Mais forte - MyE escrita por Débora Silva


Capítulo 13
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Notas iniciais do capítulo

Boa leitura amores ♥



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José respirou fundo e pegou a chave do carro e dali saiu, Maria caminhou junto a Estevão e foram para o carro dele. Saíram dali em completo silêncio e ele a levou ao café que ela mais gostava de ir quando estavam juntos e quando. Maria não podia acreditar que ele estava fazendo aquilo e o encarou.

— É sério isso? - rosnou as palavras.

— É somente um café!!! - piscou para ela tirando o cinto.

— Eu não vou entrar aí!!!

Estevão a olhava nos olhos e com um meio sorriso disse:

— Do que tem medo? - a viu ficar em silêncio e continuou. - Tem medo das lembranças que tem aí ou tem medo do que pode acontecer agora entre nós dois? - se aproximou perigosamente dela.

Maria ao sentir a provocação de Estevão sorriu, ele achava mesmo que estava no controle da situação e que causava nela o mesmo efeito de anos atrás, mas não era assim que a "banda" tocava e ela esperou que ele estivesse bem próximo a seu rosto e então disse:

— Acha mesmo que é com esse tipo de comportamento que eu vou te querer perto de mim ou de minhas filhas? - o viu se afastar de imediato. - Não pense que vai me dobrar me levando para cama, Estevão!!!

Estevão respirou fundo e a viu sair do carro, tinha já começado errado aquela conversa e logo saiu do carro dando a chave para o manobrista. Maria sentia seu coração acelerar tinha passado bons momentos com ele ali e não queria fraquejar, não podia ser possível que ainda pudesse nutrir algum sentimento por ele, foram conduzidos até uma mesa e ela pediu um suco e ele também.

— Maria, me desculpe pelo que fiz no carro... - falou sem jeito. - Eu não quero resolver nada na cama e foi uma atitude impensada, mas você assim tão perto de mim, eu... 

— Não termine!!! - o cortou. - Você teve a sua chance e desperdiçou, se temos algo para conversar é sobre minhas filhas.

— Nossas!!! - a corrigiu e ela sorriu. 

— Minhas filha e eu não preciso te jogar na cara mais uma vez o porquê!!! - foi dura e ele respirou fundo para não brigar. - Primeira coisa que eu quero te dizer nesse momento é que eu não quero que você apareça como fez hoje. Elas não sabem de você e eu não vou submeter as minhas filhas a um choque emocional desses para que depois você suma no mundo novamente!!!

— Maria, você parece não entender que eu cansei de fugir, que eu cansei de ser covarde e que eu quero tentar ser pai para elas e eu vou ser você querendo ou não!!! - afastou os braços da mesa para que o garçom deixasse os sucos. - Eu não estou aqui para falar as mesmas coisas que falamos no nosso primeiro encontro, eu estou aqui para entrar em um acordo com você e que seja fácil e simples para elas e para mim!!!

— E qual seria o seu modo fácil e simples? - o olhava nos olhos enquanto bebericava de seu suco. 

— Eu quero que me permita buscá-las na escola todos os dias e quando elas estiverem familiarizadas comigo ai sim você conta a elas quem eu sou!!!

— Simples assim? - debochou. 

— Maria, esse comportamento não combina com você!!!

— E você acha que ainda sabe algo sobre mim? - sorriu com desdém. 

— Eu não sei nada mais sobre você, mas pensei que você poderia ser um pouco mais sensata em querer resolver as coisas entre nós, mas vejo que vou mesmo ter que acionar o meu advogado. - tomou um gole de seu suco. - Eu não quero que as coisas sejam assim e muito menos quero invadir a vida das duas como um furacão e pra isso eu preciso de você. Você é quem pode decidir o futuro delas ao meu lado e pode ser na marra ou com sua colaboração!!! - foi direto. 

— Eu te odeio tanto!!! - falou com ódio dele e daquela situação. 

— No momento eu não me preocupo com seu ódio e sim com nossas filhas!! - foi firme a quebrando no meio. - E então como vamos resolver. 

Maria o encarava e sentia vontade de gritar, vontade de agredir ele, mas respirou fundo pensando em como resolver aquela situação sem que machucasse suas meninas. Estevão estava mesmo decidido a estar na vida delas e Maria não conseguia ficar segura, algo dentro dela gritava para que não aceitasse aquela aproximação, mas se não fosse por bem seria por mal e nisso quem sairia perdendo era ela e suas meninas.

— Não vai buscá-las todos os dias!!! - falou depois de pensar um pouco. - Eu irei te dizer os dias que você irá pegá-las na escola.

Estevão no mesmo momento sorriu lindamente como sempre fazia quando a felicidade o preenchia e isso sim era uma coisa que poderia mexer com ela naturalmente e foi o que aconteceu. Maria pode sentir sua pele arrepiar e ela deu graças a Deus por estar com mangas cumpridas e nada poder ser percebido. 

— Eu quero que hoje seja o primeiro dia!! - falou empolgado. - Qual o nome delas? - perguntou por fim. 

— Estrela e Manuela!!! - deu um meio sorriso, falar das filhas era sempre motivo de sorrisos para ela. 

— Me conte um pouco delas se puder?! 

Maria pensou em negar o pedido dele, mas deixou por um momento o rancor que sentia dele e contou algumas coisas para ele do dia a dia delas e ficaram ali por mais algum tempo e logo ele pagou a conta e eles foram embora, Estevão a deixou na empresa e disse que voltaria no horário combinado voltaria. Maria entrou na empresa e foi direto para sua sala querendo respirar um pouco, mas ao entrar em sua sala deu de cara com o pai que a espera e sem escapatória contou a ele o que tinha resolvido com Estevão. 

José não gostou muito de saber que ele estaria cerca de suas meninas, mas não tinha muito que fazer ou ele entraria na justiça e forçaria sua presença na vida delas e não era assim que as coisas tinham que ser e ali ficaram conversando por um bom tempo até que voltaram ao trabalho...

(...)

Quando Maria percebeu já estava na hora de buscar as meninas e ela respirou pesado quando seu telefone tocou, ela o atendeu e a secretaria informou que Estevão já estava a espera dela e ela agradeceu. Maria olhou para o céu e pediu forças para aquele momento e se levantou pegando suas coisas e logo saiu da empresa se despedindo, ao lado de fora lá estava ela com uma roupa mais confortável e formal, não usava gravata e podia se ver ainda mais bonito do que antes.

— Vamos? - ela falou assim que viu seu carro chegar. 

Estevão apenas assentiu estava nervoso e apenas entrou no carro no lado do passageiro e ela sentou em seu banco dando partida no carro e saindo dali. Ele ficou pelo menos três minutos em silencio até que a olhou dirigir em silencio e tragou a pouca saliva que tinha na boca molhando sua garganta. 

— Esse é o horário que elas estão mais agitadas e falam de tudo um pouco e brigam também por atenção já que uma quer falar mais que a outra!!! - falou com calma sabendo que ele não conseguia se quer perguntar nada. - Elas vão te interrogar por não saber quem é e você tem que tomar cuidado com o que vai responder!!!

— Eu sei que não posso dizer que sou o pai delas!!! - por fim falou algo. 

— Não pense que o faço por mal mesmo que você mereça, mas é o que tem que ser feito nesse momento!!!

Ele respirou fundo assentindo e nada mais disse e eles seguiram para a escola, chegaram minutos depois, desceram e entraram juntos na escola para primeiro conversar com a diretora e deixar a autorização assinada para que ele pudesse buscar as meninas três vezes na semana. Estevão sorriu agradecido pelo momento e Maria respirou fundo por pensar que agora teria que dividir as filhas com ele.

A diretora questionou o parentesco e Maria não pode negar quem ele era até mesmo para a própria segurança de suas filhas e ela contou que ele era o pai delas, mas que ainda estavam em processo de adaptação e que somente ela saberia no momento. A diretora entendeu e depois de mais alguns minutos de conversa saíram para pegá-las.

Estevão a cada segundo ficava ainda mais ansioso e quando parou na porta da sala, Maria cumprimentou a professora e o apresentou para ela e explicou o que tinha conversado com a diretora e ela entendeu. Ela chamou as meninas que vieram correndo com suas mochilas e agarraram Maria que estava abaixada para recebê-las como sempre.

— Aí que saudades das minhas pimentas!!! - estava agarrada nelas assim como elas.

— Mamãe, tô com fome!!! - Manu falou logo a fazendo sorrindo.

— Eu também!!! - Estrela a olhou e depois beijou seu rosto.

— Vamos comer algo então!!! - falou amorosa e olhou para Estevão assim como as duas. - Lembram dele né?

Elas assentiram e sorriram para ele que sorria feito um bobo.

— Ele irá buscar vocês três vezes na semana agora!!! - olhou para elas que devolveram a mirada um tanto curiosas. - O nome dele é Estevão.

— E seu namorado igual a Inês é do vovô? - Manu esperta como era perguntou e Maria ficou sem jeito.

— Eu e sua mãe somos apenas velhos amigos e agora eu serei o motorista de vocês!! - falou rindo pela situação.

— Então pode levar a gente pra comer!! - Estrela falou logo indo até ele e dando a mochila. - Estou cansada me da um colinho? - deu os braços a ele que já segurava a mochila dela.

Maria o olhou com o coração acelerado e Manu grudou em seu pescoço também querendo colo e ela ficou de pé com a filha em seus braços. Estevão até ofegou com o pedido e sem demora a pegou em seus braços e ela o agarrou pelo pescoço sorrindo.

— Olha Manu é mais forte que vovô!!! - começou a rir.

— O da mamãe é mais gostoso!! - deitou no ombro de Maria cheirando seu pescoço. - Não gosto desse aí não. - falou manhosa.

— Mas você nem experimentou ainda!!! - Estevão falou brincando e com o coração emocionado por estar com a filha em seus braços. - Pode vir aqui também se quiser!!!

Manu olhou para a mãe como se pedisse permissão e Maria se aproximou dele, estava morta de ciúmes, mas eram metade dele também e naquele momento era essencial que elas confiassem nele já que estaria em suas vidas para sempre ou não. Estevão deixou a mochila no chão e a pegou no outro braço e sorriu.

Eram presentes que a vida tinha dado a ele e que ele não tinha aproveitado até aquele momento e que agora faria de tudo para que elas fossem felizes a seu lado. Olhou para Maria agradecendo com o olhar e ela respirou fundo resignada a dividir agora e ele mais uma vez olhou as filhas e no impulso as beijou no rosto eles riram com o carinho e ele começou a caminhar pelo corredor para irem dali e Maria ficou para trás apenas observando aquela cena que seria mais frequente do que imaginava.

Ela pegou as mochilas das filhas e caminhou atrás dele já podendo ouvir que as filhas falavam como duas matracas enquanto ele ria de como elas eram espontâneas e felizes. Ele tinha a certeza em seu coração que era o que mais queria e iria correr atrás do tempo perdido e provaria para Maria e seu pai que ele estava mesmo mudado é seria o melhor pai do mundo para elas...


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