Red Angel - Lágrimas de um Anjo escrita por Malina Endou


Capítulo 1
Capítulo 1- Declarações


Notas iniciais do capítulo

Yo!!

E começa assim mais uma temporada de Red Angel, com a saga alien em Inazuma Eleven. Bom, como é a temporada mais pequena do anime, não vou dividir a fic em duas temporadas, vai ser tudo em Lágrimas de um Anjo.

Deixo-vos com este primeiro capítulo!



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Malina

—Somos a melhor…

—Equipa do país!

Já o tínhamos repetido tantas vezes que perdi a conta. Era um motivo para estarmos orgulhosos, claro que sim e só devias estar. Derrotamos todas as equipas contra quem jogamos, todos os treinos que fizemos, tudo o que passamos valeu a pena. Todo o sofrimento durante a final, foi compensado e nós somos agora os campeões nacionais. Estava orgulhosa de mim, da minha equipa, dos meus companheiros, e sobretudo dos meus amigos.

—Um sonho tornado realidade. - O Kabeyama, esse, não parava de chorar.

—Já chega. Por quanto tempo pensas continuar a chorar? - o Kurimatsu falava, mas também estava de lágrimas nos olhos.

—Capitão, deixa-me segurar a taça, por favor.

—E eu.

—Eu também!

—Tomem. - O Mamoru acabou por entregar a taça ao Shido, que foi quem pediu primeiro.

—É mesmo pesada.

—É fantástica!

—Deixa-me pegar nela, outra vez. Quero. Quero.

—Eu também. - No entanto, antes do Shido conseguir passar a um outro do primeiro ano, o Jin adiantou-se à frente e tirou-lhe a taça da mão.

—Tão bonita. - Até que todos começaram uma guerra para a pegar.

Ficava feliz por eles estarem tão contentes com o facto de sermos campeões, mas ainda deixavam cair a taça! Não nos iriam dar uma nova, esperava que eles soubessem isso.

—Olha, Goenji. - Assim que ouvi o meu primo falar, voltei-me para os dois – Tu não tens de ir ao hospital? Tens de contar a novidade à Yuka. - Piscou o olhou e sorriu-lhe. Não demorou muito a que os rapazes parassem com a confusão e todos nós prestássemos atenção a ambos.

—Sim. - E sorriu. O Mamoru aproximou-se dele e esticou a mão.

—Obrigado, por tudo, Goenji. - Inicialmente ele ficou a olhar para a mão dele, surpreendido, mas logo o encarou e sorriu. Era lindo ver aquela amizade entre ambos.

—Eu é que te agradeço, Endou. - Os dois encararam-me, deixando-me surpresa – E a ti também, Malina. Obrigado.

—Sim. É verdade. Obrigado. - Senti-me corar, mas deixei de sorrir.

—Oh… Rapazes… - estava difícil conter as lágrimas, principalmente quando olhei à minha volta e vi todos emocionados – E obrigada. - Encarei cada um deles, e delas, obviamente – A todos. Por me aceitarem como mais uma companheira, mais uma jogadora do clube de futebol da Raimon.

Sentia-me tão feliz e sortuda pela equipa onde estava. Não me arrependia um só segundo ter deixado os estado na Europa para voltar para o Japão mal tive oportunidade de o fazer. Não me arrependia de ter entrado para a Raimon e para o clube de futebol. Foram das melhores decisões que já havia tomado. Joguei contra equipas fantástica, ganhei amigos e companheiros incríveis e só podia estar agradecida por isso mesmo.

Era momento de pegarmos nas malas e ir embora. Na Raimon com certeza que já estavam à nossa espera para celebrar. Os nossos pais já tinham ido embora. O meu irmão não me queria largar e ao Mamoru, assim que chegamos perto dele. Chorou tanto como o Kabeyama, ou talvez mais, dizendo o quão orgulhoso estava de nós e do clube de futebol. Fiquei feliz ao ver também o meu pai. Ele tentou conter-se e não chorar, mas lá acabou por fazer um drama e dar uma de pai orgulhoso. A minha não lhes disse nada e limitou-se a sorrir e a dar-me os parabéns. Ela nunca foi muito efusiva, mas sussurrou-me o quão orgulhosa estava. E, honestamente, eu podia jurar ter visto uma lágrima no canto do olho dele.

Só lamentava uma coisa no final de tudo. Enquanto o observar ir embora, só lamentava não ter a coragem que necessitava após vencermos a Zeus. Prometi a mim mesma que se fossemos campeões que lhe iria declarar os meus sentimentos.

Mas como?

Com que cara?

Aqui?

Assim?

À frente de todos?

E se ele não sentir o mesmo?

E se me vir apenas como uma companheira de equipa?

De que forma o irei encarar depois?

Talvez diga que era só uma brincadeira?

—Um. Dois. Três. - Não percebi exatamente de onde vinha aquela contagem, mas logo a seguir senti um grande empurrão nas costas que me fez dar uns passos para a frente. Olhei para trás e vi as nossas três ajudantes de mãos esticadas, antes de se endireitarem e sorrirem para mim.

—Vai lá! - a Haruna piscou-me o olhou, tentando incentivar-me.

—Ele vai embora. Força! - até a Aki?

—És capaz de jogar em campo com ele e cair-lhe nos braços, mas não de te declarar?

Senti a face aquecer bastante. E, antes mesmo de ter oportunidade de falar, eles voltaram-me e tornaram a empurrar-me. Fui até ele aos tropeções e parei junto dele, pousando as mãos nas suas costas para poder parar. Ele logo voltou-se para mim e eu senti como o meu corpo ficava direito e rígido.

—Malina? - encarei-o.

—Goenji… - Senti como as minhas mão tremiam.

—Passa-se alguma coisa? - teria de ser agora. Mesmo que fosse ali, diante de todos.

—Eu… Eu…

Sentia a garganta seca, quase a arranhar e a doer. Parecia que, propositadamente, a impedir-me de falar. Encarei-o, séria. Não podia desviar os meus olhos dos dele por muito que custasse. Inspirei profundamente.

—Eu… Gost… Eu gostaria que comprasses uma flor para a Yuka! - ouvi várias reações atrás de mim, mas o Goenji não lhes pareceu dar atenção, como tal, continuei – Isto é, não te estou a obrigar. Só achei que seria bom uma flor. Ela gosta de flores, não é? Que tipo de flores? Rosas? Margaridas? Ou uma outra. Flores são bonitas e também têm um significado bonito, não? - só então me apercebi que tinha dito tudo tão repentinamente e tão rápido que o deixei boquiaberto - Isto é… Se tu quiseres… Claro. - Encarei-o novamente e ele estava a tentar não rir – Qual… Qual é a graça? - respirou fundo e encarou-me, sorrindo.

—Eu compro, sim. Uma flor, não é? Vou então comprar uma - vi como o seu sorriso ficou mais… Doce – E vou falar-lhe de ti. - Ele estava… Corado? Ele não parecia conseguir olhar para mim como devia ser - Bom, quem deu a ideia foste tu e eu pensei que…

—Sim. Ficaria muito honrada. - Encarou-me, surpreso, mas não demorou muito a sorrir.

—Está bem. - Abaixou-se e tornou a pegar na saco de desporto - Obrigado pela sugestão. - Voltou-me as costas e vi-o ir embora.

Nesse instante dei um grande suspiro. Não podia acreditar que não tinha sido capaz de o fazer. Tinha falhado outra vez. Eu não tinha remédio. Só me bastava ir para junto de todos para podermos entrar na caravana e ir para a Raimon. No entanto, assim que me virei, vi que todos estão a reprovar algo. Seria o que tinha acabado de acontecer. O Natsumi, o meu primo e mais alguns rapazes pareciam desapontados. O Kidou só negava com a cabeça, tal como o Kazemaru. Os do primeiro tinham as mãos estampadas na face, incluído a Haruna. Já a Aki era a única que me sorria, ainda que com algum desapontamento na expressão. O que queriam? Milagres não acontecem.

Não demorou muito para entrarmos na caravana enquanto muitos me olhavam de lado, condenando-me pelo que aconteceu. Só então me apercebi de uma coisa… Desde quando toda a equipa sabia que eu gostava do Goenji?! O Mamoru tinha muita coisa a explicar.

—Vê lá se não cai. É que se cai parte-se e está tudo estragado. - Os rapazes dos primeiro ano insistiram tanto para levar a taça, que o Endou acabou por deixar, tendo-a agora o Shourinji, mas quem reclamava era o Shido.

—Sim. Tem calma.

Olhei para trás, para verificar tudo. De repente, a caravana de um solavanco e só vi a taça saltar das mãos do Shourinji direta para… As mãos do Kabeyama. Senti como o meu coração voltava a bater normalmente. Encostei-me ao banco e vi o meu primo, a meu lado, sorrir, mais descontraído do que eu, enquanto os outros quase tinham um ataque cardíaco por ele.

—Porquê que o Domon e o Ichinose foram embora tão cedo em vez de regressarem connosco?

—Quando o jogo terminou, o Nishigaki ligou-lhes e foram ter com ele.

—É verdade. - Até a Aki sabia – O Domon e o Ichinose disseram que iam buscar o Nishigaki para celebrar.

—Oh, sim. Entendi. Foi uma excelente ideia!

—Fico triste por eles, por tudo o que perderam. Se tivessem ficado, tinham aparecido nas fotografias e tinham participado na entrevista para a televisão. - Claro que o Someoka se iria lembrar disso. Foi dos mais entusiasmados.

—Eles não se importam. O Nishigaki é amigos deles desde que viviam nos Estados Unidos, quando alguém é importante para ti, é normal querer partilhar. - O que o Mamoru disseram fez-me pensar. Deveria ligar aos meus amigos na Europa e contar-lhes a novidade?

—É verdade. Tenho uma vontade enorme de contar aos meus amigos do clube de atletismo.

—Quem diria que nós chegaríamos tão longe. - O Handa bem o podia dizer – Lembram-se de quando a equipa só tinha sete jogadores? - como me lembrava disso.

—Sim. E eu também me lembro quando alguém nos dizia para fecharmos o clube. - O Someoka não perdoava.

—Pois, se estamos a recordar, recordo que o único rival digno do Kidou, era o Goenji Shuya.

—No principio, sim, mas foi depois do jogo amigável contra vocês, que eu descobri o valor da equipa no seu conjunto. - Ficava feliz por saber que tínhamos sido a chave para isso.

—Parece que se estão a esquecer da pessoa mais importante de toda a equipa. - O Megane estaria a falar dele?

—De ti? E o que fizeste? - claro que o Handa não ficou calado.

—Foi a minha espetacular técnica durante o jogo contra a Teikoku Gakuen que levou o Goenji a regressar ao futebol. - Ele parecia bem certo do que dizia – Por isso, o primeiro a guiar a nossa equipa ao maior êxito de toda a história, fui eu, Megane Kakeru. - E também parecia orgulhoso disso.

—Isso é mentira.

—Ele regressou ao futebol por causa da Malina e do capitão.

—Tu desataste a fugir.

—Bastante rápido, até. - Não pude evitar rir um pouco. Eles realmente não perdoavam.

—Eu sabia que este momento acabaria por chegar. É tão bom. - O Mamoru ergueu-se logo.

—Muito obrigado, Aki.

—Então e agora? O que vamos fazer a seguir? Somos a melhor equipa do país, o que acham que vamos fazer a seguir? - não sabia exatamente o que pensar da pergunta da Natsumi, a minha reposta não demorou a surgir-me.

—O que vamos fazer agora. Isso é que é interessante. Ainda restam muitas equipas para nós podermos defrontar.

—Aí sim? E aonde? - assim que o Handa me fez aquela pergunta, toda a minha infância me veio à mente.

—Noutros países. Há por aí muitas equipas, muito fortes, acreditem em mim. Eu conheci jogadores fantásticos que hoje em dia devem estar ainda melhores e seria espetacular defronta-los.

—No mundo…

—No mundo.

—Isso é que é pensar em grande. - Parecia animados com a ideia.

—Pois se é assim tão grande, primeiro tenho de ir ao wc. - Senti como o meu tremia, mas quando olhei para o lado, vi que a culpa era do Mamoru.

—Está bem! - de repente levantou-se, apontando para cima – O nosso objetivo é o mundo! Continuaremos a esforçar-nos para alcançar esta nova meta.

Não ouve um só que discorda-se ou hesita-se na resposta. Sim! O nosso objetivo era o mundo. E também teríamos de contar isso ao Goenji. Ele com certeza que ficaria entusiasmado. Encostei-me à cadeira e pensei nele. Senti o coração tão leve. Não por me ter declaro ou por evitar tê-lo feito naquele momento, mas era como algo de bom, algo de muito bom, tivesse acontecido.


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Notas finais do capítulo

Espero que continuem a acompanhar esta temporada tal como acompanharam as anteriores!

Reviews?!
Kissus!