O último Uchiha escrita por LiteraHue


Capítulo 11
Mangekyou Sharingan


Notas iniciais do capítulo

O drama está chegando ao fim, vocês estão prontos?
Boa viagem!



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Se você não gosta do seu destino, não aceite. Em vez disso, tenha a coragem de o mudar do jeito que você quer que seja. — Naruto

 

 

 

 

Então essa é a última cena.

 

Dois melhores amigos, agora dois inimigos mortais, prontos para darem um fim, na história que durou toda a vida de cada um deles. Um golpe certeiro, fatal. Rápidas lembranças passam em minha mente, enquanto eu observo seu corpo chegar cada vez mais perto da morte.Tarde demais, não há volta. Eu já podia sentir a dor da perda do meu irmão.

 

Fechei os olhos, ele deve ter feito o mesmo, tentando ao máximo aceitar seu trágico destino. Pude sentir a carne rasgando em minhas mãos, o sangue sendo aspergido em meu rosto e seu último suspiro.

 

Abri os olhos lentamente.

 

 

Nunca senti tanta dor em minha vida.

Perdi o completo controle do meu corpo, meus olhos arregalaram e se encheram de lágrimas. Arranquei meu braço do peito do corpo que me olhava com tanta ternura. De sua boca, caíam gotas de sangue e mesmo assim, um doloroso sorriso expressava a realização de dar sua vida no lugar de alguém tão querido.

 

 

— Ayumi... – Sussurrei trêmulo, vendo seu frágil corpo cair no chão. Num lapso de coragem, ela pôs-se na frente do Katashi, poupando-lhe a vida. – V-você... N-não...

 

 

Afastei-me cambaleando. Um dor de cabeça começou a crescer e crescer, tornando-se insuportável.

 

 

— Não, não! Ayumi! – Katashi gritou em choque. Pus minhas mãos na cabeça, gritando de dor. Minhas mãos tremiam fortemente e meus olhos começaram a arder de maneira assombrosa. - Daisuke! O que foi que você fez?! – Katashi berrou, segurando-a em seus braços. Um líquido quente, queimava minhas bochechas...

 

 

Sangue... Era o que escorria como lágrimas em meu rosto. Tudo o que queria era sair daquele inferno, porém minhas pernas paralisaram, o pânico tomou todo o meu corpo. A imagem da minha querida Ayumi morta não saía da minha cabeça, fazendo-me perder todas as forças que conseguia reunir para correr.

 

 

— Katashi! – Ouvi uma voz um tanto familiar. Chinatsu, uma de nossas colegas de classe na academia vinha correndo em nossa direção, acompanhada de outra ninja médica que eu... Nunca vi, eu acho.

— Chinatsu, por favor!! – Katashi implorou, segurando o corpo da Ayumi. A médica de cabelos curtos correu para tentar ajudá-los. Meus gemidos de dor atraíram a atenção da outra ninja.

 

 

A exaustão era imensurável e a dor me sufocava rigidamente. Desejava a minha própria morte, mas nem isso seria capaz de trazê-la de volta. Minha cabeça parecia explodir e uma enxurrada de calafrios me fazia tremer.

 

 

— Ei! Acalme-se! – A ninja aproximou-se. – A gente vai t...

— Não toque em mim!! – Grito, apertando seu pulso com toda minha força. Estava descontrolado. Olhei no fundo de seus olhos, vendo sua admiração e espanto.

— Isso... I-isso é um...

— Saia de perto de mim! – Gritei mais uma vez, furioso, afastando-a com um golpe no estômago. Ouvi seu grito de dor e a assistir caindo de joelhos, cravando os olhos em mim, logo em seguida.

— Katashi, faça alguma coisa! – Chinatsu implorou. – Acorde!

— Mas... A Ayumi...?

— Não se atreva a falar o nome dela! – Gritei pela terceira vez, só que com potência maior. 

 

 

A dor na cabeça começou a ficar mais aguda, a ponto de me deixar tonto. Eu não poderia ficar parado ali, precisava sair daquele local o mais rápido possível. Dei alguns passos para trás...

 

 

— Não o deixe fugir! – Chinatsu ordenou.

— Mas, eu... Eu não consigo... – Katashi balbuciou lamentando-se.

— Você é único que consegue. - “Você é o único que consegue”. Como nos velhos tempos...

 

 

 

"- Você sabe que eu sou o único que consegue te alcançar!"

 

 

 

Não era uma boa hora para duvidar dele. Nos entreolhamos e pude ver, em suas feições, a decisão que acabara de tomar. Ou eu corria, ou seria um homem morto. 

Apertei o passo o mais rápido que pude. Corria, tentando ignorar os fortes calafrios que me pegavam de surpresa, meus pés nunca vacilaram tanto. Para completar, a técnica espada de fogo havia tirado tudo de mim. De qualquer forma, eu não conseguiria correr com tanta rapidez.

Num instante, um muro de pedra brotou do chão, fazendo-me colidir contra ele. Katashi corria logo atrás de mim, exalando ódio. Ele parou, me encarou e balançando a cabeça negativamente pôs-se a chorar.

 

 

— Era isso o que você queria?!

— Isso foi escolha dela. – Falei friamente, de costas para ele. Não podia deixar com que ele me visse vacilando novamente.

— Isso é culpa sua! Tudo isso por poder, Daisuke!? – Ele gritou, com a voz rouca. – Como sempre, tão insolente! Conseguiu despertar seu maldito Mangekyou as custas da vida da pessoa que eu mais amava, conseguiu destruir nossas vidas e agora foge como o completo covarde que sempre foi!

— Isso foi esc...

— Cale essa sua boca imunda! – Katashi me interrompeu. – Eu não quero ouvir mais uma palavra sequer! – Virei-me para ele, seus olhos cravaram meu rosto sujo de sangue. – Eu a amava, Daisuke.

 

 

Um silêncio avassalador pairou por alguns segundos. Essas palavras foram como flechas que acertaram meu coração.

 

 

— Olhe para mim, Daisuke... – Ele ordenou. Fui tentado a negar seu pedido, tentado a pular aquele muro e nunca mais voltar. Entretanto, que resto de dignidade eu teria fugindo como um completo covarde? – Olhe para mim!

 

 

Devagar, dei meia volta e fixei meu olhar nos dele. A princípio, seu semblante demonstrava uma curiosidade insaciável, como se estivesse esperançoso, como se esperasse por um milagre. Contudo, isso logo acabou. Suas expressões se tornaram frias e vazias, se tornaram como um rio seco. Eu viu o sentimento de derrota e seu desejo pela morte e emanava dele. Seu desejo pela minha morte.

 

 

— Seus olhos... – Ele engoliu o seco. – Eles... Estão... Diferentes. – Suspirou, sussurrando pausadamente. O que ele quis dizer com isso?

— O que você quer, Katashi?

— Quero te parabenizar. – Lágrimas começaram a correr pelo seu rosto novamente. Ele forçava um sorriso sádico, enquanto batia palmas vagarosamente. Suas expressões me assustaram, mais até do que a imagem da Ayumi caindo no chão.

— Eu não entendo.

— Mangekyou Sharingan. – Ele falou, repetindo a entonação que usei tempos atrás. – Cumpriu seu objetivo. O poder do Mangekyou Sharingan... Pela vida do seu melhor amigo.

 

 

O que ele quis dizer com isso?! O Mangekyou havia despertado? Isso significava então que... A Ayumi estava morta. Um desconforto enorme tomou meu peito. Katashi, ainda com aquele falso sorriso na cara, olhou pra baixo, negando toda aquela dor com a cabeça.

 

 

— Estou curioso, Daisuke. O Mangekyou despertou, mas... Eu ainda estou vivo.

 

 

Fiquei em silêncio.

 

 

— Onde ele quer chegar com isso?

— E quem nos conhece sabe muito bem que, nem de longe a Ayumi te considerava como melhor amigo... Na verdade, Dai – Ele ironizou – Ser considerado parceiro de equipe era muito pra você.

 

 

Suas palavras rudes me atingiram de um jeito assombroso. Dei um passo para trás, pude ver o olhar sádico que ele transmitia.  Eu nunca o vi assim.

 

 

— Significa então que o Mangekyou pede muito mais que uma simples amizade... Até por quê, você sempre soube que sua presença nunca foi algo inestimável para ela. Você sempre foi tão substituível... – Ele riu. Engoli todas as suas palavras, precisava ser forte, não poderia errar mais. A morte da Ayumi já era mais que o suficiente. - O verdadeiro pedido do dojutsu não é simplesmente a vida de um amigo... É a vida de alguém que você ama.

— Você não sabe do que esse poder é capaz...

— Eu sei, muito bem! Sei que ele é capaz de perverter até o coração mais puro! Que é capaz de fazer com que uma pessoa troque a vida de outra por um poder idiota! Que é capaz de fazer com que acreditem cegamente nas suas próprias convicções, ignorando o poder de escolha do outro! Capaz de matar a mulher que eu mais amei em toda minha vida!

— Você não s...

— Você é um monstro, Daisuke! – Seus olhos encheram-se de lágrimas de novo. – Você também a amava, não amava? E foi capaz de trocá-la por... Isso. – Ele apontou pra mim com desprezo. – Fez uma ótima escolha.

 

 

Ele abaixou a cabeça, suspirando e lamentando as suas últimas palavras.

 

 

— Vá embora... E não ouse pisar nessa aldeia novamente. – O pesar no seu coração estava claro através da sua voz. - Eu não terei piedade da próxima vez.

 

 

Todos nós perdemos uma parte de nós um dia e aquele dia, foi a minha vez e a de Katashi. Todo e qualquer tipo de laço que tínhamos até aquele momento se partiu.

 

Missão cumprida.

 

Agora, meu caminho era definitivamente sem volta. Não poderia olhar para trás, mesmo se quisesse.

 

 

— Você a amava, Katashi? – Murmurei olhando para baixo, ofegante. Essas palavras realmente me irritaram. Fechei os punhos e foquei em seus olhos novamente. – Vai se arrepender por isso.


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Notas finais do capítulo

Que final de partir o coração, ein?
Um aviso aos senhores passageiros; A partir daqui, haverão algumas modificações, pequenas frases que não interferem na história, mas decidi alterar, para que os mais espertos conectem um ponto ou outro, hehe
Então, se você acompanha ou acompanhou a história pelo wattpad ou pelo spirit, fica ligado nas dicas que aparecerão!

Fiquem de olho!

Um beijo e até mais!
Tchau!



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