A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 2 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 10
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Capítulo Dez
Simpática demais para ser odiada. parte 1

Na segunda semana de agosto, Tori não só era capaz de andar de vassoura sem cair, como conseguia se exibir. Às vezes ela segurava apenas com uma mão, outras tentava apanhar um Pomo que Olívio trouxera para as aulas — mas só conseguiu pegá-lo uma vez. A menina se saía melhor quando ela e o amigo ficavam jogando a Goles um para o outro. Mas, em uma dessas distrações, acabou deslocando o nariz ao bater contra uma chaminé.

Os dois amigos precisaram de bons argumentos para convencer Lexus a liberar os treinos outra vez, pois se preocupava com o bem estar da visitante. Foi necessário o drama de Tori em querer ser parecida com Tiago, para que a mulher os liberasse outra vez.

Na manhã da terceira semana, Tori desceu sonolenta para a cozinha já trajando o uniforme de Quadribol, quando notou Olívio sentado no sofá. Ele estava paralisado e parecia pálido, enquanto segurava uma carta nas mãos.

— Oly, o que houve? — Tori perguntou ao amigo, que a encarou ainda meio bobo.

— Grifinória está na merda! — choramingou e chacoalhou a carta — Erin foi transferida, à força, para Beauxbatons! — amassou a carta com força exagerada.

— Pobrezinha. Ela gostava tanto de Hogwarts, do time, dos amigos... — lamentou.

— A pior parte é que ela era uma artilheira muito boa. Ela e a Faith combinavam muito nos passes. Agora o time tem um buraco e vamos ter pouco tempo para conseguir alguém do nível! — dito isso, Olívio se levantou — Vamos começar a te treinar para Quadribol hoje. Durante o dia a parte prática, durante a noite a teórica. Você precisa conhecer as manobras comuns, faltas e regras. Eu confio em você, Tori! — a segurou pelos ombros e conseguiu abrir um sorriso.

— Tudo bem, mas... sei que Alicia e Angelina também vão tentar para essa vaga, elas com toda certeza são melhores do que eu. Devia escolher uma delas, que é bem mais fácil do que ter o trabalhão em me treinar! — Tori sugeriu e, ao se livrar das mãos do amigo, se sentou no sofá.

— Eu quero que você tente, pelo menos. Se lembra que queria jogar Quadribol por causa do Tiago? Agora é sua chance! — esfregou uma mão na outra, animado — Anda, tartaruga, vamos logo. Temos muito o que fazer hoje! — seguiu para a porta e pegou sua vassoura, que estava ali perto.

— Pare de me chamar de tartaruga! — revirou os olhos e o seguiu, também pegando a vassoura.

Assim que a menina passou pela porta, o anfitrião a fechou e se afastou em passos despreocupados enquanto falava.

— Não tenho culpa que você fica parecendo uma por causa dos equipamentos de Quadribol, além de que é um pouquinho lerda voando. — provocou Olívio.

Ao ouvir aquilo, Tori voltou a abrir a porta e tirou o capacete, cotoveleiras, joelheiras e um colete que ficava à frente do corpo, jogando tudo lá dentro. Ficou apenas com as luvas, que vinham a calhar quando as mãos começavam a escorregar.

— Está querendo morrer? — o garoto arqueou uma das sobrancelhas.

— Agora não sou mais uma tartaruga. — sorriu irônica enquanto colocava as mãos na cintura e fazia graça.

— Coloque isso de volta, Tori, eu não quero que se machuque. Ainda temos três semanas em casa e não quero que minha mãe nos proíba de continuar treinando. — fez menção em seguir para a porta do chalé, mas a teimosa a fechou e se colocou à frente, usando os braços abertos para impedir o garoto de passar.

— Não! — Tori negou, risonha, fazendo Wood ficar sério — Anda, Oly, eu estou muito melhor, não vou me machucar! — garantiu, apertando uma bochecha do amigo.

— Não consigo confiar muito nisso, mas vamos logo! — Olívio se virou ainda emburrado, mas a menina o puxou de volta, acabando por ficarem próximos demais.

— Melhore essa cara de bunda de Trasgo. Por favor, Oly! — suplicou, enquanto soltava o menino e batia as costas na porta ao tentar tomar uma distância segura.

— Pede de novo. — o goleiro sorriu e cruzou os braços.

— Ah, seu folgado. Você só estava se fazendo! — acertou alguns tapas nos braços dele.

— Vamos treinar ou as vossas senhorias preferem ficar de namorico o dia todo? — uma voz conhecida os surpreendeu.

Tori parou seus movimentos imediatamente e ficou na ponta dos pés para espiar além dos ombros de Olívio. Acabou soltando um grito fino de alegria, que acabou fazendo o amigo reclamar de surdez, quando viu Jorge e Fred parados não muito longe dali, também trajando roupas de Quadribol. Ela correu muito rápido e pulou no meio dos dois, os esganando com um abraço super apertado.

— Por que não me escreveram? Por que estão aqui? A senhora Molly sabe? Cadê o Carlinhos? —  os encheu de perguntas, enquanto desapertava o abraço e os encarava.

— Por termos aprontado muito durante o ano letivo, mamãe nos colocou de castigo. — Fred explicou.

— Tivemos que limpar A Toca inteira, sozinhos. Nem preciso dizer que demoramos dias, não é? Por isso não tivemos ânimo e tempo para nada. Nem mesmo para escrever para alguém. — Jorge continuou, fazendo uma caretinha com a lembrança.

— Adoro a senhora Molly! — Tori gargalhou.

— Isso, ri mesmo da desgraça alheia! — resmungou o Weasley.

— Pessoal, não me levem a mal, mas precisamos começar logo. Temos um longo trabalho por aqui! — Olívio os interrompeu e se aproximou da menina, apoiando um braço no topo da cabeça em brincadeira.

Ela o acertou com uma cotovelada leve nas costelas e os dois riram, enquanto ele colocava os fios ruivos nos devidos lugares outra vez.

— É, estamos vendo que você está super afim de jogar Quadribol! — comentou Jorge, de maneira maliciosa.

Olívio riu como se não tivesse entendido aquilo, enquanto Tori corou um pouco. Para se recuperar, ela deixou os amigos irem na frente, andando um pouco mais atrás para amarrar o cabelo e aproveitar para se recompor.

— Você e o Wood estão bem próximos, não é? Onde Cedrico fica nessa história? — Fred começou a andar no mesmo ritmo que a amiga.

— Eu terminei com o Cedrico tem muito tempo. Saberia disso se me escrevesse! — respondeu, um pouco ressentida por aquela insinuação do menino.

— Você supera rápido então. — deu de ombros.

— Não enche, Frederico! — resmungou e saiu pisando duro.

A menina seguiu o restante do caminho calada, não respondendo nem quando Olívio entregou a vassoura para ela. Ela montou e estava prestes a levantar voo antes dos outros, quando uma enorme figura surgiu em passos sem pressa.

— Hagrid! — a carranca de Tori desapareceu ao ver o conhecido.

Rapidamente, desmontou a vassoura e correu para cumprimenta-lo, onde o recebeu com um meio abraço. Os braços eram pequenos demais para envolver alguém tão grande.

— Como vai, Tori? — o gigante retribuiu o abraço e sorriu, animado com a recepção — Garotos. — acenou para os outros três.

— Muito bem. Advinha? Estou me dando bem com a vassoura. Tem cerca de cinco dias que não caio nem umazinha vez. E hoje vou começar a treinar Qua-dri-bol! — tagarelou animada.

— Onde vocês vão treinar? Tem algum lugar seguro por aqui? — Hagrid ficou meio sério, onde era visível sua preocupação.

Provavelmente sabia da ótima fama de desastre da menina.

— Na rua mesmo. Não tem problema, o espaço é bom. — deu de ombros.

— Vão usar Balaços? — ele arregalou os olhos e o girou em direção a Jorge, que segurava um Bastão.

— A ideia era que o jogo fosse meio realista... — Olívio explicou e coçou a nuca, sem jeito.

— Não! — o gigante foi firme, assustando o quarteto — Eu não poderia fazer isso, mas... Venham, vou deixar que usem o Campo, com a condição que não voem tão alto. E tentem não se machucar, por favor, porque isso me traria sérios problemas! — bateu as mãos no bolso e um barulho de molho de chaves foi ouvido.

— Obrigada, Hadrid. Quando eu não me machucar, vou me lembrar desse seu ato nobre que contribuiu para isso! — agradeceu Tori, enquanto ia dando pulinhos animados na frente — A propósito, eu agora estou rica. Do que você gosta? Quero te dar algum presente! — agarrou no braço de Hagrid e começou a tagarelar.

◾ ◾ ◾

O primeiro treino foi definido da seguinte forma: Tori apanhadora, Fred batedor, Jorge artilheiro, Olívio goleiro — além de ficar de olho para que a menina não se machucasse.

Cerca de uma hora e a menina já estava reclamando que sua posição era muito chata, que toda a emoção ficava para os outros jogadores. Então passou a ser goleira, tendo que defender o máximo de goles até que Olívio, o novo apanhador, pegasse o pomo. E ele conseguiu cerca de meia hora depois, quando os pontos já chegavam a duzentos. A menina não conseguia defender gol's simples, o que fez o garoto suspirar aliviado, pois sua posição não seria competida.

Quando um balaço surgiu voando muito rápido perto de Tori, ela usou o bastão e o lançou para longe demais, com Jorge tendo que sair do Campo para procurar.

— Que droga! — ela reclamou enquanto chacoalhava a mão e fazia uma caretinha de dor.

Acabou pousando e se sentando no gramado com as pernas cruzadas, enquanto ficava emburrada.

— Está tudo bem aí? — Olívio também pousou, indo para perto da amiga.

— Parece tudo bem? — foi seca, mas logo se arrependeu — Argh! Isso doeu e é mais uma posição que não sou boa. Acho que já é hora de desistir e reconhecer que eu sou um fracasso em esportes! — tirou a luva e alongou os dedos.

— Não fale assim. Ainda falta Artilharia, você até que é boa nisso... — tomou a mão dela para si e ajudou a alongar.

— Eu quebrei o nariz tentando voar e jogar a Goles ao mesmo tempo. Você deveria entender que eu sou péssima! — puxou a mão de volta e a usou para tirar uns fios de cabelo que grudaram no suor do rosto.

— Não, poxa... Eu queria você no time. — chateou-se Olívio, com uma expressão de dar muita pena.

— Mas também quer que o time ganhe, certo? Comigo nisso, você vai se frustrar! — argumentou e ficou cabisbaixa.

— Eu confio em você, Tori. — tocou o queixo dela e ergueu o rosto — Aliás, eu te chamo de tartaruga só para me lembrar que eu sou mais rápido do que você. Mas preciso confessar que agora que está pegando jeito, você se saiu muito melhor do que eu em minhas primeiras vezes. Vai sair coisa boa disso, confie em mim também! — foi firme.

— Podemos continuar outro dia? Estou cansada hoje... — Tori pediu com o olhar suplicante.

— Tudo bem. — o garoto concordou e abriu um sorriso leve.

Quando Wood se levantou e foi conversar com os gêmeos, Tori tocou onde a mão dele estava segundos antes e abriu um sorriso bobo. Mas antes que alguém percebesse, ela se recompôs e voltou a se levantar, também pegando a vassoura antes de seguir para perto dos amigos.

— Estou precisando de uma pausa para relaxar. Que tal irmos fazer compras no Beco Diagonal amanhã? Também vou escrever para o Lino e as meninas, e é tudo por minha conta! — sorriu como se aquela fosse a melhor ideia do mundo.

— Não! — os três responderam ao mesmo tempo.

— Não vamos tirar proveito só porque nossa amiga ficou rica! — Jorge negou e os outros dois concordaram com ele.

— Mas é um presente! — argumentou.

— Que vai sair muito caro. Então não, não queremos. E nem nossos pais vão deixar. — Olívio rebateu.

— Não acredito que vão me deixar usar esse dinheiro sujo sozinha... Que não vão me apoiar... — os olhos da menina inundaram-se de lágrimas.

— Ela está fazendo de novo, não está? — Fred perguntou.

— Está! — os outros dois responderam com tamanha certeza.

— Droga! — Tori reclamou e secou as lágrimas de crocodilo — Por favor, meninos... O uniforme pelo menos. Por favor, eu preciso dos meus amigos para isso e agora não estou fazendo drama, é a mais pura verdade! — se aproximou dos três e fez biquinho.

— O suéter. — Olívio negociou.

— E a calça para fazer conjunto. — propôs Tori.

— Não. A capa então, porque é um tamanho justo e você não tem como recusar. — Jorge se envolveu.

— Só se for a capa com os sapatos então. — a menina cruzou os braços.

— A capa e a calça. É pegar ou largar! — avisou Wood, recebendo o consentimento dos gêmeos.

— Fechado. — bateu na mão dos três.

Depois da discussão e de acabar conseguindo parte do que gostaria, os três caminharam para fora do Campo.

◾ ◾ ◾

Assim que chegou no chalé dos Wood, Tori seguiu para o quarto e se livrou da bagunça que os treinamentos lhe causavam. Tomou um banho e deixou soltos os cabelos limpos e molhados, sentindo um alívio por ter um cheiro bem melhor agora.

Depois, pegou alguns pergaminhos em branco e a pena de escrever, começando a criar uma carta breve para Lino, depois Jeniffer, Angelina, Rita e Alicia, tudo para que conseguissem ir para o Beco Diagonal no mesmo dia, que seria no seguinte.

Estava pronta para descer e para pedir emprestadas as corujas dos donos do chalé, quando um deles bateu na porta e entrou.

— Oi, Oly. — sorriu para o garoto — Eu tenho algumas cartas para entregar. Posso usar sua coruja e, talvez, as corujas dos seus pais para agilizar? — pediu e foi até o malão guardar as coisas.

— Tudo bem... — concordou Olívio — Mas antes eu quero falar com você, Tori. — foi até a cama e se sentou na ponta, batendo no espaço ali para que a menina também se sentasse.

— O que você quer falar comigo? — perguntou Tori, enquanto se sentava perto do amigo.

— É que... Tori, você está mesmo bem com esse lance do seu... do Rosier? — a encarou de maneira preocupada.

— Claro que estou bem com a herança do Rosier. Qualquer pessoa ficaria feliz ao descobrir estar rica! — riu para demonstrar que estava bem.

— Mas eu tenho uma leve impressão que você está se fazendo. Você tem raiva dessa cara, eu não te imaginaria aceitando algo dele. — não se deu por convencido.

— Mas eu aceitei aquilo que achei não ter motivo para recusar, de ser burrice recusar. — a menina explicou — Oly, não precisa se preocupar. Eu estou bem com tudo isso. — garantiu e abriu um sorriso leve.

Mas o anfitrião permanecia com um rosto entre desconfiado e preocupado, o que fez a menina suspirar e puxar para si uma das mãos dele.

— Confesso que a Tori de um ano atrás recusaria tudo. Não ia querer vínculo nenhum com alguém desse nível, com alguém que machucou sua mãe. Mas... eu descobri que as feridas em saber toda verdade me fizeram crescer e pensar diferente. Eu percebi que quando eu quero, a dor pode ser tornar um degrau para o poder. Eu me sinto tão forte, que não vejo motivo algum para orgulhinho besta. Estou aceitando o que é meu por direito, não o pai que eu não faço e nunca vou fazer questão nenhuma! — desabafou, agora parecendo soar bem mais convincente.

— Você é estranha às vezes, tartaruga. — Olívio riu breve e depois ficou apenas sorrindo — Mas eu gosto disso em você. Acho que por isso que gosto de você, porque gente comum é chata demais! — mexeu os ombros.

— Gosta de mim? Mesmo? — Tori abriu um sorrisinho meio envergonhado.

— Claro! — concordou rapidamente e se levantou — Preciso confessar que você se tornou minha melhor amiga. — sorriu.

Ao ouvir aquelas palavras, a expressão de Tori ficou tão ruim que parecia que iria passar mal a qualquer momento.

— Tudo bem? — voltou a expressão preocupada.

— Tudo ótimo! — respondeu Tori, um sorriso largo demais para o rosto pequeno.

— Eu disse que você é estranha, Tori. — gargalhou e saiu porta à fora.

— Que droga. — deu um soquinho no colchão — Por que ele insiste em demorar para confessar, quando está tão na cara? — revirou os olhos e se levantou, também indo para a porta.

◾ ◾ ◾

No dia seguinte, as cartas dos amigos chegaram quase que seguidas. Mas para a chateação de Tori, com a resposta positiva apenas de Lino, Jeniffer e Rita. Angelina e Alicia já haviam ido para o Beco Diagonal cinco dias antes.

Assim que se aprontou, Tori desceu animada para a sala, onde os anfitriões a esperavam. Por ser um pouco desastrada, preferiu deixar a chave do cofre guardada com Dom, para não correr o risco em perder no meio das confusões do Pó de Flu.

Todos prontos, eles seguiram para fora do Chalé, indo para o Cabeça de Javali.

— Está tudo bem? — Olívio percebeu que mesmo tão animada, em alguns momentos Tori tinha uma expressão um pouco irritada.

— De novo isso, Oly? Eu estou bem. Mesmo. — sorriu para demonstrar.

Os quatro adentraram o Cabeça de Javali e Dom foi direto cumprimentar o dono do lugar, que apesar de ter retribuído o gesto educado, foi somente isso. Tori acabou começando a achar que um amasso tinha comido a língua dele.

Quando o pai de Olívio voltou a se aproximar, a mãe já estava com o vaso em mãos e Tori se ofereceu para ser a primeira, sendo concedido.

Toda aquela sensação que se tornou comum para ela aconteceu e logo ela estava de pé em uma lareira em um canto discreto e pouco movimento de uma loja. Notou ser apenas aquele canto, pois um emaranhado de vozes revelava que o lugar estava cheio.

Enquanto os Wood não chegavam, Tori saiu para explorar enquanto tentava tirar o máximo de sujeira possível de suas vestes. Passou o olhar pelas prateleiras e reparou ser uma loja de vassouras e que toda a atenção dos clientes estava voltada para um ponto fixo no centro da loja, onde uma espécie de pedestal sustentava uma vassoura que, Tori jurou, que parecia brilhar. O cabo era exageradamente polido e as cerdas pareciam de extrema organização, cada um nos devidos lugares de maneira perfeccionista.

— Meu Deus, acho que me apaixonei! — ouviu a voz de Olívio logo atrás.

Finalmente.

Tori se virou um pouco sorridente demais para o amigo, até deixando de lado suas observações sobre a bela vassoura.

— Com licença, Tori. — sem sequer olhá-la, o garoto hipnotizado seguiu para perto da vassoura.

— Que idiota! — resmungou e cruzou os braços com certo exagero.

— O quê? — agora foi Dom quem apareceu, surpreendendo os pensamentos altos da menina.

— Ahm... Hum... Bom, é o... Uh, olhe só para esse bando de gente babando por uma vassoura. É meio idiota! — gaguejou, mas conseguiu se explicar.

— Por Merlin, é a Nimbus 1997! — o pai de Olívio também seguiu hipnotizado até o pedestal.

Tori arqueou uma sobrancelha e ficou esperando Lexus na esperança de que ao menos ela agisse normalmente diante de uma mera vassoura. Quando apareceu e fez as mesmas observações que a menina, ela sorriu aliviada.

— Tudo bem, crianças, já se divertiram demais. Agora vamos para as obrigações! — Lexus puxou filho e marido pela orelha, arrastando-os para a saída da loja, só então os soltando.

— Que é? — Olívio foi para perto da amiga e observou a carranca dela.

— Nada! — suspirou e tentou normalizar a expressão, tendo certa dificuldade.

Mas isso mudou ao ver um pequeno grupo de conhecidos se aproximarem dali. Um sorriso espontâneo se abriu nos lábios de Tori, que largou o amigo e saiu correndo eufórica.

— Tori! — Lino, Jeniffer e Rita gritaram ao mesmo tempo.

Eles se abraçaram rapidamente.

— Eu estava com saudade de vocês. Menos da Jeniffer, é claro. — Tori olhou e soltou uns risinhos junto com a amiga.

— Tori me fez ficar de castigo. — Jeniffer explicou para as interrogações dos outros dois ali.

— Não acredito que você fez alguém ficar de castigo e não me chamou para fazer isso comigo também, porque aposto que o motivo foi super maneiro! — Lino fingiu-se de ofendido.

— Também quero saber, pois quero rir de vocês. — Rita falou e soltou um risinho, recebendo um empurrãozinho da MacMillan.

— Basicamente invadimos a casa de Snape e Jeniffer quebrou umas coisas dele! — resumiu Tori — Fomos até lá pegar uns ingredientes emprestados para fazer uma poção para uma amiga que estava muito mal. Além da Jen, chamei o Olívio. Com a ajuda extra dos dois eu pensei que tudo seria mais fácil... Mas não foi. O que falta de coração no professor, sobra de inteligência. Ele usou algum feitiço nos frascos dele e nos fez de tontos. Depois nos expulsou e bateu a porta em nossa cara! — acabou rindo com a lembrança.

— Eu não acredito que foi aprontar na casa do morcegão e não nos chamou! — Jorge surgiu de repente.

Ao se virar ainda rindo, encontrou os amigos gêmeos. Jorge era quem estava mais perto do grupo, enquanto Fred parecia entretido com alguma coisa que ela não conseguiu ver.

— Com licença, gigante. — passou pelo lado do amigo.

O sorriso que estava fixo no rosto de Tori, imediatamente foi diminuindo até se formar uma pequena ruga na testa. A mão seguiu direto para o pulso, onde o apertou de maneira nervosa.

Ao lado de Fred estava uma menina aparentemente da idade de todos os outros. Tinha o cabelo escuro, com alguns cachos e um lacinho preso em volta da cabeça, o que a deixava com a aparência adorável. A pele clara tinha um bom contraste com o cabelo, além dos olhos também escuros.

Talvez Tori tenha ficado tempo demais observando indiscreta, pois Jorge se abaixou um pouco para ficar da altura do ouvido dela e tentou falar alguma coisa, mas a dupla logo se aproximou e o interrompeu.

— Olá, Tori. — Fred a cumprimentou meio distraído — Essa é Aurora Grabeel. Aurora, essa é Tori. — apontou para as citadas consecutivamente.

Para a surpresa de Tori, a menina avançou e a abraçou, sem mais e nem menos, a fazendo ficar dura de choque.

— Não imagina o prazer que é finalmente te conhecer. — Aurora deu um último aperto e então afastou Tori a segurando pelos ombros — Como você é bonita. Além de que é super a cara da sua mãe! — sorriu exagerado.

— Conheceu a minha mãe? — Tori perguntou, com um sarcasmo pesado no tom de voz.

Aurora trocou olhares com Fred e então os dois caíram na risada.

— Bem que você falou que ela era hilária, Fredzinho. — a menina e riu soltou o peso sobre o menino ao passar um braço por cima dos ombros — Gostei de você, Tori. — elogiou, sincera.

— Que bom. — o sorriso forçado da Evans também foi muito sincero.

— E então, por onde vamos começar? — Lino cortou o assunto, parecendo temer que a amiga azarasse a novata.

— Me esperem na Madame Malkin, que só vou com o tio Dom no Gringotes e já vou para lá também. — pediu e foi para perto do Wood-pai.

— Nos vemos lá então. — acenou Fred, logo saindo andando na frente com a nova conhecida.

— Ontem quando seu treino acabou mais cedo, nós fomos dar um rolê por Hogsmeade antes de voltar para nossa prisão em casa. E então Aurora apareceu, do nada, e os dois ficaram de papinho sobre Quadribol. — explicou Jorge —Bancou bobeira e o perdeu, Tori. — ainda encheu o saco e depois correu a tempo de se desviar de um tapa.

— Seu bobo! — gritou para ele e riu de leve.

Riso que durou pouco, pois o sorriso foi diminuindo até desaparecer completamente com o peso daquela verdade dita em tom de brincadeira.

O que era para ser um dia animado só com os amigos, acabou sendo estragado por uma penetra simpática demais para ser odiada.

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