Coincidências não existem... será? escrita por Carol McGarrett


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que deveria estar atualizando "Carta para Você", mas essa ideia pipocou na minha cabeça e tive que trazê-la à vida.
como sempre era para ser uma oneshot, mas como eu escrevo muito, acabou virando uma shortfic!

Aos fãs de NCIS, aproveitem!



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— Peguem as suas coisas, Comandante morto em Georgetown.

— Sim, chefe!

O caminho até a casa ou seria melhor dizer, mansão do Comandante, foi como sempre preenchido pela falação dos outros três, mesmo que estivessem em carros separados. Parecia que DiNozzo era a vítima de Ziva e McGee. Mas não prestei atenção nos detalhes.

Porta aberta, casa revirada. Corpo estendido a meio caminho entre a sala de visita e a cozinha.

— Uau... um salário de Comandante não paga por essa casa aqui não! Olha aquele tapete! E essa cozinha? E aquele piano, tenho certeza que não custa menos do que dois mil dólares! – DiNozzo tagarelava sobre os móveis.

— O que temos aí, Ducky? – Ele havia chegado um pouco antes de nós e já analisava o corpo.

— Oh, olá, Jethro. Não é uma boa maneira de se começar a segunda-feira. Pobre Comandante, até lutou contra quem o matou, mas não teve sorte. Estimo, no mínimo dois aqui. Olhe estes ferimentos  – ele me apresentou o antebraço e depois a parte de trás do pescoço - são ocasionados por dois pares de mãos diferentes. E este aqui – o local onde a bala havia atingido nossa vítima – foi, com certeza a causa da morte. Um único tiro, na têmpora esquerda. Fizeram parecer suicídio, mas encenaram muito mal. Porém, como sempre te digo, Jethro, saberei mais detalhes quando concluir a autópsia!

Assenti para meu velho amigo e fui verificar com o time, se haviam conseguido alguma informação valiosa.

— McGee, fale comigo.

— Chefe! Nossa vítima é o Comandante dos SEAL’s, James Rodhes. E pelo que pude ver aqui, trabalhava no Pentágono, diretamente envolvido com as operações secretas em que os SEAL’s atuam. Todo o restante é sigiloso.

Nesse momento, Tony e Ziva apareceram ao meu lado.

— Gibbs – A ex-oficial do Mossad tomou a frente – ele era casado e tem uma filha. No segundo andar não tem sinal de nenhuma luta ou que os suspeitos possam ter ido lá, tudo está em ordem.

— Chefe, ele também tem um cachorro e pelo jeito dos grandes. E enquanto a parte de cima está intacta, o mesmo não posso dizer dos escritórios. Os dois, que ficam logo ali naquele corredor, estão completamente revirados, e sem alguém da casa para nos dizer o que pode ou não ter sido levado, fica difícil fazer qualquer previsão sobre o que queriam.

— Certo. Continuem dentro da casa, mesmo com dois escritórios, Rhodes pode ter guardado algo em outro local. McGee comigo.

Vizinhos nada ouviram ou viram. Somente perguntaram se a filha do casal estava bem. Já que a mãe estava viajando e o pai tirara alguns dias para ficar com ela.

—  Nosso assassinato se tornou um sequestro também, chefe?

— Ainda não sei, McGee. Vamos voltar para a casa e ver se DiNozzo e Ziva encontraram-na.

Quando voltamos para a cena do crime, Tony e Ziva desciam os degraus da porta principal, já carregando todas as evidências coletadas que seriam entregues para Abby.

— Encontraram a filha do Comandante?

— Filha?! – os dois responderam

— Sim, uma garotinha. O Comandante estava de licença para tomar conta dela, enquanto a mãe estava viajando.

— Não, Gibbs. Não a vimos. – Ziva responde retornando seu olhar para a casa e se questionando internamente onde estaria a garota.

— Vasculhamos toda a casa, e não encontramos nenhuma alma viva. – Tony completou.

— Toda a casa?

— Sim – os dois responderam confiantes.

— E o sótão? – As cabeças dos três agentes que compõem o meu time se elevaram para a janela do sótão que, mesmo de longe, parecia muito limpa para um local onde, geralmente, era considerado como um armário de coisas que ninguém mais quer, mas não tem coragem de jogar fora.

 - Eu não vi nenhuma escada para o sótão quando vasculhei o segundo andar! Mas vou voltar lá e procurar de novo. – Ziva foi corrigir o seu lapso. Tony, por sua vez, ficou só olhando.

— DiNozzo!

— Sim, Chefe!

Apenas apontei para a casa.

— Tô indo! Hei, Ziva, espere!

Mesmo tendo mandado os dois, eu acabei os seguindo, precisava testar uma das minhas teorias. Se eu estivesse certo, aquele não era um sótão convencional.

Como esperava, nem David nem DiNozzo acharam a escada para o local. Então fui verificar se o que os meus instintos diziam era verdade.

— Onde você está indo, Chefe?

— Verificar uma coisa, McGee. Continue tentando entrar em contato com a esposa do Comandante. Ziva, onde é o quarto da filha do casal?

— Da menininha? Por que? Deixa pra lá. É o último à direita no corredor!

Vi que os três agentes se encararam e não tardou escutei os seus passos no meu encalço.

Abri a porta do quarto e uma onda de nostalgia me atingiu. Todo quarto de garota deveria ter o mesmo padrão, mas este aqui lembrava ainda mais o de Kelly. Bonecas e ursos de pelúcia dispostos em prateleiras que circundam o quarto, cama e paredes em tons de roxo, rosa e lilás, livros infantis, bem como DVD’s de filmes que com certeza eram de princesas. Era como voltar ao passado sem ter saído do presente, por um momento achei que veria minha menina.

Procurei por um ponto específico no teto e ali estava. A porta para o sótão, ou como eu achava, para a casa de bonecas. Kelly uma vez me pediu para fazer uma para ela. Prometi que faria, mas não tive tempo. Este pai teve o tempo para fazer, mas duvido que teve o prazer de poder entrar ali e brincar com a filha.

Devagar, com o intuito de não assustar a garota, caso ela estivesse ali, puxei a maçaneta embutida para baixo, quando a escada desceu, não foi uma menina quem me recebeu. Mas um enorme husky siberiano, branco, com raivosos olhos azuis gelo, e faltou muito pouco para que arrancasse minha cabeça se eu não tivesse descido dois degraus.

— Gibbs, abaixe, eu o tenho na mira. – Ziva já empunhava a sua arma mirando no cachorro.

— Não, Ziva. Calma. Se o cachorro está aqui.

— A garota também está! – McGee e Tony responderam em conjunto.

Se ela estivesse ali, não confiaria em ninguém que aparecesse de repente. Tinha que ganhar a sua confiança.

— Ei, pode aparecer. Estamos aqui para te ajudar.

— Vocês são da polícia? – Uma vozinha de criança ecoou sobre os rosnados do husky que ainda não tinha recuado. – Porque se não forem, eu vou mandar o Ice morder vocês!

— Bem que os policias queriam ser tão legais quanto a gente. – DiNozzo respondeu.

— Se não são da polícia, são maus! Ice...

— Somos do NCIS! Agentes federais! – McGee parecia pronto para sair correndo a qualquer momento do cachorro.

— NCIS?! – Ice, recuar. Quero ver o distintivo!

Nós quatro nos olhamos, como ela poderia saber se o distintivo era real ou não?

Levantei meu distintivo em direção à abertura e esperei. Talvez eu estivesse preparado para qualquer garota que saísse daquele sótão, mas não uma com aquela aparência.

Pequenas mãos agarraram meu distintivo e o puxou. Mas vi, quando aquele par de olhos verde-esmeralda analisavam o conteúdo com cuidado, logo em seguida ela levantou o olhar, arqueando uma sobrancelha e me encarou. E eu já vira alguém me encarar daquele mesmo jeito, com quase os mesmos olhos.

— Você realmente é investigador do NCIS? – Ela estava parada no alto da escada, sentada na minha direção, mas mesmo assim, não fazia menção de descer.

— Sim. Trabalhamos.

— Então são vocês quem vão ajudar meu pai?

— Sim.

— Ok, - e ela me estendeu o meu distintivo. Eu sou a Elizabeth, mas minha mãe me chama de Lizzy.

— Sou Jethro. E eles são McGee, Ziva e Tony. – Ela abaixou a cabeça para poder ver quem eu apresentava e seus cabelos vermelhos caíram sobre seu rosto, tampando sua visão por um tempo.

— Oi, vocês! - Ela saudou um pouco tímida. – Esse aqui é o Ice. – E ela apresentou o cachorro que há poucos minutos tinha quase me matado. – Ele é bonzinho, é só não mexer comigo que ele fica quietinho.

 - Sei.... – McGee ainda estava a meio caminho da porta, pronto para correr caso Ice resolvesse que ele era a melhor escolha para café da manhã possível.

Elizabeth pareceu notar a reação de McGee e rindo se dirigiu a ele:

— Sério! Você é o McGee, né? Ele não vai te morder, McGee. Só seu eu mandar! – E ela tinha um sorriso sapeca no rosto.

A garotinha não tinha mais do que cinco anos e já conseguia soar irônica.

— Gostei dela! – Tony disse – Aí, novato, mais uma para pegar no seu pé!

— Lizzy – me dirigi a ela – será que você pode descer daí? Precisamos te levar para um local seguro.

— Sim. Desculpa! Ice, desce e fica quietinho. Ahn... Jethro, que local seguro é esse? Porque eu tenho que esperar a minha mãe...

— Primeiro temos que te levar até ao NCIS, depois alguém, uma tia ou sues avós vão te pegar lá.

 - Mas... ela me olhou e ponderou por um tempo, olhando na minha direção e na direção de uma gaveta na cômoda branca do outro lado do quarto. Então ela pareceu se decidir, desceu as escadas de uma única vez e correu em direção à cômoda.

Vi quando ela abriu a gaveta e como ainda não dava altura para poder ver todo o conteúdo, ficou nas pontas dos pés, tão elegante quanto uma pequena bailarina, e tateou o fundo até que encontrou o que procurava e puxou para fora. Era uma caixa de madeira, com uma espécie de monograma entalhado na tampa, ela a abriu com um cuidado que não era normal para uma criança tão nova e, quando pegou o que queria, correu novamente, desta vez na minha direção e me estendendo uma foto e um distintivo do NCIS igual ao meu, e me perguntou com os olhos brilhantes de expectativa:

— Viu porque pedi o seu distintivo. Eu tenho um igual! – Ela sorriu tímida para mim, enquanto eu me perguntava onde ela tinha achado aquilo. E depois continuou - Já que você trabalha no NCIS, você conheceu a minha tia?

Eu já tinha uma ideia de quem poderia ser a tia de Elizabeth, mas ao fitar aquela foto, uma foto que eu havia tirado, foi como ser nocauteado pela vida, de novo. E ela, a tia de Lizzy, me sorria, como se zombasse de mim. Jennifer Shepard estampava toda a foto, com seus cabelos vermelhos, olhos verde-esmeralda e aquele sorriso que nunca esqueci. Por um segundo voltei em 1999, voltei a Paris, e pude ouvi-la dizer: Jethro, para! E sorrir logo em seguida.

Olhei em direção à garotinha, mesma cor de cabelo, mesma cor de olhos. E ela esperava uma resposta. Pelo canto do olho notei a curiosidade do trio que observavam a cena. Tive que disfarçar a enxurrada de imagens que vieram na minha mente.

— Sim. Elizabeth. Eu conheci a sua tia. E trabalhamos todos com ela.

Lizzy me olhou maravilhada e Ziva pareceu fazer a conexão sobre quem eu falava.

— Quando alguém puder, vocês podem me contar como ela era? Mamãe não fala muito. Só fala que eu sou parecida com ela!

— Coloca parecida nisso. – Tony sussurrou do canto do quarto.

— Sim. Agora você pode fazer o que eu te pedi?

— Posso. Mas tem outra coisa...

— De quem mais a ruivinha é parente? – Tony assoviou no meu ouvido.

— Ninguém – ela respondeu – só tem a minha mãe e meu pai agora.

Todos lançamos um olhar para DiNozzo que só levantou os braços como se pedisse desculpas.

— Não tem problema. Faça o que te pedi, que vamos dar um jeito. Ziva, você pode ajudá-la?

— Sim, Gibbs.

Deixei as duas no quarto, mas não sem escutar que Ziva se apresentava e já prometia que iria contar algumas coisas engraçadas que aconteceram entre ela e Jenny para Lizzy.

— Uhn.... Chefe... – escutei Tony atrás de mim. – Você disse que iria dar um jeito, como, necessariamente, vai fazer isso? Vai levá-la para onde? Entregar para o serviço social, até a mãe dela chegar?

— A pergunta que você tem que fazer, DiNozzo, é: onde está a mãe dela? E não onde ela vai ficar!

— Então o senhor vai levar a Elizabeth para a sua casa?

A possibilidade passou pela minha cabeça. Eu devia à Jenny. E não poderia deixar aquela garotinha no meio de pessoas completamente estranhas, ou em uma casa provisória até que a mãe dela chegasse. E se algo acontecesse com ela? Eu jamais me perdoaria.

— Se for preciso. Sim.

— Chefe, tem certeza?

— Alguma ideia melhor, DiNozzo? Porque se tiver, sou todo ouvidos.

— Não.

Neste momento Ziva e Lizzy vinham descendo a escada. Parecia que todo guarda roupas da garota estava naquela bolsa.

— Tudo pronto, Gibbs. Tudo o que ela vai precisar, e algumas coisas que ela não vai precisar também estão aqui. – e ela lançou um olhar para a garota que apenas mantinha uma expressão de total inocência no rosto.

— Mais nada?

— Unh... Jethro? Posso te pedir aquela coisa?

Eu sabia o que ela iria me pedir. Mas deixei que perguntasse.

— Posso levar o Ice? Ele não pode ficar aqui sozinho, alguém tem que dar água e comida...

Vi DiNozzo segurar o riso e McGee empalidecer. O que ele tinha contra cachorros?

— Leva.

— Muito obrigada! Muito obrigada! - ela disse me abraçando e o cachorro a acompanhou na alegria latindo enquanto ela o abraçava também.

— McGee vai levar esse cachorrinho lindo aqui... – Tony tentou ser simpático com Ice, mas quase teve a mão arrancada.

— Ice! Não pode! – Lizzy parou o cachorro a tempo.

— Chefe, por favor – McGee pediu – Eu levo tudo, mas não o cachorro.

Lizzy acompanhava o pedido de McGee com interesse.

— Tá vendo, Ice! Você assustou o McGee! Cachorro mau!

— Ei, ferrugem – DiNozzo a chamou – não é culpa do seu cachorrinho mal humorado não. O Timmy aqui tem medo de cachorro mesmo.

— Sério? Algum cachorro já te mordeu, McGee?

— Ah, já! – Ziva respondeu, já levando a garotinha para fora. – Depois você pergunta para a Abby que ela te conta.

— Quem é Abby? – Ela pareceu curiosa.

— Alguém que você vai adorar conhecer e que vai adorar te conhecer também! – McGee a respondeu, enquanto desviava da boca do Ice.

— E então, como dividiremos isso aqui? – Tony já corria para o banco do motorista do outro carro.

— DiNozzo e McGee, apressem as evidências para Abby. Ainda tenho que achar o assento para colocar a Lizzy. Ziva, você fica aqui com ela até que eu arrume tudo.

Ouvi McGee agradecer que não iria dividir um carro com um cachorro enorme como aquele e fui buscar o assento.

— Jethro, tem uma cadeirinha no carro da minha mãe. O SUV. A chave fica dentro da primeira gaveta no armário logo depois do portão. – Lizzy me deu as coordenadas.

Elizabeth e Ice devidamente acomodados no carro, voltamos para a agência. Durante todo o caminho Ziva lançava um olhar entre eu e a garotinha que sentava atrás de mim e acariciava as orelhas do cachorro.

Escutamos ela brincar e conversar com o cachorro por um bom tempo, até que Ziva quebrou o silêncio e perguntou:

— Hei, Lizzy, quantos anos você tem?

— Cinco... por quê?

— Você não acha que um husky é um cachorro muito grande para você não?

— Mamãe acha a mesma coisa. – ela respondeu rindo.

— Não foi a sua mãe quem te deu esse cachorro, então? Foi seu pai?

 - Ih, Jethro. Nenhum dos dois! Eu achei o Ice na rua e levei pra casa! Na verdade ele estava na porta do quintal... eu só coloquei pra dentro!

— Mas sua mãe não achou ruim?

— Ela não queria, até tentou entregar ele para um veterinário que mora no final da nossa rua, mas ele voltou pra mim, né Ice? – e ela acariciou as orelhas do cachorro novamente.

— Voltou? – Ziva se espantou

— Sim, no outro dia ele estava de volta. Na porta da cozinha, arranhando pra entrar. Na hora que eu abri a porta, ele só abanou o rabo e me lambeu. Mas ele era pequenininho. Eu ainda podia ficar com ele no colo!

— Ele era um filhote?

— Sim. E você acredita, Ziva, que ele tinha coleira e nome? Foi por isso que mamãe queria entregar para o veterinário, disse que talvez alguém o tivesse perdido. Mas ninguém nunca apareceu e eu tô com ele até hoje. – ela parecia feliz enquanto olhava para o cachorro.

— Estranho... – Ziva disse pra mim. Principalmente se ela não tem parentes.

— Mais estranho é terem levado o cachorro embora e ele ter voltado, sendo um filhote.

— Será que ela não tá inventando?

Olhei para ela pelo retrovisor interno. Poderia até ser, mas eu tinha quase certeza que não.

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A chegada no NCIS foi do jeito que eu esperava. DiNozzo e McGee já tinham espalhado o parentesco de Lizzy para todo o prédio, e várias pessoas que trabalharam com Shepard encaravam a menina quando ela passou. Cochichos e sussurros quanto a semelhança entre sobrinha e tia eram ouvidos e até Leon resolveu aparecer para ter certeza da fofoca que chegou nos seus ouvidos. Mas ele não teve tempo de dizer nada, pois no momento em que ele iria abrir a boca para falar algo, Abby entrou correndo na sala do esquadrão gritando, perguntando pela Lizzy.

— Gibbs, Gibbs, Gibbs, Gibbs! Cadê ela? Cadê a Mini Jenny? Tony e McGee me falaram que ela é a cara da Diretora! E eu tenho tanta saudade da Jenny! Cadê?

— Calma Abbs, ela tá...

— Oi Lizzy! Eu sou a Abby! Oh! Você tem um cachorrinho! Que lindo! Qual é o nome dele? Posso te dar um abraço? Meu Deus, você é muito parecida com a sua tia! Sabe, eu adorava a sua tia!

Lizzy parecia completamente perdida com todas as perguntas da Abby e a vi recuar um pouco, lançando um olhar na minha direção, como se pedisse ajuda. E, ao contrário do que pensei, Ice, desta vez não rosnou, apenas começou a abanar sua cauda em direção à Abby.

— Lizzy, essa é a Abby, lembra que comentamos dela?

— Vocês comentaram de mim para ela? Ah! Eu adoro vocês -  e Abby abraçou McGee, que era quem estava mais perto dela.

— Oi, Abby.  –Lizzy respondeu tímida

— Não precisa ficar tímida, Liz. Vamos ser grandes amigas. Qual é o nome do seu cachorrinho?

— É Ice, e ele parece gostar de você – ela notou o cachorro pulando em círculos ao redor das pernas da minha analista favorita.

— É ele gosta mesmo. Mas gosta mais de você! Falando em cachorrinhos, já te contaram que tivemos um cachorro por aqui?

— Não! É sério?

— Sim, foi quando a sua tia estava aqui! E se ela não tivesse me alertado a tempo, Jethro quase teria morrido!

— Jethro? O nome do cachorro era o nome do... dele? – Ela olhou confusa para mim.

— Coisas da Abby, Lizzy. Coisas da Abby!

— E ele ainda está aqui?

— Não. McGee o levou para morar com ele!

— Mas você tem medo de cachorro! – Ela acusou Tim rapidamente – Como você pode ter um cachorro e continuar tendo medo? Que raça que é? Um Chihuahua?

— Um pastor alemão! E foi Jethro quem me atacou!

— E você ficou com ele?

— Por livre e espontânea pressão. – McGee olhou em direção de Abby.

— McGeeeee, ele não tinha onde ficar! Seja compreensivo!

— Então, Jethro, ainda está vivo?

— Só que eu o chamo de Jet...

— E por que você ficou com medo do Ice? Aposto que Jet é do mesmo tamanho dele!

—  Eu ainda tenho medo, ok?

— Você pode trazer ele aqui? – Lizzy pediu, mas Abby fez coro.

— Não?

— Por que? – As duas perguntaram ao mesmo tempo.

McGee ficou encurralado e não sabia o que responder, o que foi um prato cheio para Tony e Ziva.

— Vai decepcionar as garotas assim, McMedroso?

— Tony, aqui é local de trabalho, eu não vou trazer o meu cachorro pra cá! E nós temos um caso para investigar!

— Ok, meninas – apontei para aquela que parecia ser a dupla que colocaria o NCIS abaixo. McGee tem razão. Hora de trabalho. Abbs, acho que você tem evidências para analisar.

— Ah, Gibbs, já está tudo no espectrômetro de massa, a qualquer momento eu recebo os resultados. Só mais uma coisinha, ela pode ficar comigo lá embaixo?

Olhei para a pequena ruiva. Na verdade nenhum lugar era próprio para uma menina tão novinha ficar, mas de todos, o Laboratório de Abby era o melhor.

— Vão.

— E levem o Ice, também! – McGee completou.

As duas só riram em direção ao agente mais novo, contudo Tony.

— Que papelão na frente das meninas, em McApavorado!

— Dessa vez eu concordo com o Tony, Tim! Por que tanto medo do cachorro?

— Senhores e Senhorita – Vance disse – acho que vocês têm um caso de assassinato de um Comandante da Marinha para resolverem e, se vocês quiserem ajudar aquela garotinha, façam isso.

— Sim diretor. – Os três disseram. Eu apenas encarei Vance, mas para a sorte dele, meu telefone tocou e era Ducky me chamando para ir até a autópsia.


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Notas finais do capítulo

Eu só me meto em encrencas nessas minhas histórias! Eita!
Obrigada por ler!
Como sempre, capitulo revisado, mas qualquer erro, confusão ou dúvida, é só falar!

xoxo



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