O último Uchiha escrita por LiteraHue


Capítulo 12
O ninja sem rosto


Notas iniciais do capítulo

Boa viagem!



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"A luz no final do túnel é aquilo que você temeu a sua vida inteira... A solidão". — Obito

 

 

 

 

Dois anos.

 

Dois anos desde a minha última aparição, desde a luta que ocasionou a morte da minha Ayumi. Dois anos desde o dia que me tornei a desgraça da aldeia e a desolação dos meus antigos amigos.

Faz dois anos desde o dia em que me tornei o que eu mais temia. Aquele acontecimento me marcou de tal forma que fiquei um bom tempo parado. A vontade de morrer era violentamente grande e por pouco, não me deixe levar por esse desejo. Porém, se continuasse vivo, deveria continuar fazendo as minha obrigações.

 

Mas como, se a vergonha de uma derrota oculta me assombrava tanto?

Já não me sentia à vontade com o rosto inoculto. Seria preferível tê-la matado com uma máscara, para que ela não soubesse o quão doloroso foi, não visse meu desespero e minha angústia por tê-la atingido.

Então, foi isso que fiz. Tomei a decisão de esconder meu rosto, para que nenhuma das minhas vítimas vissem a face da morte, o rosto de alguém que sabe o quanto seu trabalho é um fardo muito doloroso. Uma calça preta e uma camisa, também preta, fina como véu. Uma capa preta envolvia meu corpo e seu capuz cobria minha cabeça.

E a máscara... A face de um lobo talhada em madeira, preta também. Assim eu me vestia e me comportava. Como um lobo solitário, que apenas acumulava presas, para esquecer seu passado doloroso.

 

Agora, Daisuke estava morto. Um novo assassino surgiu: O ninja sem rosto.

 

 

Não foi difícil recuperar meu status e fazer ainda mais; a morte dela me fez subir para o topo da lista de criminosos classe S. Sem querer me gabar, mas eu era o mais perigoso de todos, e mesmo depois de toda essa história, demoraram-se décadas, até aparecer alguém que ousasse chegar ao meu pódio - como se eu devesse me orgulhar de tal reputação.

Como sempre, o universo sempre me coloca contra a parede, deixando-me confuso quanto à razão da minha existência. Afinal, eu jurei que protegeria aqueles que eu devo matar.

Primeiro, a Ayumi... Ela de longe, era a pessoa que menos precisaria da minha ajuda, mas que mesmo assim, eu me sacrificaria sem pensar duas vezes, por ela.

Agora, uma nova missão surge; Devo voltar para minha antiga aldeia e devo fazer o que me foi ordenado. Meu próximo encargo deveria ser durante a noite, quando todos estivessem dormindo e eu deveria ser o mais discreto possível. O problema é que...

 

 

— Droga...

 

 

Desde pequeno...

 

 

— Primeiro erro...

 

 

... Ser discreto nunca foi uma das minhas maiores habilidades.

 

 

— Pare!! - Uma voz conhecida ordenava. O peso da agonia daquela voz e do sangue que escorria em minhas mãos era grande demais, até pra mim. Não estava cansado, muito menos ferido. Essa missão foi de longe a mais fácil, mas... Eu sentia meu corpo atrofiando a cada passo. - Mostre seu rosto, desgraçado!!

 

 

A ânsia por respostas do jovem era intensa. Ele não parava de correr atrás de mim e eu já estava farto daquela perseguição ridícula. Eu não tinha medo do meu futuro e o presente sempre foi uma dádiva pra mim, mas o passado...

 

 

— Quem é você?! - O rapaz continuava. Eu corria em silêncio, não queria dar explicações a ninguém. - Porque você fez isso?!

— Segundo erro... - Corri na direção errada, em direção as montanhas. Na minha frente estava uma grande muralha de pedra. Abaixei a cabeça e respirei fundo.

 

 

Estava encurralado.

 

 

— Não tem para onde fugir! - Katashi gritou, com tanto ódio que parecia que iria explodir. - Porque você matou meu pai?!

— Não lhe devo explicações.

— Então eu terei que arrancar da sua boca, Ninja sem rosto! - Katashi falou, dando ênfase ao meu novo título.

— Sabe quem eu sou, então sabe que nem esse paredão, muito menos você conseguirão me parar.

 

 

Eu realmente achei que ele saberia quem sou só por sentir meu chakra, até lembrar que fiz alterações na voz, através do chakra e que depois da minha drástica mudança, ele exalava uma morte tão dolorosa que algumas vezes, eu mesmo tinha a sensação de estar morrendo. 

 

 

— Como se eu soubesse o que é viver...

 

 

 

Virei-me para ele e olhei em seus olhos. Estavam pesados, ele ainda chorava e não parecia se importar com o sangue que cobria boa parte do seu corpo. Mesmo assim, ele insistia em travar uma batalha comigo.

 

 

— Lute comigo, agora! - Ele gritou com tanta raiva que deixaria qualquer outro com medo.

— Você não pode me vencer, garoto. Meus poderes vão muito além da sua compreensão. - Falei em tom forte, torcendo para que ele desistisse e para que eu não tenha mais sangue inocente em minhas mãos.

— Eu já estive face a face com a morte. Você não me surpreende.

— Ele estava se referindo a mim? - Ri com essa afirmação, quanto lisonjeio saber que eu fui a pior experiência do meu grande amigo Katashi, que emanava ódio pelos olhos, com seus punhos trêmulos. Mesmo assim, o medo escondido por trás das lágrimas era plenamente visível.

— Faz bem reencontrá-la às vezes. - Ironizei, deixando-o confuso.

— Cala essa boca! - Ele berrou, pegando sua kunai. - Você não passa de um ser desprezível, uma aberração, não merece nada! Somente a morte!

— Eu sei... - Sussurrei. Ele correu em minha direção e com apenas uma kunai me atacou com dezenas de golpes simultaneamente. Seus golpes eram rápidos, precisos e fortes. Bem mais, do que há dois anos atrás.

 

 

Talvez, ele também estivesse entorpecido pelo ódio e pela sede de vingança...

 

 

— É fácil desviar dos seus ataques... Mas sua fúria o deixa mais ágil e forte a cada golpe, tanto que alguns dos seus movimentos são imprevisíveis sem o Sharingan... Preciso tomar cuidado.

 

 

Ele não precisou de nenhum jutsu, sua sede pelo meu sangue era tão grande que me fez suar apenas com uma kunai. Contudo, isso jamais seria suficiente para me derrotar, nada era capaz de me derrotar.

 

Minha missão era simples: Entrar, matar e sair. Qualquer ninja intrometido que se metesse em meu caminho, devera ser aniquilado.

Sem hesitação.

 

 

​- Terceiro erro...

 

 

Nem sei quantas vezes eu hesitei naquela noite. Ele não queria me deixar ir. Estava pronto para dar a sua vida para vingar a do pai. Mas, eu não. Eu não estava pronto para tirar a sua vida, nunca estive pronto para nenhuma dessas missões.

 

Ele avançou, ainda com a kunai na mão direita e, depois me esquivar do seu ataque, ele me acertou, com um murro de esquerda, na cara.

 

 

— Fraco.

 

 

Num deslocamento veloz, posicionei-me atrás dele e coloquei a palma da minha mão no meio de suas costas, antes que ele pudesse se defender.

 

 

— Kuchiyose no Jutsu! Jutsu de invocação!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Até o próximo capítulo!
Tchau!



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