Nevasca escrita por Feer


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos à minha nova história. Espero que gostem!



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— Você só pode estar brincando com a minha cara. 

A voz da platinada crescia conforme discutia com a administradora da escola. Suas unhas estavam encravando na palma de suas mãos conforme cerrava mais os punhos, que tinham uma tonalidade rosa, contrastando com a pele claríssima da garota de grandes orbes azuis. A outra, por vez, mantinha a calma. 

— Minhas mãos estão atadas, Nix. Seu padrinho quem pediu a transferência, eu só encaminhei e estou te passando a mensagem

Só porque afundou a cabeça daquela garota no vaso sanitário, tinha que ser transferida? Ela nem sequer a humilhou direito. Não via motivos para Henry fazer isso com ela. Sem sequer perguntar sua opinião antes.

— Você pode pegar então esse seu diploma de mensageira e enfiar no meio do seu rabo! — a fúria tomava conta de seu corpo. — Eu vou cair fora. — pegou a alça da bolsa jogada no chão e saiu, quase quebrando a porta ao fechá-la atrás de si. 

Caminhou com os pés pesados até seu armário, abrindo-o e socando todos os seus pertences na bolsa, ainda processando o ocorrido. Ter rasgado as roupas daquela menina não era para tanto. "Mas ela mereceu!" revirando os olhos, assustou-se com a presenta inusitada de Pandora, sua única amiga naquele colégio. Ao fechar o armário com força, vislumbrou o rosto da morena, que mantinha sua feição neutra. 

— Ok. Quero saber tudo. Carona para a casa? 

Nix aceitou e, durante o percurso, contou à ela tudo o que sabia sobre sua transferência. Iria para um internato, a trinta quilômetros da capital da Alemanha. Só poderia sair de lá nas férias e tinha direito à visitas apenas em alguns feriados. 

Despediram-se assim que o Camaro Azul da amiga estacionou na frente da casa de strippers. Por mais excêntrico que seja, Nix nasceu e cresceu naquele lugar. Agradeceu Pandora, entrando no estabelecimento pela porta da frente. Passou direto pelas moças que ensaiavam para a apresentação da noite, ouvindo até mesmo uma delas dizer "alguém está de mau humor hoje" enquanto atravessava a cortina de miçangas cristalinas, subindo a escada caracol e indo direto ao escritório do padrinho.

Antes de sair quebrando tudo, bateu três vezes na porta, esperando a permissão para entrar. Embora estivesse furiosa com o homem, repeitava sua privacidade da mesma forma que ele fazia com ela. 

— Pode entrar. 

A platinada voltou a jogar a bolsa no chão assim que adentrou o cômodo, encarando o padrinho de forma agressiva. Ele, por outro lado, mantinha uma expressão calma. O corpo escultural do homem de quarenta anos descansava em uma cadeira giratória enquanto os pés mantinham-se apoiados na grande mesa executiva. Os cabelos pretos estavam penteados assim como tinha a barba baixa, recém aparada. Os olhos castanhos, contrastantes com sua pele clara, encaravam a enteada enquanto o mesmo fazia um sinal para que ela se sentasse, as roupas executivas impecáveis, sem nenhum amasso.

— Não me venha com essa calmaria, seu charlatão de quinta. 

— A senhorita poderia se acalmar? Eu não posso te escutar se você sair balbuciando coisas sem sentido para mim. Reformule, por favor. — a seriedade dele era notória, tanto quanto a tiração de sarro. 

— Henry Schmitz. Como você teve a capacidade de me trair ao ponto de me jogar em um internato? Eu estava me comportando. 

— Nix Eriksen. Você tem que aprender a controlar a sua raiva. O que você fez com aquela menina não é sinal de bom comportamento. Sabe o que eu tive que fazer para que os pais dela não lhe processassem? Tive que mexer muitos palitos. Não veja essa situação como um castigo, mas sim aprendizado. Hermosa, sabe que eu só penso no seu melhor. 

Ela não tinha nem palavras. A raiva e a decepção lhe corroíam por dentro, mas não sabia como se expressar. Odiava gritar com Henry e sabia que isso não fazia bem para si mesma, embora não concordasse nem um pouco com seu ato. 

— Você deve preparar seus pertences ainda hoje, Hermosa. Partiremos ao amanhecer.

Todo o respeito que sentia pelo homem foi ao chão com a nova notícia. Fechando o rosto, ela ergueu seu corpo da cadeira de uma vez só, voando para cima do padrinho. 

Se ela ao menos soubesse o que estava a lhe esperar...


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Notas finais do capítulo

A Nix não é muito boa em causar boas impressões, mas devo admitir que todos os seus atos têm explicações, e ela não bate em ninguém sem ter um motivo concreto. Por hora, no mais!



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