados com a mão.

Em seguida entraram Mirim e Vitor, olhando com surpresa para esse homem de luz sorridente, com a mais bela mulher do universo ao lado. Vitor saiu desse templo como uma criança que faz sua primeira comunhão, carregando Mirim no colo.

Mas o tempo dessa felicidade passou rápido. Os recém-casados celebraram nos castelos desse mundo, até o dia que cada um foi chamado para voltar. As cobras deram-lhes festas, e mais festas, e deixaram Tiago e Mário acenando desde o chão. Reginaldo e Abelardo, perdidos no outro lado do mundo lhes gritaram um adeus com telepatia.

E partiram!

Enquanto os solteiros faziam festas nessa nave, os viajantes casados cuidaram das esposas, a cada dia mais barrigudas, enquanto Fernando Júnior acelerava a velocidade ao máximo, para que essas crianças nascessem no Mundo dos iguanas. Nohiki examinava esses bebês através de um vidro vermelho, ao lado de Alberta e China, e 5 robôs parteiros. Os filhinhos de Bernardinho olhavam para o feto, que chupava o dedinho, dava pontapés, e riam felizes, olhando para a irmãzinha. Os filhos de Vitor faziam a mesma coisa. Eles o viam através do vidro, rindo, cantando-lhe, pois Nohiki os incentivava. Havia que ser bonzinho com o irmão mesmo antes de ele chegar.

Os antigos soldados iguanas entraram nas naves, rindo em meio da descontração, olhando os lindos corredores cheios de plantas.  Mas uma vez dentro das suítes, os exilados encontraram um robô feminino, sentada, olhando-os sedutoramente. E todos começaram a fazer amor com esses robôs de pele macia e sedosa.  Dessa maneira, os soldados não incomodaram durante essa viagem. Ficaram trancados, comendo como porcos, pois as bandejas eram deixadas através de uma abertura na porta, com sucos, nutrientes afrodisíacos, e jantares deliciosos

No mundo dos iguanas, na altura desses acontecimentos, Benjamim havia terminado a primeira cidade de metalponita, no outro lado do planeta, e se encontrava em Alubiavam realizando uma festa num Clube particular, com sua família e toda a diretoria de sua empresa. Empregados, amigos, familiares, se acotovelavam festejando, pois, a vida estava maravilhosa. Dos amigos alienígenas, somente Fernando, Mônica e Amon-rá mostravam a cara. Ênio e Madalena, Jesus, Peter, Paulo, continuavam de iguana, junto às esposas e Adão, que era o homem mais famoso depois de Benjamim, naquele lugar do mundo.

E foi naquela ocasião, durante essa festa empolgante, que o inimigo oculto atacou pela última vez.

O primeiro a desmoronar morto ao chão foi o filho de Isabela. Depois, foram o pai de Benjamim, Rubinho, Amon-rá, Fernando, e metade dos convidados. O chão desse clube começou a se cobrir de corpos que se contorciam de dor e a seguir paralisavam e ficavam estendidos, sem nenhum motivo aparente.

Jesus deu um berro telepático, e médicos de todos os cantos da terra deixaram-se cair pelo raio de luz de uma nave menor. Guerreiros sem disfarce, desta vez. Puxaram amostras de sangue em busca da toxina enquanto faziam o coração bater novamente. O clube lotou de pessoas lutando contra uma peçonha que demorou a dar o rosto. Veneno de cobra, que paralisava o sistema nervoso central e matava em menos de 3 minutos.

Quando Fernando abriu os olhos, Mônica caiu em prantos, pois como médica só havia realizado uma coisa, ficar histérica junto a Noemi e Isabela. As três gritavam no meio do desespero maior, abraçadas, na espera de um milagre. Maláqui, Eva, Miriam e Paulina tentavam acalmá-las, abraçando-as, lembrando-lhes que a medicina superior ressuscitava os mortos. Mas Isabela só recobrou a sanidade mental quando seu filho abriu os olhos, e deu-lhe um sorriso de consolação. Benjamim, que estava mudo, com sua filhinha no colo, resistiu valentemente ao lado de Adão, que lhe martelava a cada minuto que ele havia passado pelo mesmo pesadelo durante essa viagem, e que sua mulher ressuscitara após a restituição de metade do cérebro. Quando o filho chamou:- cadê o papai? só então Benjamim deu a criança para Adão segurar, e chorou que nem guri abraçado ao menino. Ele havia feito tanto pela humanidade. Mas, os homens lhes deram um muito obrigado cruel, mesquinho, e disse a si mesmo que se tivesse o poder de matar, matava todos esses assassinos insanos. Depois se juntou aos irmãos, que festejavam a ressurreição do seu pai.

Mas na altura desse acontecimento, o mundo dos iguanas havia mudado bastante.

Os policiais interrogaram a cada cozinheiro desse clube, cada fornecedor de alimentos, e cada festeiro dessa folia, sentados na cadeira da verdade. Antes de um novo dia clarear, os nomes dos culpados estavam em todos os jornais. Milionários empobrecidos, sacerdotes falidos, mafiosos sem máfia para comandar, e ditadores derrotados. Antes de sete dias, foram julgados e condenados à pena de morte.

Quando Fernando Júnior esticou os pés metálicos sobre Alubiavam, e desceu rodeado de soldados iguanas, o mundo contava os dias para a execução de 50 pessoas envolvidas no envenenamento dessa festa.  Bernardinho e Vitor, junto aos diplomatas sequer sabiam o que comentar sobre o assunto. Traziam junto um batalhão de antigos soldados iguanas e uma carta onde se solicitava terminar com a pena de morte. Preferiram sorrir para a multidão, cercados dos expatriados, que só desejavam rever a família. Helicópteros começaram a rodeá-los, carregando-os para lugares diferentes, pois em cada cidade desse mundo havia um soldado sendo esperado por amigos, esposas, pais ou filhos.

E a mídia não perdeu detalhes.

Televisores mostravam ao vivo mulheres chorando, crianças gritando: - papai, papai...  e alguns fatos que não eram esperados. Homens que não tinham ninguém para recebê-los. Como foi no caso do general Juvenal do Alertse.  Juvenal encontrou a esposa casada com outro homem, e sua riqueza em posse dos herdeiros. Apenas os filhos o recompensaram recebendo-o, mas foi por pouco tempo. Ele terminou vivendo sozinho numa casa de praia com o “salário mínimo universal”. Para seu consolo, recebeu em casa um presente dos alienígenas. O lindo robô que o acompanhara nessa viagem de regresso. Uma mulher deslumbrante que o consolaria da solidão. Afinal, ele era um homem velho, cabelos brancos, e havia regressado ao planeta onde as damas só olhavam para milionários importantes, como o fora no passado, ou jovens muito lindos. Lembrou-se das cobras com 600 anos, sempre abraçados com esposas tão velhas quanto eles, se beijando na boca, e se perguntou a si mesmo se em alguma outra vida ele teria a graça de morrer ao lado da mulher amada.

Os homens da mídia que fizeram a cobertura dessa viagem ao mundo das cobras, nunca foram tão festejados.  Deram entrevistas ao vivo na televisão respondendo perguntas, e nos jornais mostravam fotografias e detalhes dessa viagem. As cobras dos vídeos eram belíssimas, corpos exuberantes, atléticos nos homens e esculturais nas fêmeas. A pele de cobra tinha os desenhos num tom suave, cor de rosa, ou creme, que as fazia ainda mais fascinantes.

Mas onde a mídia fez o maior sucesso, foi nos cinemas.

Os documentários que realizaram durante a viagem eram tão longos, que foram transformados em 6 filmes, onde se mostrava a vida de essa outra civilização. De um planeta que uma vez, na Pré-História, fora como eles, infestado de assassinos, ladrões, viciados, mas que com passar dos milênios se transformaram em gente sábia e santa. O que mais chamava atenção era que os homens eram velhos na idade, mas com aparência de gente jovem. Homem enrugava só após os 500 anos, e seus cabelos brancos apareciam aos 600 anos. O resto da humanidade eram pessoas com 300 anos, ou 200 anos, cheias de juventude. Os filhos nasciam depois dos 100 anos, ou mais, e não existiam famílias numerosas. As cobras falavam que o motivo estava na vida espiritual. Não havia almas chegando. Afinal, eles eram a única civilização superior da Oitava dimensão. No resto dos planetas vizinhos, só existiam homens em evolução. E mais. Os sábios juravam que os iguanas que morressem como Santos reencarnariam lá. Com certeza.

Alguns solteiros da mídia casaram com seus amores, diplomatas na maioria. Outros continuaram amigos, mas se reuniam de vez em quando, cada vez que se tratava de escrever sobre os alienígenas. Como eram pessoas que viajavam muito, fotografando o planeta, dispensaram terem filhos e nunca pediram aos alienígenas lhes devolver a fertilidade. Aliás, fizeram um documentário sobre o assunto, mostrando as delícias do relacionamento sem filhos.

Nos dias seguintes, numa reunião do Senado Internacional, o clima ferveu mais uma vez.

Bernardinho queria abolir a pena de morte, mas necessitava que a humanidade toda concordasse. Teria que ser um convênio internacional, para que as cobras fizessem sua parte. E com coragem, entrou nesse recinto com seus diplomatas ao lado.

Mostrou estatísticas matemáticas do quanto Alubiavam gastava anualmente na manutenção dos presídios, pois uma em cada 100 pessoas estava na cadeia. Até matar um criminoso custava caro. Havia um sistema de pagamento a médicos, aquisição de artefatos, venenos, soníferos, além dos custos com processos na justiça. Além do que, estava comprovado que a pena de morte não amedrontava os delinquentes. Agora, o desterro para terras distantes, longe dos filhos, das esposas, numa ilha deserta onde não teria nada além de alimentação, seria o mais cruel dos castigos para os criminosos. Nada doía mais do que ficar sem laços familiares ou de amizades. Seria uma dor terrível. Partir para outro mundo iria ser para o condenado motivo de muita lágrima.

E para terminar com a discussão, Jesus recorreu à hipnose parcial.

Dentro do Senado Internacional, segundo o estatuto interno, bastava três quartos de assinaturas para que uma lei dessas fosse legalizada, e metade estava sendo contra. Hipnotizou alguns deles para consentir. O suficiente para aprovação. A remoção de assassinos ficou selada, assinada, num acordo internacional de nações, com 80% dos membros votando a favor.

E como a mídia deu a notícia para o mundo, muita gente começou a chorar dentro e fora das prisões. Afinal, até os criminosos mais ferrenhos tinham esposas, filhos, amantes, que os visitavam nas celas, periodicamente. Cortar esses laços afetivos ia ser cruel. E para cúmulo não lhes seria permitido levar nada. Sequer um retrato de um filho. Ou a foto da esposa, ou das amantes, pois havia mafioso que tinha uma dúzia de queridas que trabalhava para eles. Amantes que entravam a fazer amor, e levar informações sobre o crime organizado. Desta forma, os capôs das máfias continuavam mandando sua gente a matar os inimigos do tráfico, através de suas queridas.

E a nave das cobras mais numa vez entrou em ação. 

Elevou-se do chão, e começou a percorrer prisões, aspirando assassinos, ladrões, estupradores, até completar a quantia de 150.000 pessoas.

Quando a nave lotou, Fernando pediu para Amon-rá comandar essa viagem.

E Amon-rá levou a todos seus filhos, menos Jorge que ficou na Casa Azul, pois Bernardinho alegava que sem ele, estava perdido. Jorge abraçou as irmãs Luísa e Patrícia, dissimuladamente, pois ele e Regina continuavam com disfarce, enquanto seus irmãos Dennis e Rubinho mostravam o rosto para o mundo.

Amon-rá nunca foi tão fotografado e paparicado. A humanidade não sabia como pedir-lhe perdão por ter sido envenenado. Amon-rá preferiu dar gargalhadas.

No fundo, ele havia se divertido nesse mundo hilariante. Ia até sentir saudades dos tempos dos comícios eleitorais. E prometeu voltar, para levar outros condenados. Afinal, o mundo dos iguanas estava infestado de presídios, e lotado de marginais.

E os primeiros expatriados partiram.

Dentro da nave, para evitar um motim, Amon-rá hipnotizou cada execrado que havia nessa nave, caminhando ainda tontos, cheios de argolas nos pés e mãos. A continuação os congelou, e foi juntando-os um por cima do outro, no interior de geladeiras gigantes, sem roupas, nem argolas, nem correntes, para fazer espaço. Também os empilhou dentro de algumas suítes, onde colocou um aparelho para que esfriassem. A seguir, os ignorou.

Dali em diante, Amon-rá jantava com sua família e meia dúzia de cobras, mais uns 50 guerreiros convocados por Fernando. Homens casados que se revezavam na pilotagem, que limpavam o espaço de pedregulhos, faziam a faxina interna da nave, e supervisionavam os robôs. Homens que começavam a planejar ter uma família, pois estavam sem disfarces e Fernando os havia aposentado do trabalho em terra.

No planeta das cobras, Tiago recebeu a missão de estudar o que fazer com os exilados que estavam para chegar. Ele reuniu os amigos, fizeram uma mesa redonda, e sorriram. Haviam regressado aos tempos da revolução quando discutiam como eliminar os assassinos no poder. Só que desta vez deviam reeducar os marginais. Nossa! Como é que se ensina um criminoso a ser bonzinho? As sábias cobras alegavam que era para isso que haviam estudado para guerreiros. Nesta encarnação eles eram gênios, e deviam dar todas as respostas. Havia atóis de ilhas virgens com 400 delas, outras com 50, e podiam usar todas.

 Reginaldo achou que o melhor era separar grupos conforme a agressividade. Os homicidas mais ferrenhos teriam que ficar isolados, numa ilha menor. Sozinhos, pois eram extremamente agressivos. Mafiosos e chefes de gangues, o mais longe possível um de outro. Eles se odiavam entre si, e se matariam a soco no primeiro encontro.  Agora ladrão podia ficar em grupos, convivendo uns com os outros, nas ilhas maiores. Desenhou-se num mapa o número de pessoas para cada ilha, pois se calculava que a população carcerária dos iguanas consistia em um milhão e meio de gente ruim.

Por último discutiram e analisaram tudo com as sábias cobras, pois nada nesse mundo acontecia sem o consentimento delas. Uma mulher perguntou-lhes:

— Onde pensam colocar o exército de meninos? Nenhum deles entrou na puberdade ainda e matam sem dó.

Tiago e Mário se entreolharam, e perderam todas as ideias, pois essas crianças eram cruéis, e sem sentimentos de nada. Sequer se emocionavam com o abraço de uma mãe. Odiavam o mundo. E o que era pior, a maioria estava nos hospícios, com terapêutica de medicação forte. Tratamento que só os mantinha dopados, mas que nunca os recuperaria para o lado da luz. Nina foi a única a falar:

— Se a decisão fosse minha, eu os evacuava para um mundo primitivo, onde começariam a longa caminhada da evolução de novo. Sinceramente, eles não têm mais lugar nem aqui, nem em nenhum planeta conhecido. Deveriam reencarnar como minhocas, baratas...

E uma cobra interrompeu-a:

— Ou cobras!

— Pois é, como nós, um dia, fomos condenados! E que eu sabia não foi um anjo, foi um homem que nos enviou para cá...

— Homem que não sabia nada de medicina superior. Fiquem tranquilos. Acho que vamos ter que construir o primeiro hospício. E vamos começar com uma cirurgia no lóbulo temporal. Depois uma dieta, exercícios, e vamos ver no que vai dar. Fernanda, você gostaria de participar junto com Nina? Não vai ser nada daquilo que sabem. Recuperar a alma, eu diria vai ser um tiro na escuridão.

Nina completou:

— Aceitamos! Mas, que eles vão um dia a regressar ao mundo dos iguanas vai ser realmente difícil. Terão que viver nas ilhas.

Um sábio manchado encerrou:

— Só um 40% vai regressar. O resto vai morrer, não sabemos como. Vai ser um tiro no escuro. Mas, vamos tentar de tudo que sabemos.

Quando Amon-rá chegou nesse planeta, desceu a carga sem nenhuma cerimônia.

 Abriu as comportas externas, e os condenados voaram para as ilhas, através de uma luz, que os deixou cair levemente no chão. Ficaram estendidos embaixo do Sol, recuperando a temperatura. Tiago e mais uns 50 voluntários acompanharam o descongelamento, e fizeram hipnose enquanto acordavam. A seguir, liam a mente dos recém-chegados, e os levitavam para sua respectiva embarcação. As naves voadoras os recebiam, e deixavam cair cada um na ilha que lhes correspondia.

Os matadores de aluguel, que matavam as pessoas em troca de grana, desceram numa ilha desabitada, em cujo lugar havia uma mulher com pele de cobra. Imediatamente ela os derrubava com um abraço ao chão com a força de 20 homens, e os amarrava de pernas e braços. Depois a receita era simples. Fazê-los sentir prazer. Muita caricia, chamego, beijos, sempre amarrados, pois podiam destruir essas mulheres, pois nenhum desses homens sentia amor por ninguém. No mundo dos iguanas as amantes eram uma necessidade para fazer negócios, apenas isso, e as esposas eram escravas que não tinham coragem sequer de falar em frente deles.  Eram sustentadas nos países ricos com o “salário mínimo universal”, e muitas faziam analise com psicólogas para superar os traumas do passado. Já nos países pobres, eram trabalhadoras em meio da roça, rodeada de filhos.

Mas para surpresa de Tiago e seus amigos, chegaram fêmeas mais cruéis que os piores homens. Sacerdotisas diabólicas que faziam sacrifícios humanos aos deuses, e bandidas que eram chefes de gangues criminosas. Mulheres que atacaram os robôs masculinos a pedradas, pontapés, grunhindo como leoas. Era algo incrível de se ver. E esses robôs, que eram telepáticos, correram girando em redor da ilha, numa distância de um metro, até que as condenadas caíram exaustas ao chão. Só então foram amarradas na areia, com pernas e braços abertos, em cruz, para tratamento especial. Amor e chamego sem fim.

Já os ladrões, ficaram em grupos misturados com homens e mulheres. Alguns robôs fêmeos entraram para equilibrar o lado feminino, deixando claro que elas estavam ali apenas para fazer amor a luz da Lua. Cozinhar não era com elas.  Plantar mandioca, milho, feijão era coisa de gente. Nada sabiam de agricultura e muito menos de construção.

As crianças soldados trazidas de reformatórios e hospícios, entraram num lugar que era algo assim como um parque temático.  Encontrou-se carrossel, montanhas russas, escorregador com piscinas, cavalos, cachorros, aos cuidados de 200 robôs babas. Eles brincaram, correram, e livres como os pássaros. Podiam fazer isso pela vida toda. O estudo seria optativo. 

Enquanto isso, Amon-rá aproveitou o tempo para fazer turismo.

Com seus sobrinhos iguanas, filhos de Nohiki, e seus 4 filhos, percorreram as cidades subterrâneas, fizeram alpinismo nas montanhas, viajaram de avião, helicópteros, e se hospedavam nos castelos milenares.

De vez em quando, tirava fotos dos guris nesse lugar de divertimentos, ou, Amon-rá descia para as ilhas distribuindo papel de cartas,  pois os desterrados podiam escrever para as famílias ou enviar presentes. Ou seja, escultura de madeira, colar de conchas, ou de sementes, coisas que estavam sendo ensinadas pelos robôs do amor.

 E um dia, Amon-rá fez o percurso de regresso, deixando seus filhos nesse planeta, pois estavam cheios de amigos cobras, e tinham seus primos iguanas para formar uma gangue familiar. Poderiam iniciar uma família e trazer seus netos ao mundo. Coisas que Patrícia e Luísa desejavam fazer há muito tempo.

No mundo dos iguanas no em tanto, Fernando Júnior nunca mais fez turismo.

Os governantes iguanas haviam aprendido que gritar socorro era tiro e queda.  Fernando Júnior corria voando na bolha transparente, pois os escutava em qualquer onda telepática. Sempre que havia um terremoto, lá ia ele para desenterrar vítimas com o olhar. Fernando o ajudava às vezes, lhes desintegrava os escombros deixando os sobreviventes à mostra e em seguida sua equipe médica ressuscitava os mortos. Onde existiam enchentes, lá corriam Fernando e Fernando Júnior a transformar as águas em nuvens de vapor, formando nuvens que viajavam para outros lugares.

Quando aconteciam incêndios florestais terríveis, eles desintegravam o fogo de uma distância de vários quilômetros.

 No dia em que Amon-rá voltou em busca de novos exilados, só encontrou Jesus e Maláqui em Alubiavam, de visita na mansão de Nohiki estendidos na beira da piscina.  Alugou um jato particular, e se perdeu pelo mundo em busca do sogro, do pai, do filho Jorge, do Paulo, do Peter, enquanto no Senado Internacional se discutia quem ia ser exilado desta vez, e marcavam a data de sua nova viagem.


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Notas finais do capítulo

Enquanto isso, Amon-rá aproveitou o tempo para fazer turismo.
Com seus sobrinhos iguanas, filhos de Nohiki, e seus 4 filhos, percorreram as cidades subterrâneas, fizeram alpinismo nas montanhas, viajaram de avião, helicópteros, e se hospedavam nos castelos milenares.
De vez em quando, tirava fotos dos guris nesse lugar de divertimentos, ou, Amon-rá descia para as ilhas distribuindo papel de cartas, pois os desterrados podiam escrever para as famílias ou enviar presentes. Ou seja, escultura de madeira, colar de conchas, ou de sementes, coisas que estavam sendo ensinadas pelos robôs do amor.



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