Mais forte - MyE escrita por Débora Silva
Notas iniciais do capítulo
Mil perdões pela demora ♥
— Eu quero comer!
Maria sorriu e a beijou muito assim como beijo Manu que queria somente colo, ela não falou com Estevão que se limitou apenas em ajudá-la com elas a descer para comer, Estevão caminhou com Estrela no colo e quando chegaram a entrada do prédio ele viu o que seus olhos tanto buscaram e sem pensar duas vezes largou Estrela no chão junto a Maria e correu em direção a Ana Rosa. Era um divisor de águas para ele que estava ali entre o seu passado e futuro podendo reaver tudo que era seu, Maria se assustou com o jeito dele e olhou para a direção que ele estava indo em busca de algo mais nada lhe chamou a atenção e Estrela correu na mesma direção que ele.
— Titio!!! - ela gritou desesperada por ele sair correndo.
— Meu amor, ele já vem! - correu atrás dela com Manu em seus braços. - Estevão! - gritou para que ele pudesse parar.
Estevão olhou para trás por um segundo e respirou pesado parando e abaixou rapidamente para olhar sua menina que parou em sua frente o agarrando pelo pescoço para que ele não fosse embora, era como se sentisse que ali o perderia e ele a apertou beijando seus cabelos.
— Papai já volta! - falou sem pensar e a soltou. - Eu volto! - ficou de pé olhando para Maria. - Te encontro no restaurante!
Maria segurou firme a mão da filha que queria ir novamente atrás dele e ela não permitiu e a puxou indo na direção contraria dele, Estevão não iria deixar que ela sumisse mais uma vez com seu dinheiro e quando chegou perto dela a puxou pelo braço e ela gritou assusta com aquele modo de ser abordada. Os olhos dela se arregalaram quando miraram aquele rosto tão conhecido e ele a puxou para um beco que estava a sua frente a batendo na parede, Ana Rosa respirou pesado pensando já em um modo de sair dali porque de uma coisa ela tinha certeza: Não devolveria o dinheiro.
— Se tivesse sido tão viril em nosso casamento como está sendo agora, eu certamente me apaixonaria! - sorriu em completo deboche.
— Diga o que quiser, mas você vai me devolver o meu dinheiro! - bufou.
Ela riu mais ainda.
— Eu não tenho nada seu, meu querido!
— Não me teste sua desgraçada! - apertou os braços dela a batendo na parede mais uma vez.
— Me solta ou eu vou começar a gritar aqui! - trincou os dentes sem medo algum dele.
— Grita e assim a ordem de prisão que esta em seu nome por fraude vai me poupar o trabalho! - a soltou. - Vamos lá!
Ela passou as mãos no cabelo depois de passar nos braços porque não queria e não iria se deixar prender por algo que ela tinha consciência que tinha feito, mas para ela não era errado já que era uma recompensa pelos anos amargos e infelizes que passou a seu lado e pelo filho perdido. Ana Rosa nunca foi uma boa mãe ou mulher para ninguém, mas sentiu a morte do filho; não como uma mãe realmente sofre mais ela sofreu e punir Estevão era como ela se sentia melhor e não devolveria o maldito dinheiro até porque ele já estava no fim.
— O que vai ser, minha querida? - debochou.
— O dinheiro está acabando Estevão e não vou te entregar tudo, ou melhor, não vou te entregar nada! - foi verdadeira.
— Claro que está acabando! - berrou com ela. - Você mal sabe administrar a sua vida, como iria administrar uma fortuna como a minha? - o peito subia e descia de ódio dela. - Eu quero tudo o que sobrou ou eu vou te levar para a delegacia agora mesmo!
— Você não precisa desse dinheiro e tenho certeza que já está resolvendo sua situação! - passou a mão no peito dele. - Aposto que já está com alguma mulher rica que possa te tirar do buraco já que você não sabe ser pobre! - sorriu com sarcasmo. - Eu assino o divorcio para você e você nunca mais ira me ver! - tentava convencê-lo.
Estevão se afastou porque não suportava se quer o cheiro dela e repensou sua vida até ali com aquela maldita ganância por dinheiro e um casamento ainda mais falido do que ele naquele momento e de imediato em sua cabeça veio a imagem de suas meninas e ele tomou uma importante decisão e com o dedo apontado para ela sentenciou.
— Assine o divorcio Ana Rosa ou eu vou te caçar até o inferno e dessa vez eu te mato! - e sem mais se retirou dali a deixando com um risinho no rosto porque iria descobrir a súbita mudança dele em não querer seu dinheiro.
Estevão caminhou apressado para frente do hotel e era claro que Maria não estaria mais ali o esperando e parando um táxi deu o endereço do restaurante em que tinham concordado em ir com as meninas; o caminho foi rápido já que não era longe e ele agradeceu saindo do carro e basicamente correu para a entrada para ver se elas estavam mesmo ali e sorriu por vê-las. Maria tinha Manu nos braços toda manhosa e Estrela sentada a seu lado apontando tudo que tinha na mesa e ele se aproximou sentando próximo a elas.
— Mil perdões pelo modo como eu sai, mas eu precisava e depois eu te explico! - falava olhando nos olhos dela que tinha um ponto de interrogação para aquele repentino sumiço dele.
— Titio, você fugiu! - Estrela deu os braços para ele.
— Titio está aqui e não vai mais fazer isso! - era uma promessa. - Vamos comer que eu sei que você está cheia de fome e depois vamos passear!
Manu levantou a cabeça no mesmo momento quando o ouviu e ele sorriu pelo jeito dela que deu um sorriso mais ou menos para ele e voltou a deitar no peito da mãe enquanto comia com calma o que Maria lhe dava na boca. Estevão sorriu e começou dar a comida de Estrela e logo eles puderam almoçar, mas tudo em completo silêncio já que não sabiam conversar depois do beijo e as palavras proferidas por eles, depois que almoçaram foram direto para a Torre Eiffel para terminar a tarde e as meninas pudessem respirar um pouco de ar e apreciar a vista brincando na grama.
Maria tinha cancelado seus compromissos quando ele saiu correndo daquele modo por não saber se ele voltaria e como ele era o único responsável por elas naquela viagem para que ela pudesse trabalhar, não viu saída e cancelou sabendo que as filhas não eram muito sociáveis com estranhos e ela não confiaria em deixar as filhas sozinhas numa cidade que não a sua. Quando chegaram, ele comprou uma manta quadriculada para que pudessem sentar em cima e as meninas de imediato começaram a correr para todos os lados mais sempre próximo a eles, Estevão sentou e sorriu olhando suas meninas que tinha o sorriso mais lindo do mundo e pela primeira vez sentia paz.
Ele tirou sapatos e sentiu a grama um tanto gelada sobre os olhares atentos de Maria que estava a seu lado cuidando das meninas, mas também não podia deixar admirar o quanto ele estava bonito com o passar dos anos, Estevão estava mais magro que o comum mais já não tinha o semblante tão abatido de quando o viu depois de tanto tempo. Ele se sentiu observado e quando seus olhos cruzaram com os dela ela abaixou a cabeça colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
— Eu sei que quer uma explicação pelo modo que sai correndo...
Ela o olhou negando com a cabeça.
— Não precisa me dizer nada! - foi firme.
— Mas eu quero! - foi mais firme que ela. - Eu vi Ana Rosa e não podia deixar que ela sumisse mais uma vez!
Maria não gostou do que sentiu naquele momento ao ouvir o nome daquela mulher e apertou as mãos dizendo.
— Então é por isso que veio junto conosco? É por essa mulher que está aqui, Estevão?
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