A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 2 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 11
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Capítulo Onze
Simpática demais para ser odiada. | parte 2

Sem conseguir disfarçar que estava chateada, Tori seguiu todo o caminho calada ao lado de Dom. Por mais que ele tentasse puxar assuntos aleatórios, suas respostas eram sempre breves e monótonas, o que fez o adulto logo desistir.

Depois de caminharem um pouco, os dois chegaram a um edifício branco e que se erguia acima das lojinhas. Eles passaram por um duende logo que subiram a escadaria e Tori não conseguiu disfarçar sua expressão surpresa. Seguiram para a entrada, onde frases estavam gravadas ali em uma porta prateada.

"Entrem, estranhos, mas prestem atenção
Ao que espera o pecado da ambição,
Porque os que tiram o que não ganharam
Terão é que pagar muito caro,
Assim, se procuram sob o nosso chão
Um tesouro que nunca enterraram,
Ladrão, você foi avisado, cuidado,
pois vai encontrar mais do que procurou."

— Só mesmo um louco para tentar roubar esse lugar! — comentou Tori, enquanto entravam.

Quando eles passaram pelas portas, logo chegaram em um grande saguão de mármore. Havia mais de cem duendes sentados em banquinhos altos atrás de um longo balcão, escrevendo em grandes livros, pesando moedas em balanças de latão, examinando pedras preciosas com óculos de joalheiro.

Havia ao redor do saguão portas demais para contar, e outros tantos duendes acompanhavam as pessoas que entravam e saíam por elas. Dom se dirigiu ao balcão e Tori correu alguns passos para alcançá-lo, pois os detalhes do lugar atraíram toda sua curiosidade.

— Bom dia. — cumprimentou um duende desocupado — Viemos sacar dinheiro do cofre de Victória Evans. — e virou o rosto brevemente para encontrar a menina.

— Você tem a chave? — perguntou o duende.

— Em mãos. — o adulto puxou a chave do bolso e a entregou.

Tori não conseguia desviar o olhar de cada movimento do duende. Ele examinou a chave primeiramente a olho nu, para depois colocar óculos e analisar cada centímetro do objeto.

— Parece tudo em ordem. — anunciou — Podem seguir Grampo, que ele os levará ao cofre. — assentiu quando um outro duende apareceu ali.

Os três desapareceram por uma das muitas portas ali presentes, mas Tori foi surpreendida quando não mais encontrou beleza surreal atrás daquela cujo seguiu Grampo. Agora era uma passagem estreita de pedra, iluminada por archotes. A descida era íngreme, em que havia pequenos trilhos.

Grampo assobiou e um vagonete disparou pelos trilhos em sua direção, então todos embarcaram e logo partiram.

A viagem seguiu em alta velocidade por um labirinto de passagens cheias de curvas, onde o vagonete barulhento parecia bem conhecer o caminho, porque Grampo não o estava dirigindo.

Viajaram mais para o fundo agora e ganharam mais velocidade. O ar foi se tornando cada vez mais frio enquanto disparavam pelas curvas fechadas, até que o vagonete parou e o duende desembarcou.

— Cofre 9051. — Grampo anunciou, enquanto usava a chave para abrir a porta.

Ouro, prata, bronze, jóias, quadros de artes... Tudo com a identidade mágica que os diferenciava de itens preciosos trouxas, tudo em excesso e o que fazia parecer que o cofre era minúsculo até mesmo para um duende tão baixinho e estreito.

— É tudo seu, Tori. — sussurrou Dom, ao reparar que a menina parecia não acreditar no que seus olhos viram.

— Tudo meu... — ela repetiu, com um sorriso largo.

◾ ◾ ◾

Ao sair do Banco com dinheiro o suficiente para seus gastos mágicos pelos próximos três anos, Tori caminhou saltitante na frente de Dom. Todo o mau humor parecia ter desaparecido e ela estava mais animada do que nunca para encontrar os amigos e contar tudo o que viu.

Assim que se aproximou da loja de roupas, Tori respirou fundo uma vez antes de se aproximar dos amigos — e Fred, que parecia risonho demais para seu gosto.

— E ai, gostou do que viu em Gringotes? — Aurora foi a primeira a se aproximar e puxar assunto.

— É... foi legal. Não é como se eu tivesse visto coisas mais surreais antes. — respondeu Tori, dando de ombros uma vez.

— Eu soube que você vive com pessoas... difíceis. Eu sinto muito. — deu uns tapinhas leves nas costas da Evans, que arqueou uma sobrancelha.

— Eu sobrevivo bem aos Dursley. Mas obrigada. — conseguiu abrir um sorriso leve.

Pedindo licença para a novata, Tori se aproximou dos meninos, que conversavam sobre algo relacionado a Quadribol.

Ou ela achava que era sobre.

— ...e ela vai tentar entrar no time da casa dela, a Corvinal. Vocês tem que ver como ela é demais! — Fred falou, empolgado.

— Caramba, você tem muito a dizer sobre alguém que conheceu não tem nem 24 horas! — se intrometeu e cruzou os braços.

— Não tenho culpa que ela exala qualidades e boas intenções. É impossível não comentar! — o menino argumentou, dando de ombros.

— É possível sim, Frederico, é só você calar a boca. — se irritou — Aliás, quem te disse que podia trazer alguém? Era para ser só nossos amigos! — resmungou.

— Eu não vi problema algum, ela é legal... — Olívio se intrometeu.

— Fique na sua, Olívio Wood! — a menina se virou para o amigo com uma cara horrível.

— Vamos, ou vai sobrar para nós! — Jorge puxou o garoto e Lino pelo braço, saindo rapidamente dali.

— Por que está agindo assim? Eu não fiz isso ano passado quando você envolveu aquele chato do Cedrico no nosso grupo! — Fred puxou a menina para um outro cantinho para continuar aquela discussão.

— Não fale assim dele. Pelo menos o Cedrico conhece o devido lugar e não fica forçando amizade com quem acabou de conhecer! — rebateu, irritada.

— Só reforça que ele é um chato... — reafirmou o menino, mesmo recebendo olhares irritados — Qual o problema de querer fazer amizades? Não é porque você se tornou uma chata de galochas, que todo mundo vai ter que agir igual, Tori! — acabou se exaltando também.

Aquelas palavras pegaram Tori desprevenida. Ela digeriu muito rápido, o que lhe fez muito mal. Lágrimas começaram a querer se formar, quando ela virou o rosto na direção oposta ao amigo e cruzou os braços.

— Me chamou de chata para defender alguém que acabou de conhecer? — fez uma pergunta retórica muito inconformada.

— Tori, eu me exalt... — tentou se explicar.

— Me esquece, Fred Weasley! — gritou e saiu pisando duro, o deixando falando sozinho — Por favor, use o dinheiro que deixei com você para pagar pelas roupas que combinei com eles. Eu realmente preciso de um tempo... — pediu a Dom, pouco antes de sair andando apressada dali.

◾ ◾ ◾

Tori caminhou por um bom tempo tentando achar um lugar menos movimentado para organizar seus pensamentos e relaxar um pouco, o que era impossível diante da época do ano.

Desistindo de sua privacidade, ela resolveu apenas caminhar enquanto toda hora secava com raiva uma lágrima nova.

— Olha que coincidência mais divertida! — uma voz conhecida a fez estremecer.

Antes que Tori pudesse cogitar correr, foi abraçada pelos ombros à força por Flint. Ele soltou um risinho debochado ao vê-la tentar empurrá-lo e falhar.

— Pensou mesmo que sua ameaça iria surtir efeitos? Eu não consigo ficar longe de você, docinho! — fez graça e tentou tocar uma das bochechas dela, recebendo muitos socos no braço.

— Me solte e se afaste o mais rápido que puder! — resmungou a menina, enquanto ainda tentava empurrar o garoto.

— Mas já? Acabamos de nos encontrar, não deu tempo de matar a saudade! — fingiu-se de magoado e cutucou a orelha da menina, recebendo novos tapas.

— Eu te avisei... — Tori murmurou e então se abaixou um pouco, para logo depois se levantar muito rápido e acertar a cabeça no queixo do garoto.

Como o esperado, Flint cambaleou desnorteado para trás e tocou a boca, enquanto os olhos se enchiam de lágrimas. Ao afastar a mão, ele cuspiu um punhado de sangue no chão e então sacou a varinha.

— Vai me pagar por isso, bastarda! — rosnou e apontou para a menina, que nem se abalou.

— É só me falar seu preço, que eu pago. Afinal, sou muito rica agora. — deu de ombros e olhou as cutículas das unhas.

— Cara-de-les... — o sonserino tentou.

— Protego! — alguém fez o feitiço ricochetear.

Um pouco paralisada pela audácia de Flint em realmente atacá-la, Tori se virou muito rápido para ver quem a havia protegido e se surpreendeu ao ser a última pessoa que ela esperava.

— Nunca te ensinaram a nunca atacar uma dama desarmada? — Aurora Grabeel falou para o sonserino, enquanto ainda tinha a varinha em punho — Babaca! — e moveu o braço como se fosse atacar outra vez.

O garoto caiu de joelhos enquanto vomitava dezenas de lesmas e a aparência do rosto começava a ficar esverdeada. Muitas pessoas passavam e olhavam, enojadas. Algumas pararam para ver o que iria acontecer dali em diante.

— Aurora, para! — Tori se colocou à frente do garoto.

— Ele te atacou covardemente, Tori! — resmungou a menina.

— Nem por isso temos que nos igualar a ele. Vem, Aurora, vamos embora. — argumentou e estendeu a mão — Vem comigo! — acabou a puxando a força para saírem dali, logo iniciando uma corrida.

As duas meninas correram pelo Beco Diagonal sem ao menos olhar para trás, parecendo duas fugitivas de Azkaban. Só pararam para tomar fôlego em frente ao que parecia ser uma sorveteria, onde toda hora alguém saía tomando um enorme sorvete de sabores diversos.

— Florean Fortescue. — Tori leu o nome do lugar na placa indicativa e então se virou para a garota — Acho que aqui serve para darmos uma pausa. Eu estou morta de cansaço! — falou e já foi entrando.

Elas seguiram discretamente até o balcão e fizeram seus pedidos. Tanto Tori quanto Aurora competiram em quem pegou o sorvete maior, com cerca de três sabores diferentes cada. Depois, se acomodaram em uma mesinha ainda dentro da loja e comeram caladas por um bom tempo.

— Me desculpa por meu jeito bruto de resolver as coisas. Acho que piorei sua situação com o Flint... — Aurora puxou assunto algum tempo depois, enquanto cutucava com a colherzinha sua segunda bola de sorvete.

— Você me ajudou, isso sim. Acho que não tem como piorar ou melhorar a situação com Flint, pois ele cismou comigo e só comigo. — suspirou Tori, enquanto lambia o sorvete — Mas... Talvez o susto que você deu o deixe longe por algum tempo. — soltou um risinho maldoso.

— Se precisar, eu ataco ele outra vez numa boa. — a menina jogou umas mechas escuras para trás, exibida.

— Obrigada, heroína. — sorriu, para logo depois ficar meio séria — Aurora, quais suas intenções com o Fred? Ahm... Ele é meu... melhor amigo, então me preocupo bastante, talvez até de um jeito exagerado. — também passou a cutucar o sorvete com a colherzinha.

— Parece clichê, mas... As melhores intenções possíveis! — sorriu — Faz tempo que não encontro alguém que me identifico tanto. Torcemos para o mesmo time, gostamos muito da posição de Batedor, gostamos de rir muito com ou sem motivos, rimos de tudo, amamos comer e mais ainda de dormir. Tanta coincidência me anima tanto! — os olhos brilharam ao terminar de falar e um sorriso bobo surgiu.

— Acho que você faria bem para ele, afinal! — Tori falou e, para disfarçar o incômodo que começava a chegar em seu rosto, ela encheu a boca de sorvete.

— Sério? — a menina a encarou, sorridente — Ah, mas nos acho jovens demais para qualquer outra coisa além de amizade. Talvez se tiver que acontecer alguma, eu espere pelo próximo ano. Eu preciso muito estudar agora, minha meta sempre foi notas boas acima de qualquer coisa! — tagarelou.

— Tão corvina... — conseguiu sorrir ao ouvir as palavras da menina.

Adoraria ver a cara de Fred ao descobrir que estava perdendo tempo, que aquele não seria mais um de seus lancinhos. Adoraria vê-lo levando um fora da pessoa que ele tanto defendeu.

— Mas o Fred é tão legal, que não sei se aguento manter o foco. — Aurora revelou, surpreendendo a acompanhante que acabou por deixar cair na mesa uma de suas bolas de sorvete — Sua desastrada! — começou a rir.

— Acho que a mesa estava com mais fome do que eu! — brincou Tori, acabando por conseguir rir também.

Diante de risos nada discretos, uma atendente se aproximou das duas e limpou a sujeira da mesa usando magia enquanto lançava olhares aborrecidos para elas, que ficaram séries e quietas.

— Meu Deus, nós vamos ser expulsas! — sussurrou a Evans, se encurvando um pouco para perto da outra.

— Não quero perder minha dignidade. Vem, vamos embora. — Grebeel gargalhou outra vez e puxou a companhia para saírem dali.

Caminharam devagar pela rua enquanto terminavam o sorvete, para logo depois iniciarem uma corrida até Madame Malkin, onde todos provavelmente estavam.

— Onde você estava, sua doida? — Jeniffer foi a primeira a aparecer e questionar a amiga.

— Por aí. — respondeu, trocando olhares com a outra garota e sorrindo — Já compraram tudo aí? — apontou para a loja.

— Sim, só faltam vocês duas. — respondeu.

— Então vou correr, pois quero continuar andando com vocês. — Aurora falou e entrou apressada na loja.

Jeniffer a observou sobre o ombro e, a ver que estava longe o suficiente, voltou a encarar a amiga. Uma expressão curiosa surgiu em seu rosto.

— Eu podia jurar que você estava morrendo de ciúmes do Fred! — comentou.

— Ciúmes desse mala? Nunquinha! — negou rapidamente.

— Sabia que vocês brigando pareciam um casal? Foi bem engraçado. — acabou rindo.

— Mas não somos e nunca vamos ser! — ela cruzou os braços e continuou aos sussurros — Eu gosto de outra pessoa... — revelou.

— Eu sei. Mas também sei que isso é fogo de palha e logo você volta com seu amorzinho com o Fred. — a MacMillan garantiu, encarando as cutículas.

— Eu vou mostrar que está errada, vai ver só! — Tori empinou o nariz.

— Fretori é real. Meu instinto de repórter não falha! — cantarolou, provocativa.

— Veremos! — desafinou, firme.

Então adentrou a loja, indo para perto de Aurora, que já estava envolvida pela capa enorme  e Malkin fazia os ajustes necessários. A dona da loja tinha uma expressão estranha, enquanto a menina apontava para várias partes da roupa.

— Olá, Tori, quanto tempo. E como você cresceu! — Malkin sorriu e logo voltou sua atenção para o trabalho — Prontinho, senhorita Grabeel. Vou embalar seu uniforme! — avisou e seguiu para o balcão.

Assim que a mulher se afastou, Tori subiu no lugar que antes Aurora estava e aguardou.

— Por que ela estava com uma cara estranha? — puxou assunto com a novata.

— Porque ela me achou estranha por pedir para apertar mais em certas regiões. Eu não tenho culpa que sou desprovida de peitos e tenho que dar meu jeito! — soltou um risinho.

— Para que quer peitos? — riu.

— Para deixar para trás esse corpo quadrado de criança. Eu sou uma pré-adolescente agora, quero me parecer como tal. — a menina deu de ombros.

— Pois eu não me importo muito com isso. Tanto faz peitos ou não! — Tori revirou os olhos.

O assunto foi finalizado quando Malkin voltou e a menina foi ao balcão pagar por seu pacote. Tori ficou quieta enquanto a fita métrica a média sozinha por todo o corpo.

— Não trouxe seus desenhos? — a mulher puxou assunto.

A menina se surpreendeu com a ótima memória da velhinha.

— Não. Eu não tive tempo e cabeça para desenhar nada novo. Mas vou tentar focar nisso esse ano, caso ainda queira ano que vem... — explicou e abaixou o olhar para ver a fita medindo sua cintura.

— Tudo bem. Quando quiser e puder, estou aqui para te ajudar nisso. Quem sabe estagie aqui quando for mais velha. — abriu um sorrisinho.

— Ou tenha minha própria loja... — sugeriu sem pensar, para logo depois ficar envergonhada — Não que eu pretenda ser sua concorrente... Até porque isso nem é possível, a senhora trabalha durante muitos anos e todos conhecem sua loja. Seria perda de tempo... — tagarelou.

— Tori. — Malkin a interrompeu — Seria uma honra para mim te ter como concorrente, principalmente porque pretendo te ajudar nisso e te ensinar muitas coisas. Clientes você ganha fácil, pois é uma menina muito simpática e amorosa. É só não mudar isso em você, que é só sucesso! — aconselhou e a menina abriu um enorme sorriso.

A mulher passou uma veste preta por cima da cabeça da menina e então começou a fazer os ajustes necessários. Aos poucos, as medidas certas foram se formando.

— Você cresceu bastante desde a última vez. — comentou a dona da loja, terminando os ajustes e tirando outra vez a veste.

— Dá para acreditar nisso? Eu era um anão de jardim e agora sou só... baixinha. Estou finalmente crescendo! — Tori riu de si própria e desceu para o chão outra vez.

— Você está ficando cada vez mais bonita, a cara da sua mãe. — tocou o rosto da menina brevemente e então se afastou para o balcão.

— Exceto os olhos... — sussurrou, abaixando o olhar para o chão.

◾ ◾ ◾

Depois das vestes compradas, o grupo seguiu para Floreios e Borrões para encontrar os adultos. Além dos Wood, também estavam os MacMillan, Orance e Jordan.Tori só sentiu falta dos seus favoritos, os Weasley. Além de que nem sinal dos pais de Aurora também.

— Jorge, onde está sua família? — perguntou ao amigo que estava próximo a ela.

— Ahm... Acho que eles se atrasaram nas compras. É muito filho, você sabe. — coçou a nuca, meio sem jeito.

A menina assentiu para a resposta e foi cumprimentar Lance, a esposa Mezra e suspirou aliviada ao não encontrar Peter, pois não queria agir feito idiota outra vez na presença dele, ainda mais com tantas testemunhas. Acabou conhecendo os pais de Lino e de Rita, gostando de cada um deles e sendo muito bem acolhida. 

Quando os MacMillan sugeriram a todos irem tomar sorvete no Florean Fortescue, automaticamente Tori e Aurora começaram a rir uma para a outra e ninguém entendeu nada. Chegando ao lugar, por ser um grupo muito grande para uma loja pequena, fora entrando de três em três para fazerem os pedidos. Quando três saíam cada um com seu sorvete, outros três entravam. 

Por ironia do destino, quando Tori se moveu para entrar, simultaneamente vieram Aurora e Fred. Os dois conversavam sobre o ocorrido das duas mais cedo e o menino apenas ria como se fosse o fato mais engraçado do mundo. A Evans revirou os olhos e se aproximou do balcão, fazendo seu pedido de uma bola de sorvete apenas.

Quando os três fizeram seus pedidos, saíram devagar para a saída do lugar. Sendo eles os últimos a entrar, o grupo estava pronto para continuar a andar quando um outro grupo saiu da loja ao lado, uma de livros de segunda mão.

Os cabelos ruivos logo foram reconhecidos e Tori abriu um enorme sorriso, percebendo que Fred abaixou o olhar para seu sorvete e corou, além de Jorge que também estava muito sem graça.

— Olá, pessoal! — Molly cumprimentou a todos e sorriu, sendo visível que também ficou desconfortável.

— Senhora Molly, que saudade! — Tori correu para abraçar a adulta e a recebeu com tanta animação que percebeu Jeniffer soltando risinhos — Como está bonita. Esse cabelo de fogo é um charme que só! — piscou para a mais velha.

— Ahhh, Tori, desse jeito me deixa encabulada... — ela soltou um risinho sem jeito e tocou um lado do rosto.

— Pessoal, podem me esperar? Vou ver se encontro um livro extra que estou precisando aqui. — Aurora falou e entrou rapidamente na loja.

A menina saiu logo em seguida, rápido demais e com um livro surrado embaixo do braço enquanto lambia seu sorvete tranquilamente.

— Eu amo uma promoção. Sem falar que pagando mais barato eu consigo ler do mesmo jeito. — explicou e mexeu os ombros.

Entendendo o que ela havia feito, Tori abriu um sorriso meigo direcionado a ela. Sorriso esse que durou pouco, quando Fred se aproximou confortável outra vez e guiou a menina para perto da mãe, para apresentá-la.

Tori saiu de perto tão rápido, que deixou a bola do sorvete escapar e cair no chão. Enquanto resmungava, Jeniffer se aproximou.

— Controle seu ciúmes. — MacMillan sussurrou e riu.

— Eu não estou com ciúmes! — resmungou para ela entre os dentes e saiu pisando duro para perto dos Wood.

Enquanto observava a cena de completo afeto entre as duas recém conhecidas Molly e Aurora, Tori ficou batendo a ponta do pé no chão de maneira impaciente, enquanto pensava sobre a situação.

— Droga. — resmungou baixinho o suficiente para ninguém ouvir — Como é que odeia uma menina maravilhosa dessa? — suspirou pesado, enquanto rugas de preocupação se formavam em sua testa.

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Notas finais do capítulo

❝| Nesse capítulo existem trechos retirados do livro Harry Potter e a Pedra Filosofal. Créditos a JK por isso.

E então, o que acharam da Aurora até agora? |❞