Outro alguém escrita por Aislyn


Capítulo 16
Extra IV


Notas iniciais do capítulo

E estamos chegando em reta final! O próximo já é o último.
Gostei de escrever essa história, é um passo grande na vida de alguns personagens. Gosto de seguir uma linha invisível do tempo em cada uma delas, avançando com a vida dos personagens e mostrando eles desenvolvendo...

Enfim, boa leitura! E não esqueçam de dizer o que acharam!



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Katsuya andava de um lado para o outro no quarto, indo numa ponta conferir sua imagem no espelho e depois para a outra onde se encontrava o folheto com as informações do evento que haveria a noite. Estava claramente nervoso e repetia aquele processo desde metade da tarde, ainda com aquela sensação que esquecia alguma coisa. Somente ao ouvir o barulho do portão abrindo e o carro entrando é que conseguiu respirar um pouco aliviado. Mikaru havia chegado e ele sempre tinha tudo sobre controle.

 

Caminhou apressado pelo corredor, indo encontrar o namorado na porta da frente, quase atropelando-o no processo, tamanha sua pressa.

 

— Nós ainda temos tempo, não é? Eu queria que você revisasse comigo as coisas que preciso levar e fazer por lá, acho que estou esquecendo alguma coisa, tem algo que preciso fazer mas não sei ao certo o que é, ou se já fiz. Eu tentei anotar o que precisava e ir marcando conforme fazia mas teve tópico repeti-

 

— Katsuya, chega. Respira. – Mikaru lançou um olhar analítico sobre o rapaz, depois retirou os sapatos e se aproximou, segurando-lhe o rosto entre as mãos, acariciando as bochechas com os polegares – Feche os olhos e respire com calma. Está tudo organizado, eu conferi antes de sair hoje cedo e vou conferir novamente antes de sairmos. Nós estamos dentro do horário.

 

— Ok… tudo bem… estamos no horário… – repetiu as palavras como um mantra, respirando devagar conforme o empresário instruiu.

 

Depois de tantos anos, várias tentativas, muito estresse, noites insones, alguns momentos de desespero e vontade de desistir, Kurosaki ia finalmente se formar. Já havia participado de todas as formalidades e em todas havia ficado nervoso. E agora viria a última: o baile de formatura.

 

— Vou tomar um banho e me arrumar também. Depois vou pegar nossos convites; entreguei os do Shiro e do Izumi, sua irmã está com o dela e o dos seus pais. Vou pegar a câmera para tirarmos fotos também. Esqueci alguma coisa?

 

— Não… acho que não…

 

— A noite vai ser ótima. Confia em mim. – Mikaru se aproximou mais, precisando se erguer na ponta dos pés para beijar os lábios de Katsuya. Conseguia sentir a tensão do rapaz em seu olhar e seus gestos. Todo o corpo dele parecia rígido – Por que não liga pra Mayu ou pro Izumi? Acho que os dois conseguem te acalmar melhor do que eu.

 

— Não precisa. Você consegue isso também e está aqui perto. Eu prefiro assim.

 

— Que bom… – Mikaru afastou um passo, ainda encarando-o preocupado. Não se lembrava de ficar assim na própria formatura, mas não era como se estivesse empolgado com a festa. Não tinha amigos para convidar, os pais não se importavam muito, desde que ele tivesse terminado o curso, não tinha outros parentes próximos. Enfim… foi uma mera formalidade que ele decidiu cumprir – Sua gravata está torta.

 

— Ah… nunca usei uma dessas… – Katsuya tentou ajeitar a peça, mas sabia que seria em vão. Não era a primeira vez que tentava colocar no lugar, mas suas mãos tremiam e suavam e ele não sabia dar o nó. Nada estava colaborando. As que usava antigamente, quando fazia bicos como fotógrafo em eventos, era daquelas que vinham prontas; ele só precisava passar pelo pescoço e ajustar o tamanho, depois grudar o velcro atrás – Ela está me enforcando… isso sufoca e incomoda…

 

— Está parecendo o Shiro. Ele sempre reclama se alguém sugerir roupa social. Quero ver como ele vai fazer hoje a noite e o que vai usar. – Mikaru negou com um aceno, sorrindo divertido, logo voltando a se aproximar enquanto levava os dedos até a gravata – Eu faço pra você. Está muito bonito com essa roupa.

 

— E se eu tropeçar nas escadas ou pisar em alguém durante a dança?

 

— Você levanta, ergue a cabeça e continua em frente. Se pisar em alguém, se desculpe. Siga as regras básicas de etiqueta e vai ficar tudo bem.

 

— Mikaru, eu estou entrando em pânico! Não faça isso parecer tão fácil!

 

— Não é como se fosse o fim do mundo. É só o começo de uma nova fase pra você. – Mikaru terminou de ajeitar a peça, satisfeito com o próprio trabalho – Agora está perfeito.

 

— Mikaru…

 

O tom choroso de Katsuya fez o empresário lançar um olhar afiado em sua direção, cortando qualquer lamento. Ele sabia que estava exagerando, mas não conseguia evitar. Além disso, estava gostando de ser mimado e ter toda aquela atenção do namorado sobre si. Precisava se acalmar e aproveitar a noite. Se algum imprevisto ocorresse, tinha certeza que Mikaru iria consolá-lo depois. Nada estaria perdido.


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Notas finais do capítulo

Takeo odeia ternos (a autora também não usaria um, mas acha que fica muito bem em alguns homens), então ele foi vestido de quimono, que também seria uma roupa formal no Japão.

Katsuya entrou e dançou no baile com uma amiga da faculdade, deve ter dançado com a irmã em algum momento e, lá pro final da festa, com Mikaru mais tranquilo, deve ter valsado com ele também -qqq
(nem sei se as formaturas de lá são como aqui no Brasil, mas faz de conta que sim!)



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