Meu riso é tão feliz contigo escrita por Katniss Prior Potter


Capítulo 4
Operação cupido


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas! Como estão? Está aí mais um capítulo para vocês ;)



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Estava me preparando mentalmente para quando tivesse que contar ao pessoal sobre meu fracassado encontro. James ficará bem feliz por Thomas não ter consumado as supostas segundas intenções que ele tinha.  Estava lendo um livro quando a porta do dormitório foi aberta e a cabeça de Lene apareceu.

— A gente pode entrar?

Respondi que sim balançando a cabeça e estranhando o fato dela pedir pra entrar, mas assim que a porta se abriu completamente entendi porque ela perguntou. Estavam todos ali, não só as meninas, mas os meninos também. Não acredito que iria ter que contar pra todo mundo de uma vez só.

Acho que ela deve ter percebido minha cara de indignação, pois foi logo falando:

— Eles insistiram em vir, Lily, eu e as meninas não pudemos impedir. – Respondeu com as mãos levantadas como se estivesse se rendendo.

  Não respondi, apenas os encarava, as meninas se acomodaram em suas camas e os meninos sentaram espalhados.

James que resolveu sentar do meu lado em minha cama foi logo dizendo:

— Pode ir desembuchando, Lily.

Apenas revirei os olhos pelo seu tom autoritário e fui direto ao ponto:

— No início do encontro foi legal, ele perguntou coisas sobre mim, falou um pouco sobre ele. Logo de cara percebi que tínhamos várias divergências, mas não me abalei por isso. Continuamos a conversar, mas aí cometi o erro de perguntar sobre o Handebol... – Desatei a falar rápido pra não dar tempo de ninguém interromper, quanto antes falasse, melhor. Contei de Sandra, das lágrimas, tudo que havia acontecido, não deixei passar nada.

— Por fim, decidimos vir embora porque aquele encontro não tinha sentido nenhum. Ele me deixou aqui, pediu desculpas mais uma vez e foi embora, só.

Todos me encaravam boquiabertos até que romperam em gargalhadas, estava esperando isso, é claro. Uns cinco minutos depois Sirius foi o primeiro a falar.

— Eu esperava qualquer coisa desse encontro menos isso – Disse enxugando os olhos das lágrimas de riso.

— Se eu soubesse que Watson era frouxo assim não tinha deixado você sair com ele, Lily. – Lene não sabia se ria ou se ficava revoltada.

— Tenham um pouco de compaixão, pessoal – Remus tentou intervir sem muito sucesso, pois ainda estava risonho – O rapaz está na fossa, precisava de alguém pra desabafar.

— Me poupe, Remus. – Agora Lene parecia um tanto indignada – Ninguém merece a sair com alguém e ter ficar ouvindo suas lamúrias sobre a ex.

— Convenhamos que ele foi bastante insensível e sem noção – Dorcas tinha o mesmo sentimento de Lene – Deve ter sido um saco, Lily.

— Verdade, Lily. Você foi muito paciente com ele – Alice comentou – eu no seu lugar tinha mandado ele se catar e ido embora na hora. Vocês se lembram de Marcus não é?

Marcus foi um encontro que Alice teve ano passado, ele só falava de jogos e ela já sem paciência disse que ia ao banheiro e não voltou mais. Ele a procurou várias vezes depois, mas de tanto fugir ele percebeu que ela não queria vê-lo novamente.

— E eu achando que ele ia dar uns catos na Lily. Sempre o via com garotas achei que se inspirava em mim. – Sirius não perdia a oportunidade de ser convencido.

— Ainda bem que não deu, Lily merece coisa melhor – James falou num tom de voz estranho.

— Confesso que fiquei feliz por ele não ter tentado nada – Comentei aliviada – Com certeza não saberia negar e ainda teria detestado.

— Coitada de você, Lily, ninguém merece ter o primeiro encontro assim – Frank parecia comovido com minha narrativa.

— Sabem que eu nem fiquei tão chateada? Tipo, foi ruim e tal, mas no fim eu fiquei com mais pena dele do que de mim. E outra, o cara estava precisando desabafar, pelo menos no fim das contas eu servi de ajuda. – Não era mentira, eu realmente não estava dando tanta importância assim.

— Isso é muito Madre Teresa de Calcutá pro meu gosto, Lily – Lene discordou – Mas, experiências ruins com encontro todos temos.

— Verdade verdadeira. Todo mundo aqui já saiu com alguém que pisou na bola – Dorcas acrescentou.

Começamos a falar sobre os encontros ruins de cada um e por fim o assunto não era mais eu. Depois de muita conversa os meninos resolveram ir embora, antes porém, James se dirigiu a mim.

— Posso falar com você um instante? – Fiz que sim com a cabeça e ele completou – Lá fora, por favor.

A porta se fechou e eu apenas o encarei, ele parecia desconcertado e demorou um pouco para começar a falar.

— As meninas me falaram que você ficou chateada pelo que falei com você aquele dia – Bocudas, tinham que comentar com ele né -  E eu quero te pedir desculpas pelo modo que eu falei com você.

— Uou, para tudo, James Potter pedindo desculpas? – Disse surpresa. Ele nunca fazia isso.

—  Não é para tanto – Disse sem graça – É só que eu quero que você saiba porque eu disse aquilo.

— Vá em frente.

— Lily, você é muito importante pra mim. Quando vi que você aceitou sair com Watson não gostei mesmo, assumo. Direto o via com várias garotas diferentes e a única coisa que conseguia pensar era: Lily é especial e merece alguém que vá enxergar seu verdadeiro valor, não ficar com alguém que a fará ser só mais uma – Como fico com raiva depois de ouvir isso? Não me culpem por ser apaixonada por James ele é simplesmente apaixonável demais.

Ele continuou.

— Eu não queria que alguém fizesse com você o que eu e o Sirius fazemos com as garotas, quero dizer, você é diferente delas, elas querem e procuram por isso e você não é como elas. Eu realmente tive medo de você se machucar – Seu olhar era preocupado e sua voz saiu mais baixa na última frase como se ele estivesse falando pra si mesmo.

— Entendo sua preocupação, James, mas quero que saiba que eu não sou tão ingênua como pensa. Eu realmente não sou como as garotas que você fica, mas sei que um convite pra ir a Hogsmead ou até um simples beijo em um encontro não quer dizer muita coisa atualmente. Esqueceu que convivo com você e Sirius? Sei que a maioria dos caras não prestam – Disse dando um soquinho em seu braço e tentando soar divertida.

— Hey eu presto sim, viu? – Disse se fingindo de magoado.

— James, você não conseguiria ficar com a mesma garota e só com ela por mais de um mês nem se quisesse – O que é uma triste verdade diga-se de passagem.

— E não quero mesmo – Retrucou e dando um sorriso safado completou – Tantas bocas pra beijar, pra que ficar só com uma?

—Eu vou me abster de responder essa pergunta porque se não vou acabar te dando uns tapas – Realmente era melhor não falar nada ou se não ele poderia perceber que minha chateação era verdadeira.

— Então estou perdoado? – Perguntou referente ao que tinha dito no início da conversa.

— Sim, está. Mas não venha com esse papinho pra cima de mim de novo não, guarde pra você – Falei autoritariamente a apontando o dedo em direção ao seu rosto.

— Okay – Respondeu se rendendo a minha ordem.

Então do nada ele me abraçou e eu fiquei ali sentindo seu perfume. James tinha crescido muito depois dos 14 anos e hoje já estava com mais de 1,80 m. Assim meu rosto ficava em seu peito quando me abraçava. Sei que sou suspeita pra falar, mas James tem o melhor abraço do mundo, quentinho e cheiroso. Por mim ficaria horas ali, mas logo ele se afastou.

— Eu já vou indo, daqui a pouco é o toque de recolher e não estou muito afim de ser pego fora do dormitório – Disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha – Depois nós vamos marcar uma tarde juntos, nunca mais fizemos nossa sessão de filmes e eu estou sentido sua falta, você anda muito distante de mim nos últimos meses.

Realmente estava e de propósito, aquele negócio todo de tentar superá-lo e tal. Mas sempre fomos muito grudados e do nada comecei a me afastar, imagino que ele tenha se sentido mal com isso, não fui completamente justa com James.

Apenas concordei com a cabeça, não estava em muitas condições de falar, pois sua mão agora fazia carinho em minha bochecha. Por fim, ele se aproximou de mim e deu um beijo em minha bochecha, se afastou e disse:

— Boa noite, Lily.

Me deixou ali sozinha com o coração acelerado e as pernas bambas enquanto o observava se afastar.

Entrei no quarto e as meninas já se aprontavam para dormir.

— O que James queria com você? – Lene perguntou mal entrei no quarto.

— Queria me pedir desculpas pelo modo que falou comigo ontem – Respondi dando de ombros.

— E por que você está com o rosto tão vermelho assim? – Dorcas perguntou desconfiada.

— Nada não – Respondi rápido demais.

— Nada? Sua cara diz o contrário, anda desembucha logo – Lene e sua delicadeza.

— É bobeira, vocês sabem como James é carinhoso comigo. Ele só se despediu de mim com beijo na bochecha e um abraço, aí fiquei assim – Respondi dando pouca importância para o assunto para ver se elas mudavam o foco da conversa.

— Se algum dia James te beijar de verdade você morre, Lily – Alice comentou rindo da minha cara junto com as meninas.

— Eu não posso nem negar porque isso provavelmente é verdade – Retruquei rindo também – Mas todas sabemos que isso não acontecerá nunca.

— Sei não hein, acho muito estranho esse grude todo dele com você – Lá vem Lene com suas teorias – Pra mim ele gosta de você e não sabe disso.

— Lene é óbvio que ele não gosta de mim desse modo— Já estava cansada de repetir isso – Se gostasse não teria me dado aquele fora, quantas vezes vou ter que repetir isso?

— Como eu disse ele deve gostar de você, mas não sabe que gosta dessa forma, pois confunde com amizade – Ela estava irredutível – Sei lá só acho muito estranho o cara sempre fazer questão de pegar todas as matérias com você, ser o único que pode sentar com você nas aulas e ficar abraçando e dando beijo sempre que te cumprimenta ou se despede de você.

— Colocando assim é estranho mesmo – Disse Dorcas. Agora ela e Alice concordavam com Lene.

— Ele sempre foi assim, meninas. Ele é carinhoso, é algo dele – Disse com uma paciência que não estava tendo no momento – Vocês não conhecem a família dele, lá todos são assim, abraçam e beijam o tempo todo. Mal te conhecem e já dizem que te amam.

— Mas ele só é assim com você, Lily, pelo menos aqui – Alice pontuou.

— É porque vocês não dão liberdade pra ele trata-las assim – Retruquei – Além do mais não é só comigo não, já vi ele assim com várias garotas por aí.

— Mas lá o interesse é outro, Lily – Lene não dava o braço a torcer por nada.

— Pois bem, achem o quiserem – Me rendi – Mas eu não acredito nisso e nem ouso acreditar, já aceitei que ele não quer nada comigo e fim de papo.

— Como quiser – Respondeu Lene encerrando assunto.

Cada uma foi para sua cama e apagamos as luzes. Quando já estávamos todas em silêncio ouço Lene dizer com uma tom de voz que parecia decepcionado.

— É, não foi dessa vez que Lily perdeu o BV – Por fim todas rimos de sua observação.

Antes de dormir contei sobre o encontro para minha mãe pelo Whatsapp. Ela e meu pai ficaram realmente decepcionados por não ter dado certo, mas acabaram achando a situação toda muito engraçada.

Gosto muito de domingos, embora não seja um dia de muito descanso, era o dia oficial de treinos da escola. Todos que praticavam esportes ou estavam em alguma atividade extracurricular que ocupavam suas manhãs exatamente com essas atividades. Haviam outros dias da semana de treino que ficavam a critério dos treinadores. Eu pratico Muay Thai nas terças além dos domingos. Luto apenas por esporte mesmo, não faço parte dos campeonatos, simplesmente não sei lidar com a pressão que a competição gera então eu apenas treino por treinar mesmo. Sem contar que adoro poder dar uns bons socos e chutes depois de uma semana estressante de aulas, reduzia meu estresse a 0.

Nesse momento estou toda suada após uma série de exercícios exaustivos quando avisto Sirius acenando pra mim do outro lado do salão, sem entender fui em direção a ele.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntei assim que cheguei a uma distância em que ele poderia me ouvir.

— Lene pediu pra eu te chamar, disse que tem algo urgente para conversar com gente. Seu treino já acabou? – Ele também estava suado e detalhe, sem camisa. Sirius junto com James, que era o capitão, fazia parte do time de futebol, os dois eram os melhores do time por isso eram tão populares e desejados pelas meninas. Então nesse momento eu estava sendo alvo da inveja de grande parte da população feminina de Hogwarts por estar na companhia de Sirius sem camisa. Ele realmente é bem gato, mas ainda preferia James.

— Sim, já acabou. Você tem alguma ideia do que Lene quer com a gente? – Perguntei curiosa.

— Não faço a mínima, só lembro dela citar algo de operação cupido – Disse com uma cara confusa. Pelo que ele falou comecei a ter uma ideia do que Lene queria com a gente.

Nos encaminhamos para o vestiário da quadra que os meninos jogavam, James estava parado lá na porta, também sem camisa e suado após o treino. Eu nunca me acostumaria com essa visão e também não deixaria de ficar mexida com ela.

— Olá, Lily – Disse James com seu sorriso de sempre e beijando minha testa como sempre fazia.

Murmurei em resposta um oi abafado atordoada demais com sua proximidade.

— Vamos entrando que ela disse que já que está vindo – Disse Sirius abrindo a porta do vestiário.

— O que será que ela quer falar conosco? – James me perguntou parecendo estar curioso.

— Sirius disse algo sobre operação cupido, mas não estou sabendo de nada também – Respondi dando de ombros.

Mal nos sentamos para esperar e Lene chegou ofegante parecendo ter corrido para chegar ali.  Observamos ela retomar o ar em silêncio até que resolveu matar nossa curiosidade explicando o motivo de haver nos chamado.

— Eu chamei vocês aqui porque eu tenho um plano para juntar Dorcas e Remus e também Alice e Frank – Disse Lene parecendo empolgada – Mas antes eu preciso saber de vocês, meninos, Remus e Frank realmente estão afim das meninas ou nós estamos enganadas em nossa suposição?

— Mas por afim Lene quer dizer realmente apaixonados, pra namorar sério – Acrescentei a sua pergunta. Precisávamos saber o que eles sentiam de verdade se não nossas amigas sairiam machucadas dessa história.

Os meninos se entreolharam e James começou a falar.

— Bom, Frank está sim, muito. Na verdade já faz muito tempo que ele está na dela, quando disse que ele falava o nome dela durante a noite não estava mentindo. Só que ele é tímido demais quanto a isso, vamos ter trabalho em fazê-lo se declarar.

—  Remus nós temos certeza que sim, porém ele nunca falou nada abertamente. Embora nós já tenhamos sugerido isso ele sempre desconversa – Completou Sirius.

— E como ele e a Vance estão? – Lene perguntou.

— Não estão. Ele nunca consegue ficar sério com alguma garota, não que ele já tenha tido muitas, ele sempre diz que não teve química. – James respondeu parecendo não entender Remus – Isso é o que nos faz achar que ele gosta de Dorcas, fora que ele sempre a elogia.

— Sempre cita ela em conversas aleatórias e fica a olhando de longe quando acha que ninguém está vendo – Emendou Sirius.

— Certo, com ele nós vamos ter um probleminha, pois ele precisa admitir o sentimento, mas pelo menos sabemos que existe algo – Disse lene pensativa.

— Então primeiro nós focamos em Alice e Frank. Enquanto isso fazemos Remus admitir que está apaixonado por Dorcas e aí executaremos o plano com eles – Concluí – E o que você tem em mente, Lene?

— Confesso que minhas ideias não são das melhores, mas acho que podem dar certo – Lene parecia meio sem graça – Temos três opções: armar um jogo de verdade ou desafio, combinar um encontro dos dois ou trancá-los em uma sala até que eles se resolvam.

Eu não participaria de um jogo de verdade ou desafio com Sirius nunca, essa ideia eu não deixaria acontecer.

— Verdade ou desafio não, jamais daria certo, de jeito nenhum – Disse negando veementemente a ideia.

— Oras, Lily, porque essa objeção toda com o jogo? – Sirius perguntou com um sorriso sugestivo – Com medo de revelar alguns segredos? Eu achei a ideia ótima.

— Não estou com medo de nada, Sirius – Isso era uma grande mentira – Só acho que se Frank é tímido essa brincadeira não vai rolar e outra acho que o momento deles tem que ser só entre eles e não assistido por mais seis pessoas.

— Tenho que concordar com Lily – James comentou e dando um sorriso completou – Embora tenha achado a ideia do jogo muito divertida.

Lene pareceu ponderar os argumentos e pareceu considerar o meu mais coerente.

— Certo, então a ideia do jogo está descartada para tentar juntar o Frank e a Alice – Acho que nunca senti tanto alívio – Sobra as outras duas opções.

— Eu voto por trancar eles numa sala. Lembra do que dissemos sobre ambientes propícios para rolar um clima? Vai dar muito certo – Sirius opinou.

Ninguém pareceu concordar muito com ele. Então depois de pensar resolvi opinar.

— Vamos fazer assim. Por alguns dias vamos mandar bilhetes anônimos, tipo: elogios, poemas românticos, declarações e coisas do tipo. Mandamos tanto para Alice quanto para Frank. Claro que os dois vão ficar mexidos e vão tentar descobrir quem é, então por fim nós mandamos uma carta para ambos e no conteúdo vamos revelar que os autores dos bilhetes na verdade eram eles, Frank e Alice, e marcar o encontro. Lá eles vão descobrir que na verdade nenhum dos dois mandou nada, mas aí já vão ter que se resolverem sozinhos. O que acham?

— Adorei a ideia – Lene não se aguentava de empolgação – Acredito que vai dar muito certo.

— Também gostei viu, achei bem a cara dos dois – James comentou.

— Achei meio meloso esse negócio de bilhete romântico – Sirius fez uma careta – Mas acho que pode dar certo.

— Eu acho fofo, adoraria receber um bilhete assim – Comentei sonhadoramente, mas corei rapidamente ao perceber o que havia dito – Quer dizer, seria legal, mas quem precisa disso né?

Eles riram da minha cara e eu corei mais ainda.

— Beleza, mas como faremos para Remus admitir que gosta de Dorcas? – Lene retomou o assunto.

— Ciúmes – Disse Sirius brilhantemente – Eu posso começar a sugerir que estou afim de Dorcas e que planejo ficar com ela. Quando percebermos que ele não está gostando a gente encurrala ele e o faz admitir.

— É uma boa ideia, Sirius – Lene disse surpresa como se não esperasse aquilo vindo dele.

— Mas é claro que é – Sirius respondeu com um ar ofendido como se não tivesse gostado do tom de Lene.

Antes que eles iniciassem seus habituais embates verbais eu os interrompi.

— Já que já pensamos em tudo, podemos ir não é? Quero muito banhar e ir almoçar – Disse ansiosa pra sair dali.

— Sim, podemos. Mas antes, quando colocaremos nosso plano em prática? – Lene perguntou.

— Hoje mesmo já podemos começar a mandar os bilhetes e Sirius já pode começar a agir de forma suspeita com Dorcas – James respondeu como se já tivesse pensado naquilo.

— Beleza, mais tarde entrego pra vocês o bilhete que vão colocar nas coisas de Frank – Disse Lene enquanto nos levantávamos e saíamos e virando-se para Sirius disse de forma dura – E nada de tentar se aproveitar de Dorcas de verdade, é só pra fingir que está interessado.

— Quem você pensa que eu sou? – Rebateu Sirius e então os dois começaram a discutir sobre o caráter duvidoso de Sirius segundo Lene.

— Eu acho que futuramente eu e você vamos ter que nos unir pra juntar esses dois – Disse James dando uma risadinha.

Rindo também, comentei.

— Sabe, se Sirius não fosse tão cafajeste eu poderia jurar que ele gosta de Lene.

— Olha ela definitivamente mexe com ele – Ele disse em um tom mais baixo – Ele mesmo assumiu isso pra mim, mas disse que prefere a vida de solteiro.

Fiquei de boca aberta ao ouvir isso.

— Jamais imaginei que Sirius Black diria algo do tipo – Nem se quer algo remotamente perto disso.

— Eu também fiquei muito surpreso quando ele me disse – E olhando para os dois completou – Eu realmente torço que eles fiquem juntos algum dia.  

— Não acha isso meio difícil de acontecer? – Perguntei duvidosa.

— Todos nós temos que tomar jeito um dia não é, Lily? – Perguntou me olhando profundamente nos olhos, engolindo em seco respondi.

— Se você diz.

E como seus braços sobre meus ombros nos encaminhamos para os dormitórios para banhar e depois almoçarmos. Quando eu e Lene entramos Dorcas e Alice já estavam lá e de banho tomado.

— Onde vocês estavam? Demoraram hein – Dorcas perguntou com certa desconfiança.

— Sirius precisava de ajuda para fugir de uma garota, resolvemos ajudá-lo – Lene desconversou pensando rápido em uma desculpa. Sorte a nossa que elas não insistiram no assunto, não sou boa com mentiras.

Lene e eu nos aprontamos e fomos almoçar.

Durante o almoço Sirius começou com seu plano de fazer ciúme em Remus.

— Dorcas você mudou alguma coisa em seu cabelo? – Ele perguntou depois de tê-la encarado por um tempo.

— Hmm... Sim eu cortei um pouco a minha franja, mas nada de mais – Respondeu meio sem jeito ficando um pouco corada.

— Ficou muito bonito, valorizou a beleza do seu rosto – Sirius disse galante, mas supreendentemente gentil piscando ao final da frase.

Dorcas ficou mais corada ainda e murmurou um obrigada em voz baixa. Remus encarou Sirius com uma sobrancelha arqueada tentando entender o amigo, mas não disse nada ali na mesa.

Mais tarde naquele dia Lene e eu escrevemos os primeiros bilhetes para Frank e Alice. O que entregaríamos para ele continha a seguinte frase de Shakespeare:

Duvida da luz dos astros,

De que o sol tenha calor,

Duvida até da verdade,

Mas confia em meu amor.

Um pouco apelativa? Talvez. Mas entramos nesse jogo pra ganhar, então ou Frank e Alice saem disso sendo namorados ou não nos chamamos Lily Evans e Marlene Mckinnon. Para o bilhete que entregaríamos a Alice colocamos uma frase de Orgulho e Preconceito:

Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente.

Satisfeitas com nosso trabalho corremos para encontrar James e Sirius que estavam no dormitório masculino e por sorte estavam sozinhos.

— Um pouco romântico demais não acham? – Perguntou Sirius com cara de nojo após ler o que escrevemos.

— Ah, meu caro Sirius, você não compreende o que um coração apaixonado é capaz de sentir – Disse dando tapinhas em seus ombros como se prestasse condolências a ele.

— Ainda bem – Respondeu com evidente desgosto à menção da palavra apaixonado.

Revirando os olhos para sua insensibilidade sugeri que já podíamos colocar o bilhete nas coisas de Frakk aproveitando que ele não estava ali.

— Onde podemos colocar? – Perguntou Lene ponderando o melhor lugar para Frank achar o bilhete.

— Acho que dentro da mochila ou do caderno. Provavelmente ele só lerá amanhã, mas se colocarmos em algum lugar aqui do dormitório ele ficará pensando em quem poderia ter invadido aqui – Respondeu James parecendo ter pensado no caso.

— Bem pensado, vamos colocar no caderno – Disse Lene pegando a mochila de Frank e abrindo.

Saímos dali antes que os outros chegassem, mais tarde também colocamos bilhete no caderno de Alice, estava dada a partida.

Que comece a operação cupido!


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Notas finais do capítulo

E aí, acham que esse plano vai dar certo?
Fiquei feliz ao ver muita gente acompanhando a história, mas não deixem de comentar é super importante pra mim saber a opinião de vocês. Beijos e até o próximo =)



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