Outro alguém escrita por Aislyn


Capítulo 17
Extra V


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao fim de Outro Alguém!

Redemption, que seria uma continuação dessa história (não exatamente logo depois, há uma passagem de tempo) já está sendo postada.

A todos que acompanharam até aqui, sejam leitores fantasmas ou presentes nos surtos, espero que tenham se divertido tanto quanto eu!

Boa leitura e até a próxima!



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A cafeteria Shirozumi havia sido fechada aquele dia apenas para ele. Na noite seguinte à festa de formatura fizeram uma festa informal para os colegas de trabalho, cortesia dos três sócios do café. Katsuya tentou negar a oferta mas, quando disseram que seria também uma festa de despedida, ele não conseguiu recusar, afinal de contas, seria um adeus como funcionário de lá. Agora que estava formado, sua intenção era trabalhar na área e atuar como um veterinário.

 

A noite girou em torno de muita dança, risadas, boas lembranças dos momentos que passaram juntos, Takeo servindo bebidas pra todos e Izumi, depois de chorar um pouco, estufou o peito todo orgulhoso, dizendo que agora ele era o veterinário da família. Era vergonhoso ouvir aquilo no meio de tantas pessoas, mas também lhe aquecia o peito, saber que fazia parte daquela família e que tinha amigos que o queriam tão bem.

 

Mikaru se manteve afastado da bagunça no meio do salão, não para manter a pose, mas por realmente não gostar de grandes aglomerações. Ele dizia se sentir sufocado e, para evitar passar mal, preferia ficar quieto num canto, mas nem por isso deixou de se divertir, bebendo um pouco e rindo com as brincadeiras que aconteciam.

 

Já era meio da madrugada quando encerraram a festa, ainda mais empolgados após a notícia que teriam folga no dia seguinte. Os sócios saíram por último, para então fechar a cafeteria, despedindo enquanto cada casal seguia para um carro.

 

— Aguenta ficar acordado mais um pouco? – a pergunta de Mikaru veio em tom baixo e calmo, mas era óbvio que ele tinha alguma intenção por trás e aquilo foi o suficiente para deixar Katsuya curioso.

 

— Claro. O que tem em mente?

 

Katsuya se ajeitou melhor no banco do carona, só então notando que não faziam o caminho de costume para a casa de Mikaru. Será que iriam para algum hotel? Motel? Ver o sol nascer em algum local alto e afastado do centro da cidade?

 

— Quero te entregar uma coisa. – a resposta veio algum tempo depois, enquanto o carro era estacionado. Ali não era exatamente um centro comercial, então a ideia de uma noite sensual numa cama grande cheia de pétalas de rosas foi riscada de sua mente.

 

E cá entre nós, Katsuya tinha certeza que o namorado não planejaria algo do tipo.

 

Sua curiosidade voltou à tona quando Mikaru se inclinou no banco, colocando a mão por baixo do assento e retornando com uma caixinha entre os dedos. O coração de Kurosaki perdeu o compasso e ele o sentia batendo próximo à garganta. Depois de tantos anos juntos… será?

 

— Seu presente de formatura.

 

Katsuya estava com a garganta seca enquanto estendia a mão para pegar a caixa e notou que seus dedos tremiam de leve. Foi difícil desatar o laço, mas isso era devido à pressa. Sentia que Mikaru o observava, esperando sua reação mas, independente do que fosse o presente, ele estava muito feliz.

 

Tudo que vinha de Mikaru com boa intenção o deixava assim, sorrindo bobo por um longo tempo.

 

Retirou a tampa da caixa com cuidado, olhando o conteúdo com curiosidade e sem entender realmente o que era aquilo. Levantou o olhar cheio de expectativa, mordendo o lábio na espera de uma resposta.

 

— O que…

 

— É sua, se quiser. – Mikaru apontou o dedo em sua direção e Katsuya olhou novamente para o presente, ainda sem compreender. Depois pensou se havia algum sentido figurado por trás, talvez Mikaru estivesse apontando pra ele, mas ainda não fazia sentido. Erguendo o olhar mais uma vez, percebeu o sorriso de canto que lhe era direcionado, então decidiu traçar uma linha imaginária com a própria mão, indo da ponta do dedo de Mikaru até a direção que ele indicava, e seu olhar foi levado para o lado de fora.

 

— A… a casa? – Katsuya pegou o conteúdo da caixa, erguendo no ar – Essa chave é da casa?

 

— Eu olhei o interior e os cômodos me parecem ideais para adaptar uma clínica na parte de baixo e pra moradia no andar de cima. – notando o silêncio que se instalou por um instante, Mikaru continuou a explicação – Quero deixar claro que não estou te expulsando da minha casa, não quero que saia de lá. Mas pensei que talvez quisesse trazer sua família pra perto. Você me contou das brigas que teve com sua irmã quando eram pequenos, por conta do tamanho dos quartos… tenho certeza que Mayu ficaria confortável por aqui. Além de ser perto do trabalho dos seus pais, próximo das universidades… Ou se preferir, nós podemos ocupar as duas, ficamos aqui no meio da semana, já que é no centro e perto de tudo e nos fins de semana vamos pra minha casa, o que você preferir.

 

— Você… está me dando uma casa?

 

— Como eu disse, se quiser, ela é sua. Se não gostar, podemos olhar outras. – Mikaru deu de ombros, desviando o olhar ao se sentir incomodado com a intensidade com que era encarado – Quer olhar por dentro?

 

— É claro que eu quero!

 

Katsuya não estava nem um pouco preocupado com o horário tardio ou com sono. Não queria nem pensar se precisava acordar cedo ou se Mikaru teria trabalho no dia seguinte. Sabia que o empresário podia dar um jeito nos compromissos enquanto ele havia indiretamente pedido demissão da Shirozumi.

 

Colocou a chave na fechadura, quase prendendo a respiração enquanto destrancava a porta, abrindo-a completamente. Parou diante do batente, olhando para dentro e respirando fundo, levando o pé direito à frente. O primeiro passo para dentro daquela casa simbolizava um novo começo. Mesmo sem olhar todo o local, sabia que ia gostar, afinal foi Mikaru quem escolheu. O namorado podia não dizer com todas as letras e todos os dias sobre como se sentia em relação ao namoro, mas conseguia sentir o carinho envolvido naquele gesto. Sabia que era correspondido.

 

Aprendeu com Izumi e Shiroyama que não havia como evitar algumas discussões. Eram duas pessoas com personalidades e gostos diferentes e, em alguns momentos, haveria atrito. O que podia fazer e estava em suas mãos, era sempre chamar o namorado para conversar quando esses conflitos surgissem. Mikaru não era dado a iniciativas para falar o que o incomodava, preferindo se afundar em trabalho para distrair, mas ia cuidar daquela parte, ia fazer o que estivesse ao seu alcance para que o relacionamento sempre desse certo.


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Notas finais do capítulo

A história completou aniversário!!!
Omg omg omg que emoção! XD



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